Por Alberto João, Eduardo Fonseca e Lucas Santos. Fotos: Allan Duffes
A parceria de Samir Trindade, JR Beija-Flor, Ribeirinho, Guto Biral, Davi Show Serrinho, Ricardo da G. Braga, Dilson PS Medeiros e Rômulo Presidente teve que ter muita ginga para vencer a disputa de samba-enredo da Unidos de Padre Miguel, na noite desta sexta-feira e madrugada de sábado, na Vila Vintém. No ano que vem, o carnavalesco Fábio Ricardo apresentará o enredo “Ginga” e a agremiação será a sexta a desfilar no sábado de carnaval pela Série A.
“Vitória muito importante por conta das parceiras que estavam aqui hoje. Conseguimos sair vitoriosos com esse samba que emocionou a todos de Padre Miguel desde o início. Escolhemos um personagem para contar a história deste samba. O Negro, o capoeira”, disse o compositor Samir Trindade, que conquistou seu terceiro triunfo na UPM. Ele já tinha vencido em 2016 e 2017.
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“Esse é muito especial, porque é quarta vitória aqui. Ganhei em 2017 e 2018. Ano passado saí daqui muito triste, mas ganhamos esse ano”, comemorou o compositor Ribeirinho.
“A emoção não dá pra descrever, estou muito feliz. Primeira vez em final na Padre Miguel, primeira vitória”, comentou o compositor Guto Biral.
‘Unidos de Padre Miguel faz desfile para ganhar’, diz diretor
Cícero Costa, diretor de carnaval da UPM, revelou ao site CARNAVALESCO que a escola prepara um grande projeto para 2020.
“Nosso projeto está sendo feito maliciosamente. Vamos procurar fazer o que está no papel. Claro que sempre com uma carta na manga. A UPM é uma escola de comunidade. Vamos levar quatro carros e entre 1700 e 1800 componentes”.
Respeitando a importância da Imperatriz Leopoldinense, Cícero comentou como será desfilar após a escola de Ramos.
“A disputa será na pista. Respeitando as 13 escolas do grupo, a Unidos faz desfile para ganhar. Para a escola é um combustível a mais desfilar após a Imperatriz. É o que vou passar para meus componentes”.
Estreante na Unidos de Padre Miguel, o carnavalesco Fábio Ricardo volta a trabalhar em 2020 no carnaval do Rio e disse que estar na UPM e na Série A não faz diferença para o Grupo Especial.
“Independente de Série A ou Especial o mais importante é fazer o que você ama e fazer bem feito. A Unidos de Padre Miguel tem batido na trave nos últimos anos, mas eu não consigo enxergar como uma responsabilidade maior para o meu trabalho. O que eu sinto é o meu prazer de fazer o meu trabalho. Sendo no Grupo de Acesso ou no Especial eu já tenho muito tempo de carnaval, já acompanhei muitas escolas de samba e muitos amigos e colegas. É difícil, mas o carnaval tem que sair. Com criatividade sai. Nem que seja de papel”.
Perguntado sobre a missão de competir com a Imperatriz Leopoldinense, Fabinho elogiou a concorrente.
“Uma forte concorrente como a Unidos de Padre Miguel também é”.
Também estreando na Unidos de Padre Miguel, o intérprete Diego Nicolau já está totalmente adaptado com a comunidade.
“A comunidade aqui é muito atuante. Se você demonstrar amor pelo que eles amam, vão te admirar também. Eu trabalho onde for com muita verdade e vontade de acertar. Aqui não é diferente. Eles me dão uma estrutura muito grande. Eu só tenho que me aprimorar para fazer um grande trabalho. A Unidos de Padre Miguel é uma das, senão a mais esperada da Série A. Vem fazendo grandes desfiles. Para min é importantíssimo. É uma responsabilidade muito grande”, afirmou.
A dupla de mestre-sala e porta-bandeira, Vinicius e Jéssica, carrega grande experiência na escola e em desfiles da Série A. Ao CARNAVALESCO, eles falaram da avaliação dos jurados em 2019.
“Nós tivemos o problema da chuva, enfrentamos a pista molhada. Assim que entramos a chuva deu uma trégua pra gente. Apesar de ainda ter bastante poça na avenida, conseguimos fazer um belo desfile”, avaliou a porta-bandeira.
“A nossa avaliação sobre o desfile de 2019 é bem rigorosa. Foi um atípico. Em reunião na quadra, junto da diretoria revimos todos os erros da escola de ponta a ponta para que em 2020 possamos fazer melhor”, completou o mestre-sala.
O casal elogiou o trabalho do carnavalesco Fábio Ricardo e fez mistério sobre a fantasia para 2020.
“É um cara bem flexível. Tem bastante empatia”, afirmou Vinicius. “Nos deixou bem à vontade”, emendou Jéssica.
Bateria vai representar a capoeira em 2020
Em entrevista ao site CARNAVALESCO, mestre Dinho fez um balanço do Carnaval 2019 e falou o que pode vir para o desfile de 2020.
“Foi um carnaval que para gente de Padre Miguel não deixou muita saudade, não deixou grandes lembranças. A chuva atrapalhou muito o nosso desempenho. O que ficou foi a nossa recuperação, a nossa determinação, a nossa garra. Para 2020 é apresentar o que a gente preparou para 2019, mostrar toda a recuperação do carnaval passado e ir rumo ao título com garra e vontade”.
Mestre Dinho revelou que a bateria da UPM terá 250 ritmistas em 2020 e representará a capoeira.
Boi vermelho no pavilhão
Em seu tradicional show antes das apresentações dos sambas concorrentes, a Unidos de Padre Miguel brindou o público com um belo espetáculo. O ápice foi quando o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinicius e Jéssica, com as fantasias utilizadas no desfile
de 2019, receberam a bandeira da agremiação com a nova logomarca. A partir de agora, a UPM estampará em seu novo pavilhão, o boi vermelho, um dos primeiros símbolos da agremiação quando foi fundada, em 1957.
“A Unidos jamais perdeu suas raízes. Tanto que nosso terceiro casal vinha com o pavilhão do Boi Vermelho. Agora estamos resgatando esse pavilhão que representa a comunidade. Ela conhece a escola como Boi Vermelho.
Como foram as apresentações dos sambas finalistas
O primeiro samba da parceria de Eli Penteado levou um bom número de torcedores para quadra. Antes do início, eles já cantavam o samba. Quando a parceria abriu o samba o clima esquentou na quadra. Porém, apesar de um ótimo início, a obra foi perdendo força durante as passadas.
Segundo samba da noite a parceria de Thiago Vaz contou com um palco forte com Igor Vianna e Gilsinho na condução do samba. A dupla impulsionou o rendimento da obra que teve um ótimo rendimento, mas que não mexeu com os segmentos da Boi Vermelho de Padre Miguel.
Wander Pires comandou o samba da parceria de Jefinho Rodrigues. Cria da Vintém, o cantor da Mocidade deu show habitual na apresentação. Do lado de fora da quadra muitos fogos na abertura. O cantor forte da torcida conseguiu competir com o som vindo do palco.
A parceria de Samir Trindade foi a quarta a se apresentar. Zé Paulo, com extrema categoria, comandou as duas primeiras passadas sem bateria, cantando sozinho e apresentando a obra de forma perfeita. Performance de um dos maiores cantores da atualidade do carnaval carioca. A exibição prendeu atenção do público e mostrou que mesmo não sendo favorita, não poderia ser descartada da briga pela vitória.
Tinga, o Mister Final, comandou o sacode da parceria de Claudio Russo. O intérprete domina como poucos essa fase de disputa de samba. A obra tomou conta de toda quadra. Uma grande apresentação e que deixou no ar todas credenciais de quem a vitória que estava perto. Na hora do resultado, ela acabou não acontecendo.
Última parceria a se apresentar a turma de Leonardo D’ Vincci cumpriu bem seu papel na decisão da UPM. Thiago Britto comandou bem o palco. A torcida veio animada e conseguiu chamar atenção do público, mesmo após o grande sacode da parceria de Claudio Russo.
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