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Por dentro dos ritmos: Saiba detalhes sobre a bateria do Paraíso do Tuiuti

Marcão aposta no ritmo do Carimbó para consolidar seu melhor trabalho da carreira de mestre de bateria

Para o Carnaval 2023, mestre Marcão pretende levar um total de cinco bossas para bateria do Paraíso do Tuiuti. Todas com construções musicais bem definidas e plenamente casadas com a melodia do samba-enredo da agremiação. Antes do treino ser iniciado, ritmistas assimilavam a nova paradinha do refrão do meio, que apresenta o ritmo do Carimbó, ajudando a atrelar a sonoridade produzida à característica cultural do tema para o próximo desfile.

Tendo como peculiaridades uma bateria relativamente mais leve, sem marcações tão graves, além de um toque de caixas consistente e que ajuda no equilíbrio sonoro da “Supersom”. Cabe ressaltar que, após mestre Marcão assumir o comando da bateria do Tuiuti, a ala de chocalhos melhorou exponencialmente. Hoje apresenta um ritmo entrelaçado com o sólido naipe de tamborins, acrescentando nítido valor a sonoridade, sem contar a influência da cultura Pop em relação às danças coreografadas feitas pelos ritmistas do chocalho na primeira fila da bateria, contribuindo na leveza do ritmo. É possível dizer que esse trabalho envolvendo as peças agudas já é praticamente uma identidade da bateria do Paraíso do Tuiuti.

Vale menção também a caída para a segunda do samba, onde as peças que normalmente completam o movimento da virada (caixas, repiques, tamborins e chocalhos) não fazem o toque final, deixando os surdos de primeira e segunda ecoarem. Após isso, as caixas de guerra fazem uma rufada que permite uma fluidez entre os naipes a partir do início da segunda, logo após a retomada do andamento com o amparo dos surdos. Sendo apresentada pelo segundo ano consecutivo, pode ser considerada uma marca musical da bateria do Tuiuti atualmente.

Mesmo não sendo a primeira vez que mestre Marcão vence o prêmio Estrela do Carnaval de melhor bateria, ainda assim a sensação com a conquista é excepcional e grandiosa demais, segundo o Mestre. O aval da crítica especializada tem valor especial para Marco Antônio, dando a chancela de reconhecimento musical ao ritmo da escola de São Cristóvão.

Mestre Marcão acredita estar realizando seu melhor trabalho de mestre de bateria na carreira. Tanto por colocar a “Supersom” do Tuiuti em evidência, como por estar perseverando e desenvolvendo musicalidades diante de um projeto que enxerga como um verdadeiro desafio. Correlacionando com os trabalhos anteriores do Salgueiro, talvez a própria linha musical do Tuiuti influencie positivamente na consolidação do projeto. Trata-se de uma bateria sensivelmente mais leve, sem o peso proporcionado pelas marcações graves, o que de certa forma acabou contribuindo na sonoridade. Isso sem mencionar o fato que ao sair de uma escola com uma linha mais tradicional, a criação musical acaba se pautando pela liberdade, o que facilita em exibir uma musicalidade cada vez mais aflorada.

Marcão afirma que o samba-enredo do Tuiuti apresenta boas condições para realizar criações musicais, tendo boa letra e melodia. A pegada melódica simbolizando e com alusão ao Carimbó agradou o mestre, que deixou inclusive a paradinha referente a esse gênero musical como última a ser adicionada ao trabalho. Para o Mestre, trabalhar com Wander Pires (intérprete hors-concours) é uma oportunidade e tanto. O caminho tem sido baseado em um alinhamento musical em prol de fluidez tanto de canto, como de ritmo. Para Marcão, é vital que a sonoridade seja respeitada durante a execução de arranjos musicais, sem tanta interferência vocal. Entretanto, após as convenções serem realizadas, Wander Pires tem liberdade total para expressar e impor toda sua musicalidade da maneira que bem entender. Esse ajuste fino tem o intuito de destacar ainda mais o belo trabalho musical que o Paraíso do Tuiuti se organiza para apresentar no próximo carnaval.

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