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Teresa Cristina é a voz oficial do Carnaval Globeleza 2022

Alô, meu povão agora é sério: chegou a hora de soltar o grito que há mais de dois anos está preso na garganta! E a cantora Teresa Cristina foi escalada para cumprir a missão de embalar o carnaval Globeleza. É ela quem canta o samba que anuncia a cobertura e a transmissão da TV Globo dos desfiles de carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo. Pela primeira vez, a canção, composta por Jorge Aragão e José Franco Lattari, famosa na voz de Neguinho da Beija-Flor, será interpretada por uma mulher. A vinheta deste ano, que trará imagens emblemáticas de desfiles passados, está centrada na interpretação de Teresa para o samba, que marca o reencontro do público com os desfiles das escolas de samba, após o hiato pandêmico.

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Fotos: Divulgação TV Globo

“O carnaval sempre anunciou a minha felicidade e ser a primeira mulher a gravar essa música é muito importante, não só pra mim, mas para todas as mulheres do samba. O samba nasceu das mãos de uma mulher e foi tirado da nossa mão. Acho muito importante que a mulher volte a atuar no samba, em todos os setores, em todos os lugares. A reparação histórica empurra a gente para frente. É muito bom fazer parte disso. A mulher é protagonista porque o samba no Rio de Janeiro chegou pelas mãos de uma mulher. Esse protagonismo era dela. É pegar de voltar o que já foi nosso”, defende Teresa Cristina.

Desde o convite até a gravação da vinheta, Teresa experimentou uma avalanche de sentimentos, de mergulhos em memórias afetivas até a explosão de alegria caraterísticas de uma autêntica foliã. “Tive uma alegria muito grande, que não cabe dentro de mim. Quando recebi o convite, sonhei com isso por três dias seguidos. Entrava no meu sonho, era muito doido. Sonhei que eu estava em Londres, no Big Ben, e de repente estava cantando o samba do carnaval da Globo. Estava andando na praia em Saquarema e de repente estava cantando o samba do carnaval da Globo. Sabe? Tô no Jardim Zoológico e vem o samba da Globo”, relembra Teresa, gargalhando.

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E como prefere ser chamada: intérprete ou puxadora do samba do carnaval Globeleza? “Jamelão gravou muito samba-canção, era um senhor cantor. Ele percebeu que usavam o termo “puxador” para tentar diminuir o que ele é e ele tinha razão. Como também acho que tem razão quem diz que não se importa, torna a ideia de puxar um samba na avenida, uma tarefa hercúlea. Não qualquer pessoa, qualquer voz, qualquer peito que consegue puxar uma escola. Concordo com Jamelão como concordo com quem não se incomoda com o nome de puxador”, explica ela.

Teresa está pronta para puxar o público para frente da TV toda vez que soltar sua voz. “Comecei a desfilar só em 2001, passei a minha vida inteira vendo os desfiles das escolas pela televisão, então entendo esse momento, essa cumplicidade que a gente tem como telespectador e o desfile da nossa escola. Eu era sempre a corujinha que ficava acordada a noite toda acordando os parentes avisando ‘sua escola vai entrar’. Essa música traz esse tipo de recordação para mim. É encontro de família, é noite em claro e surpresa”.

Uerj concede título de Doutora Honoris Causa para Rosa Magalhães

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) concedeu o título de Doutora Honoris Causa à artista plástica e carnavalesca Rosa Magalhães, na tarde dessa segunda-feira (21), na Capela Ecumênica, campus Maracanã. A honraria, aprovada pelo Conselho Universitário da Uerj, em maio de 2021, é um reconhecimento à vida e obra de Magalhães, oito vezes campeã do carnaval carioca.

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Fotos: Divulgação/Uerj

“Este é o primeiro título Doutor Honoris Causa concedido nessa gestão. Ninguém melhor do que a professora Rosa Magalhães para recebê-lo, dada sua importância como referência da principal manifestação cultural do Estado do Rio de Janeiro; bem como pela contribuição acadêmica para a cultura fluminense, trazendo para os desfiles das escolas de samba a sofisticação e o aprofundamento da história do povo brasileiro, feita pelo povo brasileiro, para o povo brasileiro”, declarou o reitor da Uerj, Ricardo Lodi.

Durante o evento, foi referenciada a trajetória da pintora, cenógrafa e figurinista, desde os tempos de docente na Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ e na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Laje, quanto ao longo dos anos dedicados aos barracões do samba, passando pela carreira na cena teatral, bem como na concepção de megaespetáculos esportivos, como o PAN 2007 e nas Olimpíadas Rio 2016.

Durante aula magna, Rosa Magalhães falou sobre a proximidade do erudito e do popular, lembrando de vários artistas que já retrataram festejos em suas obras, como Tarcila do Amaral e Di Cavalcanti. Segundo ela, muitos outros ainda irão ajudar a incrementar as manifestações populares, de grande importância para a cultura nacional.

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“Os artistas e o povo que constituem essa festa se dedicam de corpo e alma para saudar seus compratiotas com música, dança, elementos visuais, sejam eles os mais simples ou os mais tecnológicos. O que vale é que tenha muita alegria”, finalizou a carnavalesca, que teve a biografia “Rosa Magalhães: a moça prosa da avenida”, escrita pelo professor Luiz Ricardo Leitão, publicada pela Uerj em 2019.

Entre os presentes à solenidade, o vice-reitor Mário Sérgio Carneiro, o pró-reitor de Graduação Lincoln Tavares, o pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa, Luiz Motta, a pró-reitora de Extensão e Cultura, Cláudia Gonçalves, a pró-reitora de Assistência e Políticas Estudantis, Cátia Antônia, a pró-reitora de Extensão e Cultura, Cláudia Gonçalves, o pró-reitor de Saúde, Rogério Rufino, a diretora do Centro de Tecnologia e Ciência (CTC), Nádia Pimenta, o diretor do Centro de Educação e Humanidades (CEH), Bruno Deusdará, o diretor do Centro Biomédico, Jorge Carvalho, a diretora do Centro de Ciências Sociais, Dirce Solis e o professor adjunto Luiz Ricardo Leitão.

“Hoje a Uerj deu mais um passo importante para se abrir à cultura popular, a cultura das classes que sempre foram subordinadas e que se levantam e fazem com que esse país seja rico culturalmente, demonstrando a todas a beleza que é ser brasileiro. Agradeço à Rosa Magalhães por toda a sua contribuição para a nossa cultura e para a pesquisa da línguística”, concluiu Ricardo Lodi.

Entrevistão com Marquinho Marino: ‘O marco zero dessa transformação da Mocidade foi em 2017 na escolha do samba’

Como diretor de carnaval da Mocidade desde 2017, Marquinho Marino é parte importante de um time que vem trabalhando em um resgate da Verde e Branca de Padre Miguel, que já começou com um título naquele mesmo ano comemorado fora do período do carnaval, mas que ajudar a dar respaldo às mudanças que eram necessárias para o desenvolvimento da agremiação. Se a escola ainda não conseguiu repetir a conquista, nos últimos três carnavais esteve no desfile das campeãs, e em 2020, o terceiro lugar deixou um gostinho de que a escola está com uma nova conquista, de repente agora de forma isolada, amadurecendo.

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Em entrevista para o site CARNAVALESCO, Marino conta quais foram os maiores desafios à frente do carnaval da Mocidade, explica como é sua relação com os compositores da escola, o retorno do Wander, e o foco dado na escolha de samba-enredo como fundamental para a realização de bons carnavais, além da preferência por dar oportunidade a pessoas formadas na escola para os segmentos.

Vamos lá para o início. Como começou esse resgate da Mocidade?

Marquinho Marino: “O marco zero dessa transformação foi em 2017, que foi ali que tudo começou de verdade, foi na escolha do samba, ali foi o marco zero. Nós escolhemos o melhor samba, que é o que tem que ser, e escolhemos o samba que a comunidade queria, coincidentemente o melhor samba era o que a comunidade queria e os componentes. Ali para mim foi o marco zero, porque as pessoas entraram com mais vontade. A escola vinha de muitos anos com sambas não considerados o ideal para brigar por títulos e não havendo resultado. E, aí quando nós escolhemos o samba de 2017, que ele caiu nas graças do componente e do torcedor, da comunidade, e a gente mostrou para eles o que a gente queria, dali foi o ponto de partida e os componentes acreditaram que era possível. Alguns achavam que era possível voltar nas campeãs, mas desde o começo, eu senti que tinha potencial porque o projeto que eu tinha em mãos e pelo samba, e pelos quesitos, eu sabia que ia brigar lá em cima. Na Mocidade a gente visa buscar uma progressão ano a ano na evolução da escola em termos de técnica em todos os sentidos. A gente gosta de chegar próximo ao carnaval na ponta dos cascos. A gente toma o cuidado de introduzir as coisas a cada ensaio para não chegar ao ápice antes”.

Quais foram os maiores desafios encontrados para resgatar a autoestima do componente e fazer ele acreditar que era possível?

Marquinho Marino: “O maior desafio em 2017 quando começamos esse resgate foi fazer com que a escola pudesse evoluir na etapa correta, onde a gente precisava realmente que fosse a evolução, e que o resultado ia acontecer. E, a partir do título tudo mudou, todos os ensinamentos que a direção de carnaval e equipe de harmonia passavam para a equipe como um todo, ficou claro para eles que estava correto e o resultado viria. Então, talvez se a Mocidade não fosse campeã em 2017, ela não estaria no estágio que ela está hoje. O título de 2017 para outras escolas poderia ter sido prejudicial para outras escolas, mascararia algumas situações e a escola poderia pular etapas. Mas, como a gente tinha certeza de que era aquilo, o título acabou ajudando porque automaticamente as pessoas viram que o caminho era aquele. 2018 foi muito mais fácil, 2019 foi muito mais fácil. Em termos técnicos, a escola está em um patamar que eu acho que é o mínimo aceitável para disputar título”.

O Maracanã do Samba é uma quadra gigante e nova, mas o componente tem muito carinho pela quadra da Vintém. O que é possível pensar para utilizar as duas em conceitos diferentes, como shows e ensaios?

Marquinho Marino: “Na verdade, esse já é o pensamento da escola, dentro da presidência. É o que já vinha acontecendo antes da pandemia. Antes da pandemia, você vê que a disputa de samba da Mocidade, ela era na quadra da Vila Vintém. A escolha de samba da Mocidade é na Brasil (Avenida) porque como é um evento muito grande, a gente quer brindar os componentes, os torcedores, imprensa, e todo o mundo do carnaval em um ambiente mais espaçoso, mais confortável. Mas, o samba da Mocidade, ele tem sido, quase que integralmente, escolhido na Vila Vintém, que é o berço da escola, onde é a comunidade, onde os componentes se sentem à vontade. Os ensaios de rua terminam lá. Quando tem um evento de maior porte a gente vai para a Avenida Brasil. A Avenida Brasil é uma quadra que comporta mais shows, e ela nasceu para isso. Eu acho que ela nasceu para isso, comportar eventos grandes para a escola, para ajudar nas receitas, e, ao mesmo tempo, nos atender naquilo que a gente não tem condições de fazer na Vila Vintém. A Vila Vintém é um polo cultural, é um polo social, mas principalmente, o berço do samba da escola, então, a gente tem que fazer isso sim, com alguns desafios que a quadra da Avenida Brasil nos dá, pelo tamanho, pela estrutura, mas acho que a escola já está dominando tudo isso”.

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De compositor a diretor de carnaval. Quem foi seu mentor, se teve alguém, e o que mais você preza no trabalho na escola?

Marquinho Marino: “Tudo tem um começo, né? Na verdade, eu sempre fui da Mocidade, nascido e criado na escola. Desfilei em ala das crianças, em outros segmentos. Mas, nessa área (diretor de carnaval), eu acabei começando fora da Mocidade. E, não foi nem para ser o diretor de carnaval. Eu trabalhava como uma espécie de assistente, secretário de um diretor de carnaval que foi o meu maior mentor, que foi o senhor Djair dos Santos que foi diretor de carnaval da Mocidade por muitos anos, na Mocidade, eu cheguei a fazer alguns trabalhos com ele já, mas na verdade eram coisas mais amadoras. E, aí, quando ele foi para a Viradouro, no carnaval de 2003, se não me engano, ele me fez o convite para trabalhar direto com ele e eu acabei começando o meu trabalho nessa área, por mais incrível que possa parecer, na Viradouro. Depois seu Djair voltou para a mocidade, e eu voltei com ele. Eu pedi permissão para ele, para fazer samba e ele deixou. Acabei ganhando três sambas na Mocidade e continuei meu trabalho com ele, até que houve umas mudanças na escola na direção de carnaval na época, outras pessoas entraram, e eu, automaticamente, busquei outros caminhos na época. E, aí, até que no carnaval de 2015, a Lierj, me fizeram o convite para ser diretor de carnaval. Fui para a Lierj, fiz dois anos de trabalho lá, até que eu voltei para a Mocidade no carnaval de 2017”.

Você teve passagem na direção de carnaval do Acesso. Ali, foi uma escola? Qual foi o desafio na época?

Marquinho Marino: “Me ajudou a abrir a mente para algumas coisas. Porque o trabalho ali não é específico de alguma escola, aquilo ali é um trabalho de organização de carnaval. Você praticamente organiza a parte estrutural, a parte logística do carnaval de uma cidade. Claro, que não na dimensão da Liesa que inclusive é parceira. E, aquilo ali foi uma escola, que eu acho que dali em diante mudou o meu rumo como diretor de carnaval, porque eu pude ter contato com uma área administrativa e que, apesar do carnaval ser muito técnico, para gerir o carnaval você tem que conhecer outras áreas. Então, para mim foi um divisor de águas, porque eu mergulhei de cabeça, tive contato com outras escolas, com mecanismo de funcionamento do carnaval para com a cidade, para com os órgãos públicos. Então, pode ter certeza, que apesar do trabalho ser totalmente diferente, isso norteia muito o meu trabalho de organização de equipe, por exemplo, de barracão, quadra. Então, eu acho que há sim, um antes Lierj, depois Lierj, e graças a Deus, eu tenho colocado isso em prática, tem sido uma forma leve de trabalho, e as pessoas tem que se sentir bem, se sentirem respeitadas”.

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Qual foi o segredo para a escola ter acertado em cheio nas escolhas dos sambas-enredo?

Marquinho Marino: “O ponto de partida é o que vai para os compositores. Tem que ter um bom texto, aí você vai para o carnavalesco talentoso, você tem o Fabato (Fábio) que é um escritor, um jornalista que conhece a história da Mocidade profundamente. Aquilo ali é a base. Mas, assim, a Mocidade tem uma forma de trabalhar em termos de samba-enredo, que eu tive muita dificuldade no começo. Eu tentei implantar esse trabalho no começo, e evidentemente por eu ter vindo de uma área de compositores, e, desde quando eu saí para poder trabalhar diretamente com o carnaval, eu entendi de cara que não existe nenhuma possibilidade de você transitar por esses dois universos. Até porque o compositor precisa ser respeitado, até para ele poder vir fazer uma grande obra e ele poder disputar com afinco, ele tem que saber que ali vai ganhar o melhor. E, para isso, você tem que ter credibilidade. E, no meu retorno à Mocidade ainda havia uma desconfiança por parte de alguns compositores de que eu ia me envolver em samba-enredo, e eu fui o primeiro a falar para eles, e deixei bem claro, que eles tinham que ficar felizes por eu ser diretor de carnaval, porque eu sei o que eles sofrem, e da melhor maneira possível, garantir que o que a Mocidade poderia ajudar eles, seria feito, e eles teriam certeza de que não teria nenhum tipo de escolha errada. Quando o melhor samba ganha, e ele veem que não ganhou de forma política, assim como tecnicamente nós ganhamos os componentes, nós ganhamos os compositores também. Os compositores abraçam a ideia e vão com o que acontecer. Compositor não é obrigado a me mostrar o samba, mas eu sempre deixei claro que achava ideal que eles sentassem com a direção de carnaval para que nós pudéssemos fazer um filtro tanto melódico como de letra, porque a Mocidade tem uma característica diferente das outras escolas em termos de música, em termo de andamento, e não adiantava uma pessoa vir com uma coisa que não fosse encaixar com aquilo que a gente quer não só de enredo, mas da própria escola e bateria. E assim, a grande maioria dos compositores trouxeram samba, e fizemos filtros, e isso evitava que quando o compositor ia para o estúdio gravar, de na hora de apresentar o samba ter que refazer os sambas. E, com esse entendimento deles de que a escola é parceira, mesmo antes da disputa começar, eu acho que foi um outro ponto principal, para que não tivéssemos só uns dois sambas bons, mas tivéssemos oito, dez. A Mocidade criou muitas opções para escolher samba. E, aí você cria a responsabilidade de quando você tem muitos sambas bons, de saber escolher realmente aquele que vai funcionar. E, hoje, o compositor pode até questionar que perdeu com o seu samba sendo tão bom quanto o outro, mas ele nunca vai perder para um samba ruim, ou um samba que não é o que a escola quer”.

O casamento Wander e Mocidade voltou a funcionar, como era na década de 1990. O que foi determinante para a relação mudar?

Marquinho Marino: “Eu acho que no caso do Wander, o ponto principal foi o coração. O Wander é muito Mocidade. Assim, como a equipe inteira é muito Mocidade. A Mocidade quando vai fazer a troca de um membro da equipe, antes de trazer qualquer pessoa, olha primeiro para dentro de casa. E, ela só busca fora se não tiver ninguém apto para o trabalho, ou que não tem alguém que possa estar apto ao trabalho. O Wander voltou para escola muito mais maduro, voltou em uma outra época da vida. O Wander hoje tem uma meninada da família dele que está sempre junto, que torna o ambiente mais familiar, mais seguro, e mais aconchegante para ele. Isso tudo mexe. A gente tem uma relação de muita amizade, e não só com o Wander, mas com a equipe como um todo. Jamais acontece uma conversa ‘eu não quero isso, tem que ser assim’, pelo contrário, é uma conversa de amigo, ‘Você acha que realmente é por aí? ’. Isso tudo vai dando liga, e a equipe é muito competente”.

A escola quando trocou o casal Marcinho e Cris foi muito criticada, mas o Diogo e a Bruna que foram crucificados, hoje são elogiados. Qual sua análise daquele momento e de hoje?

Marquinho Marino: “Com toda humildade, daí que se separa os profissionais, dos torcedores. Não pejorativamente falando, mas quem é profissional tem que ter o olho clínico. Tem que ver quem tem condição, quem vai funcionar, o momento que vai funcionar, tem muita gente com muito potencial, mas se você não colocar na hora certa, você queima. Então, o caso da Bruna, ele é uma menina nova, muito talentosa, só que eu sabia, aí que está a diferença, eu conheço a Bruna desde criança. Eu já sabia o potencial dela, talvez se eu não conhecesse tanto, eu talvez tivesse dúvidas se era aquele momento dela, ou se ela esperaria mais um ano ou dois. Mas, eu tinha certeza do potencial dela, e o presidente foi bem claro, você analisa os nomes e escolhe. Eu sempre vou olhar para casa, antes de olhar para fora. E, o Diogo, ele já foi da casa, ele deu resultado para gente em 2017, é um cara que havia saído da escola de uma forma muito injusta para ele, e que, na verdade, a maioria das escolas bota para fora aquilo que convém a ela. E, na verdade, o que aconteceu com o Diogo, foi o inverso do que foi falado na época. E, o Diogo estava coberto de razão, eu fui testemunha disso, e eu fui a primeira pessoa quando o presidente indicou o nome dele, porque foi o presidente, a concordar. Quem sabe não se escreve uma nova história, e uma história de verdade? E, eu não me arrependo nem um pouco”.

Mestre Dudu é muito identificado com a escola. A torcida confia nele e diz que ele resgatou a identidade. Como isso foi construído?

Marquinho Marino:  Para falar disso, eu tenho que voltar a 2016. Quando eu recebi o convite para retornar, eu fui chamado de louco de dez opiniões que eu recebia de amigos, 11 me diziam que eu era louco de sair da Lierj para voltar para a Mocidade, por causa dos resultados que estavam acontecendo ao longo da década de 2000, de 2010. Só que eu tinha que enxergar a equipe que tinha na escola. Se eu fosse parar para analisar cada quesito individualmente, a escola já era muito forte. A escola tinha Jorge e Saulo, a escola tinha a volta do Wander, a escola tinha o Dudu. Enfim, a escola era muito forte, então a gente sabia que um trabalho mais específico, mais organizado e mais com foco na briga para título, daria certo, como deu. O Dudu, desde que ele assumiu a bateria, isso eu vi de fora, ele já tinha um trabalho de resgate na bateria, que nada tinha a ver com direção de carnaval, nem com quem estava, nem com quem passou e nem comigo. A bateria da Mocidade, ela precisa ser entendida. Então, quem viveu Mocidade, quem está lá dentro, quem foi cria de lá, vai entender claramente quando o mestre Dudu chega para você e diz que a ideia é isso e isso. Quem é nascido ali dentro, quem foi da bateria como eu fui, a gente na hora estava vendo que era o trabalho correto e que uma hora iria dar resultado. O Dudu, quando eu cheguei na Mocidade, ele já tinha na cabeça dele desenhado o que ele queria fazer. E quando ele me falou, eu só assinei em baixo. Muitas vezes você espera um resultado imediato, muitas vezes você troca alguma coisa por falta de resultado, mas a convicção dele de que aquele resgate rítmico, aquela cadência, aquele andamento, aqueles naipes bem definidos em termos de característica, era o melhor, na minha cabeça também era, mas eu não posso dizer que foi ideia minha, foi dele. E a volta do Wander contribui também para isso”.

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Vamos falar de quesitos. Gostaria de ter o carro de som como sub-quesito de Harmonia, como temos em Samba-Enredo, com melodia e letra?

Marquinho Marino: “Gostaria. O quesito harmonia já passou da hora de ele ser dividido em sub quesito. Porque erroneamente, às vezes sai a nota de harmonia, uma nota baixa, e a primeira coisa que se faz é criticar a equipe de harmonia. Quando na verdade isso é muito extenso. O quesito harmonia hoje é muito aberto, ele abrange muita coisa, e tem que ser. Mas, ele deveria ser subdividido. Até para o carro de som saber da responsabilidade, eles sabem, mas para eles serem carimbados nessa responsabilidade. Evidentemente que se um carro de som fazer aquilo fora musicalmente falando, do que é o certo, em termos de andamento, em termos de ritmo, em termos de nota, de entonação, tudo, ele vai perder pontos. Mas, não fica carimbado. Eu acho que tinha que ser igual Samba-Enredo onde é subquesito com a melodia e a letra. Eu acho que seria até mais fácil de você trabalhar a questão musical da escola. A essência, o andamento, a forma que o samba-enredo tem que ser”.

E Evolução. Como as escolas podem liberar mais seus componentes e fazer o desfile ser mais dinâmico?

Marquinho Marino: “Quanto a evolução, eu vou te ser bem sincero. Os componentes, eles já são liberados para isso. Você tem duas escolas, a escola evoluindo e a escola parada, porque a escola para muito para poder ser julgada. Na primeira parada da escola, que é a comissão de frente e casal, você fica ali por uma média de cinco minutos parado. Então, como a escola vai ficar cinco minutos parada com o componente na mesma posição? Então, os componentes da Mocidade, ele são sim, orientados e motivados a ter um posicionamento e um andamento solto. Só que, assim, isso aí é meio intuitivo do componente. O componente sabe também que ele não pode entrar na outra ala, não pode deixar um buraco. E, os componentes da Mocidade se cobram muito entre eles. Então, mesmo querendo fazer essas coisas mais à vontade, eles mesmos se cobram para não deixar nenhum defeito, nenhum erro na escola. Então, a gente tem se colocado de forma mais didática nos ensaios explicando e fazendo com que essa movimentação seja mais nítida. Se você pegar um desfile da Mocidade de 2017 para cá, você sente diferença. E, olha que em 2017 já era a mesma equipe. Só que com 2020, a gente introduziu aquilo que deu certo e aos poucos a gente vai introduzindo outras coisas”.

Qual o impacto para a Mocidade do carro de som ser praticamente o mesmo da Vila Maria e no dia seguinte eles desfilarem lá em São Paulo?

Marquinho Marino: “Melhor dos mundos não é. Melhor dos mundos seria se a Vila Maria desfilasse na sexta-feira e a Mocidade na segunda. Automaticamente você teria três dias de descanso para o cantor. Nós não estamos falando de máquinas, estamos falando de seres humanos. O Wander é um cara que se cuida, é um cara chato com essas questões vocais, treinamentos, e questões mesmo de repouso. Ele, por si só, já faz esse tipo de trabalho. Mas, evidentemente, que é temeroso de um dia para o outro, isso aí não vou ser hipócrita de dizer para você que eu não me preocupo. Mas, eu acho que isso vem muito do individual, do organismo de cada um. Evidente, que o Wander pelo profissional que ele é, ele já está preocupado com isso e se cuidando. O Wander, até mesmo nos ensaios, está com uma educação musical que dá a ele essa condição de se preservar mais. E, não tem para onde correr, com o que foi feito, com essa decisão que se tomou de ser nos mesmos dias, não tem outra opção”.

Sobre enredo. A pergunta é: a Mocidade identificou que ter um discurso bom no enredo é meio caminho para o sucesso do desfile? Acha que as escolas entenderam que o enredo não pode ser mais qualquer coisa?

Marquinho Marino: “Assim, tem o meu pensamento e tem o pensamento real. O pensamento real é que evidentemente o enredo tem que tocar na escola. A escola para fazer o enredo dela, aquele enredo tem que tocar nela, tocar na história dela. Isso, a Beija-Flor, o Salgueiro e a Mocidade, a mesma coisa. O enredo tem que tocar. Muitas das vezes, eu não quero ser traído pelo destino, mas por exemplo, eu acho que na Mocidade, esse enredo, assim como o da Elza, e como outros que podem vir, são enredos que tocam na alma do independente, e conta a sua história, sua raiz, a sua luta, aí é evidente que isso vai falar mais alto. Mas, aí chega na hora e aparece um patrocínio de 5 milhões, 10 milhões, aí não serei eu que vou dizer que não tem que fazer. Evidentemente que o enredo, as escolas que apresentam um enredo que mostra a sua essência, elas levam vantagem com as outras Evidente que o carnaval não é só um quesito, estamos falando de nove, então o enredo acaba sendo um só. Mas, no enredo você ainda puxa fantasias e alegorias porque está contando aquele enredo. Mas, pode ser que um outro quesito dê algum problema. A gente não pode dizer que é preponderante, mas um enredo bem escolhido com um samba bem escolhido para aquele enredo, para a escola e que acerte no coração do independente, do torcedor como um todo ou componente, você tem aí 70 por cento do trabalho feito. Tem que fazer as suas obrigações, acaba bem os carros, ensaiar, mas o samba e o enredo vão te dar aquele algo a mais”.

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O torcedor da Mocidade aposta demais no desfile de 2022, mas existe a insegurança de ter plástica. O que você pode garantir sobre alegorias e fantasias para 2022?

Marquinho Marino: “Sobre a plástica da escola, a gente acabou com um ‘fake news’ muito grande que a gente sofria ao longo dos anos, de dizer que a escola estava atrasada. Como é que nós acabamos com isso? Eu comecei a todo sábado, eu trazia uma ala ou duas alas de comunidade, ou de segmento, para dentro da escola. Eu chegava na quadra e fazia um desafio: quem fizer o melhor ensaio hoje, a melhor ala, vai para o barracão sábado conhecer o carnaval. E, eles vieram para cá desde novembro, e isso foi até janeiro, nós trouxemos todas as alas aqui, automaticamente não tem mais espaço para ‘fake news’, nem para mentira. A pessoa está aqui dentro vendo. E quando a pessoa vê as coisas bem-acabadas, aquilo bem feito, ela automaticamente vai levar aquilo para fora, é o ‘boca a boca’. A desconfiança você tira trazendo eles aqui para dentro. E, quem está de fora vai ver uma Mocidade diferente, mas uma Mocidade diferente dentro das características da escola. Vai ser uma coisa suntuosa, uma coisa bem-acabada, bem trabalhada, bem artesanal mesmo, mas ao mesmo tempo, diferente daquilo que a escola apresentava em muitos anos. Eu estou muito feliz com a chegada do Fabinho (carnavalesco Fábio Ricardo), Fabinho fez um trabalho de projeto primoroso, a escola está fazendo com que aquele projeto seja levado na íntegra, com esses dois meses que nós ganhamos a mais, mais um motivo ainda para poder terminar melhor, até o barracão a gente chamou as equipes e conversou para acabar com mais esmero e menos pressa. Eu acho que o componente que for na concentração ver os carros de manhã vai ter muito orgulho da escola, e de noite, com as fantasias, e com o trabalho, se Deus quiser, que depende muito não só da competência, mas, da sorte, se der tudo certo, eu tenho certeza que a Mocidade, pode até não ser campeã, mas vai brigar por título até o último quesito, e se Deus quiser, vai ser a única bicampeã de abril (risos)”.

Show de ritmo: CARNAVALESCO e Guaracamp premiam os mestres de bateria do Tuiuti, Vila e Mangueira

Sob um forte chuva que caiu sobre o Sambódromo no último domingo (20), durante os ensaios técnicos do Paraíso do Tuiutí, Vila Isabel e Mangueira, o site CARNAVALESCO e o Guaracamp, na tradicional parceria para a cobertura dos desfiles e também dos ensaios, elegeram as baterias como os grandes destaques da noite.

Apesar do mau tempo, os ritmistas deram um show e conseguiram manter os componentes e o público animados. Os mestres Marcão, Macaco Branco e Wesley conduziram todo o ensaio com a mesma naturalidade de uma noite de verão, com calor e tempo aberto.

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A SuperSom foi a primeira escola a pisar na Sapucaí e sob a condução do mestre Marcão empolgou as arquibancadas. O experiente comandante disse que não conseguiu executar todas as surpresas que aparecerão no desfile e aproveitou para agradecer ao presidente Thor pela oportunidade. “Agora, a gente tem que seguir o caminho até o dia 23, mas eu estou muito satisfeito com o desempenho e o andamento. A gente vai crescendo gradativamente até o carnaval”, explicou.

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Depois foi a vez da Swingueira de Noel homenagear o grande baluarte da Vila Isabel. Martinho da Vila esteve no ensaio e atravessou a Avenida junto com o carro de som. Mestre Macaco Branco afirmou que conseguiu executar tudo o que vai apresentar no dia do desfile, mas dessa vez sem chuva. “Foi maravilhoso, mesmo com a chuva e é como diz a música: chuva forte lá na vila garoa. Nem essa chuva iria atrapalhar a gente de homenagear o nosso grande Martinho. A bateria hoje estava muito feliz em poder representar nossa cultura e agora devagarinho vamos comemorando”, disse.

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Ainda em ritmo de homenagem e fechando os trabalhos do segundo domingo dos ensaios técnicos foi a vez da “Tem que respeitar meu tamborim”, de Mestre Wesley cruzar a Marquês de Sapucaí homenageando os grandes nomes da Verde e Rosa. O mestre comparou o ensaio deste ano com o de 2019, que também foi debaixo de chuva “Nossa escola estava sendo criticada como um dos piores sambas e hoje, a gente mostrou a nossa força, num ensaio igual ao de 2019, com muita chuva, mas que nos abençoou e trouxe o título na quarta-feira de cinzas. Que em 2022 seja assim”, brincou.

Representantes do carnaval prestam homenagem na despedida de Maria Helena

A quadra da Imperatriz Leopoldinense, em Ramos, recebeu o velório da porta-bandeira, Maria Helena, que faleceu no domingo. Diversos integrantes das escolas de samba estiveram no local e conversaram com o site CARNAVALESCO. Veja abaixo.

O professor e formador de diversos casais de mestre-sala e porta-bandeira, Manoel Dionísio, falou sobre a importância de Maria Helena para os casais. “Não se pode falar dela sem o Chiquinho e dele sem ela. É o legado que fica para o mundo do samba. Maria Helena é garra, dignidade, dança, agressividade dançando, tinha uma brutalidade de dança, a primeira e única que tinha chegada na passarela. Quando ela passava, se sabia que a Imperatriz estava entrando, a rodada dela é inconfundível”.

Rafaela Theodoro, porta-bandeira da Imperatriz
“É muito difícil. Quando entrei na Imperatriz, ainda era uma menina, ela sempre me abraçou. Era uma mulher que você ama ou odeia. Deixou um legado para o mundo do samba. Eu sempre rendi homenagem e tive muito carinho, era recíproco. Ela amava a Imperatriz. Teve a reverência em vida. No início, confesso que fiquei com medo, porque ela tinha história de vida e carnaval. Era uma forma única de porta-bandeira. Diferencida pelo estilo de dança e o amor ao pavilhão. Ela se entregava. É muito difícil tentar seguir esse legado, é o que venho buscando dentro da escola. O símbolo maior é o pavilhão. Cada um tem sua identidade e história de vida. Busco sempre honrar o pavilhão da Imperatriz. É um peso muito grande, uma escola tão tradicional, familiar, e que teve um dos maiores casais do carnaval. Sempre pisei na avenida para fazer o melhor. Ela sempre me passou conselhos sobre a roupa, o pisar na quadra e agora procuro fazer isso com nossa oficina de casais de mestre-sala e porta-bandeira”.

A porta-bandeira, Jack Pessanha, da São Clemente, também falou da convivência com Maria Helena. “É uma referência muito forte. Me viu pequena, me ensinou muita coisa. É de uma tristeza muito grande perder esse ícone. Ela está viva em nossos corações”.

Mestre-sala do Salgueiro, Sidclei, conversou com o site CARNAVALESCO sobre a perda de Maria Helena. “Tia Maria Helena era chamada assim carinhosamente. Ela pegava na mão de quem estava chegando. Ela e o Chiquinho marcaram época. São referências. Fico triste, mas a família vai perpetuar o legado. Ela amava a Imperatriz e o carnaval. Com perseverança, ela atravessou todos os momentos. Ela merece todas honras dos casais e do samba”.

O casal da Viradouro, Julinho e Rute, esteve no velório e falou com o CARNAVALESCO sobre o legado de Maria Helena. “Estou perdendo a pessoa que sempre foi minha referência. Tive a honra de ter o amor e benção dela. Fui escolhida por ela. Sempre inspirou minha dança. Desde que eu comecei era ela que eu amava. A garra e gana que ela entrava na Avenida. Maria Helena me ensinou o que é conduzir um pavilhão. Minha escola é Maria Helena e que ela continue cuidando de mim”, disse Rute.

“É difícil falar de Maria Helena. Uma diva do carnaval. Símbolo de guerreira. Deixa um legado enorme. Fui nascido e criado em Ramos, ela era muita amiga do meu pai e sempre teve um carinho por mim, me chamava de sobrinho. Sempre tive admiração por ela e por Chiquinho”, completou o mestre-sala da Viradouro.

Uma das maiores referências do carnaval, a porta-bandeira Selminha Sorriso falou sobre Maria Helena. “Ela abençou minha primeira apresentação com o Claudinho há 30 anos na quadra da Estácio de Sá. Nossa classe chorava. Essa mulher tinha história de vida, uma mulher guerreira, uma rainha. Não tinha quem não se emocionasse vendo a Maria Helena com o pavilhão da Imperatriz”.

O intérprete Neguinho da Beija-Flor comentou a perda da Maria Helena. “O mundo do samba perde uma personalidade que vai fazer muita falta. Uma defensora do samba. Perdemos uma das principais representantes do carnaval”.

João Drumond sobre Maria Helena: ‘Ela era devota e apaixonada pela Imperatriz’

O diretor executivo da Imperatriz, João Drumond, disse que a escola fará uma homenagem para porta-bandeira Maria Helena, que faleceu no domingo, e sempre conduziu com muito amor o pavilhão gresilense. Ao site CARNAVALESCO, no velório da sambista, realizado na manhã desta segunda-feira, na quadra da escola, ele falou sobre a perda de um patrimônio da escola e do carnaval.

“Mensurar o tamanho do que a Maria Helena representa para escola é impossível. Muito além do que representou para os títulos, para dança e o quesito. Ela era devota e apaixonada pela Imperatriz. Me disse que não vivia sem o samba. Abria mão de tudo para estar com a gente. Dói muito perder a Maria Helena. Desde que assumimos a escola fizemos de tudo para dar tudo que ela merece e retribuirmos o que ela fez pela escola, mas não chegamos nem perto.

João Drumond falou da convivência com Maria Helena e que a porta-bandeira será homenageada pela escola.

“Só agradecer a oportunidade de poder conviver com ela e ter a sorte de ter a Maria Helena como símbolo da garra e amor que as pessoas sentem pela Imperatriz. Tenho certeza que o legado e a história não vão ser esquecidos, porque quem está aqui dentro veneram, respeitam e sabem a dimensão real do que ela representa. Agora, a gente tem que pensar com calma e fazer uma homenagem da forma que ela merece o quanto antes”.

Chiquinho sobre o amor de Maria Helena para Imperatriz: ‘A turma jovem que está chegando deixava ela orgulhosa’

O mestre-sala Chiquinho, filho da porta-bandeira Maria Helena, que faleceu no domingo, conversou com o site CARNAVALESCO, no velório da sambista, realizado na manhã desta segunda-feira, na quadra da escola. Ele abordou a saudade, mas também citou o legado que fica de amor ao samba e a Imperatriz Leopoldinense.

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Foto: Lucas Santos/Site CARNAVALESCO

“É uma perda. Uma lenda! Fez sua história com muita garra e sofrimento. O samba e a Imperatriz abriram um grande espaço para ela e fui de carona. Fomos o símbolo da nossa cultura. Vai deixar muita saudade. A metade de mim, da história que construímos juntos se foi, mas deixou um legado forte e firme. A paixão que ela tinha pela Imperatriz, pelo samba e pela arte era enorme. Tenho certeza que muita gente está sofrendo pela partida da minha mãe”.

Chiquinho frisou que Maria Helena estava contente pela mudança de ares na Imperatriz e a chegada de jovens integrantes, que estão participando ativamente do dia a dia da Verde e Branco de Ramos.

“Peço para todos que mantenham o carinho, amor e dedicação pela Imperatriz. Era só isso que ela queria ver na vida. Essa turma jovem que está chegando na escola era o grande orgulho da minha mãe. Fica a saudade”.