O carnaval voltou, e com ele, os desfiles da escolas de samba do Grupo Especial, após dois dias de apresentações das escolas da Série Ouro, foi a vez das agremiações da elite do carnaval carioca desfilarem no Sambódromo. Seis escolas abriram o primeiro dia de competição, Imperatriz, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor.

Foram dois anos de saudade, a pandemia de covid-19 impediu que os desfiles acontecessem em 2021 em decorrência da doença, muitas personalidades do samba foram perdidas, sendo assim, o sambista não via a hora de reencontrar o templo sagrado do carnaval carioca, prova disso foi a ótima presença de público nas frisas e arquibancadas.

Após o desfile da última escola, a Beija-Flor, o site CARNAVALESCO ouviu o público para saber qual a opinião deles sobre esse retorno dos desfiles e a opinião sobre a apresentação das escolas. No geral, a galera destacou a importância dos enredos apresentados.

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O jornalista Felipe Sendas, de 32 anos, acompanhou os desfiles e destacou a força do enredo da Viradouro, a atual campeã falou sobre o renascimento da sociedade após a gripe espanhola de 1918, para ele, foi um momento muito emocionante poder traçar esse paralelo com os dias atuais. Como destaque negativo, ele citou a São Clemente.

“Gostei muito da Viradouro, a Beija-Flor também fez um trabalho lindo, um desfile como se espera da escola de Nilópolis, mas se eu pudesse destacar o auge, o desfile que me fez derramar mais lágrimas, foi a Viradouro, eu não exatamente o porquê, mas acho que a Viradouro pegou num lugar muito sensível, nós estamos há dois sem carnaval, aí a escola fez um paralelo muito apropriado com o pós pandemia da Gripe Espanhola, acho que podemos nos identificar em muitos aspectos. Se eu pudesse destacar algum negativo, acho que é a São Clemente, ela fez um desfile triste, apesar de todo respeito ao trabalho e grandeza do Paulo Gustavo, mas achei muito triste, não empolgou, ficamos sentados o tempo todo”, pontuou Felipe.

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Pela primeira vez na Sapucaí, o ator Ricardo Fernandes, de 32 anos, destacou que a experiência foi incrível e que os temas apresentados por Salgueiro e Beija-Flor tocaram profundamente nele. Segundo Ricardo, a São Clemente deixou um pouco a desejar, talvez por ter vindo após o desfile quente que o Salgueiro.

“Pude confirmar que esse é o maior espetáculo da terra, você vai percebendo as diferenças entre uma escola e outra muito pela arquibancada, em como ela vai sentindo, partindo disso, vi que o Salgueiro fez a arquibancada vibrar, as pessoas se movimentaram, posso dizer que a escola alcançou o público. Por ter vindo depois do Salgueiro, eu senti o efeito de uma platéia desanimada, talvez porque na escola anterior se entregou muito, as pessoas acalmaram um pouco, ficou nítido isso, o Salgueiro lá em cima e a São Clemente mais abaixo, mesmo, a escola veio bonita, o enredo importante, outra escola que eu gostei foi a Beija-Flor, ela fez uma coisa que não consigo explicar, foi muito necessário. A temática desse ano se mostrou muito acertada, a delicadeza de falar de assuntos que não puderam ser falado ao longo desses dois anos de pandemia, mas que foi falado agora, como a questão do racismo e intolerância que Salgueiro e Beija-Flor trouxeram, é triste perceber que esses assuntos assuntos ainda são atuais, mas feliz por saber que existe as escolas de samba para mostrar”, destacou Ricardo.

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A Mocidade desfila só no segundo dia de desfiles, mas o torcedor da verde e branco da Zona Oeste, Renato Souza, esteve presente e acompanhou todos os desfiles, na opinião dele, a atual campeã, Viradouro e as sempre competitivas, Salgueiro e Beija-Flor se destacaram nesta sexta.

“Eu destaco hoje Viradouro, Beija-Flor e Salgueiro, cada uma por motivos diferentes, mas acho que foram as que melhor passaram pela Sapucaí. Beija-Flor passou muito bonita, muito rica, Salgueiro fez o samba acontecer, melhor do que a expectativa que as pessoas esperavam. Já a Viradouro conseguiu render, mesmo que com algumas dificuldades. Infelizmente a São Clemente cometeu alguns problemas, sabemos dos problemas históricos que a escola possui de evolução e harmonia, o samba acabou cansando muito na avenida”, contou Renato.

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Para Karin Giovanini, de 27 anos, as escolas acertaram na escolha os enredos, a jovem contou que se emocionou em alguns momentos, principalmente com a Mangueira, ela acredita que a disputa pelo título ainda está aberta, mas que Beija-Flor e Salgueiro se destacaram bastante, ela ainda diz que se surpreendeu com o ótimo desfile da Imperatriz e que a São Clemente preocupa um pouco por conta dos erros apresentados.

“O que mais me impactou hoje foi a escolha dos enredos, a galera entrou numa nostalgia terrível, por exemplo, eu não sou Mangueirense, mas na abertura da escola eu estava em lágrimas. Acredito que a disputa do título está aberta, foi tudo muito equilibrado. Sobre os desfiles, eu acho que a Beija-Flor fechou com chave de ouro, foi digno do fechamento, a Mangueira conseguiu emocionar o setor inteiro que eu tava. Gostei muito do Salgueiro, acho que entra facilmente na briga, mas alguns probleminhas no final do desfile podem prejudicar, a Imperatriz me surpreendeu, ela fez um desfile muito coeso, ela mostrou que de fato é uma escola do Grupo Especial. Acho que a São Clemente pecou em evolução e pode ser prejudicada na apuração”, contou a técnica em comunicação.

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O professor Matheus Pranto, acompanhou os desfiles diretamente do setor deis, para ele foi uma noite equilibrada, ele diz ainda que mesmo com alguns problemas, a Beija-Flor se destacou, outra escola citada, foi a Imperatriz.

“Eu destaco a Beija-Flor, mesmo com os problemas nas composições do segundo carro, eu achei muito boa a ideia da comissão de frente e do casal se apresentarem simultaneamente, cada um em um setor diferente, acho que poder mais uma novidade legal pro carnaval, a homenagem ao Laíla foi muito especial. A Viradouro foi extremamente técnica, o Salgueiro passou bem, mas com problemas, pra mim a Mangueira teve a melhor comissão de frente da noite. Imperatriz foi extremamente digna, um conjunto alegórico de encher os olhos, abertura muito bonita, parece que o rebaixamento fez bem, já a São Clemente foi uma decepção, esperava muito mais dessa homenagem ao Paulo Gustavo”, finalizou Matheus.

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