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Grazzi Brasil lança novo disco de samba inspirada em álbum dos anos 1980

A intérprete Grazzi Brasil ainda não era nascida quando o disco “A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes” foi lançado em 1980. Mais tarde, o álbum se transformou em uma referência do samba e da cultura africana no país. Mas a conexão ancestral com todos os músicos pretos do passado resultou no novo trabalho de Grazzi Brasil, “A arte preta de Robson Batuta e Leàndro Máttos”, que foi lançado em maio. O público poderá prestigiar o trabalho inspirado no álbum oitentista em dois shows confirmados para o mês de julho.

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Foto: Fábio Martins/CARNAVALESCO

No disco, Grazzi Brasil trabalha seis faixas com composições de Batuta e de Máttos, que já foram parceiros da intérprete em outros projetos. A parceria do samba gerou ainda mais frutos, com canções que trazem o melhor do gênero no cenário do mundo atual. Se no álbum original, de 1980, os sambistas mostravam suas inspirações no samba de terreiro e do partido-alto, no disco de Grazzi Brasil, as composições trazem elementos das religiões afro e de empoderamento do negro da atual década.

O novo disco, que é o terceiro da carreira de Grazzi Brasil, está em todas as plataformas digitais. O lançamento foi no dia 17 de maio, junto com a primeira exibição do clipe da música “Reis e Rainhas”. Um novo clipe da faixa “Macumbeira” está saindo do forno. O público pode conferir ainda as outras músicas do novo EP, que são: “Dos anjos”, “Diz adeus coração”, “Meu canto mata um” e “Eu amo esse lugar”.

O disco é apoiado pelo ProAC de São Paulo e leva o selo da Londu Music. “Dos Anjos” faz uma homenagem a Zé Pilintra, que faz parte da tradição religiosa africana. Já o samba “Diz adeus coração” mostra a importância do deixar ir como uma forma de também demonstrar amor.

“Reis e Rainhas” é a música de trabalho do disco. “Ela traz uma narrativa de edificação e empoderamento do povo afro brasileiro através dos grandes heróis negros da história que se tornaram arquétipos poderosos de inspiração e transformação da consciência”, afirma Leàndro Máttos.

O resultado pode ser conferido no show de lançamento do disco. Ele será dia 6 de julho, às 19 horas, na Vila Itororó, espaço cultural de São Paulo. Um segundo show também está confirmado na grade de programação do Festival de Inverno de Paranapiacaba. Ele será dia 21 de julho, às 16 horas.

Sidclei e Marcella já trabalham para 2025: ‘Começando a entender nosso papel dentro do enredo’, diz a porta-bandeira

Dançando juntos há dez anos, Sidclei e Marcella, casal de mestre-sala e porta-bandeira do Salgueiro, conversaram com o CARNAVALESCO durante a apresentação da sinopse do enredo da escola. Sidclei foi um dos destaques da performance realizada. Durante a entrevista, o casal comentou sobre o último carnaval, a questão do julgamento e a preparação já iniciada para 2025.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Sidclei começou com o balanço do último carnaval, já de olho no próximo ano: “Foi satisfatório. Só não foi maravilhoso porque o Salgueiro não foi campeão do carnaval. Mas, todos os segmentos estão de parabéns, que o Salgueiro todos os anos ele vai em busca do título. Infelizmente, não veio, mas a gente espera que em 2025 a gente consiga esse título e com 40 pontos”.

Marcella comentou sobre a satisfação com o trabalho apresentado no último carnaval junto de Sidclei e como ambos conseguiram executar o que tinham planejado, na avenida: “Eu e o Sidclei somos duas pessoas muito exigentes, a gente sempre acha que no ano seguinte a gente pode fazer melhor. A gente ficou muito satisfeito que tudo que a gente se propôs em termos de ensaio, de organização, de apresentação, a gente conseguiu colocar em prática com bastante segurança, com bastante vigor. Conseguimos demonstrar tudo o que a gente se propôs a fazer, mas a gente, sem dúvida, não está sossegado, porque a gente quer superar a apresentação de 2024 no Carnaval de 2025. A gente vai trabalhar dobrado”.

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A porta-bandeira continuou, falando então sobre a rotina de ensaios do casal para se preparar para o carnaval, e que já estão conversando sobre o papel deles dentro do enredo com o carnavalesco Jorge Silveira: “A gente faz o trabalho bem dividido em etapas, trabalhando a gente já está. Estudando as possibilidades, conversando com o Jorge, conversando com o Pinna. A gente já está começando a entender um pouco do que pode ser o nosso papel dentro do enredo e, diante disso, pesquisando muita coisa sobre propriamente o enredo do Salgueiro e o setor que a gente vem. Então, agora sim, com a leitura da sinopse divulgada para todo mundo a gente deu o nosso pontapé inicial”.

Concordando com Marcella, Sidclei comentou de como a preparação deles envolve anos anteriores e as justificativas: “Faço das minhas palavras a palavra da Marcella. O que a Marcella falou tem sentido, acho que somos muito exigentes em relação a performance do ano que vai vir. A gente estuda os outros anos anteriores, até porque, independentes da gente ter um resultado satisfatório ou não, a gente vê a justificativa de todos os casais, não só do Especial, mas do Acesso, até para gente não cometer o erro, porque todos nós somos seres humanos, somos passíveis de erro, mas a gente busca muito a excelência. Acho que todos os casais entram ali com 40 pontos e você acaba perdendo ali na pista, então a gente tenta executar tudo que foi programado para fazer na avenida, porque é um momento único”.

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Por fim, Sidclei falou sobre a questão dos jurados em relação aos pedidos de uma dança mais tradicional no quesito, com a concordância de Marcella: “Isso varia do gosto do julgador. Eu acho que cada julgador tem uma visão diferente de cada um deles. Teve casais que foram despontuados que foram 40 pontos nos anos anteriores. A gente não tem que dar tanta opinião, é fazer o nosso, ler a justificativa, claro, e fazer a dança tradicional que todos os casais sabem dançar. Todos os casais que estão hoje no Grupo Especial e no acesso, desde pequeno, sabem qual é o manual do julgador. Isso parte da cabeça do julgador. A gente fala sempre que é um dos quesitos mais subjetivos, que cada um tem um gosto. Infelizmente existem casais que são penalizados, casais que não são penalizados, mas isso faz parte do julgamento”.

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Presidente do Tatuapé se espelha em enredo para o próximo ano como lema: ‘Que a justiça seja feita’

O Acadêmicos do Tatuapé vem brigando pelo título todo ano. Em 2023 ficou na quarta colocação e no último carnaval, ocupou a terceira posição da tabela. É uma escola que sabe estudar os critérios de julgamento e aplicar na pista, para assim, conquistar os objetivos de lutar pelo campeonato. A agremiação investe em muitos quesitos importantes, sendo o casal Diego e Jussara que há muitos anos garantem nota máxima, o renomado intérprete Celsinho, o experiente carnavalesco Wagner Santos, que foi campeão com a escola em 2018 e que permanece até hoje, além de outros quesitos que fazem do Tatuapé uma potência.

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Foto: Felipe Araújo/Divulgação Liga-SP

No último carnaval, a escola foi a única que gabaritou o quesito Alegorias. Um dos presidentes da entidade, Eduardo Santos conversou com o CARNAVALESCO e exaltou o trabalho de Wagner, falou sobre o enredo para 2025 e deu fortes opiniões referente às mudanças do corpo de jurados para o próximo ano.

Justiça é o que move a Zona Leste em 2025

O tema para 2025 tem como título “Justiça – “A Injustiça Num Lugar Qualquer É Uma Ameaça À Justiça Em Todo Lugar”. É uma frase de Martin Luther King que deu inspiração ao nome do enredo. Como bem diz o título, a agremiação da Zona Leste irá falar sobre justiça e irá dar ênfase em todos os tipos de luta que aconteceu na humanidade. O presidente Eduardo, diz que o enredo é autoral e estava engavetado. “Na verdade, a gente negociou até o final, bem próximo do dia 23 de abril, que é a data por tradição em que a gente apresenta o enredo. Esse era um enredo autoral que a gente tinha, independente de negociação alguma ou de patrocínio algum. Nós gostaríamos muito de ter uma oportunidade para poder fazer. A oportunidade pintou esse ano e então vamos lá, inspirados em Martin Luther King. A frase dele é que comanda. Toda a nossa proposta, nós vamos tentar contar essa história da melhor maneira possível, lá desde o caos, desde a ausência da lei, até os dias de hoje, contra todas essas barbaridades que acontecem. O preconceito existente com as mulheres, pretos, pobres, homossexuais, indígenas… Tudo isso emendando, complementando a história da justiça, como tudo começou. Não só do ponto de vista jurídico, mas do ponto de vista também religioso, da justiça divina, os dez mandamentos. Tudo isso está lá dentro, tudo isso vai fazer parte do nosso projeto e espero que a justiça seja feita, se Deus quiser”, contou.

Trabalho ‘fantástico’ das alegorias

Como citado, o carnavalesco Wagner Santos está no Tatuapé desde 2018, quando se sagrou campeão. Desde então, o artista e toda escola teve problema com o quesito Alegorias. O exemplo mais clássico é no Carnaval 2020, onde a agremiação liderou sete quesitos na apuração, até chegar o momento da leitura do conjunto alegórico. Entretanto, para 2024, isso mudou. Foram os únicos a gabaritar o quesito, conquistando a polêmica ‘excelência’. O gestor enalteceu o artista e todo o barracão. “Foi fantástico. Além de muito bonito, um trabalho que tinha um sentido muito grande. Propostas muito claras. Como a gente ia abordar cada um dos carros, o que cada um representava e o que cada um contava. O Wagner foi muito feliz na criação, a nossa equipe de barracão foi muito feliz na confecção e tudo acabou dando certo. Graças a Deus nós conseguimos as quatro notas 10, contando pela primeira vez com aquele um décimo de bônus, que era o jurado considerar excelente o conjunto das alegorias que a gente estava apresentando. Então, isso foi muito legal. Foi um orgulho muito bom, muito grande para nós. É fruto do nosso trabalho. Acho que a justiça foi feita, graças a Deus”, disse.

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‘As escolas erram mais do que os jurados’

Reuniões constantes na Liga-SP estão acontecendo em busca de um julgamento que agrade a todos. Na virada do Carnaval 2023 para 2024, a maioria dos quesitos foram totalmente reformulados. Porém, houve bastante polêmica e outras escolas ficaram insatisfeitas com as notas dadas. Sendo assim, todo o corpo de jurados foi mudado, mas o mandatário saiu em defesa deles e declarou que as escolas erram mais que os julgadores. “Todo ano isso acontece (reuniões). Essa é uma constante e eu tenho absoluta certeza de que não irá parar nunca. Sempre haverá um questionamento, sempre haverá algo a melhorar. Graças a Deus o Carnaval é uma ciência humana e está sempre em transformação, em cada desfile tem uma história e cada história tem a sua repercussão, tem as suas consequências e discussões acabam sendo geradas. É claro que você tem um grupo de escolas descontentes, que é sempre maior do que as contentes. Acaba acontecendo sempre o questionamento. É da regra, do jogo e a gente sabe que o jurado vai errar. A gente precisa respeitar isso. As escolas erram mais do que os jurados e nenhuma escola é expulsa do carnaval porque errou”, afirmou.

Contra a decisão final da Liga-SP

Com fortes opiniões, Eduardo Santos ainda continuou a defender o júri, dizendo que são seres-humanos e não há faculdade para que aprendam a julgar carnaval. Se errou, precisa avaliar o erro, desde que não haja deslealdade. “A gente procura saber onde foi o erro para corrigir. A avaliação do Tatuapé é que essa mesma dinâmica deveria ser adotada com os julgadores. Se eles erraram, precisa ser reciclado, corrigido e entender o erro para não acontecer mais. Se ele foi de alguma forma desleal, aí não tem porque ele continuar. Eles são seres humanos como nós. O Tatuapé sempre se posicionou dessa forma, os jurados têm essa capacidade técnica, só que não existe nenhuma faculdade que forme julgadores de carnaval. O que a gente faz é pegar pessoas capacitadas de fazer um julgamento de determinado quesito e ele vai fazer. Só que ele vai aprender a julgar, julgando. Não existe outra possibilidade. A pessoa se forma em maestro, mas não existe uma matéria onde se aprende a julgar samba-enredo, harmonia, bateria… Isso ele vai aprender fazendo. Vamos dar condições. Infelizmente ou felizmente já há uma decisão que todos serão trocados e Deus queira que eles façam o melhor trabalho possível e que ganhe sempre a escola que fez a melhor apresentação segundo os critérios de avaliação. Não pode entrar a torcida e o amor”, declarou.

Carnaval Experience: CARNAVALESCO conhece bastidores do programa que funciona no barracão da Grande Rio

O site CARNAVALESCO, a convite do projeto Carnaval Experience, teve a oportunidade de conhecer de perto esse programa de turismo que foi criado para apresentar ao público o universo das escolas de samba do Rio de Janeiro. O diretor de produção, Akiva Potasman, detalhou como o projeto nasceu e sua importância para a ONG Pimpolhos da Grande Rio e para a comunidade. Ele explicou que a ideia surgiu da necessidade de arrecadar recursos para a agremiação mirim. Informações: [email protected] ou (21) 96765-9549.

Fotos: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

“O projeto do Carnaval Experience começou com a ideia de trazer recursos para a nossa ONG, para a escola de samba Mirim Pimpolhos da Grande Rio. A gente começou pensando o que a gente tem que a gente poderia vender, oferecer para as outras pessoas e, com esse recurso, ajudar a nossa escola mirim. E foi exatamente aqui na visita no barracão da Grande Rio, nossa escola mãe, e começamos assim, começamos a oferecer para turistas, para empresas, para vir aqui, para conhecer os bastidores do carnaval e fazer essa troca cultural com pessoas de fora. E, com isso, realmente ter o dinheiro para ajudar a nossa escola, que hoje em dia é 85% patrocinado pelo Carnaval Experience”, detalhou Akiva.

O programa de turismo une o pilar de sustentabilidade socioeconômica da Pimpolhos da Grande Rio e garante a continuidade de projetos socioculturais, atendendo à necessidade de garantir recursos e apoio para as atividades desenvolvidas pela ONG. Assim, o Carnaval Experience não só divulga a cultura e a história do carnaval, mas também ajuda o desenvolvimento e a manutenção de iniciativas sociais que beneficiam a comunidade.

O passeio oferecido proporciona uma experiência nos bastidores dos preparativos para o desfile das escolas de samba. Durante a visita, os participantes têm a oportunidade de explorar a Cidade do Samba, onde podem observar de perto o processo de produção dos carros alegóricos e fantasias. Os visitantes também são introduzidos a história do carnaval, aprendendo sobre a evolução dessa importante manifestação cultural ao longo dos anos.

A visita inclui um workshop com uma passista profissional da escola de samba, e para encerrar com chave de ouro, todos compartilham uma deliciosa caipirinha, celebrando a cultura e a alegria do Rio de Janeiro.

Em relação ao número de visitantes e ao processo de reserva, Akiva explicou que o projeto funciona todos os dias do ano, mantendo seu slogan “Carnaval Experience o ano todo”, mesmo durante a época do carnaval.

“A gente ano passado atendeu quase 100 mil pessoas durante o ano, está com uma demanda de 8 a 10 mil visitantes por mês. Foi um grande salto depois da pandemia. A gente funciona todos os dias, o ano todo. Nosso slogan é ‘Carnaval Experience o ano todo’. Até na época do carnaval, sempre funciona. A gente tem uns tours que são regulares, que as pessoas podem comprar ingresso e reservar no nosso site e em alguns aplicativos. E temos também tours que são privativos, ou seja, empresas ou grupos de turismo que querem fazer, e na verdade é o tipo de turismo que mais acontece, realmente são os grupos que visitam aqui e que marcam o tour privativo”.

Akiva também revelou planos para o futuro do Carnaval Experience, buscando expansão e colaboração com a ideia de criar uma experiência de visitação organizada e segura que beneficie todas as escolas e proteja seus segredos e tradições. Assim, o Carnaval Experience não só expandiria suas atividades, mas também conseguiria ajudar outras escolas mirins.

“E os planos para o futuro, assim, o nosso sonho é fazer o Carnaval Experience para a Cidade do Samba toda, seja para todas as escolas, fazer junto com a Liesa, um projeto que a gente já há alguns anos está querendo fazer e está entendendo que isso seria muito importante. Tanto para Liesa, para ter uma coisa mais organizada, de visitação nas escolas, de forma que realmente proteja as escolas, ou seja, revelar os segredos da forma que a gente está fazendo aqui, que é totalmente controlado. E isso seria uma forma boa para o Carnaval Experience crescer, ajudar todas as escolas, ajudar todas as escolas mirins e mostrar o carnaval para o mundo de uma forma maior”, revelou Akiva.

Mais imagens do Carnaval Experience

Imperatriz Leopoldinense recebe 16ª edição da ‘Feira dos Oborós’ no próximo domingo

No próximo domingo, a partir das 10h, a quadra da Imperatriz Leopoldinense, em Ramos, Zona da Leopoldina do Rio, irá receber a 16ª edição da “Feira dos Oborós”, evento que celebra as tradições culturais e religiosas dos povos de Matriz Africana.

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Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação Imperatriz

Idealizada pela Yalorisá Janaína D’ Osanyin, a feira, que se tornou Patrimônio Cultural e Imaterial do Rio de Janeiro no ano passado, irá homenagear nesta edição a Nação Ketu. Além das homenagens, o evento contará com sorteios de bolsas de estudo, estandes de artesanato, gastronomia, samba de roda, e outras atrações.

Para participar, é necessário a doação de 1kg de alimento não perecível ou material de higiene bucal, destinados às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

Atual vice-campeã do Carnaval carioca, a Imperatriz Leopoldinense levará para a Marquês de Sapucaí em 2025 o enredo “ÓMI TÚTÚ AO OLÚFON- Água fresca para o Senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira, que irá para o seu terceiro desfile consecutivo na Rainha de Ramos.

A quadra da Imperatriz Leopoldinense fica na Rua Professor Lacé, 235- Ramos.

SERVIÇO:
Feira dos Oborós na quadra da Imperatriz Leopoldinense (23/06)
Reservas de mesas e camarotes: (21) 98215-4037/ (21) 99653-9821

Presidente da São Clemente destaca como será enredo para o Carnaval 2025: ‘vai tocar bastante o coração do brasileiro’

No sorteio da ordem dos desfiles da Série Ouro, o CARNAVALESCO conversou com o presidente da São Clemente, Renato de Almeida Gomes, o Renatinho, sobre o que ele achou do Carnaval de 2024, e da preparaçõão que a escola de Botafogo já está fazendo para o próximo carnaval.

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Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Renatinho começou falando sobre o último carnaval, onde pontuou que apesar das dificuldades foi um carnaval feliz: “Tivemos dificuldade para aprontar duzentas e poucas roupas, fizemos um mutirão na quadra, e conseguimos tirar o quinto lugar com bastante alegria, e um desfile impecável. É isso, fiquei feliz”.

O presidente comentou sobre os reforços que a escola buscou visando o Carnaval de 2025: “Tinguinha é o nosso intérprete, uma voz muito linda, a nova porta-bandeira Thais, e o Alex que continua, já estão ensaiando bastante. E o coreógrafo, David Lima, é uma coisa que todo mundo diz que ele é tão premiado no carnaval pela UPM. Aí como a UPM optou por outra coisa no Grupo Especial, peguei ele rapidamente e corri atrás do meu prejuízo. Vou tentar, vou querer estar no meio da briga, é aí que eu vou querer estar. A São Clemente vai fazer um enredo bonito, luxuoso, caro, porque vai ter as ajudas que eu sempre quis e vou correr atrás do prejuízo”.

Renatinho também falou sobre a situação do carnavalesco Bruno de Oliveira, e como a situação deve se definir com o anúncio do enredo: “A gente está dependendo do que vai fechar o enredo, porque o patrocinador quer uma coisa também, e eu tenho que esperar a resposta, eu não posso jogar dois milhões assim, nesse grupo, pela janela. O Bruno é meu amigo, vou conversar com ele se ele quer continuar, mas eles estão com uma intenção de uma outra pessoa, outro profissional, vamos ver, vou tentar”.

O presidente ainda complementou, contando que o enredo seria anunciado na última semana, mas que por questões de força maior deve ficar para esta: “Seria sexta-feira agora, que passou. O cara teve um problema com o avião dele, não veio pro Rio. É um cara que representa a empresa toda. Falta pouquinho, pouquinho. Deve estourar essa semana e eu vou falar na hora. Já, já vamos lançar esse enredo, se Deus quiser”.

Ele contou então qual a linha que o enredo deverá seguir, contando que ficou muito tocado com partes do mesmo: “Vai ser irreverência, crítica, triste. Tem uma parte muito triste, vai ser bacana, vai ser muito bonito, eu tenho certeza. Todos vão gostar. É a cara da São Clemente, ela vai voltar àqueles enredos críticos dela. Eu falo triste porque eu li uma parte que eu chorei pra caramba, quer dizer. Então vai tocar bastante o coração do brasileiro, tenho certeza, do Brasil todo”.

Por fim, Renatinho confirmou que haverá disputa de samba na escola, e que a final deverá ocorrer no final de outubro: “O cronograma que a gente falou aqui, acho que é dia 24 ou 27 de outubro”.

Beija-Flor autoriza que compositores gravem sambas concorrentes em ‘formato coro da comunidade’

A Beija-Flor de Nilópolis anunciou uma importante novidade para o concurso de samba enredo do Carnaval 2025 durante uma reunião em sua quadra. A agremiação decidiu liberar as gravações dos sambas concorrentes, permitindo que cada compositor grave seu samba em estúdio.

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Foto: Eduardo Hollanda/Beija-Flor de Nilópolis

Segundo o diretor de carnaval, Marco Antônio Marino, a medida visa garantir que as obras sejam apresentadas harmonicamente de forma exemplar. “Faremos audições internas e liberamos que cada compositor grave seu samba em estúdio. Isso será melhor para a divulgação da escola e dos compositores, além de facilitar para o torcedor e o componente acompanhar, torcer e aprender o samba favorito”, explicou Marino.

Os compositores foram liberados para realizar as gravações em formato de “Coro da Comunidade”, sem a voz do intérprete das parcerias, para simular o canto dos componentes na quadra e principalmente no desfile. “Vamos ter a exata noção de como o samba ficará na voz dos componentes e posteriormente também na voz do nosso intérprete. Os compositores gostaram e aprovaram o formato”, acrescentou o diretor.

Comprometimento da comunidade

Durante a reunião, Marco Antonio Marino também destacou a importância do comprometimento da comunidade nilopolitana para o sucesso no Carnaval 2025. “A prioridade será total para o componente da comunidade e dos segmentos. Precisamos do nosso ‘exército’ a postos para fazer valer novamente a força incomparável do chão de Nilópolis, do chão da Beija-Flor, principalmente pelo enredo ser o Mestre que formou esse timaço”, afirmou Marino.

Marino sobre trabalho na Beija-Flor: ‘Tradição imensa, chão muito forte e não precisa de mudança, mas de união’

O diretor ressaltou a necessidade de um desfile tecnicamente perfeito, combinado com a garra e o amor característicos dos componentes da Beija-Flor. “De mim, pode esperar muita liderança, mas muito carinho também. Componente gosta e merece carinho, e essa será a tônica desse trabalho”, finalizou.

Leia o regulamento atualizado para o concurso de samba-enredo para o carnaval
– Máximo de 6 compositores por parceria (proibida participação especial);
– Mapa de palco: 5 microfones (incluindo o intérprete oficial) e 3 cordas;
– Autorizado apenas 1 cantor do grupo especial por parceria no palco;
– É expressamente proibido às parcerias a contratação de equipe de iluminação;
– Proibido às parcerias a colocação de grupo teatral ou coreografado no palco;
– Tira-dúvidas: agendamento com a direção de Carnaval;
– É obrigatório a todos os compositores a participação na “Tirada de Dúvidas”, levando o samba no barracão antes da gravação do mesmo por sua parceria;
– Inscrição dos sambas: dia 25 de julho, quinta-feira, das 18h às 23h na quadra;
– No ato da inscrição, cada parceria deve entregar obrigatoriamente um pen drive com o samba gravado sem a voz do cantor principal, a letra em Word sem arte e 30 letras impressas.
– Importante: Caso essa regra seja infringida, o samba será eliminado da disputa imediatamente.

Beija-Flor ressalta pontos didáticos da sinopse que homenageia Laíla: Fé, protagonismo preto e profundo conhecimento musical

A Beija-Flor de Nilópolis será a segunda escola a entrar na avenida na segunda-feira de carnaval, dia 3 de março. O enredo, “Laíla de Todos os Sambas, Laíla de Todos os Santos”, homenageia o grande diretor de Carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, eternamente conhecido como Laíla.

Sinopse da Beija-Flor de Nilópolis para o Carnaval 2025

Viradouro promove seminário com participação de profissionais de coirmãs

A Viradouro promove no próximo sábado, 22, das 10h às 17h, o seminário “Harmonia em evolução” , que vai reunir na quadra da escola, em Niterói, profissionais da atual campeã do Carnaval e de coirmãs. A iniciativa da direção de carnaval e da direção-geral de harmonia da Viradouro tem como objetivo fomentar a troca de conhecimento e promover a análise técnica sobre os vários quesitos de um desfile.

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Foto: Divulgação

O encontro, restrito a integrantes da harmonia da agremiação e líderes dos segmentos da vermelho e branco, terá ainda como convidados diretores de harmonia da União da Ilha do Governador, escola da Série Ouro.

Entre os nomes confirmados, estão: os mestres de bateria Ciça (Viradouro) e Macaco Branco (Vila Isabel); os diretores de carnaval Cícero Costa e Lara Mara (Unidos de Padre Miguel); Moisés Carvalho (Vila Isabel); Julinho Fonseca e JR. Escafura (Portela); os casais de mestre-sala e porta-bandeira Rute Alves e Julinho Nascimento, Amanda Poblete e Thiaguinho Mendonça (Viradouro), e Daniel Werneck e Taciana Couto (Grande Rio); os coreógrafos de comissão de frente Rodrigo Negri e Priscila Mota (Viradouro), Marcio Moura (União da Ilha) e Karina Dias (Mangueira); os diretores musicais Hugo Bruno (Viradouro) e Alemão do Cavaco (Salgueiro); e os compositores Cláudio Russo, Samir Trindade e PC Portugal.

O evento faz parte da programação especial que marca o aniversário da Viradouro, que completará 78 anos de fundação em 24 de junho.

Com sucesso da festa junina, Liga-SP comemora aproximação com o sambista e mira novos eventos

A Liga das Escolas de Samba de São Paulo possui motivos para comemorar, já que os últimos dois eventos realizados na Fábrica do Samba foram de sucesso para o grande público, aproximando o povo do carnaval. Foi assim na definição da ordem dos desfiles e também na festa junina, dois eventos que estrearam em 2024.

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Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

A Fábrica do Samba recebeu mais de 15 mil pessoas na primeira noite de festa junina, onde a Mocidade Alegre, atual campeã, fez sua apresentação, e cinco escolas de samba dançaram quadrilha, com o Império de Casa Verde vencendo a disputa que foi bem saudável e de alto astral. Na segunda noite, também com bom público, mas não tanto quanto no sábado, a Dragões levou a melhor, nesta noite foram seis agremiações que fizeram apresentação para um público vibrante e animado na Fábrica.

Durante o evento, o presidente da Liga-SP, Sidnei Carriuolo, conversou com o site CARNAVALESCO e avaliou: “Estamos felizes, pois as pessoas estão elogiando. Sabemos que tem muita coisa para melhorar no evento, é o primeiro, então tem algumas coisas que vamos ter que estar corrigindo. Mas no balanço geral, foi legal, pessoal gostou, uma festa um pouco diferente do que costumamos fazer. Mas sempre colocando samba junto na parada”.

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O vice-presidente Renato Remondini, Tomate, estava na correria durante o evento, mas assim que encontramos ele pela multidão presente na Fábrica do Samba, conversamos sobre a primeira edição da festa junina e comemorou bastante.

“Extremamente positiva, superou todas e quaisquer expectativas. Nosso maior otimismo era que no sábado esperávamos uma casa cheia, mas não uma casa super lotada. Sábado foi super lotado mesmo, acho que os sambistas começaram a enxergar que a Liga agora está realmente abrindo essa casa para o povo, isso é uma casa do povo. E além disso, ainda é um polo gerador de empregos, passou a ser um polo de turismo, de entretenimento, de cultura, tudo que fazemos aqui é pautado na cultura. Esse é o nosso objetivo na gestão da Liga, aproximar o sambista cada vez mais do que ele pertence. Dar essas oportunidades, experiências e daqui para frente é só coisa nova que vamos trazer, e abrir novas possibilidades cada vez mais”.

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Vice-presidente da Liga-SP, Renato Remondini, Tomate

O gerente de comunicação da Liga, Jairo Roizen, também deu o seu feedback sobre o evento: “Esse evento foi um grande sucesso. Quem veio pode comprovar, estamos dois dias com a casa cheia. Lotação total, recorde de público em um evento na Fábrica do Samba. É uma festa que não costumávamos fazer, mas com certeza vai entrar para o calendário da Liga das Escolas de Samba, e para o calendário da cidade de São Paulo como uma das principais festas juninas da cidade”.

Ajustes do primeiro para o segundo dia

No primeiro dia, o público de mais de 15 mil pessoas relatou problemas como as altas filas nos caixas para comprar fichas, o vice-presidente da Liga-SP, Tomate explicou a situação e frisou que tiveram correções para o domingo.

“Vou dar um exemplo, a festa junina no sábado esperava cinco mil pessoas, tinha mais de 17 mil, então a estrutura era de cinco mil. É claro que algumas coisas vão ter como fila e etc… Mas é aquela história, se você vai em um lugar vazio, falam até que o brasileiro gosta de fila, pois a fila é sinônimo de sucesso, mas também pode ser sinônimo de desorganização. E eu sou um cara muito focado em organização de eventos, e com todos os nossos braços, presidentes, a Liga vai cada vez mais cuidar com carinho, o seu patrimônio maior, que é o sambista”.

FestaJunina et LigaSP 1

E complementou falando sobre o evento como um todo, ainda que reforçando o ajuste na estrutura do evento: “Sábado tínhamos estimado de cinco mil pessoas, tínhamos quarenta caixas, um caixa para cada 120 pessoas. E aí domingo falei, se tiver cinco mil ou trinta mil, colocamos oitenta caixas, pois aí não teria problema nenhum. Hoje a ideia foi realmente dar esse conforto para todo mundo e foi um sucesso de novo. O lance das quadrilhas foi muito bacana. A Liga só tem a crescer com todos os presidentes juntos, entendendo, que todo mundo junto só tem a ganhar, principalmente culturalmente dizendo, acho que nossa evolução vai ser constante”.

O presidente Sidnei Carrioulo reforçou sobre a correção nos caixas da primeira para a segunda noite de evento: “Principalmente aquilo que vimos que ficou pouco, como os caixas, que não esperávamos a quantidade de pessoas que vieram no sábado. No domingo colocamos muito mais caixas, apesar do movimento ser menor que o de ontem. Mas fizemos nossa parte para que não houvesse mais filas como tivemos ontem. Basicamente foi isso, alguns detalhes pequenos que nem vale a pena estar pontuando, mas no próximo com certeza será bem melhor”.

Sucesso dos eventos na Fábrica do Samba

A definição de ordem dos desfiles foi um sucesso para o grande público, que lotou o barracão na Fábrica do Samba, assim como na Festa Junina tivemos um excelente público nas duas noites, com direito a recorde batido, mais de 15 mil pessoas presentes no sábado.

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Presidente da Liga-SP Sidnei Carrioulo

O presidente Sidnei Carrioulo falou sobre as novidades e o que gera com isso: “Todas as mudanças sempre tem um estranhamento em cima do negócio, as pessoas estão acostumadas, quando você sai um pouquinho da zona de conforto que está, existe isso. Mas acredito que teve muito mais ponto positivo do que negativo neste sentido. Nós fizemos neste sistema para premiar a colocação, ter privilégio para todos procurarem uma colocação melhor, e ter essas vantagens no ano seguinte”.

Calendário anual e próximos eventos são estudados

O grande pedido do sambista é de um calendário anual com eventos da Liga das Escolas de Samba na Fábrica do Samba, e é uma das metas assumidas pela entidade que gere o carnaval de São Paulo. O vice-presidente Tomate comentou sobre e até deu spoiler de quando deve acontecer o próximo evento por lá…

“Na verdade já temos as escolas que fazem alguns grandes eventos aqui que é o caso que a Dragões começou a fazer lá atrás. E faz feijoadas para seis mil pessoas, enfim… O próximo grande evento da Liga, vamos lançar em breve, mas dando um spoiler, vamos fazer uma coisa bacana para o dia das crianças. Depois temos Consciência Negra. E a festa dos sambas né, durante esse período terá algumas festas de algumas escolas, e a festa do Lançamento dos Sambas que podem se preparar que será uma festa com muitas novidades, com formato diferente, com minidesfile de verdade mesmo”.

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O gerente de comunicação, Jairo, reforçou que tem muitos projetos para serem realizados, mas manteve pés no chão em relação ao que está por vir: “Temos muita coisa que estamos pensando em fazer, mas ainda não tiramos do papel. Vamos tirar a partir de agora, mas a ideia é que ocupe a Fábrica do Samba durante o ano todo com os sambistas. Que os sambistas possam frequentar a Fábrica do Samba, possam aproveitar esse espaço, que é um espaço sensacional. Não só para festas, já temos aqui acontecendo cursos de casal para mestre-sala e porta-bandeira, teremos uma novidade para as pessoas que querem aprender a sambar no pé. E já temos o evento de dezembro, o lançamento dos sambas, a ideia é que a gente ocupe a Fábrica do Samba com os sambistas e que possa tentar as pessoas cada vez mais acompanhando, vivendo a vida de uma escola de samba”.

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Gerente de comunicação da Liga-SP, Jairo Roizen

Mantendo a linha do gerente de comunicação, o presidente da Liga ressaltou: “Por enquanto não, quando falo para próxima, eu falo da próxima festa junina que com certeza no ano que vem vamos estar fazendo. É um pouco diferenciado do lançamento dos sambas, cada um tem uma característica, deu para entender como é a característica deste evento e com certeza vamos estar melhorando muita coisa no ano que vem. E agora vamos pensar em alguma coisa que possamos fazer antes do lançamento dos sambas, pensar com calma, planejar, pois esses eventos dão muito trabalho, e para fazer tem que fazer bem feito”.

Lançamento dos sambas já tem data para dezembro

Um evento já característico das escolas de samba na Fábrica do Samba é o lançamento dos sambas e o gerente de comunicação, Jairo Roizen, já revelou a data: “Com certeza o próximo evento que já está agendado é no dia 7 de dezembro, lançamento dos sambas enredos do carnaval de 2025, aqui na Fábrica do Samba, mas pode esperar que até lá vamos ter mais algumas coisas acontecendo. Não consigo te dizer agora, pois não está fechado. Mas tem muita coisa legal rolando, mas finalmente os sambistas podem estar dentro da sua casa que é a Fábrica do Samba”.

Fábrica do Samba palco de eventos das escolas e gravação dos sambas

A Fábrica do Samba tem sido palco de grandes eventos das escolas de samba de São Paulo, com uma gama variada das escolas do Grupo Especial que alugam para realizar seu evento e geralmente com coirmãs convidadas em eventos especiais como lançamento de enredo, final de samba, Super Feijoada, shows importantes ou comemoração de aniversário.

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O vice-presidente da Liga-SP, Tomate ressaltou todo o trabalho e a importância do espaço aberto ao público, as escolas de samba: “A Liga, na verdade, ela apoia integralmente esses eventos, é o que eu disse, dá oportunidade dos sambistas que não conhecem a Fábrica do Samba, vir para cá e ver a grandioso disso. E você também acaba trazendo outros parceiros que conhecem a magnitude disso que estamos falando. E o carnaval está cada vez mais fomentado, vemos isso nas quadras das escolas, ainda está começando, muitas escolas retomando as suas atividades. Mas as que não param suas atividades, elas com as quadras com muita procura. Hoje, desde que acabou o carnaval, a Liga não tem um espaço de camarote para vender. Centenas de empresas atrás de espaço, acho que nosso carnaval está crescendo de uma forma, que ao nosso ver, é muito maior do que podíamos pensar. Agora cabe a Liga gerir tudo isso para crescer de uma forma ordenada, bacana”.

Situação que foi reforçado pelo Jairo, gerente de comunicação: “Termos essa possibilidade, já que o Império de Casa Verde tem o seu barracão próximo do Sambódromo e optou por continuar lá, temos a possibilidade de usar esse barracão para fazer eventos, as escolas têm feito grandes eventos. Temos também terceirizado, tivemos na véspera da Parada LGBT, tivemos o cadastramento de todos os ambulantes que trabalharam. A Liga também teve um feirão de emprego aqui também no Galpão, e a Liga se tornando como instrumento de ação social, como equipamento para que as pessoas vir aqui trabalhar, sambar, se divertir, possa vir curtir uma fessta junina, pois afinal somos todos do carnaval, somos todos do samba”.

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Por fim, Jairo falou sobre um tema que movimenta qualquer sambista, a gravação dos sambas ser realizada pela Liga das Escolas de Samba, como era feito antes da pandemia. Depois as próprias escolas gravam a sua versão e a Liga junta tudo.

“Vou saber te responder isso na semana que vem, estamos conversando com as escolas para saber qual o melhor formato, sabemos que o público sente falta daquela gravação que era feita antes da pandemia. Mas as escolas também gostaram desse formato, de cada uma gravar o seu samba, com suas características. Vamos ter uma conversa durante essas semanas para chegar em um formato que fique bom para todo mundo e que possamos ter mais uma vez um grande produto, uma grande festa e um grande carnaval, que começa no lançamento do samba-enredo”.

Fato é que a Liga das Escolas de Samba realizou dois eventos em seguida que levaram bastante público para a Fábrica do Samba, ou seja, são vistos com bons olhos pelo mundo do carnaval. Resta esperar os próximos eventos a serem realizados no espaço e assim o calendário anual começar a ser montado, dois eventos vieram para ficar: definição da ordem dos desfiles e festa junina, além do lançamento dos sambas.

Desafios das escolas relacionadas aos times de futebol no Rio: atrair jovens e enfrentar o preconceito

A ligação entre escolas de samba e torcidas organizadas sempre gerou polêmica no carnaval do Rio de Janeiro. Felipe Amorim, presidente da Fla Manguaça, e Serginho Aguiar, presidente da  Imperadores Rubro Negros, contaram em entrevista concedida ao site CARNAVALESCO sobre o preconceito que existe com as escolas relacionadas a times de futebol, a influência das escolas de time de São Paulo e suas expectativas para a Botafogo Samba Clube na Sapucaí em 2025.

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Foto: Divulgação/Superliga e Riotur

Felipe reconhece que, embora não tenha enfrentado preconceito de maneira agressiva, ainda existe um olhar diferenciado em relação às escolas de samba ligadas a times de futebol. Ele acredita que essas escolas precisam se esforçar mais para alcançar o mesmo nível de reconhecimento, especialmente por parte da imprensa.

“Eu acho que preconceito, pelo menos eu nunca percebi de forma agressiva. Eu acho que tem um olhar diferente, eu acho que a gente precisa fazer sempre um pouco melhor para ter o mesmo olhar, não digo de jurado, mas de parte da imprensa, eu acho que tem esse peso”, contou Felipe Amorim.

Serginho Aguiar destacou a importância da juventude para a continuidade dessas escolas, porque mesmo que exista um preconceito por parte de pessoas mais conservadoras no Carnaval, a integração das cores e paixões dos times de futebol ajuda a atrair um público mais jovem. Além disso, iniciativas como o ‘encontro das paixões’ durante a pandemia mostram que é possível criar um ambiente de harmonia e cooperação entre as diferentes torcidas dentro do carnaval.

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Fotos: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

“Existe um preconceito com pessoas mais antigas no carnaval. Se você for fazer uma enquete, as pessoas têm uma visão e se preocupam muito com as coisas que acontecem em São Paulo. Eu sou precursor da questão das escolas de samba com referência à time de futebol, que eu particularmente não tenho relação direta com o Flamengo, eu sou as cores, sou a paixão pelo Flamengo, mas o meu mestre de bateria é vascaíno, tenho passistas tricolores, meu diretor de marketing é botafoguense.Não deixo de forma alguma essa rivalidade de arquibancada chegar no carnaval. Logo no início, tem três anos, nós fizemos o encontro das paixões, era Guerreiros Tricolores, Botafogo Samba Clube, União Cruzmaltina na época e a gente, foi uma época da pandemia, foram as lives e a gente deu uma amenizada na situação. Mas se você for para um dirigente antigo, ele vai falar que sai briga, sai porrada, essas coisas assim. Agora, o carnaval necessita de juventude, porque se você reparar, o carnaval é frequentado com pessoas de 35 anos para cima. Quando você traz as cores do Flamengo, traz as cores do Botafogo, do Vasco, do Fluminense, você traz o jovem que acompanha desde criança a questão do futebol. E é uma instituição que você, às vezes você não tem acesso ao jogador, mas você tem acesso à porta-bandeira, pode sair naquela bateria. A gente que administra as escolas, de forma alguma a gente deixa esse clima, ele existe porque nós temos um outro público que pode vir somar com o público do Carnaval. Por isso que aparece assim, para as pessoas que têm a cabeça mais antiga, têm um pensamento mais conservador”, destacou Serginho.

Quando questionados se as escolas de samba ligadas a times de futebol de São Paulo eram referências para eles, Felipe Amorim e Serginho Aguiar reconhecem que essas escolas são referências por conta da organização e estrutura, mas também levam em consideração que lá a rivalidade entre elas é maior.

Felipe Amorim destacou a importância dessas escolas e a necessidade de aprender com sua organização e estrutura: “Eu acho que eles têm uma importância grande no carnaval e acho que a gente tem que olhar muito a organização e estrutura como escola deles. Eu busco esse olhar”.

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Serginho Aguiar complementou comentando sobre a aceitação e a rivalidade dentro das escolas: “Te dou um exemplo, uma vez no ensaio chegou um garoto com a camisa do Vasco, aí vieram trazer ele me perguntando se ele podia ficar com a camisa do Vasco lá, eu falei que podia. Já em São Paulo, que são escolas muito mais antigas, já tem uma tradição nesse segmento, existe uma rivalidade. Mas só que lá em São Paulo é outro carnaval, aqui é no Rio de Janeiro. Tem rivalidade de time de futebol legal, mas tem escolas de samba que é de contravenção, tem escolas de samba que é de comunidade.Por que não pode ter uma escola de samba que é de time de futebol? Por aqui, isso não aconteceu ainda, e nem vai acontecer, com certeza”.

Quando questionado se alguém poderia entrar com a camisa de outro time na quadra da Fla Manguaça, Felipe Amorim respondeu que o respeito pelo espaço e pela comunidade é fundamental, e que todos são bem-vindos, independentemente do time que apoiam:

“Problema nenhum, se for dia de evento da escola de samba, não tem problema nenhum, desde que respeite o espaço. A nossa intérprete, a Júlia, ela é Vasco e não tem problema nenhum, está com a gente há três anos e é super bem recebida, bem tratada. Então, acho que desde que a pessoa vá para lá, sabendo aonde está indo e respeitando, ela vai ser tratada como outro qualquer que esteja lá”.

Sobre as expectativas para a Botafogo Samba Clube na Sapucaí em 2025, Serginho Aguiar comentou da importância do apoio entre as escolas e o impacto significativo que a participação da Botafogo Samba Clube pode ter no cenário do carnaval.

“A Botafogo, o presidente é meu amigo, inclusive, eu que fui um padrinho dele de colocar ele na Botafogo. A gente tem uma relação muito boa, eu frequento a Botafogo, eles frequentam a Imperadores. E eles fizeram agora uma inscrição de fantasia, deu 9 mil pessoas. Daí você tira que não vão desfilar 9 mil, vai desfilar 2 mil. E esses 9 mil vão vir pra somar financeiramente com a compra de ingresso, com a presença nos ensaios, a presença no desfile. Aí sim, a gente vai ser o termômetro do que vai acontecer com essa estreia da Botafogo lá em cima. Como é que vai ser o peso e medida disso”, comentou Serginho Aguiar.

Felipe destaca a amizade e o respeito que tem pelo presidente da Botafogo Samba Clube, Sandro, e a importância do desempenho da nova escola para a imagem e reputação das escolas de samba ligadas a times de futebol: “Eu acho que é muito importante, eu acho que muitas pessoas vieram provocar, mas o Sandro, que é o presidente da escola, é um dos meus maiores amigos que eu tenho no carnaval. E, tanto que quando teve o resultado, fui o primeiro a levantar, abraçar ele e eu falei para ele, a responsabilidade agora é dele. Se ele fizer besteira lá, a gente vai pagar aqui”.