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Estrela do Terceiro Milênio confirma favoritismo e é campeã do Grupo de Acesso I em 2024

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Das grandes favoritas do Grupo de Acesso I, a Estrela do Terceiro Milênio confirmou os prognósticos e garantiu o título da divisão. Com o enredo “Vovó Cici conta e o Grajaú canta: O Mito da Criação”, a agremiação do Grajaú teve apuração praticamente perfeita, somando 269,9 pontos.

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Tida por muitos como uma das candidatas à surpresa, a Colorado do Brás, que defendeu o enredo “Os Encantos da Raiz do Mandacaru”, com 269,5 pontos, também subiu.

Desfilarão no Grupo de Acesso II em 2025 a Torcida Jovem, que somou 268,4 pontos com “Raiz Afro Mãe, Meu Brasil Bantu”, e a Pérola Negra, que obteve 267,8 pontos com o desfile “Pérola no encanto das Quebradeiras”

Carnavalesco Jorge Freitas avalia vice-campeonato da Dragões da Real

Foi uma apuração acirrada. Desde o início Dragões da Real e Mocidade Alegre mostraram deixaram claro para as demais concorrentes que estaria nas mãos de uma delas o título de campeã do Carnaval de São Paulo 2024. Quesito a quesito as duas despontavam cada vez mais na primeira e segunda colocação.

Ao final da leitura das notas, o título de campeã foi para Mocidade e o vice-campeonato para Dragões da Real. A respeito do resultado, o carnavalesco Jorge Freitas afirmou para nossa equipe que é inquestionável.

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“Não temos que questionar resultado de carnaval. Agora é ver onde nós erramos e tentar melhorar para o próximo ano. Fizemos um carnaval digno de campeã, tanto que ficamos com a mesma pontuação. Parabenizo a Mocidade pelo resultado e o excelente desempenho. Nós da Dragões fizemos o melhor carnaval da nossa história e o público viu isso. Fizemos um grande espetáculo que também merecia campeonato, se tivesse dado Dragões estaria entregue em boas mãos pois nós também fizemos por onde”, afirmou o carnavalesco.

Com o enredo “África, uma Constelação de Reis e Rainhas” a Dragões da Real foi a segunda colocada no Carnaval de São Paulo 2024.

Eduardo Santos, da Tatuapé: “O sentimento que fica é de dever cumprido”

Com o enredo “Uma Joia da Bahia – Símbolo de Preservação! Entre Contos e Tambores, Viva a Mata de São João!” a Tatuapé terminou a apuração do Carnaval de São Paulo 2024 na terceira colocação. Ao site CARNAVALESCO o carnavalesco Wagner Santos demonstrou satisfação com a posição da escola, depois de mais um belíssimo desfile, elogiado pela crítica e arquibancada.

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“Eu gostei muito. Esse ano as escolas estavam maravilhosas, com carnavalescos muito inspirados e fizeram um trabalho fantástico. Carnaval de São Paulo só tem que receber os nossos parabéns porque foi fantástico. Também parabenizo a imprensa, foram três noites maravilhosas. Parabéns a todas as escolas que participaram e parabéns a Mocidade, campeã. O bom do carnaval é que todo ano a gente tem a oportunidade de tentar novamente e fazer um trabalho melhor ainda”, declarou Wagner Santos.

Um dos presidentes da escola, Eduardo Santos, afirmou a nossa equipe que fica a sensação de dever cumprido após a apuração.

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“O sentimento que fica é de dever cumprido. Quando acabamos nosso desfile tínhamos a certeza de que mais uma vez fizemos o desfile da nossa vida. Isso importa muito. Ficar em terceiro é uma honra muito grande. A gente só coloca mais felicidade onde já tínhamos de fazer um grande desfile, um excelente espetáculo. O povo gostou, os jurados gostaram e todo mundo que viu elogiou. Foi competente e bonito, exatamente isso que a gente procura fazer, essa é nossa missão a cada ano e fizemos mais uma vez”, finalizou Eduardo Santos.

Fredy Viana, intérprete da Mancha Verde: “Ficamos com gostinho de quero mais”

Depois de mais um grande desfile que a credenciava ao título de campeã do Carnaval 2024, a Mancha Verde terminou a apuração com o quinto lugar. O intérprete Fredy Viana conversou com a equipe do site CARNAVALESCO e se declarou a verde e branco antes da equipe da escola receber o troféu.

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“Independente de qualquer coisa eu amo minha escola. Fizemos um desfile digno de Grupo Especial e de campeã do carnaval. Mas, não foi. À Mocidade, deixo os parabéns. Fizeram um excelente carnaval. Nós ficamos com um gostinho de quero mais, mas não deu dessa vez e acontece”, desabafou Fredy.

Após o desfile, Fredy afirmou à nossa equipe que teria sido o desfile mais emocionante da vida dele, e reafirmou após a apuração.

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“Continuo dizendo que foi o carnaval mais emocionante que já vivi. Nunca tinha me emocionado tanto. A energia estava tão forte e não era só comigo, tinham vários componentes dizendo que nunca haviam chorado e choraram ao ver a Mancha passar. No final do desfile eu soluçava. Carnaval é isso. A gente tem que aprender a ganhar e perder. É normal. Parabéns Mocidade Alegre, que é uma grande escola”, finalizou o cantor Fredy Viana.

Com o enredo “Do nosso solo para o mundo: o campo que preserva, o campo que produz, o campo que alimenta” a Mancha foi a quinta colocada no Carnaval de São Paulo 2024.

MOCIDADE ALEGRE É BICAMPEÃ DO GRUPO ESPECIAL DE SÃO PAULO

A Mocidade Alegre conquistou o bicampeonato consecutivo do Grupo Especial de São Paulo no Carnaval 2024. É a décima segunda conquista da escola. Agora, a escola é a segunda agremiação mais vitória do carnaval paulistano. A primeira é o Vai-Vai com 15 títulos. A Morada do Samba foi a terceira escola a se apresentar pelo Grupo Especial, fechando os portões após exatamente uma hora. O enredo da Mocidade Alegre em 2024 foi “Brasiléia Desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país”, assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira. A Morada retratou em seu desfile a viagem pioneira do escritor paulistano para conhecer e registrar as manifestações culturais brasileiras.

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VEJA COMO FOI O DESFILE

A Mocidade Alegre realizou na noite de sábado seu desfile no Sambódromo do Anhembi no carnaval de 2024. Uma vez mais o conjunto do desfile da Mocidade se destacou e atraiu os olhares atentos do público que compareceu à Passarela do Samba, com elementos visuais de fácil leitura e bem narrados pelo samba da agremiação. A Morada do Samba foi a terceira escola a se apresentar pelo Grupo Especial, fechando os portões após exatamente uma hora.

Comissão de Frente

A comissão de frente intitulada “Caleidoscópio Paulistano” se apresentou em dois atos marcados por passagens do samba e fez uso de um elemento alegórico simbolizando uma locomotiva que continha bicicletas anexas nas laterais. O grupo cênico foi composto por diversos atores vestidos de arlequins e um protagonista representando Mario de Andrade, interpretado pelo ator Pascoal da Conceição.

No primeiro ato, a parte frontal da alegoria se abre e revela Mario, que passa a interagir com os animados arlequins. No segundo ato, que simboliza o início da jornada do poeta, ele volta para dentro da locomotiva, os arlequins todos sobem no veículo e passam a manipular o maquinário, parte pedalando as bicicletas, parte movimentando um mecanismo que passa a soltar fumaça. A comissão de frente conseguiu chamar a atenção do público com sua irreverência, e contribuiu positivamente para o início do desfile da Morada do Samba.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O primeiro casal da Mocidade, formado por Diego Motta e Natália Lago, desfilou com fantasias nomeadas de “Desafiando o céu de concreto”, e foram acompanhados de um grupo de guardiões chamados “A Corte Arlequinal”. O casal apostou em uma dança muito fiel à tradição do quesito, cravando seus giros com segurança nos dois primeiros jurados e no último. Uma ressalva, porém, é preciso.

Em duas oportunidades a dupla ficou diante de módulos de jurado por um período muito superior ao necessário, sendo a primeira, na cabine dois, por conta de a escola ter parado para a coreografia da bateria durante a Monumental, e a segunda no terceiro julgador durante o recuo da bateria. Teoricamente, o casal só pode ser julgado dentro das indicações dadas pelo apresentador, mas não deixa de ser uma exposição excessiva ao júri que poderia ter sido evitada.

Enredo

O enredo da Mocidade Alegre em 2024 foi “Brasiléia Desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país”, assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira. A Morada retratou em seu desfile a viagem pioneira do escritor paulistano para conhecer e registrar as manifestações culturais brasileiras. Dessa expedição, iniciada com a companhia de modernistas geniais, como a pintora Tarsila do Amaral, surgiu a inspiração para várias obras de Mario, em especial o livro “O turista aprendiz”. Após relatar momentos da jornada, como o testemunho de manifestações como a arte barroca, carimbó, maracatu e o frevo, Mario de Andrade volta para São Paulo onde, batizado no samba rural de Pirapora do Bom Jesus, que é berço do samba no estado, escreve a história com os registros de suas pesquisas.

A facilidade com a qual o enredo foi lido surpreende. É uma temática densa e complexa, que exigiu do carnavalesco Jorge Silveira muita perícia para encaixar os elementos sem gerar dúvidas ou confusão da narrativa. O samba ajudou a leitura das alegorias e fantasias, formando um conjunto primoroso de apresentação.

Alegorias

A Morada do Samba se apresentou com quatro carros alegóricos e um quadripé. O Abre-alas foi intitulado “Paulicéia Desvairada”, enquanto o segundo carro recebeu o nome de “As riquezas do Barroco Nacional”, a terceira se chamou “Pelo Amazonas até dizer chega” e a última foi batizada de “O samba rural de Pirapora do Bom Jesus – o berço do samba paulista”. O quadripé, que veio entre os carros dois e três, representou o “Maracatu”. Os nomes dos carros são inspirados em trabalhos frutos das pesquisas realizadas por Mario de Andrade ao longo da viagem retratada pelo enredo.

O conjunto alegórico conseguiu não apenas retratar os elementos do enredo com clareza, como o impacto causado por cada uma das alegorias imergiu o público na viagem pelo Brasil proposta pela Mocidade. Destaque para a representação do famoso Viaduto Santa Ifigênia no carro Abre-Alas, que gera rápida identificação a qualquer cidadão paulistano que o viu. Alguns detalhes de acabamento, como uma faixa de LED do para-choques do caminhão presente no primeiro carro desalinhada e um detalhe na escultura de uma das santas do segundo cabem aos jurados interpretarem se comprometeram o conjunto.

Fantasias

As fantasias da Mocidade representaram os diferentes registros feitos por Mario de Andrade ao longo da viagem pelo Brasil. Ritos folclóricos como o Carimbó e a Chegança, a arte barroca que inspirou a Ala das Baianas, passagens da jornada pelo Rio Amazonas e a famosa ferrovia Madeira-Mamoré, e danças presentes no carnaval brasileiro como maracatu e frevo, marcaram presença nas alas do desfile da Morada do Samba.

A leveza para os componentes brincarem o carnaval associada com a fácil leitura marcou todo o conjunto de fantasias da Mocidade Alegre. A comunidade pode evoluir com alegria pela Avenida, resultando em um desfile culturalmente agregador e agradável de se assistir em todos os momentos. Destaque especial para a criativa Ala das Baianas, que representou esculturas barrocas esculpidas em pedra-sabão e veio toda em um único tom de cinza.

Harmonia

Quesito que costuma ser muito forte na Morada do Samba, a harmonia teve desempenho correto ao longo de toda a Avenida. Os desfilantes clamaram o samba em um nível compreensível, sem deixar clarões audíveis. Os apagões apostados pela bateria “Ritmo Puro” demonstraram que a comunidade sabe responder nos momentos necessários, e sempre que exigida conseguiram entregar mais vigor. Destaque para a ala “Caboclinhos”, que se manteve muito animada por toda a apresentação.

Samba-Enredo

O samba da Mocidade Alegre foi composto por Biro Biro, Turko, Gui Cruz, Rafa Do Cavaco, Minuetto, João Osasco, Imperial, Maradona, Portuga, Fábio Souza, Daniel Katar e Vitor Gabriel, e foi defendido na Avenida pela ala musical liderada pelo intérprete Igor Sorriso. O samba narra a jornada de Mario de Andrade para registrar a cultura brasileira começando por Minas Gerais, onde pesquisou sobre a arte barroca, passando pela região Amazônica, o Nordeste e retornando à São Paulo para transformar o material colhido em obras que marcaram a literatura brasileira.

Um samba funcional com elementos inconfundíveis de sambas da história da Morada do Samba, que gosta de letras com desfechos crescentes na segunda parte da obra. Se o nome “Mocidade” do refrão principal fosse retirado, ainda assim seria fácil saber que se trata de um samba da escola. A obra funcionou para atrair a atenção do público, ajudou na leitura dos elementos visuais e teve grande desempenho nas vozes do competente carro de som liderado por Igor Sorriso.

Evolução

Acompanhar a evolução da Mocidade Alegre em um desfile é como ler poesia em forma de técnica. A facilidade com a qual os representantes do segmento se comunicam mesmo à longa distância chama atenção e não é de hoje, e resulta há anos em desfiles fluídos e despreocupados para a Morada do Samba. A escola parou na Avenida em duas oportunidades, sendo uma para a apresentação da bateria diante da Monumental e outra para o recuo da mesma. Fora esses momentos, todo o cortejo da Mocidade transcorreu com leveza, sendo que a escola arrancou com o samba já com o relógio correndo e mesmo assim fechou os portões tranquilamente após uma hora exata de desfile.

Outros Destaques

A bateria “Ritmo Puro” novamente fez uma apresentação especial para o público da arquibancada Monumental, dessa vez utilizando-se de uma pequena alegoria em forma de locomotiva. Por sinal, “Fascinante Locomotiva: em busca de novos Brasis” era o nome da criativa fantasia da Rainha Aline Oliveira, que chamou atenção com um adereço de cabeça que continha um farol aceso. A campeã do BBB e musa da Morada Thelminha também atraiu olhares com a bela fantasia representando “São Paulo, a musa inspiradora do poeta”.

Em noite de apresentações de alto nível, Viradouro e Vila Isabel são os destaques da segunda-feira na Sapucaí

A segunda noite de desfiles do Grupo Especial do carnaval 2024 confirmou uma velha máxima dita pelo povo do carnaval que diz que a segunda-feira normalmente supera as apresentações do domingo. Seis escolas pisaram na Passarela do samba e fizeram desfiles de alto nível com brilho maior para a Viradouro, que mais uma vez teve a missão de fechar o grupo da elite do carnaval carioca, e a Vila Isabel, que apresentou uma reedição, “Gbala”. Destas apenas Viradouro não teve erros aparentes. A Vermelha e Branca do Barreto se apresentou de forma avassaladora, mostrando excelência em todos os quesitos e com um conjunto estético impecável. Já a Vila, terceira da noite, trouxe o enredo de 1993 de Oswaldo Jardim sobre a ótica de Paulo Parros, resultando em um desfile muito criativo e bem luminoso, alguns problemas na indumentária do casal e na iluminação de algumas fantasias deixa a escola em desvantagem nessa briga pelo título com a Viradouro.

A noite se iniciou com a Mocidade fazendo esquecer os dois últimos desfiles da Verde e Branca da Zona Oeste, em uma apresentação muito leve, feliz, sacana, com uma harmonia quente e com excelentes apresentações do casal e da comissão, se recuperando e pensando em voos mais altos. Depois, a Portela, que também teve muitos problemas no desfile do centenário em 2023, estreou uma jovem dupla de carnavalescos, André Rodrigues e Antônio Gonzaga, que apresentaram na Portela uma estética diferente dos últimos anos da escola em um enredo que valorizava o afeto. Problemas com acabamento nas alegorias podem afastar ela das primeiras colocações. Já a Mangueira, quarta a entrar na Passarela do Samba, fazia um começo arrebatador na homenagem a Alcione com comissão, casal e primeiros carros impecáveis, Mas problemas com evolução e acabamento das demais alegorias minaram a briga por título da escola, ainda podendo voltar nas campeãs. Depois, o Paraíso do Tuiuti fez uma criativa homenagem ao Almirante Negro, João Cândido sobre a ótica de Jack Vasconcelos de volta a escola. A comissão e as fantasias de fácil leitura se destacaram, mas problemas como evolução no final do desfile devem afastar a Amarela e Azul de São Cristóvão do sonho pelas primeiras posições.

Mocidade

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A Mocidade Independente de Padre Miguel foi a primeira a escola a pisar na avenida na segunda noite de desfiles do Grupo Especial. A verde e branca da Zona Oestou entrou na avenida embalada pelo samba que caiu nas graças do povo, desde as primeiras passadas, ele mostrou que seria o grande protagonista do desfile e foi conduzido de forma espetacular por Zé Paulo, que incendiou a avenida. A apresentação exuberante da bateria “Não existe mais quente” também contribuiu para o desempenho da obra. Apresentações vibrantes da comissão de frente e do casal de mestre-sala e porta-bandeira também foram fundamentais para o bom desfile da escola. Porém, alguns sinais de alerta podem comprometer o sonho da escola de ficar nas melhores posições na classificação final, o principal deles foi a evolução incostante durante todo o cortejo.

Portela

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Depois de um desfile do centenário em 2023 para esquecer, a Portela reformulou sua equipe artística apostou nos jovens carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga. O movimento gerou uma Portela com uma identidade visual diferente dos últimos anos, com uma proposta de enredo pautado na emoção, no afeto, e apresentando a africanidade e ancestralidade tão bem casado com a essência da Portela. O afeto deram ao enredo uma história muito tocante que chegou até o público, e a evolução, tão problemática no carnaval passado, desta vez foi um alívio para o portelense, ainda que no início na dispersão, a escola tenha corrido um pouco para colocar bem os carros na Avenida. Outros quesitos como casal e comissão de frente passaram bem, e o samba teve um rendimento satisfatório na boca dos componentes. Segunda escola a se apresentar na última noite de desfiles do Grupo Especial, a Portela apresentou o enredo “Um defeito de cor” em um desfile de 1h07.

Vila Isabel

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A Unidos de Vila Isabel foi a terceira escola a passar pela avenida na noite de desfiles do Grupo Especial. Conduzida pela força e emoção da reedição de Gbala, a escola entrou na avenida com uma sucessão de quesitos bem defendidos e entrou na briga pelo campeonato. A força do enredo se provou a medida que a escola avançou na Sapucaí, assim como samba atemporal de Martinho da Vila que foi defendido com valentia pela comunidade, o início do desfile foi avassalador, emocionante e impactou o público presente. A comissão de frente trouxe a figura de Oxalá, o criador da humanidade, e as crianças, que representam a esperança deste mundo. Porém, o grande destaque da noite foi a técnica de desfile aliado a um canto explosivo. O único senão ficou por conta de falhas no efeito de luzes durante apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira.

Mangueira

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A Mangueira foi a quarta a se apresentar na Marquês de Sapucaí nesta segunda-feira de carnaval do Grupo Especial. A escola começou seu desfile com força total, em uma arrancada contagiante. Na comissão de frente veio o primeiro impacto, com uma apresentação cheia de energia, simbolismo e beleza. O casal de mestre-sala e porta-bandeira exibiu um lindo bailado, com bastante entrosamento, força e limpeza de movimentos. A harmonia foi de excelência, pois todos os componentes entoaram o samba-enredo com vigor. A atuação dos intérpretes e da bateria foi um grande espetáculo, elevando o rendimento da obra musical. A evolução também era de bom nível na animação dos desfilantes, mas dois pequenos buracos em frente a primeira cabine de jurados prejudicaram o quesito. O conjunto de fantasias também exibiu uma qualidade plástica acima da média, com beleza no uso das cores e materiais. Já as alegorias não acompanharam o mesmo nível estético, principalmente em função de pequenos erros de acabamento. O enredo foi contado com perfeição, através da leitura muito clara da plástica da agremiação. O somatório desses pequenos erros deve afastar a Mangueira da briga pelo título. A verde e rosa levou o enredo “A Negra Voz do Amanhã” para a Avenida, sobre a vida e carreira da cantora Alcione, encerrando o desfile em 1h08.

Paraíso do Tuiuti

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Em seu sétimo carnaval seguido no Grupo Especial, o Tuiuti sempre gera muitas expectativas de repetir o histórico ano de 2018, quando conquistou o vice-campeonato. E contando com Jack Vasconcelos de volta, carnavalesco daquele importante desfile, as perspectivas da comunidade eram maiores para uma nova apoteose, ainda mais trazendo um tema com forte apelo político e emocional, utilizando a homenagem a João Cândido para falar também da luta por direitos humanos. Com um início arrebatador e muito tocante em uma comissão de frente que achou soluções simples para apresentar o tema no tom que ele pedia, e com um abre-alas bem produzido, enorme em três chassis e mais um conjunto bem pesado de cavalos que puxava a alegoria, o Tuiuti deu a entender que faria outro desfile inesquecível. A facilidade com a transmissão do enredo, bastante peculiar a Jack, esteve presente, mas já na parte final do desfile, a dificuldade para colocar o último carro na Sapucaí gerou um buraco em frente ao segundo módulo e correria no último módulo, no final do desfile para não estourar o tempo. Com 1H08, o Paraíso do Tuiuti foi a quinta escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial apresentando o enredo “Glória ao Almirante Negro”.

Viradouro

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A Unidos do Viradouro foi a última escola a passar pela avenida na segunda noite de desfiles do Grupo Especial. A vermelha e branca de Niterói correspondeu às expectativas do público e encerrou o carnaval de maneira avassaladora, se credenciando ao título na quarta-feira de cinzas. De ponta a ponta foi uma desfile com todas as características de campeão, os nove quesito foram defendidos com brilhantismo por toda a escola, desde a comissão de frente, que mais uma vez se destacou, até a comunidade que entrou na avenida disposta a guerrear e teve um canto impressionante, acima de tudo, a garra de cada desfilante merece todos os elogios. O apuro estético foi outro ponto de destaque, o conjunto de fantasias e alegorias mostrou todo o talento de Tarcísio Zanon. Assim a estética, a Viradouro também passou pela avenida com um belíssimo trabalho harmônico, a bateria de mestre Ciça levantou o público e o intérprete Wander Pires retornou para agremiação em grande estilo. O alvorecer do dia contribuiu para que a energia em torno do desfile deixasse o ambiente ainda mais favorável à escola.

Quesitos da Independente mostram otimismo com desfile

A Independente Tricolor foi a quarta escola a desfilar no Anhembi, logo na primeira noite, dia 9 de fevereiro. Com o enredo “Agojie, a Lâmina da Liberdade!”, passou pela primeira vez sem ser abrindo a sexta de carnaval no Grupo Especial, nas outras duas ocasiões foi assim.

Após o desfile, o carnavalesco Amauri Santos contou para o site CARNAVALESCO sua análise: “Foi bem legal, agora aguardamos para saber. A nossa parte foi bem feita e aguardamos para fazer do resultado, mas pelo que nós vimos, pelo que acompanhamos, passamos redonda e passou legal”.

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Destacando algo na parte visual do desfile da Independente Tricolor, o carnavalesco da agremiação ressaltou: “Gosto muito da abertura. Acho que tem abertura grandiosa, uma coisa do misticismo e o fechamento também, né? Que a gente começa numa coisa tão ancestral e termina com uma coisa futurista. Eu gosto desses dois modelos”.

Em relação a alguma dificuldade, o carnavalesco falou: “Acompanhei um pouco a escola, parei, voltei. Agora é aguardar tecnicamente aí e os jurados para saber o que acontece”.

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O casal, Jeff Antony e Graci Araújo foi formado devido a gravidez da Thais Paraguaçu durante as prévias do carnaval, e a porta-bandeira relatou: “Teve acho que dançar ali na frente do recuo da bateria que a gente pega a energia ainda da monumental já entrando para um jurado. Ali foi um momento que o coração bateu mais forte, a alegria demais”

O mestre-sala Jeff disse: “Momento mais emocionante, tirando esse, para mim também a concentração, né? Onde estamos com os nervos a flor da pele, já emanando boas energias e ao cruzar a faixa amarela é sempre uma grande emoção. Mas como a Graci disse, no decorrer da pista, quando chegamos no meio tem a emoção, pois é onde tem as câmeras, tem o público maior ali, esperando, pois o público de casa consegue acompanhar melhor. Então é onde a gente sente que a gente está sendo bem vistos e todo mundo tá assistindo a gente mandando boa energia, sensação única. Nossa, escola estava linda, nós estamos muito feliz com o resultado porque é uma parceria nova e que com certeza Deus nos abençoe porque a gente é luz. A gente trabalhou muito para esse momento.

Dificuldades durante o desfile, a Graci falou: “Peguei vento principalmente ali na frente do recuo. Mas deu tudo certo, graças a Deus, tudo bem”, e o Jeff Antony: “Só esse momento do vento, mas eu vi que ela foi muito guerreira, minha porta-bandeira foi guerreira quando vi ela dominando Pavilhão, o vento ali não foi uma dificuldade e sim uma força ainda mais para ela seguir firme e guerreira com o nosso Pavilhão”.

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O intérprete Chitão Martins estreou oficialmente na Independente e ressaltou sobre o ensaio“O samba é, ele é forte, né? Ele não tem um descanso. Ele é todo tempo atacando para cima, mas eu acho que a parte forte ali é quando chega no Preta.. ‘Preta tenha a cabeça sempre erguida’. Se prepara para o refrão que é uma explosão. Foi bom, a escola veio bonita, a escola veio compacto da escola, desfilou o carnaval, não vi em nenhum momento a escola parando, o tempo todo dia evoluindo, e é isso, cara. Fizemos um bom trabalho. O presidente apresentou uns belos carros aí, a bateria maravilhosa Cassiano veio muito bem no andamento e nas bossas. Agora espera terça-feira ver o resultado que eu tenho certeza que vai ser bom para nós”.

Em relação a dificuldades, o intérprete da Independente disse: “Então para mim foi só esse lance do critério de julgamento. Tenho uma característica de fazer caco, de tentar trazer a arquibancada para o desfile, tive que segurar isso. Mas não me atrapalhou, consegui me adaptar esse novo modelo e a escola veio bem, estudei onde eu tinha que fazer carco e eu acho que deu tudo certo”.

Em avaliação sobre o desfile, o mestre da Independente Tricolor, Cassiano Andrade, ressaltou: “Desfile foi técnico, né? Nós trabalhamos bastante para chegar no dia, já tem todo o preparo aonde vai fazer, onde não vai fazer. Apresentamos tudo que a gente ensaiou com muita certeza e com muita vontade. Com certeza teremos um bom resultado aí”.

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O grande momento do desfile para o mestre de bateria: “Foi o momento que a bateria abaixa para o tambor tocar, da mulher tocando o tambor Agojies, é o enredo falando das mulheres pretas. Esse foi o ponto alto do desfile da bateria”.

Sobre dificuldades, o mestre Cassiano falou: “Não, a gente treina, trabalha para isso, dificuldade não, tivesse tido dificuldade estaria tenso, to aliviado, satisfeito com resultado apresentado pela rapaziada aí pela bateria e está confiante para caramba”.

O coreógrafo Arthur Rozas avaliou o desfile da Independente Tricolor: “Emocionante já é, após longos meses de ensaio, conseguir chegar aqui com um projeto assim como a gente sonhou, né? Que ele acontecesse no dia do desfile, então isso já é uma emoção maravilhosa. Passarmos nesta pista de tantos sonhos, de tantos desejos, tantos investimentos e concretizar esse projeto e agora é aguardar para que o melhor nos encontre”.

Explicando sobre a apresentação da comissão de frente, revelou: “Nossa comissão veio representando um ritual Vodu. Nosso enredo fala sobre as guerreiras Agojies e o ritual de fé que elas, um dos rituais que elas emanam, então eu acredito que é quando revelamos a nossa rainha vodu ali da nossa pequena alegoria e o escudo que você vai se abrindo em forma de pétalas de flor para homenagear as mulheres e a nossa rainha vem e convida as outras mulheres para dançar e celebrar junto com ela. Conseguimos colocar no projeto realmente sublinhar a força da mulher preta e enaltecer o ponto principal do nosso enredo”.

Sobre dificuldades no desfile, o coreógrafo disse: “Olha eu confesso para você que no dia eu fico tão concentrado com os comandos, com o tempo e tudo mais, que eu me atrevo a dizer que eu não vi dificuldades. Mas assim é o olhar do coreógrafo, da poesia também, né emocionado, mas tem que se concentrar, conduzindo o grupo com os comandos, de segurar e de avançar, eu acho que fizemos uma bela passagem”.