“Ê Kabecilè Kaô, a maldade vira cinza, na fogueira de Xangô”. Esses versos trazem toda a religiosidade do samba da Unidos de Bangu. Depois de homenagear o patrono em 2022, Castor de Andrade, em um desfile marcado por alguns problemas, a Vermelha e Branca da Zona Oeste trouxe um enredo diferente em relação ao do carnaval passado. Já na gravação oficial da obra para as plataformas digitais, a agremiação trouxe toda a africanidade que o enredo “Aganjú… a visão do fogo, a voz do trovão no reino de Oyó” quer mostrar. Instrumentos típicos utilizados em cultos e cerimônias das religiões de matriz africana estarão presentes na faixa para dar uma ambientação ao tema. Mestre Laion, que fará sua estreia na Vermelha e Branca da Zona Oeste depois de comandar a bateria da Acadêmicos do Sossego em 2022, explicou um pouco do que construiu dentro da bateria para apresentar o samba.

“O samba da Bangu é considerado um dos melhores sambas dos últimos carnavais da escola. Estamos com uma proposta, com maturidade, explorar o máximo do enredo, busquei convenções dentro da melodia, dentro da métrica do samba, com um andamento confortável de 140 BPM”, revelou o mestre.

O samba tem autoria de Diego Nogueira, Domingos PS, Dudu Senna, Fábio Turko, Júnior Fionda, Marcelinho Santos, Marcelo Adnet, Orlando Ambrósio e Tem-Tem Jr. Outro que conseguiu deixar a sua marca na obra a partir da gravação foi o intérprete Pixulé, que está de volta a agremiação para o carnaval 2023. Ele elogiou o hino da Bangu para o próximo carnaval colocando ele entre os melhores da safra.

“O refrão de baixo e a cabeça do samba são muito marcantes. ‘Ê Kabesilè Xangô’ vai impulsionar. E a cabeça do samba “Babá Alapala Obá” , isso vai ficar bem marcante. Acho que o samba da Unidos de Bangu será um dos melhores sambas do Grupo de Acesso, e devido o samba ser um samba valente , aguerrido, a Bangu vai fazer um belo desfile por causa disso, devido ao samba que é valente demais, e é bonito, um samba que é a minha cara, tem uma temática afro em que eu me identifico muito”, avalia o cantor.

Quem irá produzir o desfile da Unidos de Bangu em 2023, será o carnavalesco Robson Goulart, tricampeão pela Independente da Boa Vista, do Espírito Santo. No Rio de Janeiro, no Grupo B, desenvolveu desfiles para escolas como Inocentes de Belford Roxo, Independente da Praça da Bandeira e Unidos da Ponte. O diretor de carnaval Marcelo do Rap, remanescente do último carnaval, que também apareceu para acompanhar as gravações da faixa, projetou o trabalho da escola em um ano que tem sido diferente em termos de planejamento.

“Partindo agora da nossa gravação, a gente teve um carnaval atípico no meio do ano. As escolas estão se organizando agora, e nessa organização a gente tem que fazer um planejamento totalmente diferente dos outros anos. Normalmente o carnaval termina em fevereiro, e já se começa em março a pensar no próximo carnaval. E esse ano a gente teve um carnaval no meio do ano, então complica um pouco as coisas. A gente agora está voltando para o Cassino Bangu, que sempre foi a nossa casa, a gente voltou a fazer uma parceria com eles. Estamos projetando começar os ensaios de canto e de bateria, ensaio de segmentos”, apresentou o cronograma o diretor de carnaval.

Quem também projeta um bom trabalho até o próximo carnaval é o mestre Laion, comandante do Caldeirão da Zona Oeste, que aguarda com ansiedade o início dos ensaios.

“A proposta é muito boa, agora na Bangu, com uma expectativa muito grande da escola.A bateria já foi capaz de uma nota 40, o objetivo é manter, é de alta responsabilidade, o foco é manter esse trabalho maduro que a escola vem fazendo, e ajudar ainda mais a Bangu a conquistar boas colocações, ainda mais acima. Os nossos ensaios são às quartas-feiras, por enquanto está parado por conta de espaço, mas logo estaremos retornando aos ensaios”, espera mestre Laion.

A Unidos de Bangu, em 2023, será a terceira escola a pisar na Sapucaí na segunda noite de desfiles da Série Ouro.

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