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Mocidade ‘amassa’, Zé Paulo dá show e Independentes vivem noite perfeita em ensaio de rua

Na busca por um carnaval na parte de cima da tabela, a Mocidade fez mais um ensaio de rua, na noite do último sábado, em Padre Miguel, que começou na tradicional Praça Guilherme da Silveira. A escola fez seu treino para uma multidão que se espremeu na calçada, no início do ensaio e viu o grande destaque ser a atuação do intérprete Zé Paulo, que conduziu o ensaio com maestria, ao lado de seu habilidoso carro de som. O casal também mostrou seu talento na apresentação e a comunidade cantou o samba com força do início ao fim. A Verde e Branca será a primeira escola da terça-feira de carnaval (4 de março), com o enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites pra sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage.

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Tudo começou com o futebol. Na Praça Guilherme da Silveira, está o estádio Moça Bonita, onde o Bangu fazia sua estreia no Campeonato Carioca contra a Portuguesa. No gramado deu tudo errado e o Bangu perdeu. E foi dessa forma que o vermelho deu lugar ao verde da Mocidade para acalentar os torcedores frustrados. Daí, quando se deu o apito final no campo, Mestre Dudu apitou para começar um ensaio que daria tudo certo na pista. Se o céu estava nublado, abriu e a lua passou a brilhar ainda mais a noite independente.

“Sabemos que estamos em um processo de construção de uma proposta nova de trabalho. Os ensaios são para ajustes, e seguiremos assim até o carnaval. Nosso ensaio foi muito bom, uma emoção grande para nosso bairro, nossa escola oriunda de um time de futebol, unir a torcida do Bangu saindo do estádio a nossas alas de comunidade foi um momento mágico”, comentou o diretor de carnaval Mauro Amorim.

A começar pelo casal, que sem a presença da comissão de frente, coube ao pavilhão abrir o ensaio. Eles são de uma finesse e de um primor que agrada muito assistir. De ala a ala, uma cantando mais forte que a outra, interagindo com o samba. A classe dos passistas sempre chama a atenção. Na bateria, aquela aula do mestre Dudu e seus talentosos ritmistas, mas a rainha Fabíola Andrade não estava presente. No carro de som, o dono do show, Zé Paulo anda pelas alas, agita o público e comanda a festa. Nem fez dois desfiles e já ganhou o coração dos Independentes. Tudo isso, ao som de um coro leve, afinado e bastante entrosado.

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Seguramente, o casal que melhor usa o espaço disponível para a sua apresentação. Eles dançam por todas as direções, saboreiam a pista, mostram que estão se divertindo. Diogo Jesus e Bruna Santos fazem trabalho de excelência, com tudo milimetricamente calculado. Basta notar a distância que a bandeira passa da cabeça do Diogo, nos giros da Bruna. É tudo impecável. Eles, que disseram já ensaiar com a coreografia do desfile, mostraram que o 40 está bem encaminhado.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Harmonia e Samba

A Mocidade tem um samba leve e muito agradável de ser cantado. Isso favorece a harmonia da escola, que tem um canto deslizante, linear, forte e, apesar do andamento mais cadenciado, vibrante. O refrão é, de praxe, o trecho mais gritado. Porém “Naveguei / No afã de me encontrar eu me emocionei” é um trecho muito querido para os desfilantes, que ainda abrem os braços para cantar. Não foi percebido nem queda no andamento do samba e nem queda do canto, a menos nas partes que a própria melodia pede.

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“Nosso ensaio é planejado e debatido durante a semana entre toda nossa coordenação de desfile para reproduzirmos exatamente o que faremos na Sapucaí, procuramos aprimorar a cada dia nosso trabalho, as quartas temos ensaio de canto na quadra onde começamos a preparação e seguimos até sábado à noite no ensaio de rua”, explicou o diretor de carnaval Mauro Amorim.

Em atuação de gala na noite deste sábado, Zé Paulo conduziu o samba e regeu o público com aquela garra que o mundo do carnaval já conhece. Se algum componente pensasse em cansar, o canto do intérprete reconduzia a força na voz, com cacos e chamamentos, que ajudaram bastante na dinâmica do ensaio.

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“Zé Paulo em tão pouco tempo construiu uma identificação com a escola que é fruto de muito trabalho. Ele tem um papel fundamental no nosso processo. É um grande profissional que tem uma linda carreira e merece todo nosso reconhecimento”, disse Mauro Amorim sobre o cantor.

Evolução

Mais um quesito que funcionou divinamente na noite deste sábado. O andamento da escola se deu na cadência do samba. Com leveza, a escola foi passando, deixando o gosto de que poderia durar mais o ensaio de tão bom que estava, ainda que tenha limite de tempo para desfilar. Não foi percebido buracos, correrias, alas emboladas. Foi percebido o esforço dos diretores de ala e harmonia para garantir a evolução pulsante e sem perder o canto. Funcionou bem.

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Outros destaques

A Mocidade faz de seu ensaio um show e ela tem o molho para isso. Pioneira nos espetáculos pirotécnicos na rua, só ela solta fogos no meio do ensaio, precisamente, na altura da marcação do segundo módulo de julgadores, durante a apresentação da bateria. A ação dá um gás extra no público e nos componentes. É um clímax de arrepiar, com ajuda do toque envolvente da Não Existe Mais Quente, que enfileira atuações magistrais.

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Outra parte que merece destaque é o arrastão após a última ala. Quem teve essa ideia conseguiu dar ao público mais que apenas assistir uma grande apresentação. O público participa e ganha de presente andar atrás a bateria da Mocidade. Não tem coisa melhor para quem saiu de casa para curtir um espetáculo em verde e branco.

Admiração e confiança em mais de duas décadas de amizade entre Douglinhas Aguiar e Serginho do Porto

No carnaval de 2025, Douglinhas Aguiar e Serginho do Porto defenderão juntos o Águia de Ouro pela oitava vez no Anhembi como intérpretes oficiais. A função costumeiramente solitária de garantir o bom andamento do samba e estimular, através da voz, os desfilantes a participarem de um dos maiores corais que existem no mundo, talvez nunca tenha sido exercida tantas vezes por uma mesma dupla. No dia da gravação oficial do Águia de Ouro para o álbum oficial do carnaval de 2025, o CARNAVALESCO conversou com os artistas para conhecer as relações de trabalho com a escola e saber detalhes sobre essa amizade de mais de duas décadas firmada na admiração e confiança entre Douglinhas e Serginho.

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Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

Como é trabalhar em uma escola em que o presidente é também presidente da Liga-SP? Tem alguma pressão em torno disso?

Douglinhas: “Tem um pouco de pressão sim. Como o Sidnei é presidente do Águia e da Liga, nós sempre temos que ser vistos como exemplo de organização, de pontualidade, de fazer todas as coisas na forma correta. A gente não pode errar porque também é o nome do presidente que está em jogo”.

Serginho: “Eu acho que isso já vem lá de trás, de toda essa construção do Águia de Ouro até chegar ao momento em que está. A escola que veio de baixo de um viaduto e que hoje tem uma quadra imensa. Você sabe que é organização, essa organização vem dele e vindo dele a gente tem que seguir o mesmo exemplo porque as pessoas têm que ver. Pelo trabalho que ele faz na Liga e que faz no Águia de Ouro, a gente dá continuidade com o mesmo carinho e com a mesma responsabilidade que ele tem”.

Como é a relação de vocês com a bateria do Águia de Ouro?

Douglinhas: “Eu comecei a tocar no Águia de Ouro em 1984, e eu tocava junto com o Juca. Ele tocava caixa e eu também. Nossa amizade é muito, muito longa. Além disso, o Juca é meu compadre eu sou padrinho da filha dele. É uma amizade já de muito tempo”.

Serginho: “Se eu estou com 25 anos aqui, imagine só. Quando eu cheguei, eles já tinham 10 anos de casa. Ele tem 35 e eu 25 anos de casa. É maravilhoso tocar com a ‘Batucada da Pompéia’, com o mestre Juca e com toda essa rapaziada que está aí. A gente tem uma coisa muito boa porque quando a gente precisa de alguma coisa, a gente desce, conversa, volta e tudo dá certo. Isso é uma coisa que deixa a gente feliz. Você sabe que o ritmo e o canto, eles têm que andar junto para que o desfile seja um desfile harmônico”.

Vocês são uma das duplas de intérpretes que há mais tempo atuam juntos na história do carnaval como intérpretes oficiais. Qual é a diferença do trabalho em dupla no comando do samba?

Serginho: “Nós cantamos no Águia de Ouro, no Império da Tijuca, na Estácio de Sá e na Caprichosos de Pilares, em todas essas aí juntos. Uma coisa muito boa que tem entre nós dois é que não temos vaidade. Cada vez mais as pessoas acham até que nós somos irmãos, chamam a gente de Cosme e Damião”.

Douglinhas: “Acho que de outras vidas podemos até ter sido mesmo”.

Serginho: “A gente se entende, sabe o que um quer, o que o outro não quer, isso é muito bom. Quando você faz alguma coisa com tranquilidade e está do lado de uma pessoa que você sabe que tem a tranquilidade para você fazer o trabalho, isso nos deixa felizes. E a gente não tem vaidade, a única coisa que a gente sempre quer e a gente sempre bota na cabeça é o Águia de Ouro estar em primeiro lugar para poder fazer a caminhada dela”.

Douglinhas: “É isso aí. Fazer um trabalho honesto, com tranquilidade, com alegria e com irmandade”.

Quais são as virtudes que vocês enxergam um no outro?

Douglinhas: “Eu sou suspeito de falar porque quando o Serginho veio para o Águia eu já era fã dele, já era fã de quando ele cantava lá no Rio. Acho que a virtude dele é uma voz extremamente potente, é um canhão cantando. Serginho é um canhão. Eu elenco uns quatro assim: Serginho, Tinga, Dominguinhos do Estácio e Neguinho da Beija-Flor. São os caras que eu tenho de referência de potência de voz e de durabilidade, porque ao cantar samba-enredo você não vai cantar duas vezes, você vai cantar na Avenida umas quarenta vezes, e eles têm essa resistência. É um negocinho invejável, é talento, é dom. Quando nasce, Deus fala: ‘ah, é você’. Eu admiro isso demais nele”.

Serginho: “No meu irmão, no irmão que Deus me deu, o Douglinhas tem uma coisa muito boa: é músico. Uma coisa completa a outra. É músico, tem o ouvido apurado. De parte de melodia, de botar: ‘não é aqui’, ‘não faz isso aí’, ‘esse caminho aqui’. A gente acaba sendo uma pedra que precisa ser lapidada. Ele é o diferente, ele já é o diamante que está lapidado e ele consegue fazer a coisa tomar um outro caminho. Ele tem a suavidade, e a suavidade é que coloca a harmonia. Muitas das vezes a potência não faz isso, mas a suavidade faz as coisas se encaixarem. Por isso que, graças a Deus, as coisas dão super certo entre nós dois”.

Qual é o samba da vida de vocês?

Douglinhas: “Um samba só eu acho que é difícil falar. São tantos carnavais. Quantos anos de carnaval você tem Serginho?”

Serginho: “Eu, trinta”.

Douglinhas: “Eu também, eu acho que trinta, trinta e poucos anos. Seria injusto falar um. Essa pergunta eu vou passar”.

Serginho: “Também, cara. Tem sambas que marcaram a vida da gente. Eu acredito que, para o Douglinhas, o mais especial é o título do Águia de Ouro de 2020, não é?”

Douglinhas: “Mas tem outros também que foram importantes”.

Serginho: “Que marcaram. A gente não tem como pegar um samba aqui e falar assim: ‘ah, é esse aqui’. Tem tanta coisa que a gente já passou na Avenida. Eu já fui para a Avenida com o cara falando assim: ‘pô, o pior samba’, e quando acabou o desfile, era o melhor desfile. É muito complicado você relacionar um só. Agora, se você perguntar para a gente assim: ‘qual é o samba que mais você passou bem na Avenida cantando?’, aí eu vou abrir meu coração e me vestir de preto e branco, botar uma cruz de malta no peito e falar que foi o do Vasco da Gama porque eu sou Vasco. Aí não tem como, eu vou falar isso, que ele é importante. Mas um dos desfiles que eu tenho uma grande lembrança aqui, dois desfiles para mim. Foi em 2001, que foi o ‘Salém’, no primeiro ano em que a gente cantou junto e o de 2002 porque também foi um senhor desfile em homenagem a Mário de Andrade. É muita coisa boa, para mim isso aí foi maravilhoso”.

Dos sambas que vocês já viram passar na Avenida e que vocês não cantaram, se tivessem a oportunidade de cantar, qual seria esse samba?

Douglinhas: “De que escola que é? ‘E eles verão a Deus…’

Serginho: “Unidos da Ponte (1983)”.

Douglinhas: “’… Num sonho que fizeram seu sonhar’. Esse samba é lindo, cara. ‘E eles verão a Deus, a Deus. Razão de todo o seu imaginar. Hoje a natureza canta…’. Esse samba é fantástico”.

Serginho: “E o meu, em 1970, eu era moleque. A Portela tinha sido campeã do Carnaval. A gente morava em Madureira, meu pai me levou para ver o desfile e dali em diante ficou. Para mim é um dos melhores sambas. ‘Nesta Avenida colorida. A Portela faz seu Carnaval. Lendas e mistérios da Amazônia. Cantamos neste samba original. Dizem que os astros se amaram.’ Maravilhoso”.

Vintém ‘bota a cara’ e mostra seu valor! Unidos de Padre Miguel canta forte em ensaio de rua

A Unidos de Padre Miguel realizou na última sexta-feira, seu primeiro ensaio para o Carnaval 2025, na rua Barão do Triunfo, na Vila Vintém. O grande destaque da escola durante a apresentação foi o forte canto dos componentes ao longo do trajeto do primeiro ensaio de rua. O Boi Vermelho vai levar à Avenida em 2025 a história de Iyá Nassô e da Casa Branca do Engenho Velho, com o enredo “Egbé Iyá Nassô”, dos carnavalescos Lucas Milato e Alexandre Louzada, abrindo os desfiles do Grupo Especial, no domingo de carnaval.

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A diretora de carnaval da Unidos de Padre Miguel, Lara Mara, conversou com o CARNAVALESCO ao fim do ensaio da Vermelha e Branca, elogiando a apresentação e destacando o canto do povo da Vila Vintém que ensaiou em casa.

“Estou muito feliz, eu gosto de ensaio na Vila Vintém. Eu prefiro, às vezes, claro, lá na Guilherme, para logística é melhor, mas aqui é dentro de casa, a energia é diferente. E assim, era a resposta que eu queria. Agora, é a gente unidos em um só propósito e a comunidade está feliz”.

Comissão de Frente

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Fotos: S1 Fotografia e Comunicação/Divulgação UPM

A comissão de frente, comandada por Sérgio Lobato, fez uma coreografia forte e bem descritiva da letra do samba da escola, com uma bailarina principal representando Iyá Nassô, como centro da dança apresentada. Contou com movimentos alusivos aos momentos do enredo e da letra, como a aparição de Xangô no refrão que cita o nome do orixá, sendo um entre os bailarinos, erguido pelos outros em destaque.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira dançaram de forma bem entrosada e com força, além de realizarem alguns gestos com referências à letra do samba da escola na coreografia apresentada, interpretando a obra na dança do casal.

Harmonia

As alas da Unidos cantaram com muita força durante a noite de ensaio, em especial o refrão “Vila Vintém é terra de macumbeiro”, que ganhou a força de ser cantado dentro da comunidade de origem da escola. Para além deste, versos da segunda parte do samba como “Dobra o adarrum / Que meu orixá responde” também foram bem cantados na Vintém.

Evolução

O Boi Vermelho apresentou uma evolução bem organizada, com forte presença dos componentes nas ruas da Vintém. As alas estavam bem divididas e mais espaçadas, com muitos componentes bem animados, sambando e brincando durante o ensaio, e as alas coreografadas da UPM também foram muito bem, com muitas delas inclusive com objetos na mão para além de balões, como espelhos e pequenos bastões para auxiliar na coreografia e que não atrapalharam ao evoluir.

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Samba-enredo

A obra da escola de Padre Miguel rendeu muito bem no primeiro ensaio de 2025 da agremiação, com um trabalho equilibrado entre o carro de som e a bateria. Bruno Ribas mais uma vez conduziu muito bem a obra da Unidos, e sendo fundamental para o auxílio do canto dos componentes.

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Outros Destaques

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A rainha Dedê Marinho desfilou à frente da bateria “Guerreiros” com uma roupa vermelha cheia de franjas, demonstrando mais uma vez muito samba no pé. Os comandados de mestre Dinho seguiram muito bem durante o ensaio desta sexta. Ao passar pela Vintém, a escola também contagiou o público presente no ensaio, seja na rua ou em casa, que ficou cantando com a agremiação conforme a passagem do Boi Vermelho.

Gracyanne Barbosa, no BBB25, publica carta para o Camisa Verde e Branco

Integrante do reality show Big Brother Brasil 25, da TV Globo, Gracyanne Barbosa publicou uma carta para os componentes do Camisa Verde e Branco. Ela é madrinha de bateria da agremiação. Veja abaixo o texto.

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Foto: Fábio Martins/CARNAVALESCO

“Como todos sabem, fui convidada, em segredo, para participar do ‘BBB25’. Desde o primeiro momento, pensei muito na escola. Afinal, venho contando os dias para estar com vocês no Anhembi. Não sei o que vai acontecer na casa nos próximos meses e, principalmente, quando vamos poder sambar juntos novamente, mas, quero que saibam que o Camisa Verde e Branco segue comigo em pensamento e no coração, como uma família que sempre me acolheu com tanto amor.

Perto ou longe, sempre vou torcer e vibrar pela nossa escola, que tem uma história rica e um futuro brilhante pela frente. Agradeço imensamente por todo o carinho e conto com a torcida de vocês. Espero poder também representá-los dentro do jogo. Perdoem a minha ausência nos próximos compromissos da escola, já que estarei nesse outro desafio. Não vejo a hora de estar com vocês pessoalmente novamente!”

Eugênio Leal sobre o samba do Salgueiro para o Carnaval 2025: ‘Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar’

O Salgueiro vai mostrar em seu desfile as diferentes crenças usadas pelas pessoas para pedirem proteção. O título do enredo, “Salgueiro de corpo fechado” (do carnavalesco Jorge Silveira com sinopse de Igor Ricardo), já adianta um tema de fácil assimilação e que conversa com o dia-a-dia da população. Quem não tem um amuleto, um ritual, uma forma de se sentir protegido?

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

É um assunto também muito próximo das religiões afro-brasileiras com as quais o Salgueiro está acostumado a dialogar, mais do que isso, sempre as teve dentro de si. É natural, portanto, que o enredo e o samba mergulhem fundo nestas crenças. A obra de Xande de Pilares, Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho via 13, Jefferson Oliveira, Jassa e W.Correa já começa jogando pesado ao evocar tais rituais. Para isso cita vários artigos e personagens, especialmente Xangô (padroeiro da Escola) e Exu, para compor o cenário de uma abertura de desfile que vai trazer toda essa religiosidade. “Prepara o alguidar, acende a vela / Firma ponto ao sentinela, pede a benção pra vovô / Faz a cruz e risca a pemba / Que chegou Exu Pimenta e a Falange de Xangô / Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá / Adorei as almas que conduzem meu caminho / Ê Mojubá, Marabô invoque a lua / Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho”

Na sequência os autores começam a desfilar a história proposta na sinopse, que conta sobre a chegada da “Bolsa de Mandinga” ao Brasil através dos escravizados do Mali (aqui chamados de malês). Eles eram islâmicos e traziam citações ao Alcorão em pequenas bolsas penduradas no peito (um tipo de bolsa muito na moda hoje) que serviam como forma de proteção. Eles aproveitam para citar alguns itens que aos poucos passaram a ser incluídos nas tais bolsas em substituição aos dizeres islâmicos conforme os brasileiros passaram a adotar este patuá. “Sou herança dos malês / Bom mandingo e arisco / Uso a pedra de corisco / Pra blindar meu dia a dia / No tacho arruda e alecrim / Bala de chumbo contra toda covardia”.

Salgueiro 2025: ouça a versão oficial do samba-enredo

Chega o refrão do meio, para mim um dos trechos de melodia mais bonitos do carnaval 2025. É a parte do enredo em que o samba se refere a um integrante do bando de Lampião, Moreno, que lidava com todas as proteções espirituais do bando. Ele não foi morto com os demais e viveu até os cem anos. O verso “Feito moreno eu vou viver” é uma delícia de cantar. Refrão muito bem encaixado. “Tenho a fé que habita o sertão / De Lampião, o cangaceiro/Feito Moreno eu vou viver / Mais de cem anos / No meu Salgueiro”.

A segunda parte segue com a mesma pegada melódica da primeira. E essa é uma questão do samba. Ele não tem aquele “respiro” tradicional. É todo com a pegada lá em cima. E segue sendo muito fiel aos elementos presentes na sinopse, chegando a encaixar uma frase inteira* do texto original no trecho em que passa pelo universo indígena. “Sou espinho qual “fulô” de Macambira / Olho gordo não me alcança / Ante o mal a pajelança pra curar / Sempre há uma reza pra salvar*/ O nó desata, liberdade pela mata…”

Volta para os cultos afro-brasileiros, que dominam a maior parte do enredo, para pedir proteção ao Zé Pelintra – enredo da escola em 2016 em “A Ópera dos malandros”. “E os mistérios do axé, meu candomblé / Derruba o inimigo um por um / Eu levo fé no poder do meu contra egum / Salve Seu Zé, que alumia nosso morro / Estende o chapéu a quem pede socorro / Vermelho e branco no linho trajado / Sou eu malandragem de corpo fechado”.

O refrão forte reafirma os rituais de fé do povo salgueirense com algumas boas sacadas e letra como o verso “Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar”, uma releitura muito bem adaptada do clássico ditado popular “Quem não pode com mandiga não carrega patuá”. Para depois fechar com um aviso importante. “Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá / Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar Meu terreiro é a casa da mandinga / Quem se mete com o salgueiro acerta as contas na curimba”.

Um samba muito potente, energizado, carregado de axé. Feito com alma de Salgueiro. O desafio é encontrar o andamento e o tom ideais para que a escola consiga cantar a extensa letra de forma confortável sem perder a empolgação. E o Salgueiro tem gente gabaritada para resolver isso sem dificuldades e impulsionar um grande desfile.

‘Martinho, Coração de Rei – O Musical’ está em cartaz no Teatro Riachuelo Rio

“Martinho, Coração de Rei – O Musical” mergulha nas raízes africanas do mestre sambista Martinho da Vila, revelando a profunda influência da Folia de Reis e de outras manifestações culturais afro-brasileiras em sua obra. A dramaturgia da renomada especialista em África, Helena Theodoro, inspirada em sua pesquisa sobre o continente africano e na biografia “Martinho da Vila: Reflexos no Espelho” de sua autoria, celebra a força da ancestralidade e a riqueza da cultura negra.

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Foto Erik Almeida/Divlgação

Depois do sucesso em São Paulo, o espetáculo estreia no dia 10 de janeiro de 2025 no Teatro Riachuelo Rio. “Martinho, Coração de Rei – O Musical” passeia pela vida e obra de um dos maiores sambistas do Brasil. É uma celebração à rica história do samba e à trajetória de um ícone da música popular brasileira, e com uma trilha sonora inesquecível, o espetáculo nos transporta para o universo de Martinho da Vila, revelando um homem apaixonado pela música, pela família e pela cultura brasileira.

Trata-se de mais um projeto da Fato Produções, atuante há mais de trinta anos no mercado cultural, sob comando do premiado produtor Jô Santana, que tem uma carreira marcada por produções de grande sucesso e relevância cultural, como a Trilogia do Samba, que homenageou Cartola, Dona Ivone Lara e Alcione. Neste projeto, Jô está novamente fazendo uma dobradinha com Miguel Falabella, parceiro com quem realizou o sucesso “Marrom, o Musical” e mais recentemente o espetáculo “A Partilha”. O diretor Falabella e a dramaturga Helena Theodoro alicerçam um espetáculo recheado de africanidades e referências icônicas da história do povo preto – fazendo um resgate do panteão, outrora grego, mas aqui retratado na sua real origem, pois o espetáculo é uma contemplação a lendas e mitos afro-brasileiros e ao samba.

Dividido em dois atos com duração de 150 minutos com 15 minutos de intervalo, o espetáculo passa pelo homem de família, pelo compositor, que foi militar, apaixonado por futebol e chega ao carnaval, às grandes e ancestrais rodas de samba – inclusive neste momento da Roda de Samba, teremos a participação de grandes nomes do samba. No palco, um time de bambas, 20 talentosos atores-cantores-bailarinos e 8 músicos dão vida a essa história, entre os quais temos a felicidade de contar com netos de Martinho: a atriz, cantora e dançarina Dandara Ventapane e o músico Guido Ventapane.

Este grandioso espetáculo de teatro musical movimenta mais de 300 empregos diretos e indiretos gerados neste período desde a concepção até o fim da temporada, conta com mais de 250 figurinos criados pelo premiado Cláudio Tovar e confeccionados por colaboradoras do empreendimento social Tereza com apoio do Instituto Humanitas360. Por meio dessa parceria, nove mulheres egressas do sistema prisional estiveram costurando e bordando as peças em ateliê instalado na Oficina Cultural Oswaldo Andrade. Soma-se uma cenografia ágil, surpreendente, e uma seleção músicas de Martinho da Vila que certamente todo mundo já conhece. Esperamos por todos e todas, para celebrar a história do samba e se conectar com suas raízes africanas.

SERVIÇO “MARTINHO CORAÇÃO DE REI, O MUSICAL” – ESTREIA 10 DE JANEIRO

Teatro Riachuelo Rio – Rua do Passeio, 38/40 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Bilheteria física do teatro sem taxa de conveniência
Horário de funcionamento: de terça a sábado, das 14h às 19h. Em dia de espetáculo, das 14h até o horário de início da sessão.
Bilheteria on-line www.ingresso.com
Duração: 150 minutos com 15 minutos de intervalo
Classificação: 16 anos

Sessões

Quinta a Sábado às 20h e Domingo às 19h

VALOR DE INGRESSO
Plateia Vip (Tom Maior): 200,00
Plateia (Casa de Bamba): 150,00
Balcão Nobre (Vila Isabel) : 100,00
Balcão Superior (Canta Canta Minha Gente): 39,00

Xande de Pilares no carro de som do Águia de Ouro no Carnaval 2025

Xande de Pilares fará sua estreia no carnaval paulista completando o quadro musical do Águia de Ouro ao lado dos intérpretes oficiais Douglinhas Aguiar e Serginho do Porto.

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Foto: Divulgação/Águia de Ouro

Xande que já é amigo da Azul e Branco de longa data, teve uma força a mais para participar do carro de som. Amigo e parceiro de Benito de Paula, não esconde a felicidade de mais uma vez homenagear Benito. A dupla gravou junto o projeto 360° Ao vivo em 2012, quando Xande Ainda fazia parte do Grupo Revelação.

O cantor carioca já colocou sua voz no samba 2025 da escola e promete em
Breve vir participar dos ensaios da agremiação.

Beija-Flor de Nilópolis recebe Paraíso do Tuiuti neste sábado

A Beija-Flor de Nilópolis dará continuidade à temporada 2025 do “Encontro de Quilombos” neste sábado. O evento, que celebra a irmandade entre grandes escolas de samba com desfiles ao ar livre, terá como convidada a Paraíso do Tuiuti. O encontro acontece na Estrada da Mirandela, em Nilópolis, com entrada gratuita e início às 18h. A programação começa com o desfile da Tuiuti, seguido pela apresentação da anfitriã, a Beija-Flor. A noite promete ser um espetáculo de samba e cultura, com destaques como a Rainha de Bateria Lorena Raíssa, o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira Claudinho e Selminha Sorriso, e a bateria Soberana, comandada pelos mestres Rodney e Plínio.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Beija-Flor

A temporada do “Encontro de Quilombos” segue até fevereiro, trazendo a Imperatriz Leopoldinense no dia 25 de janeiro e a Unidos de Padre Miguel no dia 8 de fevereiro, que encerra o calendário de desfiles.

Serviço:
Encontro de Quilombos – Beija-Flor recebe Tuiuti
Data: 11/01
Local: Estrada da Mirandela na altura da rua R. João Evangelista de Carvalho
Hora: 18h
Preço: grátis

Imperatriz inicia 2025 com obras de ampliação em sua tradicional quadra de ensaios

Mesmo com o pré-Carnaval da Imperatriz Leopoldinense a todo vapor, e com o ritmo intenso de ensaios, a presidente Catia Drumond segue com os projetos para a comunidade do Complexo do Alemão e da Zona da Leopoldina.

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Fotos: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

Visando maior conforto e bem-estar ao público e seus componentes, a atual vice-campeã do Carnaval carioca, ainda no fim de 2024, teve um imóvel, nos fundos de sua quadra, comprado pela presidente Catia Drumond, o que irá proporcionar um aumento significativo na capacidade física da quadra da Rainha de Ramos.

A obra para ampliar o espaço do terreno, onde fica localizada a tradicional quadra de ensaios, na Rua Professor Lacé, em Ramos, já começou, e será feita em duas partes: uma já iniciada ainda no ano passado. A segunda etapa será realizada logo após o Carnaval deste ano.

Segundo a presidente, além da ampliação da quadra, um espaço deste novo local será especialmente destinado ao recém-lançado Instituto Imperatriz Leopoldinense, entidade sem fins lucrativos que promove oportunidade e qualidade de vida a crianças e jovens da região.

“A quadra ficou pequena para o tamanho que a escola conquistou nos últimos anos. É uma ampliação para o Carnaval e para o contexto social. Significa mais público e ainda mais qualidade para os projetos que trabalhamos o ano inteiro, além do Carnaval. É uma nova Imperatriz, na qual eu me orgulho muito de fazer parte e, ao lado do meu filho, seguir o legado de uma vida inteira do meu pai [ao se referir a Luiz Pacheco Drumond] que, em 12 de dezembro de 1975, ou seja, há 50 anos, teve a mesma iniciativa”, afirma Catia.

No Carnaval 2025, a Imperatriz Leopoldinense tentará o seu 10º campeonato com o enredo “ÓMI TÚTÚ AO OLÚFON- Água fresca para o Senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira, sendo a segunda a escola a desfilar, no domingo, 02 de março.

‘Sou eu, sou eu!’ Comunidade presente e cantante marca retorno da Tijuca aos ensaios de rua rumo ao Carnaval de 2025

A Tijuca retomou seus ensaios na Via D1, a rua Geógrafo Milton Santos, na noite da última quinta-feira, com forte presença dos componentes e da comunidade. Com a apresentação dos seus segmentos na rua, a escola do Borel mostrou muita força no canto e na evolução das alas. O Pavão vai levar a Sapucaí o enredo “Logun-Edé – Santo menino que velho respeita”, do carnavalesco Edson Pereira, presente neste primeiro ensaio do ano, sendo a escola que vai abrir o segundo dia de desfiles do Grupo Especial na segunda-feira de carnaval. A escola retorna na próxima quinta-feira para mais um ensaio de rua.

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O diretor de carnaval, Fernando Costa, conversou com o CARNAVALESCO ao fim do ensaio para falar sobre este retorno a rua em 2025.

“No início eu estava preocupado com o tempo, porque choveu o dia inteiro, o componente fica sempre com receio de sair de casa, mas, o pessoal veio, cantou muito, a bateria e o carro de som, hoje, maravilhosos. Eu gostei muito, e para um primeiro ensaio, depois de umas feriazinhas que a gente tinha dado, voltaram arrebentando. Acho que o caminho é esse, agora são os poucos ensaios que faltam para a gente cair pra dentro e melhorar isso”.

Comissão de frente

Sob os comandos de Adriane Lax e Bruna Lopes, a comissão de frente da Tijuca veio com seus 15 integrantes em uma coreografia com movimentos remetendo a danças africanas e a letra do samba da escola, além de trazer um bailarino principal como Logun-Edé trajando a cauda do pavão na última parte da coreografia.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Matheus André e Lucinha Nobre fizeram uma apresentação bem entrosada, demonstrando cada vez mais confiança entre eles e a dança realizada por eles, que contou com diversos elementos remetendo à letra do samba sendo executados ao longo do bailado do casal.

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Fotos: Alex Maia/Divulgação Tijuca

Harmonia

A nação tijucana cantou bem forte o hino da escola para o próximo carnaval. As alas passaram com um canto bem constante durante o percurso, tendo Ito Melodia e seu carro de som ajudando a sempre a escola a executar bem o samba durante o ensaio.

Evolução

A Tijuca apresentou uma evolução bem correta, sem atropelos, com bom tempo para as alas passarem, incluindo as coreografadas, em especial a última que veio com passos de funk dentro da dança apresentada. A escola veio bem animada no percurso, com as primeiras alas podendo se soltar um pouco mais nos próximos ensaios.

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Samba-enredo

Ito Melodia conduziu bem o samba da Amarelo-Ouro e Azul-Pavão, tendo a obra mais um bom rendimento no ensaio da agremiação, este em especial com a presença de um dos autores da obra, Diego Nicolau, onde o destaque para o canto da comunidade fica com os refrões, e subida na parte final do samba “Orixá menino que velho respeita / Recebi sentença de Pai Oxalá / Eu não descanso depois da missão cumprida / A minha sina é recomeçar”.

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Outros destaques

A “Pura Cadência” voltou com tudo sempre pelas mãos de Mestre Casagrande, tendo a presença da rainha Lexa, que interagiu bastante com o público presente, em especial as crianças que foram ao ensaio. O treino contou com a presença do carnavalesco da escola, Edson Pereira, que acompanhou toda a apresentação da escola do Borel.

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