A porta-bandeira da Beija-Flor, Selminha Sorriso, e a coordenadora da ala de passistas da Portela, Nilce Fran, são as novas conselheiras deliberativas do Museu do Samba. As consagradas sambistas tomaram posse na última segunda-feira, durante evento de abertura da nova exposição do museu. Intitulada Samba Patrimônio, a exposição abriu ao público na terça e fica em cartaz de terça a sábado, das 10h às 17h. O Conselho Deliberativo do Museu do Samba é formado por cinco integrantes e tem como responsabilidade a formulação e implantação de políticas e projetos estratégicos voltados à preservação da memória e da cultura do samba.
Foto: Divulgação/Museu do Samba
Além de Selminha Sorriso e Nilce Fran, também tomam posse outros três membros do novo Conselho Deliberativo: Carlos Ferrão, mestre em Administração Pública pela FGV-EBAPE e fundador do Pré-vestibular Social Dona Zica; Cátia Medeiros, produtora de eventos e integrante do Departamento Feminino da Estácio de Sá; e Juliano Dumani, mestrando em Patrimônio, Cultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e pesquisador nas áreas de Relações Étnico-Raciais, Estudos de Cultura, Memória e Oralidade.
“Fazer parte do Conselho Deliberativo é um privilégio que vai de encontro a tudo o que eu penso sobre o samba e sua preservação, porque quando temos memória, temos passado, presente e futuro; infelizmente o Brasil é considerado um país de memória curta, o que é real, o que torna ainda mais especial este momento para mim, porque o Museu do Samba é um espaço sagrado, voltado para os sambistas e a perpetuação de suas histórias, um museu que pensa o samba como resistência cultural e patrimônio da nossa gente”, afirma Selminha Sorriso.
“Sou grata pelo convite para fazer parte do Conselho do Museu do Samba. A geografia do samba passa por aqui e eu, como portelense nascida no berço de Candeia, Paulo da Portela, Natalino José, de Argemiro, Ary do Cavaco, e do meu pai Wanderley, sei que estou honrando o ensinamento deles e me sinto uma célula nesse celeiro de bambas, aprendendo a cada dia. Estar no meio de tantas pessoas grandiosas só eleva o meu amor pelo samba, que é meu dom e é minha vida”, emocionou-se Nilce Fran.
“Selminha e Nilce Fran são símbolos de representatividade e da força feminina do samba, são mulheres pretas, reconhecidas por sua arte, seu engajamento cultural e pelos projetos sociais que implantaram em suas escolas de samba; os demais membros são profissionais com experiência em gestão e pesquisa, além de serem igualmente comprometidos com a valorização do samba e suas lutas sociais”, afirma Nilcemar Nogueira, fundadora do Museu do Samba.
A Mocidade Independente de Padre Miguel anunciou os novos coordenadores de alegorias. Thiago Ferreira e Alex Furtado irão compor o time para o Carnaval 2025.
Foto: Divulgação/Mocidade
Alex Furtado iniciou na bateria “Não existe mais quente” em 1994 já teve passagem pela escola mirim e pela direção de barracão. Nos últimos três carnavais, realizou um trabalho na avenida junto com a equipe de Carnaval.
“A expectativa de trabalhar com o Thiago é a melhor possível. Será um trabalho em conjunto. Que a gente consiga ter o melhor resultado para a escola”, comemorou Alex.
Já Thiago Ferreira faz parte do grupo de alegorias desde 2009 e, agora, passa a coordenar o departamento. Ele também tem passagens por outras agremiações, como Unidos de Padre Miguel, Viradouro e Imperatriz Leopoldinense.
“O convite foi uma surpresa. Após o carnaval desse ano, fui fazer um curso de Harmonia e achei que iria ingressar numa nova empreitada, quando me veio esse convite inesperado e irrecusável. A alegoria sempre foi a minha essência dentro da escola. É um sonho realizado”, contou Thiago.
A Mocidade será a primeira escola a desfilar na terça-feira de Carnaval, com o enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar!”.
Voltando a Série Prata do carnaval carioca, o Boi da Ilha do Governador já tem seu enredo para 2025. A escola irá homenagear um dos maiores intérpretes de samba-enredo: Melquisedeque Marins, o Quinho.
Nascido no Dendê, o jovem feirante niciou sua trajetória no mundo do samba na agremiação da Freguesia por conta de seu grande talento, foi chamado por Aroldo Melodia para fazer parte do carro de som da União da Ilha e em pouco tempo estaria cantando no Salgueiro, escola que ele conquistou dois campeonatos.
O cantor teve passagem também por São Clemente, Império da Tijuca, Santa Cruz e Grande Rio, além de passagens pelo carnaval gaúcho, paulista e santista.
Quinho “incendiava” as arquibancadas com seus gritos de guerra e de empolgação com sua capacidade de motivar os desfilantes. Ícone do carnaval carioca, grande intérprete e referência para novas gerações, o artistas que nos deixou ano passado, terá sua vida e obra cantada na avenida Intendente Magalhães.
O presidente da agremiação Marcelo Santos, diz ser uma honra ter Quinho como enredo.
“A ideia surgiu depois de uma conversa com meu departamento de comunicação e de carnaval. Eu achei uma homenagem mais do que justa. Quinho é cria do Boi e vai ser uma grande honra contar sua vida na avenida”.
Intitulado “Arrepia Boi da Ilha” o enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Fran Sérgio. A sinopse, assim como o cronograma da disputa de samba, será divulgado em breve pela agremiação.
Sidnei França, carnavalesco estreante no Grupo Especial do Rio de Janeiro, chega à Mangueira com cinco títulos no Grupo Especial de São Paulo para desenvolver o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o artista compartilhou como aconteceu o convite para trabalhar na Estação Primeira, seu sentimento diante das expectativas para o Carnaval 2025, o ápice do enredo, o que não pode faltar no samba de 2025, como está conciliando os trabalhos entre Rio e São Paulo e até revelou uma curiosidade sobre seu samba preferido da Verde e Rosa.
Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO
Ele contou como recebeu o convite da Mangueira, descrevendo esse momento como uma mistura de honra e alegria, destacando a raridade de um carnavalesco de São Paulo assumir um posto no Rio de Janeiro. Sidnei se sente honrado pela oportunidade de trabalhar em uma escola tão tradicional e vê o convite como um reconhecimento de seu trabalho. No entanto, também reconhece a grande responsabilidade e expectativa que isso gera.
Em relação ao enredo, o carnavalesco compartilhou que foi um processo de construção conjunto com a direção da escola e que o tema surgiu da vontade de abordar a negritude e a cultura afro-brasileira de forma profunda e emocionante. Ele espera que o desfile seja uma celebração da história e da resistência do povo negro, além de transmitir uma mensagem de empoderamento e orgulho da ancestralidade africana. O carnavalesco expressou estar leve e feliz com essa oportunidade e se sente acolhido pela Mangueira, tanto pela estrutura da escola quanto pela comunidade, se colocando a disposição para contribuir da melhor forma possível para o Carnaval de 2025.
“O convite da Mangueira para esse próximo carnaval para mim foi um misto de honra e alegria. Honra porque um carnavalesco de São Paulo não é comum, um profissional de São Paulo chegar ao Rio, a gente sabe muito bem que tem uma série de questões que envolvem, não só preconceito, mas até mesmo realidades, estruturas diferentes. Recebi com bastante honra, a Mangueira é uma escola quase centenária, essa história gigantesca que qualquer apaixonado pelo samba e pelo carnaval tem essa dimensão e muita alegria também, porque isso também chancela meu trabalho, me coloca num lugar de observação e eu tenho a exata noção da responsabilidade e da expectativa que causa um carnavalesco que não só estreia na Sapucaí, mas já estreia na Mangueira. Isso gera uma sensação de muita responsabilidade para mim e de muita expectativa para os outros. Estou leve, feliz e, principalmente, me sentindo abraçado pela Mangueira, seja como estrutura, seja como administração, seja pela comunidade. É um momento muito bonito estar aqui hoje e me coloco sempre a serviço dessa escola gigantesca para o carnaval”, disse Sidnei.
Durante a entrevista o carnavalesco revelou que o enredo surgiu a partir de uma dissertação de mestrado que abordava a questão da ancestralidade bantu. Ele se apaixonou pelo tema por ser muito ligado às questões identitárias e históricas da comunidade negra. A ideia central é explorar como a alma carioca resgata a ancestralidade bantu e como essa cultura ancestral influencia o modelo de vida atual. O ápice do enredo será mostrar como o Rio de Janeiro atual, marcado por contrastes entre violência e prazer, dores e paixões, reflete a história e a cultura da população negra.
Como surgiu o enredo de 2025
O desfile vai dialogar constantemente com o passado e o presente, revelando como a cultura preta sofreu perseguição, apagamento e invisibilidade ao longo dos séculos, e como isso ainda reverbera nos dias atuais. Assim, a Mangueira pretende trazer para a Sapucaí uma narrativa que explique muito do que se vive no Rio de Janeiro contemporâneo, destacando como a cidade aprendeu o significado da negritude entre dores e paixões.
“O enredo parte de uma dissertação de mestrado e um amigo meu do Rio me colocou em contato com essa leitura e eu me apaixonei, porque eu sou muito ligado às questões identitárias, às questões da historicidade preta. Isso me sensibilizou e eu resolvi propor para a Mangueira um discurso ligado na ancestralidade bantu, e aí já falando do enredo, na questão de como a alma carioca, ela recupera a ideia de ancestralidade bantu e da contribuição desse tronco linguístico, dessa cultura ancestral para o modelo de vida atual. É um enredo que dialoga com o passado e com o presente ao tempo inteiro, é uma maneira de interpretar esse Rio de Janeiro atual caótico entre a violência e os prazeres, entre as dores e as paixões. Explica muito do que a gente vive no tempo presente, observar no passado o quanto a cultura preta, a sociedade bantu, sofreu de perseguição, apagamento e invisibilidade, e como isso ainda é reverberado até os dias atuais, então se hoje a gente faz carnaval, se hoje a gente celebra a vida constantemente no Rio de Janeiro é para suportar a dor de tanta violência que vem desde a colonização e a Mangueira se debruça sobre uma história de uma cidade que aprendeu o que é negritude entre dores e paixões”, revelou Sidnei.
‘Celebrar a vida, desafiar a morte e ainda fazer carnaval’
O artista destacou que no samba de 2025 não pode faltar a força da raça negra, especialmente a ancestralidade preta, com ênfase na cultura bantu. Ele ressaltou que o enredo não é de lamento ou tristeza, mas sim de celebração da vida sob o olhar bantu. O carnavalesco enfatizou que é essencial transmitir a alegria característica do povo da Mangueira, que enfrenta a realidade diariamente para construir seu presente e futuro. Portanto, o samba precisa refletir a alma festiva e valente da Mangueira, que celebra a vida, desafia a morte e faz carnaval.
“Não pode faltar no samba a força da raça negra, eu tenho repetido muito internamente, a partir de agora com a sinopse isso é externo, isso é para o mundo, que não é um enredo que cobra nada, ele apenas reflete e reforça a ancestralidade preta, especialmente bantu, não é um enredo de lamento, de tristeza e de reprodução. É um enredo que celebra a vida sob um olhar bantu, então não pode faltar a alegria característica do povo do Morro da Mangueira que a cada dia acorda e enfrenta a realidade para construir o seu presente e projetar o seu futuro. Não pode faltar a alma da Mangueira, festiva, valente que consegue, como diz o desfecho do enredo, celebrar a vida, desafiar a morte e ainda fazer carnaval”, destacou Sidnei.
O carnavalesco explicou que está conciliando o trabalho entre Rio de Janeiro e São Paulo com duas equipes distintas. Ele possui uma equipe de muitos anos em São Paulo, enquanto montou uma nova equipe no Rio de Janeiro para acompanhar seu trabalho na Mangueira. No Rio, Sidnei tem estado mais presente pessoalmente para entender a dinâmica do Carnaval carioca. Enquanto isso, em São Paulo, ele supervisiona o trabalho à distância, dando orientações e contribuindo com sua assinatura e desenvolvimento dos projetos.
“Eu tenho uma equipe de muitos anos em São Paulo que me acompanha e ela ficou lá. Então eu montei uma equipe no Rio, uma equipe, entre aspas, nova, para me acompanhar aqui com a minha presença. Eu tenho ficado muito mais presente aqui na Mangueira, no Rio, para entender a dinâmica do carnaval do Rio. E eu tenho uma equipe que conduz o meu trabalho em São Paulo, onde eu faço a assinatura e faço, lógico, os desenhos, o desenvolvimento, mas eu tenho uma equipe que toca, porque até sabe como eu penso, como eu gosto, como eu funciono e aí eu fico aqui no Rio mais presencial”, explicou Sidnei.
Sidnei acompanha o carnaval do Rio desde os 16 anos, e até se tornar carnavalesco, ia a todos os desfiles da Sapucaí anualmente, até por volta de 2008 ou 2009. Durante esse período, assistiu a desfiles marcantes, como os de Chico Buarque, o Nordeste de 2002 e a Língua Portuguesa, entre outros. Ele destaca o samba de 1990, “E deu a louca no barroco”, como o ápice da beleza melódica e da construção, este samba o encanta muito por conta da narrativa sobre uma mulher que surtou em Vila Rica e construiu um mundo particular em um enredo que se pretendia barroco. Ele elogia a construção e desconstrução desse enredo, e destaca que o samba vem de um enredo de Fábio Borges, um carnavalesco com quem teve o prazer de conviver e que também trabalhou em São Paulo.
“Eu posso dizer que eu não tenho um desfile preferido, mas eu tenho um samba. Eu acompanho o carnaval do Rio desde os meus 16 anos, desde 1996 eu venho todo ano até eu me tornar carnavalesco, porque aí o carnaval se tornou um trabalho, um compromisso e a partir de 2008, 2009, já não consegui manter essa regularidade. Mas de 96 a 2008 eu vim em todos os desfiles da Sapucaí, eu acompanhei Chico Buarque, o Nordeste de 2002, a Língua Portuguesa e foi vindo vários desfiles incríveis. Eu não consigo classificar um desfile, eu destacaria o samba de 90, ‘Deu a louca no barroco’ . Acho esse samba o ápice da beleza melódica e da construção, ou melhor, da desconstrução, uma narrativa de um enredo que se pretendia barroco, mas era muito louco falar de uma mulher que surtou lá em Vila Rica e construiu um mundo particular. Aquele samba me encanta muito, que inclusive vem de um enredo, o enredo é do Fábio Borges, um grande querido que trabalhou em São Paulo e a gente teve o prazer de conviver”, contou Sidnei.
Atual vice-campeã do Carnaval carioca, a Imperatriz Leopoldinense realizou, durante todo o mês de maio, na quadra da escola, em Ramos, Zona da Leopoldina do Rio, a segunda edição do curso de capacitação e formação de diretores de harmonia.
Foto: Divulgação/Imperatriz
Dividido em quatro módulos e de maneira gratuita, o curso, idealizado pelo Diretor Geral de Harmonia Thiago Santos e pelos Diretores de Carnaval André Bonatte e Pedro Henrique Leite, proporcionou aos interessados uma análise técnica sobre a harmonia nas escolas de samba e toda a filosofia de trabalho que envolve o quesito.
“É muito satisfatório estar mais um ano realizando esse processo de aprendizado, com um perfil bem variado de participantes: componentes, diretores de coirmãs e também torcedores. Nos últimos dois anos, conseguimos aproveitar 20 pessoas para o time de harmonia da casa, e isso é muito legal. Eu mesmo sou fruto desse trabalho de observação. Cheguei aqui (na Imperatriz) garoto e passei por todas as etapas dentro do segmento. Vamos seguir procurando pessoas para exercer a função e com isso oxigenar sempre o time”, afirmou Thiago.
A última aula, realizada na noite desta segunda-feira, contou com mais de 120 participantes, todos certificados após a conclusão, e um convidado muito especial: o diretor de carnaval da Liesa, Elmo José dos Santos, que compartilhou na sua palestra toda a experiência e sua trajetória no maior espetáculo da Terra.
A Unidos de Padre Miguel anuncia uma nova adição de peso à sua equipe para o carnaval de 2025. Vânia Reis, renomada coreógrafa e figura de destaque no mundo da dança, foi contratada para assumir a função de coreógrafa do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação.
Foto: Divulgação/UPM
“Estamos extremamente empolgados em receber Vânia Reis em nossa equipe. Sua experiência e talento certamente agregarão muito ao nosso desfile. Estamos confiantes com o trabalho que será desenvolvido para o sucesso do nosso primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira no Carnaval de 2025”, disse a diretora de carnaval, Lara Mara.
Com uma trajetória sólida e vasta experiência na área, Vânia Reis traz consigo um currículo repleto de conquistas e contribuições significativas para a arte da dança. Graduada em Licenciatura Plena em Dança pela Faculdade Angel Vianna, seu percurso inclui formação em Jazz, Ballet Clássico e Dança Afro, além de uma passagem pelo prestigiado Broadway Dance Center, em Nova York, onde aprimorou suas habilidades no Jazz Dance.
Sindicalizada como coreógrafa pelo Sindicato dos Profissionais de Dança do Rio de Janeiro desde 1990, Vânia Reis também acumula experiências internacionais, tendo trabalhado no Chile e na Bolívia com uma companhia de ritmos brasileiros, participando de eventos . Sua expertise se estende para além dos palcos, incluindo a direção e coreografia de espetáculos de dança, além de ter sido coreógrafa do desfile de modelos na maior feira de beleza da América Latina, o Hair & Beauty, no Rio Centro. Vânia Reis atualmente ocupa o cargo de Presidente da AEDERJ (Associação das Escolas de Dança do Estado do Rio de Janeiro).
No carnaval carioca, Vânia tem uma história marcante, tendo atuado como coordenadora de ala de passistas e de shows na Mocidade Independente de Padre Miguel em diversas ocasiões, além de ter sido coreógrafa de ala e alegoria na Unidos de Padre Miguel em 2003. Destaque-se também sua atuação como coreógrafa da comissão de frente da Caprichosos de Pilares, obtendo nota máxima em 2007.
Nos últimos anos, Vânia Reis esteve à frente dos casais de mestre-sala e porta-bandeira da Mocidade Independente de Padre Miguel. No carnaval de 2024, a profissional fez parte da Comissão de Carnaval da Mocidade.
A Unidos da Tijuca fez a leitura da sua sinopse e explanação do enredo “Logun-Edé – santo menino que velho respeita” para o Carnaval de 2025 para os compositores e a comunidade, reunidos na quadra da escola, com uma apresentação em honra a Logun-Edé, onde se reverenciou o orixá e o pavilhão da escola. A final de samba-enredo está marcada para 21 de setembro.
Fotos: Rafael Arantes/Divulgação Tijuca
O presidente Fernando Horta falou com a comunidade. “A Tijuca fez a apresentação pela primeira vez com toda grandeza. Eu quero agradecer aqui ao meu carnavalesco, Edson Pereira, os meus enredistas, e é pela primeira vez que consegue juntar uma nata. Agradeço pelo trabalho, agradeço a vocês pela presença. Agora, a coisa que eu espero melhor é que a Tijuca venha com um grande samba, que a gente está precisando disso. E tenho uma novidade para vocês, compositores. Esse ano a Tijuca vai abrir mão, ela vai dar 100%, no dia do desfile oficial, dos direitos autorais. Eu espero que os meus colegas concorrentes não briguem comigo, mas acho que a Tijuca vai ser a única, talvez, daqui para frente, apareçam outras. No momento existe 100% para quem ganhar o samba, de direitos autorais para o desfile oficial”.
Edson Pereira, carnavalesco da escola, agradeceu a oportunidade de ser o carnavalesco da escola, tocando os trabalhos para o ano que vem, e agradeceu a presença de Maria Augusta e Milton Cunha no lançamento da sinopse:
“Não é só de dar partida para mais um ano de carnaval para fazer o maior espetáculo da terra, que todo mundo sabe que não é fácil. É com muita luta, é com muita galhardia que a gente consegue fazer tudo isso. E, graças a Deus, temos que agradecer o presidente Fernando Horta, que me colocou a frente desse projeto e quero agradecer os meus parceiros e colaboradores que estão comigo batalhando para construir o melhor, não só para Tijuca, mas como contribuição para o mundo do samba em nome do carnaval. Agradecer em especial a presença da minha professora Maria Augusta. Queria pedir um aplauso também para o Milton, que se faz presente, uma pessoa muito importante também na construção desse que vos fala”.
Edson apresentou a equipe que formulou o texto da sinopse, os enredistas e consultores, e contou um pouco sobre como o trabalho foi se desenvolvendo até o momento:
“Quero apresentar para vocês as pessoas que ajudaram a construir esse texto que vocês tiveram acesso agora. Que é o Mateus Pranto, o Rodrigo Hilário, Osmar e o Rafael. É um time de milhões. É um time de milhões. O presidente está coçando o bolso aqui. Quero aproveitar e dizer para vocês que o trabalho não parou. Ele começou desde o primeiro dia que eu cheguei na escola. Nós estamos, já, preparando as fantasias, os protótipos. As ferragens já começaram os trabalhos, os ferreiros, os escultores. É um momento de virada e eu acredito que não só para todos nós ou para o carnaval, mas acredito que é um momento de grande emoção estar atendendo a comunidade fazendo um enredo que a comunidade a tanto tempo aguarda. O Milton está aqui, uma das pessoas que fez o carnaval negro, sobre a cultura afro e como eu tenho inspiração muito grande pelos trabalhos que ele fez aqui nessa casa, e hoje eu estou a frente e com muito orgulho posso dizer contornando e seguindo esses passos que assim foi dado. Não é novidade fazer um carnaval afro na Unidos da Tijuca, porém eu tenho muito orgulho de ter tido a contribuição de grandes mestres como Milton, como Maria Augusta e outros demais que aqui estão presentes”.
Edson, por fim, o carnavalesco falou sobre uma desmistificação da história de Logun-Edé, e um aprofundamento na mesma, através do enredo, abrindo depois a palavra aos enredistas:
“Que vocês entendam, assim como eu entendi, quando eu estive lá no Ilê Axé Kalé Bokun, na Bahia, com a mãe Vânia de Oyá, o primeiro terreiro de candomblé Axé Kalé Bokum, que a gente trata-se o tema com respeito e com dignidade, assim como Logun-Edé. E desmistificassem toda a história de Logun-Edé, que de forma contada, errada ou não, é que nós conhecemos. Nós precisamos cada vez entender melhor que Logun-Edé não é só esse Orixá que as pessoas falam que é um Orixá efêmero, que metade do ano é homem outra metade é mulher. Não, Logun-Edé ele tem a personalidade do pai, a doçura da mãe e a bravura dele mesmo. São três personalidades”.
Mateus tomou a palavra em seguida para falar deste retorno da escola a um enredo afro centrado, depois de mais de vinte anos, falando do orixá da juventude e desta mesma juventude, em especial a juventude preta e periférica, como os jovens do Borel:
“Preparamos esse carnaval para uma escola que caminha para o seu centenário. Daqui alguns anos a Tijuca vai chegar e ir ao seu centenário. E ser uma honra também, depois de quase 20 anos, um enredo afrocentrado. Inclusive foi um enredo de Milton Cunha em 2003, os Agudás. Então, 22 anos depois, a Tijuca se debruça novamente a uma narrativa afrocentrada. E falando em narrativa afrocentrada, nesse carnaval, percebemos que temos várias temáticas que se debruçam sobre a ideia, o olhar e a perspectiva da ideia de África. Só que o nosso enredo, como alguém perguntar para vocês, tijucanos, o que difere o nosso enredo dos outros, o nosso olhar dos outros, nós estamos falando da juventude, um orixá que representa a força da juventude, que nunca morre e representa a resolução dos conflitos entre os mais velhos e os mais novos. Isso é a Logun-Edé. Ele é a tradição e a modernidade. A modernidade da qual a Tijuca é pioneira no carnaval. E que a Tijuca faz no carnaval. Muitas vezes nós não vimos a Tijuca revolucionar o carnaval. Não é isso? O Logun-Edé representa esse espírito tijucano, esse receio, esse desejo tijucano. Representa a juventude preta, periférica. Representa o morro do Borel. Quando a gente olhar para o enredo da Unidos da Tijuca, que é a Logun-Edé, nós vamos lembrar da juventude”.
Ele continuou falando sobre o orixá e a mensagem que ele trás a escola e aos dias de hoje:
“É um santo menino que o mais velho respeita. A gente não está vendo ele como criança aqui no nosso enredo. O menino aqui é o mais jovem. Quantos de nós, por exemplo, eu tenho quase 30 anos, mas uma pessoa de 40, 50, olha para mim e fala, é o menino, é uma pessoa mais jovem. E derrubar, deve respeito a ele, porque vê nele o poder da ousadia, do afronte, da mudança que a sociedade tanto deseja, almeja, no século 21. Pensem na juventude, na ousadia e na modernidade que emana daqui da Unidos da Tijuca”.
Rodrigo Hilário, o outro enredista, continuou comentando sobre a bravura de Logun-Edé:
“Mateus resumiu o espírito do enredo. Acho que está sendo uma alegria trabalhar com ele, com Edson, trabalhar com o Osmar, trabalhar com o Raphael e tenho certeza que essa brilhante ala de compositores que a Tijuca tem vai conseguir resgatar essa alma afro-centrada, essa alma preta que permeia todas as escolas de samba para contar essa história na avenida desse orixá, que é um orixá, sobretudo um orixá guerreiro de bravura, de valentia e que une a sabedoria dos mais velhos com a audácia dos mais nobres”.
Osmar Igbodê, consultor do enredo, falou sobre a importância do feminino dentro da história de Logun-Edé, representado por sua mãe Oxum, que teve uma postura ativa na busca do amor do pai de Logun-Edé:
“O enredo foi muito pensado também na regência de Oxum, que representa as mulheres negras, a maternidade, a fertilidade de Oxum, o desejo dela de produzir com a sua fertilidade, com o seu ouro, com a sua beleza, com a sua magia, um filho com um belo caçador. Então, é um enredo também que trata do poder das mulheres de movimentar o mundo de acordo com os seus desejos. Começa com Oxum, tudo que ela precisou fazer para conquistar o bruto caçador, o caçador que só gostava das mulheres das matas, ela como uma mulher do rio, não podia se aproximar dele. Mas ela foi ao jogo, descobriu o segredo e conquistou o coração de Erinlé, na leitura de alguns, Oxóssi. Esse povo também feminino é muito importante, e é um feminino que está em equilíbrio com o masculino, que é o pai, e a formação da família nuclear africana. Oxum representa a matemática e a feminilidade, Oxum representa o reino masculino, e Logun-Edé como equilíbrio entre esses dois mundos. Outro ponto também importante é mostrar que esse jovem não existe isolado da sua comunidade. Ele depende tanto dos seus mais velhos, quanto da sua mãe, do seu pai, daqueles que fazem esse papel de mãe e pai, entre outros que vão exercer essa função de apoio para que essas novas gerações cheguem quebrando tudo, como diz a nossa sinopse”.
Raphael falou logo em seguida a Osmar, e destacou a intolerância religiosa vivida com a cantora Anitta após a mesma divulgar um trecho da sinopse da escola no Instagram:
“Complementando isso também, aproveitem todos esses ensinamentos que o Logun-Edé teve, de bravura, de esperteza, de vigereza, principalmente, estamos vivendo um tempo de muita intolerância, intolerância religiosa, vide o que aconteceu com a própria Anitta, que acabou divulgando o trecho da nossa sinopse, então aproveitem para expor o nosso axé para essa pública, como diz também a nossa sinopse”.
Fernando Costa, novo diretor de carnaval da agremiação, parabenizou ao presidente perante as novas contratações, e saudou Allan Guimarães, diretor de harmonia da agremiação:
“Parabenizar aqui duas pessoas, uma é o presidente Fernando Horta, por ter valorizado a prata da casa aqui, colocando esse ombro aqui, que arrumou toda a harmonia. Parabéns presidente, parabéns Allan. Assim, muito sucesso, acho que nem precisa falar muito que a gente tenha aqui três elementos Dentro dessa escola que facilitam muito, que é a nossa comunidade, os segmentos e a nossa equipe de harmonia. Vai estar todo mundo contigo”.
Em seguida, Fernando comentou e disponibilizou as datas para o tira-dúvidas, entrega, e disputa de sambas, com a final sendo em 21 de setembro:
“A entrega dos sambas vai ser dia 27/6, uma quinta-feira, aqui na quadra, das 19 às 22 horas. Não vai poder ter participação especial, seis pessoas por parceria. E a nossa disputa começa em agosto, todas as quintas-feiras de agosto, das 19h às 23h, meia-noite, a hora que terminar, e em setembro a gente passa para sábado, daquele horário de 22h às 4h da manhã, com nossa final no dia 21 de setembro”.
Allan Guimarães, novo diretor de harmonia da escola, encerrou as falas de forma breve:
“Agradeço a todos. Primeiramente, eu gostaria de agradecer ao meu presidente por me confiar essa responsabilidade e, sem me estender muito, agradecer a todos os presentes, agradecer a minha comunidade, a minha equipe de harmonia e dizer que a gente está junto e vamos embora. Vamos à luta, fazer história”.
Essa é para quem adora o carnaval carioca e sabe de cor seus sambas-enredo mais emblemáticos. Vem aí o projeto “Roda de Enredo”, idealizado pelo produtor musical, percussionista, compositor e mestre de bateria Macaco Branco, que vai tomar conta do Teatro Rival Petrobras, nesta quarta-feira. O evento faz parte do Festival Teatro Rival 90 anos, projeto incentivado pela Petrobras por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura.
Foto: Bia Mandarino/Divulgação
A proposta é apresentar um pouco da história de sambas-enredo antológicos e dos personagens que fazem parte do cenário das escolas de samba do Rio de Janeiro. Reunidos numa roda de samba, cantores e músicos vão narrar suas experiências e relembrar sambas-enredos que marcam não só a memória de Macaco Branco e dos artistas convidados – Pedro Luís, Paulinho Mocidade, Bruno Ribas (Unidos de Padre Miguel) e Hudson Luiz (Acadêmicos do Tucuruvi – SP) –, como também do público. Prepare-se para soltar a voz e se sentir em plena Marquês de Sapucaí!
Serviço:
MESTRE MACACO BRANCO E SUA RODA DE ENREDO – Participações de Pedro Luís, Paulinho Mocidade, Bruno Ribas (Unidos de Padre Miguel) e Hudson Luiz (Acadêmicos do Tucuruvi – SP)
Dia 29 de Maio – Quarta -feira, às 19h30 – Abertura da casa 18h30
Local: TEATRO RIVAL PETROBRAS – Rua Álvaro Alvim ,33 – Subsolo, Rio de Janeiro – Tel: 2240-4469
Ingressos entre R$ 39,60 e R$ 80
Classificação: 18 anos
Capacidade: 350 lugares
Compras pelo link – https://bileto.sympla.com.br/event/93627/d/253757
Ou na bilheteria da casa: De 15h30 às 20h30
O Salgueiro terminou o quarto lugar no Carnaval 2024 e retornou ao sábado das campeãs com uma pontuação de 269,0 pontos. Em entrevista concedida ao site CARNAVALESCO, o presidente da agremiação, André Vaz, expressou um balanço positivo deste ano, compartilhou sua opinião de que o Salgueiro teve um desempenho bom e até mesmo merecia uma posição melhor na classificação final. Apesar disso, destacou que, considerando o panorama geral, a comunidade está satisfeita com o resultado alcançado. Ele também revelou que a escola implementou algumas mudanças visando o carnaval de 2025, com o objetivo de buscar o tão sonhado título.
Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO
“Achei que o Salgueiro veio bem em 2024, achei até que merecia uma colocação um pouco melhor, mas no contexto geral a gente está feliz com o resultado. E fizemos algumas mudanças para que a gente, em 2025, se Deus quiser, consiga buscar esse título tão sonhado”, expressou André.
André também compartilhou que as expectativas são positivas para o Carnaval 2025, especialmente, após a chegada de reforços como Jorge, Paulo Pina e Igor Sorriso, que vieram para fortalecer ainda mais o time já competente da escola:
“Minhas expectativas para esse carnaval são boas, trouxemos o Jorge, o Paulo Pina, o Igor Sorriso para fortalecer o time que já era bom. Então a expectativa é a melhor possível”.
Com o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, a escola se propõe a explorar uma variedade de correntes religiosas, oferecendo uma perspectiva carnavalesca envolvente desses ritos e rituais. O presidente da escola, André, compartilhou um pouco sobre suas próprias práticas religiosas e crenças pessoais, destacando sua devoção a São Jorge, Nossa Senhora Aparecida e ao Divino Criador:
“Sou devote de São Jorge, Nossa Senhora Aparecida, o Homem lá de cima, o Todo Poderoso, e tudo que é do bem e ter fé, a gente está junto. Vamos nos fechar para que o Salgueiro faça um carnaval maravilhoso e conquiste esse campeonato”.
Final marcada
André também contou alguns detalhes sobre como será a disputa de samba na escola e revelou que manterá o mesmo formato utilizado no ano anterior. A competição seguirá o mesmo padrão de eliminatórias, semifinais e final, que será no dia 11 de outubro.
“Vamos manter o mesmo formato para disputa de samba e nossa final vai ser 11 de outubro, tudo o que foi do ano passado, eliminatória, semifinal, final, mesma coisa”, revelou André.
Desfile na segunda-feira
O diretor de carnaval, Wilsinho Alves, falou da ordem da escola no desfile de 2025. “Cara, feliz pra caramba de desfilar na segunda-feira, sair do domingo. O Salgueiro precisava sair do domingo. A gente fala que não, mas precisava sair do domingo. A terça é uma grande incógnita. A gente debateu durante muito tempo lá no barracão se a gente tirasse a bola maior, o que a gente faria. Na minha opinião não é uma decisão fácil escolher terça-feira, um dia novo e tal. E aí a gente ficou do lado dos Correios, que é o lado que favorece muito a comunidade do Salgueiro. A gente tem toda uma estrutura já montada do lado de concentração dos Correios. A gente já tem o clube que a gente aluga ali, 50 metros de entrada da concentração. Para o tamanho das nossas alegorias e tudo mais, acho que ficou de ótimo tamanho para o Salgueiro, ser a terceira escola de segunda-feira. Vamos com tudo”.
Depois de lançar o enredo que levará para a Avenida em 2025, a Acadêmicos do Grande Rio iniciou o trabalho junto a sua comunidade. Na noite da última segunda-feira, a presidência reuniu a diretoria, harmonias e líderes de segmentos na quadra, para traçar os próximos passos.
Fotos: Rafael Arantes/Divulgação Grande Rio
“Vocês fazem a escola acontecer. Certeza que 2025 será incrível”, celebrou o presidente de honra Helinho Oliveira.
O presidente Milton Perácio também deixou um recado para a comunidade: “A Grande Rio vem forte em 2025. Sabemos da grandiosidade da nossa escola e estamos muito felizes com o enredo e posição. Queremos muito esse título”.
O presidente de honra, Leandro Soares, fez questão de lembrar o excelente trabalho de toda a equipe, no carnaval que passou e, frisou que que é preciso manter o foco para o ano que vem.
“Fizemos um grande carnaval em 2024 e estamos muito empolgados com o que vem pela frente, 2025 será muito especial”, aponta.
Thiago Monteiro, diretor de carnaval, explicou a importância desse primeiro encontro para o processo de elaboração do próximo carnaval.
“A reunião de hoje é muito importante porque é onde a gente começa a traçar o plano de quadra e dos segmentos para o nosso carnaval. O Carnaval 2025 já começou e a Grande Rio vai com tudo pra buscar essa segunda estrela”.
Também estiveram presentes o diretor docial, Mozart Dalua, o intérprete Evandro Malandro e o mestre de bateria, Fafá.
Em 2025, a Grande Rio levará para a Sapucaí o enredo, “Pororocas Parawaras: As Águas dos meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, idealizado pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora e será a terceira escola a desfilar na terça-feira de carnaval.