“O espetáculo precisa ser dinâmico e agradável e não ser arrastado. É possível um carnaval ainda melhor com um pouco menos de tempo”, Jorge Castanheira, presidente da LiesaA verba de subvenção destinada às 14 escolas do Grupo Especial deve superar a marca dos R$ 21 milhões. Castanheira confirma que há a possibilidade de o governo estadual voltar a contribuir com os desfiles depois da crise que abalou a administração de Luiz Fernando Pezão. “O formato do contrato com a Riotur está sendo formatado com R$ 1 milhão para cada escola e mais os valores do Uber, que serão de R$ 500 mil para cada. A intenção também é confirmarmos os ensaios técnicos, mas ainda dependemos de conseguirmos captar empresas pela Lei Rouanet. O governador Pezão também busca viabilizar uma ajuda via ICMS”. O presidente da Liesa não está alheio aos graves problemas da Série A, com escolas sem local para seus barracões. Castanheira, no entanto, afirma que só o poder público pode resolver a questão. Ele aproveita para descartar que o governo estadual passe a gerir o carnaval e ressalta que a Liesa não apoia nenhuma candidatura ao Palácio Guanabara nessas eleições, embora, o mundo do carnaval tenha prestado apoio à candidatura de Eduardo Paes e Cesar Maia, este último ao Senado. “O mundo do carnaval foi prestar solidariedade ao Eduardo Paes e ao Cesar Maia, que foram grandes parceiros. Acho uma questão complexa o governo estadual assumir o carnaval. Eduardo nos garantiu apoio, como foi na prefeitura. Mas não no sentido de entrar em uma área que é da prefeitura, que seria cuidar do carnaval da cidade. Os desfiles comportam escolas de outros municípios. Desde 1992 governadores sempre apoiaram os desfiles. Eu vejo com preocupação a questão da Série A no que tange aos barracões. O encontro de um terreno para um espaço tem de se dar via poder público. É um grupo fundamental para a manutenção do espetáculo”. O presidente da Liesa confirma que caso o regulamento seja novamente descumprido (como nos últimos dois anos) a Liesa terá de pagar uma multa de R$ 700 mil ao Ministério Público. “Assinamos um termo de ajustamento de conduta com o MP se após o desfile mexermos no regulamento. Nesse caso há uma multa de R$ 700 mil. Se necessário for avisar antes da apuração qualquer mexida e não depois do resultado homologado”.
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, considera no futuro reduzir ainda mais o tempo máximo de desfiles no Grupo Especial, que hoje é de 75 minutos e já foi de 82. Castanheira descarta a mudança para o desfile de 2019, mas sugere que colocará isso em pauta em futuras plenárias. Em entrevista concedida ao CARNAVALESCO, ele confirma que o regulamento para o ano que vem não muda.
“Desfiles iniciam-se 21h15 com tolerância até 21h30. A partir da segunda agremiação a TV Globo entra ao vivo. Depois da sétima apresentação a emissora transmite na íntegra o VT da primeira escola. O regulamento pode ser revisto para o futuro com relação ao tempo. Talvez, para 72, 70 minutos. O espetáculo precisa ser dinâmico e agradável e não ser arrastado. É possível um carnaval ainda melhor com um pouco menos de tempo”.
Castanheira também opinou sobre a polêmica decisão de quatro agremiações do Especial de não realizarem concurso para a escolha de sambas. O dirigente lembra que a prática não é recente e afirma também que a opção do Império Serrano em desfilar com uma obra já conhecida não é de simples execução.
“É evidente que estamos atentos aos movimentos das escolas. Mas as agremiações são livres para criar. Não é um fato novo encomenda de samba, a Tradição fazia ainda nos anos 80. A própria Viradouro juntou dois sambas e criou um samba-enredo bastante aclamado em 2015. A princípio não há objeção à proposta do Império. Eu acho que não é uma coisa simples de viabilizar na Avenida. A Liesa vai sentir como essas fórmulas se desenvolverão para emitir algum parecer”.