Mais uma novidade para os desfiles da Intendente Magalhães. A Superliga Carnavalesca do Brasil decidiu, após votação em Assembleia Extraordinária realizada nesta segunda-feira que os desfiles das séries Prata, Bronze e Grupo de Avaliação, começarão a partir das 19h. A medida tem por objetivo otimizar as apresentações das escolas, além de liberar antecipadamente o tráfego de veículos da região, promovendo a viabilização da mobilidade urbana durante esse período do carnaval. O presidente Pedro Silva comentou sobre a mudança dos horários.
Foto: Andy Manhães/Divulgação.
“Estamos sempre em busca de melhorias para o espetáculo, os desfiles e o evento como um todo. Isso inclui também o entorno, os bairros que circundam a Passarela do Povo, impactando no bem-estar dos componentes das escolas, foliões, visitantes e moradores da região. A mudança no horário, passando das 20h para às 19h, otimiza a logística do evento, antecipando a apresentação dos desfiles, evitando atrasos e viabilizando a liberação das vias públicas para o tráfego de veículos na região”.
Os desfiles do Grupo de Avaliação acontecerão no dia 11 de fevereiro, enquanto a Série Bronze desfilará nos dias 12 e 17. A Série Prata, cujos vencedores conquistam vaga para a Série Ouro em 2025, terá suas apresentações nos dias 13 e 16 de fevereiro. Conhecida como a Passarela do Povo, a Intendente Magalhães tornou-se patrimônio cultural e imaterial do Rio de Janeiro desde setembro de 2023.
Após intensas chuvas que castigaram o Rio de Janeiro desde o último sábado à tarde a União do Parque Acari enfrenta desafios inesperados às vésperas de sua estreia na Série Ouro da Liga-RJ. A quadra da agremiação que fica no Complexo do Acari foi alagada, resultando em consideráveis danos materiais.
Foto: Divulgação
No domingo, um dia dedicado ao árduo trabalho de recuperação, cerca de 60% das fantasias planejadas para o próximo desfile foram afetadas pela inundação. O presidente, Dudu, presente durante todo o dia na quadra, testemunhou os estragos significativos causados pelas águas.
“Estou profundamente abalado com tudo o que ocorreu na comunidade do Acari diante dessa chuva que assolou o Rio de Janeiro, especialmente a Zona Norte. Realmente, aproximadamente 60% das fantasias que estávamos confeccionando foram praticamente destruídas. Isso abalou profundamente nossa estrutura. Vamos precisar muito do apoio das pessoas, pois além da escassez de recursos, enfrentamos a luta contra o tempo, faltando menos de 3 semanas para o Carnaval de 2024”, relata o presidente Dudu.
Os prejuízos contabilizados revelam que mais de 700 fantasias da União do Parque Acari foram danificadas devido à água que invadiu a quadra localizada na Rua Piracambu. O desafio agora é recuperar o que foi perdido e garantir que a agremiação esteja pronta para brilhar em sua estreia na Série Ouro.
A escola de samba tricolor do Complexo do Acari será a primeira a desfilar na avenida Marquês de Sapucaí, em 9 de fevereiro, marcando sua estreia na Série Ouro da Liga-RJ.
Já virou rotina: toda terça-feira tem ensaio de rua e roda de samba no Império Serrano. E nesta terça não será diferente! Preparando-se para o Carnaval 2024, a escola da Serrinha segue com a sua rotina de treinos na Estrada do Portela, a partir das 20h. Em seguida, o “Samba do Reizinho” ganha a quadra com entrada franca.
Assim como na última semana, a roda de samba terá participação especial do cantor Arlindinho. Ele vai cantar o melhor do samba e do pagode, como os clássicos eternizados na voz do seu pai Arlindo Cruz. O evento acontece logo após o ensaio de rua do Império Serrano.
O Reizinho de Madureira já está em contagem regressiva para pisar forte na Sapucaí. A escola vai fechar os desfiles da Série Ouro, sendo a oitava a desfilar no sábado de carnaval, em 10 de fevereiro, com o enredo “Ilú-ọba Ọ̀yọ́: a gira dos ancestrais”, do carnavalesco Alex de Souza.
Sob um Sol escaldante no último domingo, a Imperatriz da Paulicéia realizou o primeiro ensaio técnico da agremiação no Anhembi em vista do carnaval 2024. Com um ótimo carro de som e uma canção elogiada pelos sambistas paulistanos, as condições climáticas adversas prejudicaram outros pontos da instituição, que defenderá o enredo “Maracatu – Bendito é o seu Rito”, que será o terceiro desfile a ser exibido no dia 03 de fevereiro, no Grupo de Acesso II.
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Samba-enredo
A safra do Grupo de Acesso II de São Paulo em 2024 é elogiada por muitos amantes do samba paulistano e brasileiro. Em tal agrupamento, a canção da Imperatriz da Pauliceia já se destaca. Ao vivo, a canção ganha ainda mais força graças ao ótimo desempenho da Swing da Pauliceia, bateria comandada por mestra Rafa, e pelo igualmente ótima tarde de Tiganá, intérprete da azul e branca. Bastante cadenciada, a música era facilmente dançada e cantarolada por todos que estavam no Anhembi – não apenas componentes.
Comissão de frente
O refrão do meio do samba-enredo é claro ao citar o rei e a rainha no enredo. E a comissão de frente representa exatamente tais figuras, que aparecem com destaque na coreografia. Os demais componentes representam as demais pessoas da corte, guardiões do casal real. Todos eles tinham calças azuis (com exceção do rei, de vermelho): os guardiões e guardiãs apareciam com roupas brancas por cima, com o rei e a rainha utilizando roupas douradas. Importante destacar, também, que o segmento veio sem tripés, ao contrário da grande maioria das coirmãs. Apesar do forte calor, os componentes dançaram com bastante energia, sempre marcando o samba.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Dos segmentos que mais sentem condições climáticas adversas, Ronaldo Ferreira e Leila Cruz focaram na segurança. Executando giros mais cadenciados para poupar esforços (sobretudo nos primeiros setores), o casal soube dosar a quantidade exata de energia ao longo de toda a passarela. Vale registrar o desfraldamento fácil do pavilhão em todos os instantes e, também, a ótima sincronia entre ambos – vestidos com cores neutras – pendendo muito para o branco.
Evolução
O fato da escola não costumar vir com muitos componentes para o Anhembi foi um trunfo neste domingo, já que a Evolução pode, naturalmente, ser mais cadenciada sem grandes prejuízos. Com tal vantagem, a Imperatriz usou e abusou da inteligência para não se desgastar – e, ainda assim, se movimentar de maneira uniforme, sem sobressalto algum.
Harmonia
O quesito que mais merece observação de toda a escola foi, claramente, afetado pelo calor bastante forte no Anhembi. A “cabeça” (no jargão carnavalesco, o começo) da escola trazia segmentos que, por inúmeros motivos, costumam cantar pouco – como a Comissão de Frente, a Velha Guarda e a Ala das Baianas. Por conta disso, a agremiação já adentrou o Anhembi em volume mais baixo. Se alguns agrupamentos estavam cantando bem (como a ala depois do abre-alas e o segundo setor no geral), hava irregularidades – já que outros componentes não colaboravam tanto assim, como a ala que veio após o casal mirim da agremiação.
Outros destaques
Já citada anteriormente, a Swing da Pauliceia teve atuação bastante sóbria no ensaio técnico: sem executar tantas bossas, os comandados por mestra Rafa souberam sustentar muito bem o samba-enredo com desenhos contidos de determinados naipes. Vale destacar, também, que, ao voltar para o recuo, os ritmistas entram na frente de passistas e de outra ala – ao contrário do que muitas escolas fazem.
Cheia de novidades para 2024, a Estrela do Terceiro Milênio fez seu primeiro ensaio técnico neste domingo, dia 15 de janeiro, e vai trazer o enredo: “Vovó Cici conta e o Grajaú canta: O Mito da Criação”, sendo a sétima escola a desfilar no domingo, 11 de fevereiro, no Grupo de Acesso I. Neste primeiro ensaio podemos destacar o conjunto da escola, mas um quesito que merece algo a parte é a ‘Pegada da Coruja’, a bateria da escola fez uma grande apresentação, sacudindo a Monumental.
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Comissão de frente
A comissão bem teatral com três crianças, tinha uma coroação para uma das integrantes que ficava dentro do elenco alegórico, saia atordoada e desmaiava no colo dos integrantes, uma hora o vestido preto e na outra um branco e os componentes puxavam as pontas. Três partes do elemento alegórico abriram e encenaram enquanto outra parte ia para a pista dançar. Mais uma vez, a comissão coreografada por Régis, mostra toda sua teatralidade, e claramente traz referência a Vovó Cici que é a grande homenageada. Arrancou a atenção do público, pois são alguns atos que vão acontecendo e mudanças de cenário, pessoas, até chegar nesta espécie de coroação, apesar de não ser uma coroa de fato e sim um capacete Portanto, a comissão de frente também teve um destaque importante no ensaio.
Harmonia
O quesito foi bem coeso na Milênio, manteve a regularidade do canto entre as alas. Ainda que a agremiação possa cantar um pouco mais pelo que conhecemos, não podemos dizer que deixaram de cantar ou cantaram pouco. Foi bem regular, e a comunidade sabendo o samba que é bem alto astral, alegre, o que é importante. Os melhores momentos de canto, ou na harmonia, foi justamente quando a bateria explodiu em fazer paradinhas, bossas, em frente a monumental. A própria bateria cantou bastante. A ala 7 foi uma das mais animadas, é uma ala grande, e cantou bastante. Ala 11 também muito animada. As crianças também mostraram muito ânimo.
Evolução
Uma das poucas escolas que contam com numeração entre os harmonias ao lado da pista, o que facilita muito identificar cada ala, onde termina os setores da agremiação. É um dos fatores para constatar o quanto a Milênio é organizada. E assim foi na evolução da escola, bem compacta, desfilando com tranquilidade, no fim diminuiu um pouco o passo, mas nada que fosse prejudicar muito. Terminou aproximadamente em 54 minutos, uma apresentação bem tranquila e leve.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal Arthur e Waleska encarou o vento, dançando com sorrisos e sincronia, demonstrou ser um casal bem intenso. Vale citar que Waleska já com sua experiência e intensidade no seu modo de dançar, enquanto Arthur, era segundo mestre-sala da agremiação, muito jovem, mas também com uma grande energia e intensidade. Durante a passagem pela pista, fizeram giros sincronizados. Teve um momento, logo ao entrarem na monumental, que mostrou o entrosamento do casal, onde conectam as mãos, olhando um para o outro e fazem o mesmo movimento de um agachamento rápido para assim começarem os giros e fazerem apresentação.
Samba-enredo
Primeiramente temos que dizer sobre Grazzi Brasil, que fase vive, conduzindo muito bem e criando cada vez mais sua identidade com a Milênio. Ganhou um reforço, Darlan Alves, e neste começo da nova dupla, estão funcionando bem, entrosados, interagindo bastante um com o outro, dando espaço para o outro em cada trecho. Falando sobre o samba, podemos destacar que é leve, e a comunidade canta bastante, a ala musical colabora fluindo bem e com bom entrosamento. Como diz um trecho do samba que a comunidade gosta: “Canta forte Grajaú, faz tremer o seu ilé”.
Outros destaques
A bateria “Pegada da Coruja” comandada por mestre Vitor Velloso deu um show, pode ver no Twitter do site CARNAVALESCO, tem dois minutos da apresentação em frente a Monumental. Foram três paradinhas por ali, ou melhor, uma foi uma paradona, cerca de dois minutos. Foi um show, escola cantando, e a bateria também, ou seja, ecoou no Anhembi. Levantou o público, entre os 17 e 19 minutos de desfile. Na segunda parte após saída do recuo, apostaram em bossas em diversos momentos na reta final do desfile, e também fizeram a galera que assistia levantar. A corte de bateria da Milênio corresponde muito bem com Mirela, Mah e Geovanna.
A torcida da Coruja sempre é algo a ser destacada, faz a festa nas arquibancadas, é uma ala extra em todo ensaio ou desfile da comunidade. Acende seus sinalizadores, tem bandeirões, faixas, vibra com a escola, é uma força extra, ainda mais no calor que estava naquele momento.
Foi a terceira escola da tarde, e ainda sim pegou um forte calor, principalmente na concentração, o que obviamente desgasta componentes. Já batia um vento, que até citamos acima na apresentação do casal, mas ainda sim estava muito quente. Inclusive teve componente passando mal ainda na concentração, durante a pista não vi casos como aconteceu nas duas escolas que antecederam a Milênio.
Wenny Isa, rainha de bateria Caldeirão da Zona Oeste, comentou em entrevista para o site CARNAVALESCO sobre sua relação com o carnaval e o que representa para ela ser rainha de bateria. Com apenas 14 anos, ela já passou algumas escolas no carnaval carioca. Nesse ano estreia como musa na Portela e rainha dos ritmistas da Independente de Boa Vista, no Espírito Santo. Além de manter sua coroa na bateria da Unidos de Bangu.
Wenny conta que se apaixonou pela querida da Zona Oeste.“Eu amo, amo, amo essa comunidade. Eu amo ter esse carinho que as pessoas me dão. Esse carinho é muito importante porque me faz querer continuar”, disse emocionada.
Além disso, ela entende que o título da realeza e a bateria tem um grande significado. “O carnaval é a nossa cultura e ser rainha de bateria é estar no coração de toda a escola de samba. Porque a escola de samba vem da bateria, vem com mestre-sala e porta-bandeira, as baianas, a velha guarda, mas a gente não pode esquecer da bateria, que é o que faz tudo se movimentar e todo mundo sambar”, comentou Wenny Isa.
Ela, além de ser um sucesso no mundo do carnaval, esse ano lançou seu primeiro álbum como artista. A cantora é um sucesso nas redes sociais, tendo mais de 950 mil seguidores no Instagram. No entanto, junto com a fama, amor e fans, vem o “hate”. A influencer abriu o coração sobre os ataques virtuais que tem sofrido. Ela reconhece a pressão constante, mas em vez de se deixar abalar, lembra do amor e carinho que recebe.
“A pressão realmente existe, porém, em vez de me abater por ela, eu continuo e às vezes as pessoas atacam, porém, quando eu recebo esse ataque, eu reverto ele, penso nas pessoas que me fazem bem e assim eu continuo. Você se torna mais forte”, garantiu.
Wenny disse como consegue transformar isso em força para continuar. De acordo com ela, o principal é persistir: “É persistir e se agarrar nas pessoas que você mais ama. Porque você, pensando nas pessoas que você mais ama. Mesmo que não tenha alguém ali pra te apoiar, você tem que acreditar em si mesmo, porque você tem que acordar todo dia, se olhar no espelho e falar que você se ama. Se você se amar, você consegue muito, e com Deus você também consegue”, contou.
Wenny carrega o legado familiar com orgulho. Antes dela, o posto na Unidos de Bangu foi ocupado inicialmente por Lexa e depois por Darlin, que, ao se tornar rainha no Império Serrano, passou a coroa para sua filha mais nova. As duas tiveram um papel fundamental na construção de quem é a Wendy hoje.
“Elas me ensinaram a persistir. Eu lembro quando eu era pequenininha, uns oito anos, eu vi a minha irmã e minha mãe desfilarem e eu fiquei muito feliz. Eu ficava pulando na cama, querendo ser assim também. E daí, elas me ensinaram a ser quem eu sou”, afirma Wenny Isa.
Ainda, a caçula compreendeu o que é representar uma escola de samba por meio desse legado. “A referência da minha irmã e da minha mãe é maravilhosa porque, assim, é com elas que eu aprendi que eu tenho que ser feliz na frente da bateria”, disse ao ser questionada sobre as mulheres que inspiraram a trajetória avenida. “Em qualquer posto que eu esteja, o que importa é eu estar feliz no carnaval”, completou.
A rainha expressou grande admiração pelo enredo da escola deste ano, “Jorge da Capadócia”, criado pelo carnavalesco Robson Goulart e com sinopse de Amarildo de Mello. “A Bangu vai entrar na avenida arrasando, com um enredo maravilhoso. A história é super forte, até porque é que é meu santo! Ela vai vir muito forte e com samba muito bom”, explicou. A escola vai ser a sétima escola na sábado de carnaval.
Para 2024, os Gaviões da Fiel irá mudar completamente o seu estilo de desfile que criou nos últimos dois anos. Em 2022, com o enredo “Basta”, a comunidade alvinegra clamou pelo fim do preconceito e a tão sonhada igualdade social. No carnaval passado, a ‘torcida que samba’, falou das diversas religiões, colocando até a questão da intolerância religiosa dentro da apresentação. São os chamados enredos densos. Entretanto, com o tema “Vou te levar pro infinito”, a Fiel Torcida promete algo mais descontraído para o próximo desfile. Declaradamente uma proposta leve e plasticamente colorida. Por isso, a contratação dos profissionais Rodrigo Meiners e Rhayner Pereira, que se junta à Júlio Poloni, formando um trio de carnavalescos para 2024. O site CARNAVALESCO teve acesso ao barracão da agremiação e conversou com Rodrigo Meiners, um dos responsáveis pelo desfile dos Gaviões da Fiel.
Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO
Surgimento do enredo
O artista contou brevemente o surgimento do enredo, e que a proposta de sair dos temas ‘provocativos’ foi estratégico e pedido pela comunidade.
“É um enredo de ideia do Júlio Poloni, que tem a ideia desde a infância. A gente chegou a apresentar aqui 10 temas, mas por estratégia de desfile da agremiação, foi cortando logo de cara e a escola saiu um pouco da polêmica do carnaval de São Paulo. Os Gaviões havia trazido dois enredos fortes, críticos nesse sentido de engajamento político. Eles decidiram que não queriam mais isso. Nós fizemos um mapeamento nas redes sociais, e logo quando a gente foi anunciado, vimos a comunidade pedindo uma escola mais leve, sem polêmica e entendemos que isso é super importante para o carnaval, que tem esse papel. Só que o carnaval tem 33 escolas, juntando todos os grupos. Não é obrigação dos Gaviões da Fiel fazer esse enredo todo ano. A gente optou por fazer esse tema, que é voltado mais para o visual, que a gente sabia que seria mais difícil de as pessoas entenderem, dos compositores fazerem sambas, mas com essas mudanças de regulamento de criatividade, variação de forma, de cor, material, escolhemos um visual diferente. Fora do negro, da política, da religião, que é o que os Gaviões vinha trazendo”.
A explicação do tema
Essa viagem pelo infinito será grande. Rodrigo conta que a escola vai do espaço sideral até a demonstração de amor da Fiel Torcida pelo Corinthians.
“’Vou te levar pro infinito’ é um delírio em tudo o que é infinito no mundo e na sociedade fazendo um questionamento se realmente as questões ambientais e da natureza são infinitas. Ou se a infinita ambição e ganância do homem. Nosso primeiro setor é o espaço sideral, nosso segundo setor é a natureza e o nosso terceiro setor, que é o meio do desfile, a gente para e faz o questionamento se as espécies são realmente infinitas, se o homem vai conviver em comunhão com isso ou se a ganância do homem vai ser infinita e vai destruir o infinito da natureza. Nosso quarto setor a gente fala de imaginação e criatividade. Nosso último setor a gente termina com o amor, finalizando obviamente com o amor dos Gaviões pelo Corinthians, que é o maio infinito de todos nós que estamos aqui”.
O que mais encantou
De acordo com Meiners, os Gaviões pode fazer uma grande apresentação no sentido visual. E isso é o que mais fascina o carnavalesco dentro do tema.
“Me fascinou a quantidade e possibilidades de recursos visual e estético que a gente tem para levar nesse desfile. A gente tem uma narrativa sequencial, mas todos os setores estão ligados um ao outro. Nos permite construir um visual completamente diferente. Essa mudança de regulamento, de mudança de forma, variação de cores, que está se prometendo, esse tema nos permite fazer isso. Eu acho que isso facilita uma identificação do público e eu bato isso na tecla em todas as entrevistas e reuniões. Todo mundo sabe que os Gaviões é mais do que maioria na arquibancada. Eles são componentes, mas não estão na pista. Vão na quadra, mas não tem como desfilar no Anhembi. Não tem tempo, dinheiro para fazer fantasia. Então se a gente fazer com que o componente entenda esse enredo e tenha fácil identificação, eu acho que a gente possa conseguir uma explosão”.
Saudosismo necessário
Quando se ouve ‘vou te levar pro infinito’, os mais saudosistas sambistas paulistanos logo irão se recordar do refrão do meio do samba-enredo dos Gaviões de 1995. A trilha-sonora foi um sucesso transcendeu o carnaval de São Paulo, além de ter dado o primeiro título para a agremiação do Bom Retiro. Sendo assim, naturalmente se questiona se terá uma ligação entre 1995 e 2024, mas Rodrigo descarta essa possibilidade e explica que o título do enredo foi criado para cativar o componente e torcedor da escola.
“Diretamente, não. ‘Vou te levar pro infinito’ é a frase do 95, mas os temas não se encontram em nenhum momento. Foi uma coincidência. Vamos falar do infinito. A gente escolhe trazer essa frase do samba de 95 como o título do enredo para 2024 em uma tentativa apelativa e saudosista de fazer com que nossa comunidade, nosso público e nossa torcida lembrem o que já foi os Gaviões no carnaval. Eu não estava aqui, mas a gente sabe que os últimos anos dos Gaviões não veio trazendo o resultado que todo mundo esperava. A gente sabe que os Gaviões nos últimos anos entraram olhando muito mais para a parte de baixo do que a parte de cima da tabela. Internamente o pessoal esqueceu a força que isso aqui tem e eu vindo de fora, por exemplo, meu primeiro desfile que eu assisti no carnaval de São Paulo na minha vida foi em 2015, que eu vim para trabalhar no Império de Casa Verde e eu assisti Gaviões na concentração que desfilou uma antes ou duas antes. Aquela concentração me fascinou de uma forma, porque eu fiquei parado olhando e falei: ‘Olha a força que os Gaviões têm. Então a escola precisava desse ‘start’, dessa lembrança, desse gatilho mental e principalmente emocional para voltar a acreditar e voltar a entender que a gente passou por uma fase difícil, mas não é coitadinha. Nós somos o Gaviões da Fiel”, declarou.
É sabido que a agremiação sofreu um tanto com a parte estética nos últimos desfiles e teve que optar por realmente trabalhar com o regulamento. Porém, o discurso do carnavalesco é de que a ousadia na apresentação irá prevalecer.
“Esse ano a gente deixa bastante essa questão do carnaval reativo, do regulamento embaixo do braço, porque a gente está acreditando muito nessas mudanças que estão sendo prometidas no julgamento. Nós temos muita coisa, tanto em alegoria quanto em fantasia e até mesmo a escolha do enredo que para o manual do julgador até o carnaval de 2023, era bastante arriscado, mas com essas mudanças que estão sendo prometidas e foi pedido por todos, por transmissão, pelo produto do carnaval, pela imprensa, que falou que o carnaval de São Paulo tinha que mudar. Para essa mudança eu acho que encaixa bastante no nosso desfile. Não é nada ‘quadradinho’, não é nada dentro da casinha, não é nada pensando em regulamento, A gente tem pelo menos dentro de cada setor um ou dois elementos que é completamente ousado para o manual do jogador até 2023. Para o manual do jogador novo não é. O novo critério está atiçando nós carnavalescos a sairmos da caixa e trazer inovação”, contou.
É clichê falar isso, mas o diferencial dos Gaviões é a sua massa. Rodrigo também diz isso, mas completa falando que o trunfo maior será um desfile solto.
“O grande trunfo dos Gaviões é sempre a torcida. É clichê falar isso, mas até no dia a dia a torcida é o grande trunfo. Se a gente não está com um cronograma adiantado de barracão de ateliê, mas por exemplo tivesse atrasado, era um telefonema, um mutirão, que a torcida viria aqui e ajudava a terminar e colocava a escola na avenida, igual foi ano passado e retrasado. Mas falando de carnaval, na minha opinião, o grande trunfo do desfile é essa quantidade de momentos diferentes. Eu acho que vai ser um desfile que as pessoas não vão sentar na arquibancada, porque a cada dois ou três itens alguma coisa vai estar acontecendo. Então a gente não vai ter na pista aquele desfile parado em formato tradicional. Eu acho que esse pode ser o grande trunfo, sendo a quarta do sábado, é um horário nobre de público no Anhembi e da televisão. Eu acho que vai ser um desfile muito interativo, muita informação, muita movimentação muita coisa acontecendo e os Gaviões pode vibrar de uma maneira diferente”.
Conheça o desfile
Setor 1
“O primeiro setor é o tempo espaço, A gente fala do infinito do tempo do espaço sideral”.
Setor 2
O segundo setor é o infinito na natureza. Fauna, flora, espécies água, areia. “No segundo setor a gente não tem alegoria. Ele é composto de mistura de tripés com elementos de fantasia, com alas justificadas, que a gente acredita que vá fazer essa divisão do setor e preencher bem ali um espaço no Anhembi sem usar uma base alegórica. É como se fosse formar um carro alegórico sem a base, sem roda, mas trazendo um volume de alegoria sem ser uma alegoria. Eu acho bastante isso bastante ousado”.
Setor 3
“O nosso terceiro setor é o questionamento. O que o que vai ser mais infinito dentro do homem. essa ambição e ganância para destruir todo o mundo ou essa criatividade para ele viver em harmonia com todo esse infinito da natureza”.
Setor 4
“O quarto setor é a imaginação e a criatividade infinita através da arte, revelando uma imaginação e uma criatividade sem limite”.
Setor 5
“O quinto setor é o amor. A gente cita o infinito desse sentimento terminando com o infinito amor dos Gaviões pelo Corinthians”.
Ficha técnica 15 alas (1700 componentes)
4 alegorias
6 tripés
Diretor de barracão – Fábio Ram
Diretor de ateliê – Marcelo Silvério
Integrantes da Beija-flor de Nilópolis se uniram em uma ação solidária neste domingo, 14, para ajudar os moradores da região afetados pela intensa chuva que atingiu o município no sábado. Distribuindo alimentos, água, leite, marmitas e itens de higiene, a iniciativa começou cedo e se estenderá ao longo da noite para atender às necessidades da população local.
Foto; Divulgação/Beija-Flor
Nilópolis encontra-se em estado de emergência, conforme decretado pela prefeitura. Entre os locais atendidos pela escola, destaca-se a Ponte Azul, no bairro Paiol, duramente afetado pelas fortes chuvas.
Olhando novamente para a história do seu bairro, o Arranco do Engenho de Dentro traz para a Sapucaí o enredo “Nise – a reimaginação da loucura”, de autoria do carnavalesco Nícolas Gonçalves. O artista assina seu primeiro carnaval contando a luta, o legado, e as inspirações deixadas por Nise da Silveira não só para a medicina, mas para o espaço que hoje leva seu nome e o próprio bairro do Engenho de Dentro. O enredo é feito como um conto ficcional em que a médica retorna a localidade para uma análise das memórias do passado e dos feitos da atualidade.
Fotos: Thiago Albuquerque/Divulgação
Nícolas conta que o enredo veio, em primeiro lugar, dessa identidade que está sendo formada desde a volta do Arranco para a Sapucaí, olhando para o seu próprio lugar de origem, como foi com o enredo de 2023 sobre Zé Espinguela. Além disso, ele ressaltou que a busca por uma figura feminina foi inspirada também pelo fato da presidência, da vice-presidência e de muitos cargos da direção da escola serem ocupados por mulheres. Ainda assim, outras propostas de enredo foram apresentadas, porém a primeira, sobre Nise, foi a escolhida.
“Quando eu chego na minha pesquisa e eu descubro o instituto a duas quadras de lá eu falo: ‘olha eu acho que está tudo calhando para esse tema e não vai ter como ser outro’. Eu ia só desviando de enredos, e falei: ‘gente é esse’”, afirmou Nícolas.
Junto com o enredista Clayton Almeida, o carnavalesco se debruçou em livros, documentos, produções audiovisuais e catálogos de exposições dos pacientes de Nise. Porém foi com as visitas ao Instituto Nise da Silveira que o enredo tomou a forma que tem. Através do contato com os usuários e pacientes, com as instalações do lugar, com os projetos que são oferecidos no local, e com o bloco Loucura Suburbana que a mente do artista foi concebendo a história e o visual do Arranco para este ano, em especial através das artes do Espaço Travessia, de onde afirma ter tido a inspiração para o Abre-Alas e três fantasias, e que ganhou muito carinho do artista.
“Virou um grande parque cultural ali, então parte muito da criação dali, não tem jeito. Esses dois meses que eu passei indo lá toda semana foi incrível. A pena é que eu infelizmente também tenho outros trabalhos, mas a minha ideia, se eu pudesse, era fazer uma residência lá junto com os artistas do Espaço Travessia”, relembrou o carnavalesco.
O segundo carro do desfile, entretanto, é o considerado o mais interessante, até o momento, e que deve retratar as mandalas de Nise, fato que veio da observação da mesma em relação a como as formas circulares despertavam algo muito profundo em vários dos pacientes que ela tratava. Assim também está a ala ‘Vazio das telas manicomiais”, “teve um amigo meu que falou ‘essa fantasia aqui sintetiza todo o seu enredo’, A fantasia trata de pegar a camisa de força, rasgá-la e transformar uma tela para a pintura”.
Mas o artista considera que o grande trunfo do desfile é a mensagem que está sendo passada para o folião e o espectador, principalmente em relação à saúde mental e o carnaval como auxílio para o tratamento e a aceitação de questões como a própria loucura: “Carnaval também trata a loucura de uma maneira muito bonita. Ele não exclui a loucura, pelo contrário, ele abraça e fala, não vamos ser todo mundo louco junto. Isso que eu aprendi, acho que foi o meu maior aprendizado”.
O jovem carnavalesco expõe também as dificuldades enfrentadas na Série Ouro na preparação do carnaval, e como isso também o potencializa como artista, tendo que lidar com os recursos mais escassos, e atrasados, do poder público, para fazer o desfile, a reutilização de adereços e esculturas, e a busca por materiais.
“A gente sabe da realidade da série ouro que a gente não faz um projeto na íntegra. Não adianta eu criar fantasias e alegorias mirabolantes. Eu vou ter que aproveitar uma escultura que passou no ano passado no especial. […] Ano passado foi carnaval dos Reis Momos. Eu vou botar um Rei Momo aqui na sinopse porque eu já tenho no mínimo quatro escolas com Rei Momo que eu vou poder pegar. Não consegui nenhum. Um Rei Momo foi pra outro, outro foi o Rei Momo, o outro cortou, chegou um diabo. O diabo vai virar Rei Momo e vambora”, afirmou, confiante.
Nícolas, antes de assinar este primeiro carnaval solo no Rio, foi assistente de alguns dos nomes que comandam as escolas do Grupo Especial, e ainda é na Viradouro, auxiliando Tarcísio Zanon, além de ter tido experiências também no carnaval do interior de São Paulo.
“É nesses perrengues que a gente descobre métodos de adereço rápido, nessas experiências que a gente descobre a importância de um ferreiro, a importância de um carpinteiro, de um escultor. Você toma um choque de realidade”, explicou Nícolas.
Conheça o desfile do Arranco
O Arranco para 2024 vem com cerca de 1.100 componentes em 17 alas e três carros alegóricos, marcando os três setores, além de um tripé. A azul e branca do Engenho de Dentro será a terceira escola do sábado de carnaval, na Série Ouro. Assim Nícolas Gonçalves detalhou o desfile, para o CARNAVALESCO, citando que está dividido não em setores, mas em quadros:
Setor 1: “Diante das ruínas do antigo hospital, no primeiro quadro é representada a batalha do revolucionário tratamento pela arte contra os métodos arcaicos e agressivos. Para derrotar o caos de um mundo que acreditava no isolamento, na prisão e na desumanização, colocamos a figura mitológica do afeto como símbolo de todos os que lutaram contra aquele sistema. Esse primeiro setor a gente vai trazer essa batalha que ela teve. A gente também vai falar um pouco da parte que ela foi presa. A Nise foi presa por ser considerada comunista. A Nise era uma mulher em meio a diversos homens formada em medicina, que naquela época era inimaginável. Tudo isso voltado para as ruínas desse hospital. A gente faz essa brincadeira dela encontrar essa camisa de força e transformar ela em um quadro”.
Setor 2: “Em seguida, Nise adentra o Museu do Inconsciente para o segundo quadro, em que é representado o processo de construção de novas percepções de mundo através da abstração. A tela em branco recebe linhas, formas e cores até que os fragmentos reunidos se tornem a mandala, tão presente nos estudos de Nise e que materializam uma nova unidade, de um novo cosmo. A mandala querendo ou não é uma reorganização cósmica. Você via que o usuário estava literalmente reorganizando. Então essas mandalas tinham muita potência no trabalho dela, então a gente fecha esse setor com o meu queridinho carro que vai remeter essas mandalas”.
Setor 3: “Por fim, no terceiro quadro Nise encontra o retrato da contemporaneidade, com as vitórias da luta antimanicomial e as políticas de socialização, representadas de maneira carnavalizada pelas oficinas oferecidas no Instituto e pelo bloco Loucura Suburbana. Encerraremos nossa narrativa em um grandioso festejo, propagando a mensagem de que é preciso lidar com a saúde mental de maneira humanizada e sem preconceitos. Nosso carnaval é a afirmação da importância de ressignificação desse território no Engenho de Dentro que outrora foi sinônimo de dor e que hoje funciona com inúmeros dispositivos que fomentam a arte, a cultura e o lazer da sociedade em geral. Ela reencontra todas essas potências que ela desde o início do trabalho falava da importância, estando lá ativo. E finalizando, claro, com o carnaval. Finalizando com o próprio Arranco”.
A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), em plenária, na tarde desta segunda-feira, definiu o novo calendário dos ensaios técnicos do Grupo Especial, no Sambódromo, para o Carnaval 2024.
Foto: Divulgação/Riotur
Como já acordado anteriormente, a Mocidade terá o direito de fazer um novo treino. Será no próximo domingo, dia 21 de janeiro, com Tuiuti e Salgueiro. Portela e Tijuca, que não puderem ensaiar no último domingo, devido ao temporal no Rio de Janeiro, vão treinar no dia 28 de janeiro.
Além disso, a Mangueira estará no último domingo de ensaios, dia 4 de fevereiro, junto com a Viradouro e Imperatriz, no teste de som e luz. Na véspera, haverá a tradicional lavagem e depois a Grande Rio, Vila Isabel e Beija-Flor também vão poder utilizar o sistema todo de som e luz da Avenida.
Novo calendário
Dia 21
18h30 – Mocidade
20h30 – Paraíso do Tuiuti
22h – Salgueiro
Dia 28
19h30 – Portela
21h – Unidos da Tijuca
Dia 3
18h – Lavagem da avenida
19h – Grande Rio
20h30 – Beija-Flor
22h – Vila Isabel