A Portela realizou na noite de quarta-feira a explanação da sinopse do enredo da escola para o próximo carnaval. Em 2023 a agremiação irá contar a sua história desde a fundação com os personagens que fizeram e fazem parte do centenário. Com o enredo “O azul que vem do infinito”, que será desenvolvido pelo casal de carnavalescos, Márcia e Renato Lage, a Águia Altaneira de Oswaldo Cruz e Madureira irá de encontro com as suas raízes desde Paulo Benjamin de Oliveira. * LEIA AQUI A SINOPSE DO ENREDO
Para a disputa de samba-enredo do centenário, a Portela decidiu dar um passo além, visando a modernidade. Sua famosa ala de compositores está aberta e todos vão poder participar da competição de sambas para 2023. Ou seja, os compositores podem assinar samba na escola e em qualquer outra do Grupo Especial. Por conta da pandemia, a disputa do último carnaval teve algumas restrições, mas para 2023 fizeram algumas mudanças.
- Liberação da gravação de videoclipes de cada samba concorrente;
- Número máximo de compositores: Seis compositores em cada parceria (não pode ter participação especial – a pedido dos compositores, a escola ainda estudará aumentar ou não o limite);
- Intérprete: Cada parceria só irá poder levar um intérprete do Grupo Especial;
- Cada parceria pode levar a sua torcida e também distribuir camisas do samba.
A entrega dos sambas será feita no dia 02 de agosto, na quadra da escola, das 18h às 22h. Se a parceria tiver três pessoas da ala de compositores Ary do Cavaco, a taxa de inscrição é de R$ 500 e se for com pessoas de fora ou tiver menos de três pessoas da ala, o valor é de R$ 2 mil. Os cortes de samba irão ocorrer aos domingos e ainda não tem uma data estabelecida de semifinal e final das disputas, pois aguardam a decisão da Liesa com a TV Globo sobre o programa “Seleção do Samba.
Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente da Portela, Fábio Pavão, explicou a decisão de abrir a ala de compositores. “A Portela era uma das poucas escolas que resistia a essa mudança, mas chegou o momento em que foi necessário. A escola não pode nadar contra a correnteza, as disputas de samba assumiram um formato e a Portela estava indo na contramão disso. O que fizemos foi se adequar ao modelo da nossa disputa com o das outras escolas”.
Para o vice-presidente, Júnior Escafura, foi preciso se modernizar, pois todas as escolas têm as suas alas de compositores abertas e na Portela não poderia ser diferente. “Compositor de todo o Brasil quer participar da disputa e a gente entende que é um ano especial, é o centenário da Portela e todos estão convidados a participar”, informa.
A Portela foi por muito tempo conhecida em não abrir a sua ala de compositores, mas para o presidente Fábio Pavão esse novo modelo vai ser produtivo para a disputa da escola, em que terão sambas de qualidade. E que isso também não é fugir da tradição.
“A tradição não pode ser uma âncora que nos prenda ao passado, ela tem que ser o farol que ilumina o nosso futuro. Temos que usá-la, mudar sim, pois o mundo muda e as escolas de samba não são as mesmas que eram na década de 1950, 1960, 1970, 1980 e por aí vai. As escolas de samba estão em constante transformação e a tradição pode ser mantida no sentido em que vamos permanecer sendo a Portela. Com os nossos valores, preservando nossos baluartes e a nossa história. A gente entende que o carnaval mudou, foi para um outro caminho em relação às disputas e nós estamos nos adequando a essa mudança. Tudo se transforma”, afirma Pavão.