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Fotos: ensaio técnico do Salgueiro na Sapucaí

Fotos: ensaio técnico do Tuiuti na Sapucaí

Fotos: ensaio técnico da Mocidade na Sapucaí

Freddy Ferreira analisa a bateria do Salgueiro no ensaio técnico

Uma apresentação excelente da bateria “Furiosa” do Acadêmicos do Salgueiro, comandada pelos mestres Guilherme e Gustavo. Um ritmo salgueirense tradicional foi exibido, mas com bossas modernas e altamente casadas com o grande samba da escola branca e encarnada do bairro da Tijuca. O andamento cadenciado pela pista permitiu, além de maior equilíbrio, uma fluência plena entre os diversos naipes.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Na parte de trás do ritmo, uma bateria “Furiosa” com sua afinação característica, mais pesada, foi percebida. Os marcadores de primeira e segunda tocaram com a tradicional firmeza salgueirense, pulsando de forma precisa. Os surdos de terceira deram um balanço único à cozinha do Salgueiro, principalmente nas bossas, onde é possível dizer que se destacaram. Assim como caixas ressonantes e taróis eficientes complementaram a sonoridade dos médios, dando aquele aspecto particularmente furioso ao ritmo do Salgueiro.

Na cabeça da bateria do Salgueiro, uma ala de showcalho de nítida qualidade musical, tocou de forma conectada a um naipe de tamborins de elevada técnica, que exibiu um desenho rítmico plenamente integrado ao belo samba-enredo da Academia. Auxiliando no preenchimento musical das peças leves, um bom naipe de cuícas tocou de forma correta e eficaz.

O conjunto de bossas da bateria do Salgueiro é musicalmente profundo. Algumas complexas e de elevado grau de execução, mas todas exibidas de modo exímio por toda a pista. Os arranjos se basearam na pressão do peso das marcações para consolidar o ritmo, sem contar o luxuoso molho provocado pelos surdos de terceira salgueirenses, que deixaram a concepção musical das bossas moderna e praticamente refinada. Outro naipe que merece ser destacado nas paradinhas é o de caixas, sempre complementando com eficácia a sonoridade e garantindo consistência nas execuções.

Uma grande exibição da bateria do Salgueiro, sob a regência dos mestres Guilherme e Gustavo. Um ensaio para lavar a alma dos salgueirenses. Nem a chuva, que caiu de forma intensa por vezes, foi capaz de abalar o ânimo e a energia dos ritmistas da “Furiosa”, que usaram tal fato como motivação para deixarem seu melhor. Um ritmo plenamente integrado ao que pede a obra da Academia do Samba.

Freddy Ferreira analisa a bateria do Paraíso do Tuiuti no ensaio técnico

Uma apresentação muito boa da bateria do Paraíso do Tuiuti, sob o comando do consagrado mestre Marcão. Um ritmo enxuto, bem equilibrado e bastante equalizado foi exibido. O andamento confortável do ritmo da “Super Som” auxiliou na plena fluência entre os naipes.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Uma cozinha da bateria do Tuiuti muito bem afinada foi notada. Vale frisar que a maceta do surdo de primeira é maior em diâmetro que a das demais escolas, num recurso que teve origem na bateria do Vai Vai. Esse fato específico tem garantido um ressoar mais grave diferenciado dos marcadores de primeira do Tuiuti, que assim como os de segunda, foram firmes e precisos durante o ensaio da escola. Surdos de terceira deram um balanço considerável à parte de trás da bateria da escola de São Cristóvão. Um naipe de caixas de guerra com boa ressonância foi percebido, que junto de repiques coesos e bem integrados, preencheram com consistência a sonoridade da parte traseira do ritmo.

Na cabeça da bateria do Paraíso do Tuiuti, um naipe de chocalhos fabuloso executou seu desenho rítmico com altíssima qualidade técnica. Tudo isso entrelaçado com uma ala de tamborins de nítida virtude musical, que realizou uma convenção que tinha como base o melodioso samba-enredo da agremiação do bairro imperial. Uma boa ala de cuícas também auxiliou no preenchimento da sonoridade da frente do ritmo da “Super Som”.

Bossas altamente musicais e conectadas a melodia do samba foram exibidas. Algumas, inclusive, com elevado grau de dificuldade de execução, mas com exibições impecáveis pela pista. É possível dizer, inclusive, que o leque de bossas com uma sonoridade encantadora trouxe o público para cair dentro do ritmo da bateria do Tuiuti, provocando interações em alguns pontos da pista. A paradinha de maior impacto musical e interativo foi a do solo dos tamborins, com chocalhos, somente com surdo de primeira marcando. Apesar de arriscada por depender muito do som da Avenida, a concepção musical é moderna e atrevida.

Um ensaio técnico que mostrou uma bateria “Super Som” do Tuiuti praticamente pronta para o desfile oficial e sonhando em repetir a pontuação máxima. Um ritmo com limpeza entre os naipes, que garantiu consistência em toda a sonoridade. Mestre Marcão e seus diretores certamente saíram satisfeitos, após um grande treino realizado no campo de jogo.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Mocidade no ensaio técnico

Um ótimo ensaio técnico da bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, confirmando a boa fase de mestre Dudu no comando da verde e branca da zona Oeste. Um ritmo conectado ao enredo, com convenções bastante musicais e arranjos com uma concepção invejável, que se mostraram sobretudo funcionais.

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Foto: Sad Coxa/Divulgação Rio Carnaval

Na parte de trás do ritmo, a tradicional afinação de timbres invertidos dos surdos foi percebida. Os marcadores foram precisos e firmes durante todo o ensaio. O balanço envolvente dos surdos de terceira foi notado. A genuína batida de caixas rufada, com acentuação na mão invertida se mostrou em bom nível durante o cortejo. Um naipe de repiques profundamente técnico também auxiliou no preenchimento da sonoridade da cozinha da bateria “Não Existe Mais Quente”.

Já na cabeça da bateria, um naipe de tamborins de elevada técnica tocou de modo interligado a uma ala de chocalhos simplesmente sublime, incluindo a peculiar subida cascavel após a chamada do repique. O desenho rítmico dos tamborins foi pautado pela melodia do samba da Estrela Guia e executado de modo caprichado e uníssono. Uma boa ala de cuícas também ajudou no complemento musical das peças leves, junto de um naipe correto de agogôs de duas campanas (bocas).

As bossas independentes se aproveitavam das nuances da melodia para consolidar seu ritmo. A levada nordestina no arranjo musical do refrão que antecede o principal se mostrou eficiente, produzindo uma sonoridade impecável, além de dançante. Outra paradinha que cativou o público e recebeu certa ovação, foi a do final do refrão do meio, em que os ritmistas se abaixavam e subiam de forma progressiva, conforme executavam a batida chapada junto da variação na melodia do samba da Mocidade. Além de culturalmente atrelado ao enredo, o leque de bossas da bateria NEMQ se provou funcional na prática, sendo bem apresentado e bastante apreciado pelos presentes.

A bateria da Mocidade fez um ótimo ensaio técnico, repleto de êxitos musicais e interações populares. Uma sonoridade culturalmente interligada ao tema da agremiação sobre o Caju foi apresentada, com um notável equilíbrio entre os naipes, além de uma fluidez rítmica, proporcionada pela boa distinção entre os diversos timbres. Mestre Dudu, seus diretores e ritmistas têm motivos de sobra para voltarem para Padre Miguel felizes com o desempenho da bateria e esperançosos para repetirem a nota máxima do carnaval passado.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira é destaque no ensaio técnico do Uirapuru da Mooca

Na noite deste último sábado, o Uirapuru da Mooca realizou o seu ensaio técnico visando o Carnaval 2024. Foi um treino que começou tudo certo, mas depois que a escola passou pelo recuo, caiu aquele típico temporal paulistano. Porém, em análise, foi algo regular. Dá para destacar positivamente somente o casal de mestre-sala e porta-bandeira, que teve um desempenho correto e se mostrou totalmente entrosado. Principalmente a porta-bandeira, que segurou o pavilhão com o forte vento que fazia. Os demais quesitos, tiveram desempenho médio ou com falhas.

O Uirapuru terá somente este ensaio e o enredo é “Da Estrela Guia Que Brilha No Céu, Vem Aí, A Mocidade Independente de Padre Miguel”, com realização do carnavalesco, Antônio Carlos Ghiraldini.

Comissão de frente

A ala fazia movimentos dentro do samba-enredo, que remete aos principais momentos da verde e branco da Vila Vintém. Os componentes estavam vestidos de roupas curtas, sendo vestidos ou somente saias nas cores tipo rosê. Entretanto, em alguns momentos do samba ficava um tanto confuso, pois não havia coreografia em alguns versos. Os componentes simplesmente caminhavam ou paravam.

O ponto alto da coreografia é o refrão do meio, onde os integrantes fazem o movimento de batendo o tambor. A estrofe cita o mestre André e a bateria “Não Existe Mais Quente”, da Mocidade.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Foi o destaque do ensaio do Uirapuru. O casal Anderson Guedes e Pâmela Yuri, performou de maneira satisfatória. Os movimentos sincronizados e a coreografia dentro do samba, mostraram que estão totalmente ensaiados. A porta-bandeira não tirou o sorriso do rosto e realmente teve um grande desempenho.

No momento já fazia uma grande ventania, mas Pâmela teve uma grande força para segurar o pavilhão e não deixar a bandeira enrolar. Foi um ensaio ‘redondo’, que pode ser destacado entre os demais quesitos.

Harmonia

Já o canto da escola é um destaque negativo. Nitidamente a maioria dos componentes ensaiaram sem saber cantar o samba. Até tentavam, mas saía um verso ou outro. Essa situação só foi melhorar nas últimas alas da escola. Curiosamente a ala das baianas era a que mais cantava no primeiro setor do treino. Curiosamente, a ala das baianas sabia melhor a trilha-sonora do que as próprias alas comerciais. O quesito harmonia é um ponto para a agremiação ficar de olho.

Evolução

Se o canto não funcionou, pelo menos os componentes tentaram fazer valer o ensaio na base da empolgação com a dança. As primeiras alas tinham coreografias especiais e foi funcional. Aliás, a escola aparentemente vai apostar bastante neste tipo de estratégia, pois até fechou o treino com uma ala coreografada.

Dentro dessa evolução, a maioria das alas carregavam bexigas nas cores das alas, o que dava um contraste maior dentro da pista.

Samba-enredo

É um dos sambas mais bem requisitados do Grupo de Acesso II. O enredo é uma homenagem à Mocidade Independente de Padre Miguel e conta tudo sobre a escola. A fundação no futebol, principais enredos, invenção de paradinhas e cita mestre André, por exemplo. Além de ter uma melodia alegre.

O intérprete André Ricardo teve uma performance satisfatória junto aos demais apoios. O cantor é experiente e também faz parte do time musical do Tatuapé.

Outros destaques

A bateria ‘Moocadência’, regida por Murilo Borges, soltou bossas estratégicas. Optou por fazer um ensaio marcando o samba-enredo.

Como foi citado anteriormente, a ala das baianas teve uma performance no canto que sobressaiu as demais alas do primeiro setor. As mães do samba estavam vestidas com branco na frente e detalhes em azul e amarelo, que são as cores da agremiação.

Em homenagem a Eduardo Basílio, a Amizade Zona Leste traz Rosas de Ouro em ensaio

O Amizade Zona Leste entrou na pista no fim da tarde de sábado, e com um clima de Rosas de Ouro na pista, afinal, o enredo é “Eduardo Basílio — Um Mar de Rosas de Ouro. Do Quilombo da Brasilândia para o Mundo”. A agremiação só volta ao Sambódromo do Anhembi no dia do desfile, quarta escola a desfilar no dia 3 de fevereiro. O ponto de destaque para a agremiação foi o canto nas paradonas realizadas pela bateria Batucada do Amizade.

Mestre-sala e porta-bandeira

Casal Maria Cristina e João tem a intensidade do mestre sala e a tranquilidade e elegância da Maria, conseguiram conectar os giros, com sorriso no rosto, cantando o samba. É um casal montado para esse ano de 2024, e passou com tranquilidade pela pista. É curioso ver que João tem se adaptado bastante com a nova porta-bandeira, mudou um pouco de estilo sem perder sua intensidade, mas adequou. Neste primeiro ensaio técnico, fizeram os atos necessários, os giros horário e anti-horário, bem verdade que um ritmo mais cadenciado, porém conectados e sincronizados. Destaco também a energia de ambos na pista, e como já citado, o canto.

Samba-enredo

É um samba-enredo muito fácil e bem gostoso de ser escutado, tem momentos de explosão, “Quem brilha no céu, a estrela mais linda, Eduardo Basílio, o samba é você. E a zona leste em azul e rosa, aplausos para te agradecer”, ou o outro refrão que é “se você não conhece, venha conhecer “. Venha colher rosas, ver o sol nascer”, ambos momentos tiveram bom desempenho da comunidade. A ala musical de Audato Jr e Eliezer PQP corresponderam muito bem, conduziram o samba do início ao fim com leveza, a melodia funcionou bem no Anhembi, e deu para sentir o público gostando do que estava escutando enquanto o Amizade passava.

Harmonia

São dois pontos a serem frisados, a agremiação da Zona Leste cantou. Mas a explosão só veio nos refrões, e geralmente conduzida pela Batucada do Amizade que parou para sentir o canto, de fato correspondeu. Mas diria que é preciso ter uma maior regularidade neste canto durante o desfile. A ala mais alegre era a última, uma energia muito grande, mesmo que com passos marcados, afinal era ala coreografada. Escola sempre aplaudindo no ‘aplausos para te agradecer’ e respondia em outros momentos que o samba pedia. De fato, é uma escola que vem bem compacta e com alguns passos marcados. Não contém tantos integrantes, mas tinha alas com camisas da Rosas de Ouro, ou seja, muita gente da agremiação comandada por Angelina estará na pista no dia 3 de fevereiro.

Evolução

É uma escola muito compacta, e como citado acima, não veio com tantos integrantes, portanto facilita e muito o trabalho da evolução. É uma escola que desfila com muita organização, evita deixar qualquer espaço e conseguiu completar assim. Ao mesmo tempo, não é tão leve, pois cumpre o ritmo exigido pela agremiação, e tem muitos passos marcados. Bem verdade que foram trabalhados, mas era legal os componentes terem um pouco mais de leveza na ala, curtirem mais o carnaval. Mas olhando o quesito e julgando ele, repito, foram muito bem, passou pelo Anhembi com 49m58s, quando fechou o portão sem risco algum.

Comissão de frente

A comissão de frente, comandada por Márcio Akira, estava dividida, uma parte vestida de rosa, mais precisamente cinco componentes, e a outra parte de azul. A turma rosa saia do elemento sambava e aplaudia no trecho ‘aplauso para agradecer’, em passos de malandro à frente do elemento. Em um momento viam os de azul e dançavam juntos em dupla. Porém neste ano, uma das duplas de azul não teve companheiro. As cores e a dança estavam representando o passado e o futuro. A apresentação de fato era longa, tinha momentos da turma de azul, outro da de rosa, e por fim juntas, mas teve essa questão de uma das duplas na hora da mistura do azul e rosa, ficar sem companheiro, não pareceu proposital, pois ficou solto neste momento da coreografia.

Outros destaques

A bateria comandada por Vinícius Nagy ousou nas paradonas até para testar o canto da agremiação. Foram algumas registradas, a primeira com 17 minutos, a comunidade cantou bastante, na parte do Eduardo Basílio, em 21 minutos pararam novamente. Depois com 29 minutos novamente no recuo. Outra paradona aos 37 para os 38, a escola cantou bastante. Por fim, aos 42 minutos, a bateria correspondeu no canto, a escola já estava no penúltimo setor. A bateria não veio com tantos ritmistas, pelas contas foram dez fileiras.

A presidente Angelina, da Rosas de Ouro, estava presente na frente da escola, sempre muito carinhosa e interativa, veio logo à frente da faixa em homenagem ao Eduardo Basílio.

A corte do Amizade é grande, e muito simpática, a rainha Katharina Monteiro, a madrinha Vanessa Oliveira, a princesa Nathalia Ferreira, ainda tem o destaque Gabriel e uma princesinha, criança que esbanja alegria. Vale destacar também a ala de inclusão social da escola, que contém cadeirantes desfilando junto com acompanhante.