Com a segunda alegoria representando “Morada de Xangô”, que fala sobre o Ilê Axé Opô Afonjá, a casa da força de Xangô. Com esculturas do orixá e de seus 12 obás, o carro alegórico veio com detalhes em vermelho, branco e dourado como cores predominantes.
Axé! É o que se aplica no significado do segundo carro da Porto da Pedra. Com um trecho do samba dizendo: “Seis para defender, seis para julgar”. Houve uma cisão com o Candomblé da Barroquinha e o Candomblé da Boa Morte, e Mãe Aninha foi quem fundou o Opô Afonjá. Dividindo o poder masculino dentro do terreiro, ela criou o ministério de Xangô tendo 12 ministros.
Para um dos componentes da alegoria, o artista plástico Gustavo Trelling, de 33 anos, desfilar na Porto da Pedra é uma grande felicidade. Com a fantasia representando guerreiros africanos, ele explica sobre a sua função no carro: “Venho como guerreiro africano. Aqui estamos em quatro semi-destaques e um destaque central”.
Animados, era isso que definia o estado dos integrantes que estavam neste carro alegórico. A energia que emanava dos mesmos estava muito forte e a administradora Marcele Bizzo, de 36 anos, era uma dessas pessoas. “A mistura de culturas, a energia do espírito carnavalesco é algo imprescindível e muito legal de se ver também”, conta a integrante. A fantasia da administradora representava a realeza de Xangô.
A tradição dos 12 ministros de Xangô se mantém no Axé Opô Afonjá até hoje. Em entrevista para a equipe do site CARNAVALESCO, a professora de indumentária da Escola de Belas Artes da UFRJ, Samile Cunha, de 61 anos, é destaque da alegoria “Morada de Xangô” e vem representando uma ekedi de Xangô.
Ela revela o conhecimento sobre os ministros de Xangô: “Temos vários artistas e escritores que foram ministros do orixá. Muniz Sodré, Iltásio Tavares que faleceu recentemente também era ministro de Xangô e intelectuais ao longo de todo o século que foram ogãs”.