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Com melhora considerável, Camisa Verde e Branco realiza segundo ensaio técnico com destaque para o canto

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

O Camisa Verde e Branco realizou, na noite do último sábado, o seu segundo ensaio técnico visando o Carnaval 2024. Justamente uma semana após o primeiro treino, dá para analisar que houve uma melhora considerável em todos os quesitos, principalmente no canto e empolgação dos componentes. Esse foi o ponto alto do ensaio. Uma harmonia com apresentação em desempenho linear marcou o teste. Outro ponto positivo foi a comissão de frente. Muito bem ensaiada, a ala mostrou uma apresentação teatralizada com simbolizações à entidades de matriz africanas, sendo interpretadas com excelência pelos integrantes. O Camisa Verde e Branco terá a oportunidade de fazer mais um ensaio, que será na próxima sexta-feira. A escola tem como enredo para o próximo carnaval: “Adenla – O Imperador Nas Terras do Rei”, do carnavalesco Renan Ribeiro.

O vice-presidente e diretor de carnaval, João Victor Ferro analisou o ensaio. “Mais uma vez a escola entrou em uma pegada de superação, pois estava chovendo muito antes do ensaio, então vindo para cá estava preocupado com relação ao contingente. Chovendo, vamos relevar essa questão de não ter muita gente, chego e vejo a escola grande, é um ponto super positivo. A escola estava cantando muito mais que no último ensaio, senti a escola mais compacta, evoluindo melhor que no último ensaio, então em uma questão de análise, é lógico que vemos vídeos depois, e aí faz reunião com direção de harmonia para ver como foram os outros setores. Pois eu venho na cabeça da escola, mas uma análise bem geral, acredito que melhorou muito em relação ao último ensaio”, avaliou.

Comissão de frente

A ala, comandada por Luiz Romero, teve um grande desempenho no ensaio. A comissão se apresentou com 15 componentes, sendo dois deles, personagens principais, simbolizando as figuras de Oxóssi e Exú. Na coreografia, os outros 13 integrantes dançavam pela pista saudando o público, enquanto outro elemento entregava uma espécie de oferenda ou presente para Exú, que erguia a bacia aos céus. Isso era feito em um ato. Em outro ato da dança. Todos os componentes agachavam, como uma espécie de saudação e o personagem representando Oxóssi, entrava pelas alas e fazia movimentos típicos de orixá, como arco e flecha.

CamisaVerdeBranco et Comissao

Uma comissão de frente bem teatralizada e, aparentemente, de fácil percepção. Destaque para o homem que representou Exú. Postura impecável nos movimentos que a entidade realiza. Vale ressaltar que a ala pegou a pista ainda molhada devido à grande chuva que as escolas anteriores sofreram, mas nada de grave aconteceu. Os integrantes lidaram bem com a situação.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Alex e Jéssika teve uma apresentação satisfatória no treino. A dupla, mesmo com a pista ainda molhada, conseguiu mesclar seus giros horários e anti horários com a coreografia dentro do samba de uma maneira válida. Chama a atenção a feição de foco que o mestre-sala tem. Já a porta-bandeira, o sorriso no rosto. A sincronia dos dançarinos funcionou bem.

“A chuva na concentração e a pista molhada não nos prejudicou muito, não. Foi tranquilo. Dançamos e entregamos como sempre, com um pouco mais de cautela por conta da pista, mas entregamos o trabalho com leveza, sutileza e força – já que somos um casal de força. Foi tudo tranquilo”, disse o mestre-sala.

CamisaVerdeBranco et PrimeiroCasal

“Vimos a chuva e aproveitamos para trocar os calçados, para nos precavermos. Mas, em relação a escorregar, de fato, foi bem tranquilo. Executamos o que a gente planejava”, contou a porta-bandeira.

De acordo com Jéssika, a coreografia dentro do samba ainda está em andamento”A gente adaptou algumas coisas por conta do novo formato do Anhembi, ainda estamos em processo de adaptação. Também estamos fazendo algumas adaptações na coreografia, colocamos hoje em prática, mas ainda vamos ensaiar mais um pouco na próxima semana para chegar no dia do desfile redondinho”, declarou Jéssika.

A evolução está em processo, segundo Alex. “A gente está fazendo tudo com muito amor e carinho, trabalhando. A cada ensaio que fazemos, descobrimos algo a se melhorar – e, o que está bom, sempre achamos que dá para melhorar mais ainda. Estamos sempre nesse processo de evolução e adaptação”, comentou Alex.

Harmonia

Por ser um dos sambas do Carnaval 2024, o Trevo da Barra Funda está engajado com a trilha-sonora. Soma-se ao fato da volta ao Grupo Especial, ocorre uma explosão no canto da escola. Vale ressaltar que houve uma melhora considerável para o ensaio do sábado anterior.

As alas estão entrosadas entre si, muito por conta que neste ensaio, se teve a presença de som no Anhembi inteiro. O refrão chiclete com a letra muito bem elaborada do “Deus perdoe quem não é Camisa” pegou nos componentes da Zona Oeste.

Evolução

Entre as alas houve um clima mais solto, de descontração. A maioria dos componentes nas fileiras estavam evoluindo de um lado para o outro. Não havia coreografia específica, apenas palmas ou braços para cima. Apenas nas partes de “A flecha certeira de Oxóssi” e “Okê Arô”, os desfilantes faziam o arco e flecha, do orixá Oxóssi caçador.

No momento do recuo de bateria, houve uma entrada diferente. Os ritmistas avançaram além do box e isso fez com que a escola inteira parasse por um tempo. Havia um claro sinal de mãos fechadas entre os harmonias para os componentes pararem devido ao movimento. Não se sabe se é erro, mas a “Furiosa” ingressou de forma diferente no espaço.

Samba-enredo

O intérprete Igor Vianna comanda o carro de som com maestria e influência em uma ala musical bastante entrosada. A voz do cantor potencializou um dos sambas do ano. O entrosamento com a bateria “Furiosa”. Igor faz os cacos necessários para o componente do Camisa cantar o samba. Se dedica muito para a comunidade.

Vale destacar o novo alusivo que estão cantando antes de ir para a largada do samba, além de uma música para Oxóssi.

CamisaVerdeBranco et InterpreteIgorViana

O intérprete Igor Vianna exaltou a sua ala musical no ensaio deste sábado. “A gente está fazendo um trabalho com muito carinho para o Camisa Verde e Branco, que está se materializando aqui na avenida. Faltam uns pequenos ajustes, e vocês podem ter certeza de que o Camisa virá com o meu trabalho, tanto na parte plástica quanto na parte musical. E a gente está sendo abençoado porque nem a chuva quis vir molhar a gente”, disse.

Vianna disse que o canto melhorou do último treino para esse sábado, corroborando com a análise feita da harmonia. “O canto da escola. Do último treinamento da semana passada para hoje, o canto da escola deu um ‘up’. Foi uma evolução enorme”, opinou.

Por fim, o cantor contou que deve ajustar o condicionamento. “Eu digo da minha parte. Eu acho que a gente, não só eu, como o meu carro de som, principalmente eu, a gente tem que acertar o nosso condicionamento. É isso que eu tenho que falar. O Camisa pode chegar e a gente vai fazer o melhor”, avaliou

Outros destaques

A bateria “Furiosa” do mestre Jeyson Ferro, teve grande apresentação, com destaque para as bossas apresentadas e a famosa caixa. O diretor analisou o ensaio. “Todo ensaio é um aprendizado e tem algo para corrigir e melhorar no próximo. Como todas as baterias, a minha não é diferente. A gente tem que arrumar alguma coisa aqui e ali para que a gente possa não ter nada de errado. Sobre as bossas, nós aproveitamos o máximo aqui. É lógico que não vou soltar o que eu soltei hoje. Só vou fazer nas cabines de jurados. Mas como é um ensaio a gente testa várias vezes para ver se não perde o andamento”, explicou.

CamisaVerdeBranco et MestreJeyson 2

As baianas do Camisa estavam com vestimentas intercaladas. Algumas vestiam um verde brilhante e outras todas de branco. As mães do samba sorriam e também cantavam o samba.

A rainha de bateria, Sophia Ferro, sambou no pé com uma fantasia de gato preto com adereços na cabeça. A sambista evoluiu e interagia com o público, podendo ir até longe da bateria.

CamisaVerdeBranco et RainhaSophiaMestreJeyson

Algumas alas estavam com bexigas ou bexigões em verde e branco, o que dava um belo contraste, principalmente quando os componentes erguiam os braços.

Sereno de Campo Grande faz ensaio correto em seu retorno à Sapucaí após uma década

Por Luiz Gustavo Thomaz, Guibsom Romão, Maria Clara, Matheus Morais e fotos de Nelson Malfacini

O Sereno de Campo Grande abriu a terceira noite de ensaios da série Ouro para o carnaval 2024 marcando seu retorno ao sambódromo da Marquês de Sapucaí após 11 anos de ausência, desde seu último desfile no Grupo de Acesso em 2013 quando acabou sendo rebaixada. E a azul e branco pisou na avenida realizando um ensaio com algumas boas credenciais, como o belo samba bem defendido pelos intérpretes Antônio Carlos e Igor Pitta, e uma comissão de frente que apresentou uma interessante coreografia, mesmo sem ser na totalidade do que será apresentado na avenida. Por sua vez, evolução e harmonia foram irregulares e precisam ser trabalhadas pela escola para um desempenho mais
constante no desfile.

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A agremiação abrirá o segundo dia de desfiles da série Ouro no sábado dia 10 de fevereiro com o enredo “4 de Dezembro”.

“Depois de 10 anos, é muito gratificante ver a comunidade com tanta alegria passando aqui na avenida, e falta pouco para gente acertar os últimos ajustes. Sempre a gente tem que aprimorar alguma coisa. Hoje, o meu destaque é a bateria e o carro de som. A escola vem com 1.800 componentes”, revelou o diretor de carnaval, André Baiacu.

Comissão de Frente

A comissão comandada pelo coreógrafo Carlos Bolacha foi formada por 12 integrantes que participaram ativamente de toda a apresentação, além de uma personagem representando uma benzedeira que vinha atrás do grupo e provavelmente fará parte da coreografia no desfile oficial. O grupo tinha uma representação de orixá e outra componente como Santa Barbara. A coreografia com movimentos fortes e boa dança causaram uma impressão positiva, apesar de alguns deslizes de sincronia durante a apresentação.

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“Cara, por incrível que pareça, eu gostei muito, muito mesmo. Porque o ensaio técnico, muitas vezes as pessoas falam: 1ah, eu não vou mostrar tudo1. Mas a gente vem aqui pra jogar tudo que a gente acha que tem que fazer no dia do desfile. Eu digo muito que o segredo do sucesso é o dia seguinte e a gente começa de novo a entender tudo aquilo que a gente jogou, entregou aqui no ensaio técnico para poder chegar para o grande dia e fazer aquilo que a gente quer. Surpresa a gente não pode falar. Mas vamos fazer uma coisa muito bacana, a gente vai contar a história de um momento da festa de 4 de dezembro que marcou no Brasil, isso é o que eu posso dizer mais ou menos, e aí vocês vão entender, assim que eles entrarem na avenida, vocês vão ver um personagem que vai falar muito sobre essa história, é uma surpresa”, comentou o coreógrafo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Lohane e Yago tiveram uma apresentação correta, com boa sintonia. Combinando algumas coreografias baseadas na letra do samba com um bailar mais solto principalmente na segunda do samba. Lohane pareceu mais segura, com um sorriso permanente no rosto e um rodar esguio. Yago esteve um pouco travado em alguns movimentos, o que não chegou a compremeter o desempenho do casal.

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“Você está me vendo, eu estou muito emocionada, muito, muito emocionada. Gente, eu estou chorando horrores, tá? Eu estou muito feliz. É a nossa estreia como o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira no carnaval. Não é só no Sereno, é no carnaval. É a primeira vez que eu e Yago estamos pisando aqui no solo sagrado, defendendo o primeiro pavilhão. De imediato a gente está muito feliz. Tudo que a gente ensaiou, a gente fez aqui. Faltam 20 dias para o grande dia, só a gente continuar fazendo o que a gente está trabalhando para gente poder conseguir trazer as notas, as notas 10 que o Sereno merece, que a nossa comunidade merece. Eu sou da Zona Oeste, eu sou de Campo Grande, sou de Santa Cruz, para mim, isso tem um peso muito maior porque eu estou defendendo o pavilhão da minha comunidade na minha primeira vez como primeira porta-bandeira no carnaval. O meu spoiler é, eu vou realizar o sonho da minha vida, é uma particularidade muito forte minha”, disse a porta-bandeira.

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“Estou feliz para caramba, muito, muito, muito feliz, grato por tudo. Foi o que ela falou, tudo o que a gente passou no ensaio a gente veio aqui e fez. Claro, que até os 20 dias que a gente tem, vamos adaptar alguma coisa ali, uma coisa aqui, para no dia que a gente vir e dar o 10. Muito emocionado”, completou o mestre-sala.

Samba-enredo

O samba da parceria de Cláudio Russo, Jaci Campo Grande, Sergio Alan, André Baiacu, Beto BR, Laio Lopes, Fabinho Rodrigues, Marcelinho do Cavaco, Reinaldo Chevett, Aurélio Brito e Fábio Bueno confirmou suas qualidades na pista com um desempenho muito bom, puxado por um ótimo e forte refrão de cabeça. O bom desempenho da dupla Igor Pitta e Antônio Carlos na condução do samba só elevou o funcionamento do samba que foi forte durante todo o ensaio.

“Tenho certeza que o Sereno fez um grande ensaio e é uma grande prévia para o nosso desfile que vem aí no dia 10. O Sereno de Campo Grande vai surpreender muita gente. Vai fazer um carnaval grande, luxuoso, o maior carnaval do maior bairro da América Latina. A gente sempre precisa aprimorar. O canto está legal, muito bom, bateria muito boa, mas nunca não tem nada para melhorar, sempre tem para melhorar. Vamos chegar aqui melhor ainda do que no ensaio de hoje. O entrosamento do carro de som com a bateria é fantástico. Mestre Marco Vinicius, filho do Marquinhos. Eu já passei aqui em 2013, ele tem um pedigree, é o máximo. Estou muito feliz com o que aconteceu hoje aqui”, garantiu o intérprete Antônio Carlos.

Evolução

Sereno apresentou uma evolução travada em seu início, quando as primeiras alas demoraram pra chegar na altura do segundo recuo da bateria, nem as alas coreografadas transmitiam um dinamismo à passagem da escola. Após à comissão de frente deixar a pista, o ritmo melhorou e a evolução teve um embalo melhor, sem abertura de maiores espaços.

Harmonia

A azul e branco da Zona Oeste teve um canto que cresceu ao longo do seu ensaio. A escola abriu o primeiro setor com uma ala coreografada e logo atrás veio a ala das baianas que pela média de idade de suas integrantes e pela evolução rodada não costuma ter um canto visceral. Entre o segundo e terceiro setores o canto da escola teve um crescimento significativo, e se manteve mais estável até o final do ensaio, com uma ou outra ala destoando um pouco. No geral, foi um desempenho de regular para satisfatório.

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Outros destaques

A elegância e alegria da velha guarda ao voltar a pisar no chão da Marquês de Sapucaí após mais de uma década. A escola e a comunidade de Campo Grande esperam que a escola permaneça pisando no Sambódromo em 2025.

“Fui o último mestre de bateria da Série Ouro a assumir uma escola e em tão pouco tempo a gente está conseguindo fazer um trabalho legal, bacana. Não sendo modesto, o trabalho está sendo legal sim. Os ritmistas merecem esse reconhecimento, merecem esse parabéns, porque estão lá batalhando comigo lá em Campo Grande. Tem gente que sai de Curicica para ir para lá, tem parte da minha diretoria que é de Curicica, de Oswaldo Cruz, tem um diretor que mora em Botafogo, outro em Rocha Miranda e eu moro em Santa Cruz. Eu gostei muito, minha avaliação para o ensaio técnico não poderia ser melhor, não poderia ser melhor. A gente presta atenção em algumas coisas, andamento… Porque o ensaio técnico é o reconhecimento do gramado. A gente tem o primeiro contato aqui no ensaio técnico para chegar depois no desfile já tudo certinho, tudo legal. Aparando as pontas soltas como a gente costuma dizer. Posso citar dois que é uma característica minha, aliás três, que são as marcações, repique e caixa. É a minha caracteriza, eu toco de tudo um pouco, mas eu sou muito chato nessa parte. Pego muito no pé do pessoal, pessoal fica para morrer. Eu acho que o entrosamento hoje foi bacana, legal, acho que não teve problema entre carro de som e bateria, acho que funcionou muito bem. Bem entrosado”, garantiu mestre Vinícius.

Vigário Geral apresenta maturidade de quesitos em bom ensaio; canto da escola oscila

Por Luiz Gustavo Thomaz, Guibsom Romão, Maria Clara, Matheus Morais e fotos de Nelson Malfacini

A Acadêmicos de Vigário Geral foi a segunda escola a ensaiar na noite deste sábado, e fez jus ao seu quarto ano consecutivo na Série Ouro mostrando a consolidação de alguns de seus quesitos, como a excepcional bateria comandada por mestre Luygui e o casal de mestre-sala e porta-bandeira Diego Jenkins e Thainá Teixeira, que vai para o terceiro ano na escola e apresentaram um ótimo entrosamento numa bela apresentação. Já a comunidade de Vigário não mostrou o canto forte de outros momentos, com poucas alas mostrando o samba na ponta da língua, até mesmo nos refrãos. A escola da Zona Norte desfila na sexta dia 09 de fevereiro, primeiro dia de apresentações, com o enredo “Maracanaú, Bem-Vindos ao Maior São João do Planeta”.

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“A gente fez um bom trabalho, um bom desfile, dentro daquilo que a gente precisava fazer foi cumprido, a gente sabia que a gente ia ter dificuldades em algumas situações com relação a um pouquinho de andamento, um pouquinho de canto, até porque a gente tem uma situação que a gente precisa trabalhar um pouco mais. Mas, numa maneira geral, minha comunidade está de parabéns, os meus segmentos, comissões de frentes, casais, passistas, bateria, harmonia, todo mundo de parabéns. A gente veio aqui, entregou o nosso 150%, todo mundo saindo daqui de tanque vazio e eu estou muito feliz com o desempenho”, comentou o diretor de carnaval, Flávio Azevedo.

Comissão de Frente

O experiente coreógrafo Handerson Big apresentou uma coreografia simples para a passagem do quesito no ensaio, mas bem executada. Uma tradicional quadrilha, com passos bem ensaiados e sem maiores arroubos. Fica a expectativa para a coreografia que a escola trará no desfile oficial.

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“Na minha avaliação, o ensaio de hoje me deu um posicionamento que eu preciso mexer em algumas coisas, em termos de chegada dos componentes no tempo musical, tem alguma coisinha pra acertar, movimentos que eu vi e que eu ainda tenho tempo pra mudar. Isso serviu bastante pra mim. A gente tem ensaiado quatro vezes por semana, domingo, segunda, quarta e quinta. Aí pra semana do carnaval, provavelmente, vai ser a semana toda. A surpresa é que esse ano eu vou vir com elementos cenográficos, né? Desde 2020, na Vigário Geral, eu não tinha elementos cenográficos, os meus elementos cenográficos sempre eram elementos mais criativos, que os próprios componentes manuseavam e tudo mais, como adereços. Mas esse ano eu venho com adereços em um elemento cenográfico”, explicou o coreógrafo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Diego Jenkins e Thainá Teixeira mostram uma evolução à cada apresentação. Em seu terceiro ano como casal da Vigário Geral, eles tiveram um desempenho de muita qualidade, com uma excelente sintonia, movimentos bem coordenados e uma bonita dança, temperada com algumas coreografias sem deixar a apresentação engessada. Ambos ensaiaram com muita vibração, deixando nítido o entrosamento do casal que se credencia a realizar um ótimo desfile.

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“Nós conseguimos fazer exatamente o que a gente vem ensaiando já esse tempo. Claro que, depois do ensaio técnico, a gente sempre pega o trabalho que a gente apresenta, estuda bastante e vê o que precisa melhorar e ajustar para o grande dia com fantasia e tudo mais, mas no geral a gente está satisfeito. É um trabalho feito com muito carinho, com muita dedicação, meu e do Diego, dos nossos coreógrafos, Bia e Lucas, que ajudam bastante a gente, principalmente, a mesclar essa mistura de ritmos, sem perder a tradicionalidade da nossa dança. Agora é estudar o que foi apresentado hoje. A gente só sabe o que a gente sentiu, mas eu gosto de ver. A gente é bem detalhista, então agora é estudar bastante e chegar no grande dia ainda com mais garra, mais amor e mais dedicação”, comentou a porta-bandeira.

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“Terceiro ano consecutivo juntos, meu sétimo ano em Vigário, e a certeza de que eu estou no lugar certo, com a pessoa certa e no momento certo da minha vida. Esse ensaio tem algo muito especial, esse carnaval é muito especial pra mim. Eu posso dizer que nós iremos vir com algo representativo demais para Maracanaú. Algo muito nobre, muito bonito, muito rico, da forma que Vigário Geral merece”, completou o mestre-sala.

Evolução

A escola teve uma evolução com um bom ritmo durante todo o seu ensaio, sem acelerar ou travar em demasia, e com boa desenvoltura de seus componentes, mesmo com muitos não sabendo cantar o samba da agremiação. Não foram vistos buracos ou maiores
espaçamentos deixados pela escola tricolor.

Samba-enredo

Se não teve um desempenho de chamar a atenção e impulsionar um canto mais forte de seus componentes, o samba composto por Tem-Tem Jr., Silvana Aleixo, Junior Fionda, Romeu Almeida, Jefferson Oliveira, Valtinho Botafogo, Marcus Lopes, Marcelinho Santos, Rafael Ribeiro, Sérgio Augusto de Oliveira Junior e Edu Casa passou de uma forma regular, com alguns trechos mostrando mais força como o refrão central e o final da segunda parte a partir do “forrozeiro ê…”. Danilo Cezar estreando na escola mostrou a firmeza de costume.

“Foi super legal, a escola cantou, a escola veio junto, pelo menos quando estava passando por mim. E Vigário é uma conexão, é um carinho, é uma recepção maravilhosa da comunidade. O carnaval também está lindo, vai ser uma noite de carnaval de São João na Sapucaí. Eu tenho a melhor bateria da Série Ouro, com toda certeza. Mestre Luigi é um ser humano ímpar. O carro de som ao comando do Tico, um dos melhores diretores que nós temos aqui na Série Ouro. E a conexão está incrível, é isso que a gente tem e está mostrando, e eu acho que vai dar muito mais certo ainda, mas já está dando muito certo”, garantiu o cantor Danilo Cezar.

Harmonia

O quesito que apresentou os maiores senões no ensaio da Vigário. Sobretudo por ser uma escola que trouxe uma comunidade com canto forte e brincante nos anos anteriores no grupo. Talvez o samba não tenha puxado o componente para cima, mas o que se viu foi um canto fraco e inconstante na maioria das alas, apesar de evoluírem com animação no geral. Nas poucas alas que cantaram o samba com mais força, o ensaio ganhou vigor.

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Outros destaques

O casal de mestre-sala e porta-bandeira formado por Josias Araújo e Sophya Canuto, portadores de Síndrome de Down, encantou mais uma vez na sua passagem pelo sambódromo. Um momento singelo, bonito, inclusivo e emocionante no ensaio da Acadêmicos de Vigário Geral.

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A já citada bateria comandada por mestre Luygui manteve o alto padrão que apresenta desde o primeiro ano de série Ouro, uma bossa que levantou o refrão de cabeça, marcações e desenhos muito bem construídos e ritmistas empolgados. Promessa de mais um grande desfile do quesito que é uma bola de segurança da escola. Egili Oliveira, rainha de bateria, deu show de samba no pé e simpatia à frente da bateria.

“Hoje a gente atingiu 99% do que a gente espera. Eu sou um mestre de bateria que eu me cobro muito, eu cobro muito da minha galera. Nunca estou satisfeito com nada e os cem por cento com certeza vão vir no dia do desfile, mas hoje a gente fez um grande ensaio técnico. Agora, a gente vai sentar com a diretoria, com a direção de bateria, a gente vai conversar, a gente vai ver o que a gente acertou, o que a gente errou e a gente vai consertar para o desfile para a gente poder chegar aos 100%. Eu gosto muito das minhas viradas de surdo, que já virou característica minha, uma marca minha registrada. É o naipe que com certeza a gente vai olhar com bastante carinho”, disse o mestre.

Com destaque da comissão de frente e casal, São Clemente realiza ensaio técnico marcado por canto regular da comunidade

Por Raphael Lacerda, Guibsom Romão, Maria Clara, Matheus Morais e fotos de Nelson Malfacini

A São Clemente foi a terceira escola a entrar na Marquês de Sapucaí no terceiro sábado de ensaios técnicos da Série Ouro. A agremiação de Botafogo realizou um desfile marcado pelo brilhantismo do casal de mestre-sala e porta-bandeira e a boa apresentação da comissão de frente. Apesar de estar em grande número, o canto começou forte, mas tornou-se regular ao longo da apresentação.

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Neste ano, a escola da Zona Sul homenageia o grandioso compositor e sambista Zé Katimba, com o enredo “Que grande destino reservaram a você”, do carnavalesco Bruno de Oliveira. A São Clemente será a sexta escola a desfilar na Passarela do Samba no sábado de carnaval. Agora, há poucos dias do grande dia, a agremiação precisará acertar detalhes de harmonia e evolução em busca de uma grande apresentação.

“Foi um ensaio bom, um ensaio técnico, eu comento, que a gente vem pra treinar a comunidade. Carro, fantasia, é uma coisa totalmente diferente. Mas foi bom. A galera cantou, está animada, gostei. Assim, tem melhorado muito, a harmonia da escola é muito boa, gerando os nossos paradões. É isso. Estamos aí na briga. Eu sou chato. Por mim, eu gosto de aperfeiçoar tudo. Não só aqui, quando eu assisto as outras escolas também… Eu tenho meu ponto de vista, meu pensamento, minhas críticas e também eu observo a qualidade de todo mundo, entendeu? Mas, em geral, foi muito bom. Foi muito bom”, explicou Thiaguinho Almeida, vice-presidente e diretor de carnaval.

Comissão de frente

Sob o comando da coreógrafa Bruna Lopes, a comissão de frente contou com 15 bailarinos e deu um show na Avenida. Eles utilizavam paletós e chapéus nas cores da escola de samba, e apresentaram uma excelente coreografia, com bastante entrosamento, vigor, garra e expressões corporais. Ao longo da apresentação no módulo de jurados, os componentes também pontuaram versos do samba com bastante força. Na saída da cabine de julgadores, os bailarinos retiravam o paletó. Cada um usava uma blusa com uma letra do nome de Zé Katimba. Um ao lado do outro, completavam o nome do compositor.

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“Maravilhoso, foi tudo perfeito, do jeito que a gente ensaiou, sem tirar nem pôr. Me emocionei. Hoje vieram todos, e pra dar um spoilerzinho, a coreografia de deslocamento basicamente é real, a do júri que muda um pouquinho”, revelou a coreógrafa.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal da agremiação, formado por Raphaela Caboclo e Alex Marcelino, apostou em uma lindas indumentárias brancas. A apresentação foi marcada de muita intensidade, segurança, conexão entre os dois e coreografias com referências ao samba. Destaque para as meias-voltas e torneados do mestre-sala e o bailado da porta-bandeira. Raphaela também se destacou com seus giros ousados. Foi uma das melhores apresentações da noite.

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“Foi a melhor possível, dá um friozinho na barriga, a gente fica ansioso, mas é porque é um dia de testar mesmo e tirar a prova real do que a gente vem trabalhando a meses. Testar com tudo, a escola, a bateria, o andamento do samba, as pessoas e a nossa energia. Eu estou muito feliz com o que a gente conseguiu construir e é claro, a gente sempre pode melhorar, mas a minha avaliação é muito positiva. A gente nunca está satisfeito, né? Então eu vou aproveitar que os apoios vieram filmando e vamos bater apresentação por apresentação e mudar o que achar que tem que mudar, e é isso. Quero entrar e sair com os nossos 10. Sobre a fantasia, nós estamos muito felizes, tanto o Jorge Silveira ano passado fez uma fantasia maravilhosa pra gente, o Bruno então, meu Deus… aguardem, é linda”, disse a porta-bandeira.

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“A gente vem trabalhando muito, assim como outros casais também. E avaliando geral, hoje foi muito bom. Mas vamos trabalhar para ser melhor, pois no desfile tem que ser melhor. Mas foi muito boa mesmo, a sintonia, a cumplicidade, esse olhar que a gente tem, a gente se entende. Mas a minha avaliação é que foi muito bom”, completou o mestre-sala.

Samba-enredo

O samba ainda pode render na Avenida. Dessa vez, o canto da comunidade não chegou a ser intenso ou muito forte e a harmonia caiu em alguns momentos. Apesar disso, os intérpretes Vitor Cunha e Leandro Santos estrearam muito bem e conseguiram segurar a obra durante todo o ensaio técnico. A dupla cantou muito bem e merece ser reconhecida pelo trabalho apresentado nesta noite.

“O ensaio foi ótimo. A escola fez o seu trabalho. Tivemos um problema no carro de som, o som estava falhando bastante, mas independente disso foi um desfile característico de São Clemente. Irreverente, o povo alegre, povo feliz, presidente contente, a bateria dando aquilo que prometeu, o carro de som também nosso aqui muito bom, a galera empenhada e agora é só esperar dia dez, São Clemente vai passar aqui igual um rolo compressor nessa Sapucaí”, citou o cantor Vitor Cunha.

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“A escola toda cantou bastante, o chão da escola foi maravilhoso. Agora, Marquês de Sapucaí com a gente dia dez, vamos deixar fluir, vamos para cima deles e vamos com Deus. É isso, treino é treino, jogo é jogo. Fizemos nossa parte hoje. Sei que a gente pode melhorar, porque é nos detalhes que é coisa pontual de cada segmento, mas eu também… com todos os probleminhas que teve, principalmente, com a gente aqui no som, não é só a gente, que não é exclusivo da São Clemente, muita gente está passando e tendo problema com o som, infelizmente, e a gente precisa do som, mas tirando esses pequenos detalhes a gente está satisfeito com a nossa parte ali e com a parte da gente com a bateria também”, completou o cantor Leandro Santos.

Harmonia

O chão da São Clemente é presente. A escola entrou bem na Avenida e concluiu o ensaio com o canto regular. O nível de intensidade do desfile caiu um pouco ao longo do desfile e era possível ver alguns componentes sem cantar. Apesar disso, a regularidade foi positiva. Mesmo assim, ainda é preciso trabalhar a harmonia da escola – principalmente nas últimas alas.

Evolução

O desfile não apresentou buracos notórios e contou com alas coreografadas bem entrosadas. No geral, a evolução também foi regular. Muitos componentes – alegres – tentavam empurrar o samba e brincar carnaval, mas ainda há aqueles mais “engessados” na Avenida. No geral, foi um bom ensaio.

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Outros destaques

Destaque para a estreia de mestre Bruno Marfim no comando da “Fiel Bateria”. A bateria tem um grande desempenho na Avenida e não deixou de lado o seu modo tradicional de tocar. Juntos com o carro de som, os ritmistas foram fundamentais para segurar o samba-enredo ao longo de todo o ensaio técnico.

“Foi um grande teste e foi muito importante esse teste. Porque é o único que a gente tem antes do desfile. É a única oportunidade que a gente tem de realmente estar dentro do campo de jogo. E aí, para mim foi show de bola. Acho que a gente se entrosou bem. A gente já vinha fazendo bons ensaios e aqui só foi o resultado dos bons ensaios que a gente vinha fazendo. Eu acho que todo mundo tem que estar muito atento, sabe? Nós somos uma bateria que a gente não tem apito, não dá pra dispersar. É atenção o tempo todo. Isso aí que eu vou mais cobrar para o dia do desfile. Pode esperar um peso nas marcações muito forte”, contou mestre Bruno Marfim.

Também vale destaque para a majestade, a rainha Raphaela Gomes, que completará dez anos à frente do segmento. Cria da comunidade Preta e Amarela, ela esbanjou samba no pé e carisma com seus súditos na Marquês de Sapucaí. Um verdadeiro show.

Império Serrano faz ensaio tecnicamente perfeito no embalo de sua bateria e na força da comunidade

Por Rafael Soares, Guibsom Romão, Maria Clara, Matheus Morais e fotos de Nelson Malfacini

O Império Serrano, uma das mais tradicionais e importantes escolas de samba do país, foi o último a se apresentar neste sábado de ensaios técnicos para os desfiles da Série Ouro em 2024. E, novamente, a agremiação mostrou toda sua força. Logo no esquenta, uma sequência incrível de clássicos sambas levantou o público que acompanhava o treino na Sapucaí. Muitos torcedores do Reizinho se fizeram presentes e comandaram uma bonita festa, com direito a fumaça verde, sinalizadores e fogos frios na arquibancada.

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O Império deu início ao seu ensaio com uma apresentação bem forte de sua comissão de frente e um ótimo bailado de seu casal de mestre-sala e porta-bandeira. A harmonia da escola teve um desempenho muito bom, bem equilibrada entre suas alas, ao cantar um difícil, mas belo samba-enredo. A evolução se mostrou correta e sem sustos. Destaque também para a atuação do carro de som, em especial ao intérprete oficial Tem-Tem Jr, cada vez mais seguro na função. E para coroar o ensaio, uma apresentação formidável da bateria de mestre Vitinho, impulsionando ainda mais o desempenho da escola.

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“A avaliação é muito positiva. A escola cantou, passou organizada. É isso que a gente pede para os componentes o tempo todo. Eu acho que em critério de evolução e harmonia, a gente conseguiu alcançar o objetivo, mesmo com a qualidade do carro do som muito ruim, mas a gente veio preparado para isso. O ensaio foi um balanço final muito positivo. A gente tem muita coisa ainda para aprimorar. Até o dia do desfile a gente precisa ajustar muita coisinha. É natural, a gente ensaia na rua de uma maneira, a gente chega aqui, a gente tem que entender como é que é o processo, o que funcionou, o que que não funcionou, para a gente chegar nessas duas, três semanas que faltam, para a gente fazer acontecer. Vamos desfilar com 2500 componentes”, revelou Jeferson Carlos, diretor de carnaval.

O Império Serrano será a última escola a desfilar no sábado de carnaval e levará para a avenida o enredo “Ilu-Obá Oyó – A gira dos ancestrais”, mostrando a importância de cada orixá na cultura trazida pelos africanos para o Brasil através da formação do candomblé.

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Comissão de Frente

Comandada pelo coreógrafo Marlon Cruz, o grupo de comissão de frente do Império era formado por 15 mulheres pretas. Todas elas estavam descalças. Algumas usavam saias brancas e outras usavam saias prateadas, que davam um efeito especial a cada movimento e giro. Elas também usavam lenços com folhas na cabeça. Uma das integrantes possuía maior destaque ao usar uma espécie de túnica que deixava seus cabelos à mostra. Ela tinha um papel de destaque na coreografia, principalmente quando outras integrantes pegavam cestos com oferendas para ela em determinados momentos do samba em que algumas orixás são citadas. Uma coreografia muito bem sincronizada e forte, passando com precisão a energia do enredo. Todas as mulheres demostraram muita garra e potência na apresentação.

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“A comissão amassou, veio brincando, sorrindo. A gente trocou muito ali com comissão e coreógrafo, elas botaram pra quebrar, não adianta, isso aqui é Império. A gente vai fazer história. Esse elenco começou lá em outubro e está até agora. O pessoal é muito bom, muito bom mesmo. No dia vocês vão ter fortes emoções. Vocês vão ver aonde tudo começou no Brasil passar nessa avenida aqui. Pode ter certeza”, garantiu o coreógrafo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Império Serrano, Anderson e Eliza, exibiu uma ótima apresentação no ensaio técnico deste sábado. Ambos vestiam belas roupas verdes e brilhantes. A dança da dupla foi bastante pautada na letra do samba-enredo, com vários momentos coreografados. Eles mostraram diversas interações bonitas e originais. Inclusive, quando a porta-bandeira girava e o mestre-sala parecia receber uma rajada de vento e fazer força para se manter no chão. Eles utilizaram um bom espaço da pista, sempre muito seguros de seu número e, ao mesmo tempo, leves para bailar. Uma atuação que chamou a atenção de todos.

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“Eu acredito que foi um ensaio bem confiante, consciente e bem lúcido, fazendo tudo que estamos propondo nos ensaios e colocando na prática, acredito que deu tudo certo, foi 100%. “Sempre tem coisas para melhorar, a gente sempre parte desse princípio, até nos nossos ensaios extras. Sempre vamos sentir falta de mais emoção, mais garra, mais confiança, sempre podemos melhorar”, disse a porta-bandeira.

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“A gente testou muito o andamento e a parte técnica hoje para que a gente venha com uma lucidez, sabendo que o emocional conta muito, né. A gente se emociona, a gente se envolve. Optamos em vir hoje com a lucidez e deixar a emoção para o dia do desfile. Feu muito certo, acertamos tudo nos três jurados, toda a coreografia foi bem colocada, um pouco sem emoção ainda, mas no dia do desfile, com fantasia e público, vai sair. A gente tentou ver a parte tática, coreografia, espaçamento. Mas eu sinto que a técnica vai se aprimorando mais com o tempo. Eu tento ganhar um pouco de peso para que quando chegar nos últimos quinze dias eu perder peso para vir mais leve no desfile. Sentimos que a tática foi muito boa e a técnica a gente vai melhorando para o dia do desfile. A fantasia vai surpreender muito esse ano. É totalmente atípica”, completou o mestre-sala.

Samba-Enredo

A obra musical do Império traduz muito bem a força e importância do enredo para a escola e para o carnaval de forma geral. Embora tenha algumas passagens difíceis de serem cantadas em sua letra, a melodia valente tem o poder de impulsionar. Tendo isso em vista, o desempenho do samba foi bastante satisfatório no ensaio técnico. Mas é interessante notar que ainda há margem para crescimento da obra até o dia oficial de desfile.

“Foi um ensaio muito forte! Escola canta muito! Para mim que estava do lado do carro de som eu não vi a escola parar nenhum minuto de cantar, não sei para vocês que rodam tudo e não param, eu espero que seja a mesma impressão que eu tive, porque nos nossos ensaios a diretoria bate muito isso: o canto da escola. A Serrinha tem um chão… um dos mais fortes do carnaval carioca. Hoje não foi diferente, a gente está com aquela sede de vencer, então a galera está com o canto entalado, chega aqui quer colocar para fora. A gente vai buscar esse caneco, a gente vai brigar por esse título. O Império é muito técnico. O Império por ele querer buscar o lugar que a gente não deveria ter perdido, que é o Grupo Especial, a diretoria vem trabalhando muito sério e cada ponto que a gente errou tenho certeza que vai ser apontado, ninguém é perfeito, acredito que acertamos mais do que erramos hoje. Mestre Vitinho é meu irmão. Ele que me apontou, me trouxe para cá, apostou em mim. Junto com a gestão anterior do Sandro Avelar que é uma pessoa que eu vou agradecer eternamente, que foi ele que me deu a oportunidade. Se eu estou aqui hoje é porque lá atrás ele apostou em mim, ainda na Intendente. Cantei em outras escolas graças a ele, como ele me indicou e sempre apostou em mim. E hoje me deu essa felicidade, que eu acho que é a felicidade de qualquer cantor carioca é cantar no Império Serrano. Eu estou sendo um sortudo. A bateria do Vitinho é genial, essa molecada, essa rapaziada da diretoria me apoia muito. Uns moleques o tempo todo me chamando, conversando com a minha rapaziada. O Vitor já não é novidade para ninguém. Espero me espelhar nele e ser um Vitinho para o Império Serrano daqui uns dias”, disse o intérprete.

Harmonia

A comunidade do Império Serrano mostrou um desempenho muito bom de canto no treino deste sábado. A maioria dos desfilantes sabiam entoar a obra, inclusive nas suas partes mais difíceis. O volume de canto entre as alas foi bem uniforme, com pouquíssimas destoando. Apesar de não ter sido explosivo, como alguns esperavam, o quesito foi muito bem defendido. O carro de som, comandado pelo intérprete Tem Tem Jr., teve uma ótima atuação, conduzindo o samba com a firmeza e a força que o enredo pede. O bom entrosamento entre os cantores e a comunidade foi notório.

Evolução

Ótima atuação do Império em sua evolução na pista da Marquês de Sapucaí. O ritmo da escola no ensaio se mostrou perfeito para que os componentes cantassem o samba com tranquilidade e brincassem o seu carnaval. Porém, ainda há margem para melhora na animação e espontaneidade da escola. Não foi notado nenhum tipo de aceleração ou lentidão no cortejo. Tampouco houve abertura de espaços entre as alas. O quesito foi defendido com muita segurança pela agremiação.

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Outros destaques

A bateria comandada por mestre Vitinho deu mais um show na avenida. Uma aula de ritmo para embalar o samba com a força que é necessária, permitindo também o bom desempenho de sua comunidade na harmonia. Um leque de bossas muito potentes e bem encaixadas na obra musical, impulsionando ainda mais o conjunto da escola. Após um período instabilidade, a chegada de mestre Vitinho, há alguns anos, fez com que a bateria do Império evoluísse através de seu ótimo trabalho.

“Jogo é jogo e treino é treino. Eu acho que todo ensaio é muito bem-vindo e eu costumo levar o ensaio como desfile. Se hoje fosse desfile, ia ser muito bacana para mim. O pessoal se doou, mesmo com alerta de chuva, o pessoal se doou, veio. O finalzinho estava dando aquela chuviscada, vou dizer que é para lavar, com alegria, saudar o Império Serrano, com louvor. Acho que a gente pode mais, o pé no chão, cabeça fresca. Sou um cara que me cobro muito e vou cobrar muito do Império Serrano. Se hoje foi bom, no desfile será melhor ainda. Só tenho a agradecer a cada ritimista. A gente sempre tem o que melhorar. Eu particularmente sou um cara que cobro muito tudo, mas eu tive o resultado até mais do que esperado. Estou muito satisfeito com a ‘Sinfônica do samba’, com essa entrega que eles me deram hoje, mas vou procurar melhorar mais ainda para o desfile”, afirmou mestre Vitinho.

Destaque também para o “arrastão” que se formou logo atrás da última ala da escola, contando com um bom número de pessoas. O Império foi a primeira e única agremiação, até o momento, que proporcionou esse tipo de interação.

Fotos: ensaio técnico do Império Serrano na Sapucaí

Fotos: ensaio técnico da São Clemente na Sapucaí

Fotos: ensaio técnico da Vigário Geral na Sapucaí

Grande Rio esbanja técnica em ensaio de rua marcado pelo entrosamento entre canto e bateria

A Grande Rio fez o seu penúltimo ensaio de rua na noite de sábado, em Caxias. O treino aconteceu na tradicional Avenida Brigadeiro Lima e Silva e contou com a presença da comissão de frente pela primeira vez, que já apresentou a coreografia oficial. Com andamento suave e samba na ponta da língua dos componentes, a comunidade mostrou que a letra não é um problema e cada sílaba da segunda parte, sai com bastante tranquilidade. Do que foi mostrado, a Tricolor está pronta para garantir boas notas nos quesitos harmonia e evolução no desfile que terá como enredo “Nosso destino é ser onça”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“A minha avaliação deste ensaio é muito boa, porque estamos melhorando a cada semana e a escola está ficando cada vez mais madura. Esse foi o penúltimo ensaio de ensaio de rua, sem contar com o da Sapucaí que, para a gente já é uma prévia do desfile. Então, estou muito satisfeito e feliz com a comunidade. Todo mundo cantando, o pessoal comprou o barulho… É um trabalho que começou meses atrás, agora é sintonia fina, reta final. A escola está quase pronta”, avaliou o diretor de carnaval Thiago Monteiro.

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Não trovejou como estava previsto, tampouco choveu como esperado, mas escureceu porque já eram 21h50 quando começou o ensaio. A avenida decorada para o natal, apresentava simpáticos sinos e flocos de neve, em pleno calor de Caxias. E na pista, não teve gelo. Tudo acabou em fogaréu e depois se transformou em mar de suor, quando a aldeia Grande Rio fez um ensaio para provar que letra difícil não impede a comunidade de cantar. Uma alcateia bem organizada, com adereços de mão e impondo o samba com componentes comprometidos – ferozes – praticamente travestidos de pantera.

Comissão de frente

A começar pela comissão de frente. Primeira participação do quesito no ensaio de rua para o Carnaval 2024 e chegaram com o pé na porta, com direito a coreografia oficial. A coreógrafa Beth Bejani, que assina o trabalho ao lado de Hélio Bejani, explicou que a comissão esteve presente para compor o andamento da escola e deixar o treino completo. Ela ainda acrescentou que será o maior trabalho da carreira deles, mas fez mistério sobre o uso de elementos cenográficos: “O que vamos levar para o desfile é segredo, mas a comissão tem uma transformação. Ela tem dois atos no chão e mais outro ato, que será uma surpresa. Estamos muito felizes porque, sem dúvida, é o maior projeto da nossa carreira. Está muito trabalhoso, mas estamos nos dedicando para que tudo dê certo”.

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Na apresentação, ficou visível que os bailarinos deixaram espaços para interação com algum elemento, mas a coreógrafa não revelou para manter a promessa de surpresa. Mas, aqui está o que foi apresentado: Eles chegam na cabine no meio da segunda parte do samba e iniciam a apresentação com um componente representando uma onça, mas ele salta também com um passo de dança indígena. Depois, vira onça de novo. Os outros bailarinos fazem apoio a esse solo. Inclusive, a dança indígena é muito presente na apresentação. O ato 2, dá a entender a transformação da onça, mas isso só no desfile mesmo para saber detalhes, já que Beth Bejani fez mistério na entrevista. Então, o grupo fecha a onça, fazem uma coreografia e abrem de novo, quando acontece uma pausa, provavelmente para interação com elemento cenográfico. O ato 3, é justamente essa interação, quando a dança passa a ser dependente dessa surpresa que a Beth falou. Mas, a
dança foi muito bem sincronizada, marcada com gritos e um ótimo uso de espaço. Muito promissor.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Saindo a comissão de frente, chegou o primeiro casal, Daniel Werneck e Taciana Couto. Eles ganharam a nota 30 no último desfile e perderam um décimo, descartado, na última cabine. Muito aplaudidos pelo público, a leveza do mestre-sala chamou atenção. Os giros suaves da porta-bandeira casam perfeitamente com o bailado de Daniel. Na apresentação os dois investiram em finalizar giros com conexão de mãos, o que deu mostra de puro sincronismo do casal.

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No trecho entre “Kiô! Kiô, kiô, kiô Kiera” até “travestida de pantera”, eles bailam pelo espaço, dando ainda mais movimento à dança. Usam toda a pista e se encontram no meio para o segundo trecho “Kiô! Kiô, kiô, kiô Kiera”, quando apresentam passos de dança indígena. No final, ao início da virada para o refrão principal, Taciana para e Daniel dá um quarto de volta em torno dela, que começa a girar quando ele passa por sua frente. Uma beleza de apresentação.

Evolução

A partir daí um show de andamento em um ensaio que teve 62 minutos de duração. Só na cadência suave do samba, a escola foi no excelente embalo rumo ao final da pista. Adereços de mão deram volume, movimento às alas e preencheu a falta de fantasias. Deu bom efeito visual na pulsação da escola. Não foi identificado buracos, alas emboladas ou qualquer confusão de posicionamento. Foi possível perceber uma escola mais técnica que no ano passado, quando a Grande Ria pediu componentes mais soltos e brincantes, porém a mudança de comportamento não deixou a escola burocrática.

“A proposta é diferente entre você falar de onça e de Zeca Pagodinho. O espírito do enredo passado era algo solto, com irreverência. Esse ano, estamos cantando uma lenda Tupinambá. É onça, é uma fera. Não adianta você falar de pautas importantes com o comportamento do enredo passado, que é diferente da postura do Exu, diferente do Tatalondirá. Tem que ser diferente. E isso nos deixa feliz, porque entendemos que o público e a comunidade perceberam o personagem que eles vão defender”, explicou Thiago Monteiro, diretor de carnaval.

Harmonia

Sobre personagem que os componentes vão defender, um deles é o samba. E o canto está alinhado e uniforme. O destaque fica para as quatro alas seguintes ao carro de som, sem contar com os pandeiristas. Esse setor merece uma estrelinha da diretoria. Quanto ao desempenho, o carro de som jogando o canto para comunidade mostra a segurança da escola em relação ao trabalho realizado no samba, que toda a letra é cantada sem enrolar, apesar da dificuldade da obra.

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Samba-enredo

Trava-língua é só para os haters, porque em Caxias é tranquilo e favorável. O samba é entoado com força, graças ao trabalho didático que foi feito para que versos como “Yawalapiti, Pankararu, Apinajé, o ritual Araweté, a flecha de Kamaiurá” pudessem ser cantados sem nenhum problema. A levada cadenciada da obra também favorece ao canto e, com o carro de som da escola, a missão parece fácil: “O samba pode ser difícil para os outros, mas para nós é tranquilo. Escolhemos essesamba porque confiamos muito no material que temos. Sabíamos que seria tranquilo e não tem nenhuma parte que é incantável. Isso nos dá tranquilidade para saber quem está conosco, tanto o samba quanto quem está cantando ele”, disse Thiago Monteiro.

O cantor Evandro Malandro destacou o trabalho da escola de cantar cada letra e aplicar as pronúncias corretas para a comunidade: “Quando escolhemos o samba, com uma semana já estávamos estudando parte por parte da letra, martelando o segundo trecho, porque não é algo corriqueiro. Trabalhamos bastante e o resultado veio. O início da segunda parte ‘Yawalapiti…’ procuro cantar o mais explicado possível e começamos a trabalhar cada pronúncia com a comunidade. Se a gente não tivesse esse trabalho não íamos chegar ao resultado”, disse o cantor Evandro Malandro.

Bateria

O responsável por dar o ritmo ao samba, mestre Fafá, está trabalhando para recuperar as quatro notas 10, já que no último carnaval, levou um 9,9 descartado. Ele contou que, no curso para julgadores de bateria, ficou clara como será avaliação e ele já tem a receita para conquistar o décimo que faltou para o 40.

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“Este jurado que nos tirou 1 décimo, foi o mesmo que nos deu 10 nos anos anteriores. Temos que reconhecer quando erramos. Aconteceu uma falha e vamos trabalhar para reconquistar o 10 do jurado. Desde que cheguei, este é o ano que sinto a bateria mais feliz. A melodia do samba ajuda muito na forma que trabalhamos e estamos pulsando”, contou o mestre.

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Sobre o ensaio, Fafá contou que está nos ajustes finais. A apresentação foi daquelas que ele acostumou o público: envolvente. Vai levando no ritmo, balançando, quando a plateia percebe, já está entregue à bateria da Grande Rio.

“Está com 95% para o desfile. Estamos ensaiando demais e em crescente grande. Nosso último ensaio no setor 11 me deixou muito feliz, porque conseguimos o nosso objetivo. Conseguimos filmar e observar de vários ângulos para saber se algo estava saindo errado. Esses últimos ensaios de rua são mistos de sensações. Esse ano, a gente está querendo muito e espero que seja mais um ano de êxito para a bateria”, contou.

Ensaio Técnico

Se o Fafá curtiu o ensaio no setor 11, no dia 3 de fevereiro, ele terá uma experiência com toda a avenida. Isso porque, quis a natureza que as datas dos ensaios fossem mudadas e a Grande Rio fosse deslocada para participar dos testes de som e luz. Sobre ensaiar na Sapucaí com o som oficial do desfile, o diretor de carnaval contou que muda a estratégia. Segundo Thiago Monteiro, muda a forma de ensaiar, o posicionamento da bateria e das alas, mas que a escola vai encarar como um teste, porque é preciso fazer bonito no dia do desfile.

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Mestre Fáfá revelou que será uma alegria a bateria poder ser ouvida pela avenida toda: “Muda bastante coisa ensaiar com o som oficial, porque vamos conseguir fazer tudo o que queremos. Vamos conseguir nos ouvir bem. Para a gente é muito bom, porque o carro que usamos nos ensaios é difícil da escola inteira ouvir. Agora, seremos ouvidos na avenida inteira”.

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E depois do ensaio técnico, será a vez da Grande Rio colocar as fantasias e as alegorias para o jogo, no desfile. A Tricolor de Caxias será a quarta escola a desfilar no domingo de carnaval, 11 de fevereiro.

Fotos: ensaio técnico do Sereno de Campo Grande na Sapucaí