A rainha mirim para o Carnaval 2025 é Valentina Monteiro, 10 anos de idade, da Inocentes da Caprichosos, e o rei momo mirim é Arthur Miguel, 10 anos de idade, representante da Estrelinha da Mocidade. Também integram a corte mirim, a primeira princesa, Maria Eduarda Damas, 10 anos, da Virando Esperança, e Kawany Venâncio, 11 anos, do Aprendizes do Salgueiro, a segunda princesa. O concurso foi realizado na Casa Carnaval, no Centro do Rio, na Rua do Mercado.
Pela ordem, Kawany Venâncio, Maria Eduarda, Arthur Miguel e Valentina Monteiro. Foto: LF Mello/Divulgação
As crianças que participaram do concurso, tinham de 6 a 11 anos de idade e são oriundas das 17 escolas de samba tradicionais que hoje integram a Associação das Escolas de Samba Mirim do Rio de Janeiro (AESM-RIO), realizadora do evento.
“Os principais quesitos para vencer: desenvoltura, graciosidade e samba nos pés, além de comprovada matrícula e assiduidade em rede de ensino pública ou privada”, ressaltou Waleska Marinho, fundadora da corte mirim.
O CARNAVALESCO prepara mais uma edição do prêmio “DESTAQUES DO ANO“. É a quinta edição da premiação. Até o dia 20 de novembro, o leitor poderá indicar pessoas e escolas de samba. De 22 de novembro até 13 de dezembro será o prazo para votação. A festa de premiação deve acontecer ainda em dezembro, em horário e local que vamos informar posteriormente.
Nesta fase atual de indicações, vamos levar em consideração apenas os nomes citados pelo público. Na outra etapa o sistema de pontuação será o seguinte para cada categoria: 40 pontos para o mais votado pelos internautas, 30 pontos para o mais votado pela equipe do CARNAVALESCO e 30 pontos para o mais votado entre os jornalistas. Em caso de empate, o escolhido será o que venceu na votação popular.
A edição deste ano terá novidades. As categorias passista feminino, passista masculino, musa, ritmista do ano, profissional do barracão e sambistas do ano vão ser relacionadas todas 12 escolas de samba do Grupo Especial. Cada agremiação indicará sua pessoa que irá concorrer. Essa votação só começará no dia 22 de novembro.
Abaixo, você pode fazer suas indicações nas categorias de 2024.
Mestre Jeyson é um dos símbolos do Camisa Verde e Branco nos últimos anos. Sua história começou com o mestre Coca e a sua mãe Dona Chuca, dupla que marcou história no carnaval de São Paulo. E, hoje, é a vez do mestre seguir os passos dos familiares, como mestre de bateria do Camisa Verde e Branco. No dia da final do samba-enredo, o Camisa Verde fez uma homenagem para o mestre Jeyson que tinha perdido sua mãe, Dona Chuca, poucos dias antes. De luto, o mestre da “Furiosa da Barra” falou da mãe, que tinha forte identidade com o Camisa Verde e Branco, apesar da história com a Mocidade Alegre.
“A história da minha mãe no samba é muito linda. Ela foi rainha de bateria da Mocidade Alegre em 1985, quando o mestre de bateria era o Kit, a minha história na música começou pela minha mãe. Meu pai era o mestre Coca, e minha mãe rainha de bateria, aí veio eu aqui e desde então minha mãe sempre me acompanhou e me apoiou no carnaval, aliás em tudo que eu faço. Minha mãe é minha companheira, eu sou filho único, então morava eu e ela. Não tenho muito a dizer… É minha companheira, minha rainha, é meu tudo. E ela sempre foi Camisa Verde e Branco, tocou na bateria do Camisa e hoje (na final do samba) teve essa homenagem para ela. Infelizmente um problema respiratório e Deus quis que ela partisse. Foi para um lugar melhor do aqui, tomara que onde ela esteja, seja bem melhor que aqui e ela está de lá, me olhando e protegendo”.
Entrada do Jeyson no samba foi na Mocidade
Com sua mãe entre Camisa e Mocidade, o mestre Jeyson iniciou na Morada do Samba, mas logo partiu para o Camisa, onde começou a construir sua história nos anos 90. “Entrei como ritmista na Mocidade Alegre entre 88 e 89 e em 90 vim para o Camisa. A minha família já era do Camisa e da Mocidade, só que ela tinha aquele receio que o Camisa era meio perigoso. Aí em 90 não teve como me segurar, eu vim com o Betinho, vim para o Camisa com os meus tios e estou aí até agora”.
Momento vivido no carnaval
O Camisa Verde e Branco passou anos bem complicados no Grupo de Acesso I, mas vai para o segundo ano consecutivo no Grupo Especial, fato que não acontecia desde os anos 2000, onde a escola ficou de 1998 até 2006 na elite. Voltou em 2008 e 2012, mas caiu no mesmo ano. Portanto, mestre Jeyson mostrou ser um privilegiado pelo momento vivido com a escola em reconstrução: “Sou privilegiado e estou realizado, porque já entrei para a história. O Camisa Verde e Branco subiu em 2011, eu era o mestre de bateria. No decorrer fiquei, depois saí, voltei, e agora o Camisa Verde e Branco subiu para o Especial de novo, o ano passado e eu estava no comando da bateria de novo. Permanecemos no Especial comigo no comando e vamos desfilar comigo no comando de novo. Sou um cara privilegiado, só tenho que agradecer a Deus e vamos para mais um carnaval”.
Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO
E complementou falando sobre como está a bateria “Furiosa da Barra” que vive transformação nos últimos anos: “Temos muito ritmista novo. A inovação é sempre válida, hoje em dia temos poucos caras da antiga. A bateria do Camisa é uma bateria que tinha muito cara de idade e não tiramos ninguém. Só que às vezes queremos passar uma bossa e o cara que tem mais idade, não consegue assimilar. Então o cara mesmo para: ‘fala mestre pô, não tô conseguindo pegar hein?’ Tipo assim, eu dou o papo para os caras: ‘gente se não conseguir pegar, infelizmente não vai dar para desfilar’. Porque é igual em uma empresa, você vai ficar três meses lá e a falta de experiência, se você não der resultado, o cara vai te mandar embora. Mas fico muito feliz pela renovação, eles pegam umas coisas muito rápido. Tem que dar uma seguradinha que eles são meio afobados, mas é isso”.
Importância das eliminatórias
O Camisa Verde e Branco é uma escola tradicional do carnaval de São Paulo e mantém tradições como as eliminatórias do samba que não são mais tão comuns como antes nas quadras das escolas de samba. Os mestres de bateria das escolas tem frisado a importância, foi Mestre Sombra e agora é a vez do mestre Jeyson trazer sua opinião.
“Vejo como tradição em escolas que infelizmente hoje em dia não tem mais isso. Eu acho que tem que ter eliminatórias. Cada escola faz o seu jeito, mas eu acho que perde um pouco da essência. Porque hoje em dia quase ninguém faz eliminatórias de samba-enredo, muita gente encomenda o samba. Parabéns para quem faz isso, cada um faz de tudo que quer. Só que o caminho da Verde e Branco faz e segue as nossas tradições de fazer eliminatórias também enredo. Antigamente tinha até mais, eram três fases ou quatro fases hoje encurtou bastante, mas pelo menos ainda tem, que é a semifinal e a final, é super válido, porque o carnaval é isso, esse é o clima do carnaval. Como lá na frente quando começarem os ensaios técnicos, de rua ou de quadra. Isso aí é o carnaval, porque no dia do carnaval é muito tenso, você nem curte direito. Então para mim e para muitos foliões, as eliminatórias, o corte de samba, o ensaio de quadra e ensaio de rua e o técnico, isso é o carnaval, tem que ter isso”.
O Camisa Verde e Branco para o mestre
“O Camisa Verde e Branco é minha vida, sou suspeito de falar. Agradeço a Deus por ser Camisa Verde e Branco e por estar participando da realidade do Camisa”.
Chamou a comunidade do Camisa para ensaios
Com espaço livre, Jeyson Ferro decidiu dar um recado importante para a comunidade do Trevo comparecer nos ensaios e participar do ciclo.
“Só mandar um recado que é para todo, o povo do Camisa Verde e Branco ir participar do ensaio. Esse samba aí que a escola escolheu, agora é da escola o samba, tem a crescer demais e precisamos do canto da escola e para ter um canto bom na escola, tem que ter gente na quadra nos ensaios. Então pedimos, falo em nome da direção da escola, que é para o nosso componente, em um geral, que é a bateria e as alas, participarem dos ensaios que se fizermos uma coisa boa agora, lá na frente vai dar bom”.
O Camisa Verde e Branco é a última escola a desfilar na sexta-feira de carnaval e virá com o enredo “O Tempo Não Para! Cazuza – O Poeta Vive”, uma homenagem ao artista Cazuza.
O Império Serrano definiu os seus finalistas da disputa de samba-enredo para o Carnaval 2025. A escola prepara uma grande homenagem ao compositor Beto Sem Braço, de autoria do carnavalesco Renato Esteves, com o enredo “O que espanta miséria é festa”, em busca do título da Série Ouro e o retorno ao Grupo Especial.
Foto: Luis Miguel Ferreira/Divulgação Império Serrano
Oito sambas se apresentaram numa semifinal eletrizante realizada na noite da última terça-feira, na quadra da escola, em Madureira. A final, mais uma vez, vai contar com uma disputa familiar, entre Aluísio Machado, integrante do Samba 4 e maior vencedor da história do Império Serrano, contra o neto Matheus Machado, ex-mestre-sala da agremiação, que encabeça o Samba 15. Fecham a lista as parcerias de número 12, de Victor Rangel e companhia, e o Samba 13, liderado pelo cantor e compositor Arlindinho.
A grande decisão está marcada para o dia 15, com início às 19h. O evento contará com uma edição especial do Botequim do Império, com roda de samba com os grandes clássicos de Beto Sem Braço, além de chopp gratuito até às 21h. Ingressos do segundo lote estão disponíveis por R$ 30,00 na plataforma Sympla (link: https://www.sympla.com.br/evento/grande-final-de-samba-enredo-imperio-serrano-carnaval-2025/2693819). Os camarotes já foram esgotados.
A União de Maricá definiu o samba da parceria de Wanderley Monteiro, Rafael Gigante, João Vidal, Vinicius Ferreira, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Hélio Porto e André do Posto 7 como o vencedor para o Carnaval 2025. A escola apresentará no ano que vem o o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, que exalta a figura de Seu Sete da Lira, um famoso Exu da umbanda carioca, e de Cacilda de Assis, mãe de santo que marcou época no Rio de Janeiro. A União de Maricá, que obteve o quarto lugar na Série Ouro em 2024, tem como objetivo conquistar o título e garantir o acesso ao Grupo Especial. Em 2025, a escola será a sexta a desfilar na Marquês de Sapucaí, na sexta-feira de Carnaval, dia 28 de fevereiro.
“A emoção é inenarrável, é uma coisa especial, que mexe no nosso coração. A gente fica nervoso antes do resultado, porque é uma coisa muito ímpar ganhar um samba-enredo. E a União de Maricá já é uma escola grande, que vai galgar o Grupo Especial com certeza. A gente fica muito feliz pelo samba, pela escola, pela parceria, por tudo isso que a gente está vendo aqui. O samba todo é maravilhoso”, afirmou o compositor Wanderley Monteiro.
“É meu quinto samba na Maricá, mas os outros quatro tinham sido na Intendente Magalhães, e ganhar o primeiro que vai representar a escola na Sapucaí para mim é uma emoção muito grande. Estou na escola desde o começo, lá em 2015, quando a foi fundada, eu disputei todos os anos, tive a oportunidade de ganhar quatro sambas, mas ganhar esse para mim foi muito especial. Os meus parceiros sabem o quanto isso representava para mim, e eu não consigo explicar o que eu estou sentindo, é gratidão. O enredo fi muito bem explanado pelo Leandro Vieira. A gente tentou ter umas sacadas, principalmente no setor que fala da cura, o Seu Sete curava as pessoas com alegria, com a festa. Ele curava as pessoas ali quando tinha bebida, marchinha de carnaval, samba, que era o que ele gostava”, disse o compositor João Vidal.
“Essa vitória é muito importante para nós, como se fosse o nosso primeiro samba. A União de Maricá, apesar de ser uma escola nova, com poucos anos de existência, é gigante. Ela representa uma cidade, pessoas, histórias de vida. Maricá é o poder do povo, e estamos aqui para representá-la da forma que merece. Vamos dar o nosso melhor em busca do acesso. Vamos para o Especial. Na nossa parceria, não existe essa ideia de fazer só uma parte. Todos nós estamos envolvidos. O refrão é a parte que mais gosto, a parte que me define”, contou o compositor Rafael Gigante.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, Leandro Vieira contou como surgiu a ideia do enredo da União de Maricá para o desfile de 2025 e falou do andamento do trabalho para o ano que vem.
“Esse enredo já tinha o desejo de fazer. Seu Sete da Lira já estava no meu radar, é um personagem que se encaixa muito bem com todos os brasis que eu acredito. É uma personalidade com uma história, personalidade comum aos meus desejos no carnaval. Quando apareceu a oportunidade de fazer a Maricá eu achei que o Seu Sete era o enredo para aquele momento. A Maricá se apresentou para mim como o cavalo perfeito para incorporar o enredo que eu tinha guardado com a intenção de fazer. Eu estou trabalhando para tentar apresentar um trabalho à altura das expectativas e desejos da Maricá e espero poder realizae um grande carnaval. Eu não acredito em favoritismo de pré-carnaval. Eu só acredito em favoritismo depois que o desfile contece, que a escola passa inteira, bonita, com todos os seus quesitos, com a possibilidade de se apresentr como favorita. Desconheço a possibilidade de qualquer favoritismo antes de desfile”.
Diretor de carnaval da União de Maricá, Wilsinho Alves, falou do projeto da escola para o Carnaval 2025. “A Maricá vai desfilar com 1.500 componentes, três alegorias que é o número máximo do grupo, a comissão de frente provavelmente vai ter um elemento cenográfico, mas ainda está sendo decidido. A gente não vai trazer o tripé. Com todo respeito a todas as outras escolas, eu acho o enredo da União de Maricá o melhor enredo do ano. Temos um samba diferente, mais alegre, debochado, como era o Seu Sete da Lira. Nossa equipe é estrelada, com grandes profissionais de barracão e de ateliê. O trabalho aqui acontece, a gente tem uma comunidade, a Maricá é uma escola de dez anos com comunidade, é muito forte, a nossa organização e a nossa equipe são os trunfos da Maricá”.
O presidente da União de Maricá, Juliano Oliveira, ao CARNAVALESCO não descartou o favoritismo da escola em 2025 e prometeu muito trabalho.
“A escola é a favorita. Temos nove anos de existência, mas perdemos dois para a pandemia, então, temos efetivamente sete anos de atividade. Em pouco tempo, uma escola da região dos lagos conseguiu chegar na Sapucaí. No último ano, que foi o primeiro em que desfilamos, ficamos em quarto lugar, por alguns décimos, o que nos tirou do título. O enredo é a coroa do nosso projeto. Quando o Leandro Vieira nos apresentou essa ideia, abraçamos o enredo com tudo. Estamos apostando muito nele para conquistar o título da Série Ouro. O Leandro Vieira é um grande carnavalesco, na minha opinião, um dos melhores do Rio de Janeiro. Ele já ganhou vários títulos no carnaval do Rio, e o trouxemos para somar ao nosso corpo técnico aqui na União de Maricá. Tudo o que estamos projetando vamos entregar com muito êxito e muito trabalho”.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, mestre Esteves fez balanço do desfile de 2024, projetou a apresentação para o desfile do ano que vem e o favoritismo da escola.
“Rapaz, a expectativa que eu tinha foi superada em 200%, foi o melhor possível. Tenho certeza de que, para 2025, vamos dobrar esse resultado. Com muito trabalho, dedicação e humildade, vamos voar ainda mais alto. Estou preparando algumas surpresas, vai ter uma corimba com umas novidades que vão ser bem interessantes. Não fico pensando nesse favoritismo. Vou um degrau de cada vez, conversando com a bateria e subindo aos poucos. A gente vai desfilar com foco e determinação, a consequência vem depois. Primeiro, temos que fazer o nosso papel e dar o nosso melhor na avenida, sem pensar só no título. Claro que queremos ser campeões, mas o principal é desfilar bem e apresentar um grande espetáculo para o samba”.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Fabrício e Giovanna, conversou com o CARNAVALESCO e contou a expectativa da fantasia feita por Leandro Vieira, a experiência que a dupla possui, e, claro, o favoritismo da Maricá.
“Pedimos ao Leandro Vieira que nos presenteasse com uma fantasia de altíssima qualidade, como ele já vem desenvolvendo no Grupo Especial há alguns anos. Ele fez exatamente o que pedimos. Não fizemos nenhum retoque, não mexemos em nada, só agradecemos. Vamos usar um figurino de qualidade impressionante, como ele já apresenta no Especial. Sobre a nossa parceria, todo ano é importante treinar e continuar se dedicando. Por mais que o movimento seja muito tradicional, sempre há uma pitada de diferença, uma inovação, uma criatividade a mais. Isso justifica o ensaio, principalmente com o enredo que a escola está trazendo. Não tem muito o que comentar sobre favoritismo, pois o projeto já nasce favorito, e não dá para negar que isso é uma realidade. Ao mesmo tempo que sabemos que a escola é favorita, estamos nos empenhando para fazer o nosso melhor Carnaval em 2025 e ajudar a escola. Sabemos da responsabilidade e do empenho necessários, mas temos certeza de que faremos uma entrega à altura na quarta-feira de cinzas”, disse o mestre-sala.
“Eu sempre sonhei que o Leandro Vieira fizesse uma roupa para mim. Esse sonho está sendo realizado neste ano de 2025. Estou sendo contemplada por esse carnavalesco maravilhoso, que é campeão. Ele desenhou uma roupa belíssima, tanto para mim quanto para o Fabrício. Eu, graças a Deus, consegui trabalhar com quase todos os carnavalescos, criando meus figurinos, e ele agora é mais um. A minha parceria com o Fabrício traz a sintonia do olhar, da mão, de tudo. Além disso, queremos muito que esse favoritismo se justifique na avenida, estamos trabalhando ainda mais. Existe uma conexão entre a estrutura que a escola oferece e o dia a dia dela. Há uma ligação entre a estrutura, os segmentos e a comunidade, que nos abraça. Os ensaios de rua são muito legais, nos motivam bastante, e, nesse ambiente, estamos de mãos dadas com a União de Maricá, construindo mais um pedacinho da história dela”, comentou a porta-bandeira.
Para o desfile de 2025, a União de Maricá terá três intérpetes: Nino do Milênio, Matheus Gaúcho e Bico Doce. Eles conversaram com o CARNAVALESCO sobre o trabalho em trio, o samba e o favoritismo da agremiação.
“Trabalhar em trio é interessante, porque traz uma energia diferente, a gente se complementa no palco. Às vezes dá trabalho alinhar as ideias, mas no fim o resultado é muito bom. A gente queria um samba que a comunidade cante junto, que motive a escola inteira. Tenho certeza que temos algo muito especial. O mestre Esteves é um cara que exige muito, mas ao mesmo tempo sabe ouvir. Ele busca sempre o melhor da gente e da bateria. Essa parceria fortalece o trabalho como um todo, e acho que estamos numa sintonia que só vai crescer”, assegurou Bico Doce.
“O importante é que a gente consegue alinhar as vozes e o estilo, e isso traz um impacto muito forte para a escola. Cada um de nós traz algo único, e acho que essa é a graça de um trio. A troca é muito intensa, e isso fortalece a apresentação. Acho que o carnaval desse ano tem tudo para superar o anterior. Trabalhar com o Mestre Esteves é uma honra. Ele tem uma visão muito forte do que quer da bateria e do que ela precisa entregar para a escola”, contou Matheus Gaúcho.
“Estou muito feliz com tudo. Vou para o meu segundo ano com o mestre Esteves. Temos um grande samba. Espero que o carnaval desse ano seja superior ao do ano passado”, completou Nino do Milênio.
Como passaram os sambas na final
Parceria de Wanderley Monteiro bem conduzida por Charles Silva, e animada, com destaque para a segunda parte, em especial para o trecho de subida para o refrão “No palco do Chacrinha tem fumaça” em diante, assim como os refrões da obra que foram bem cantados pela torcida do samba que foi bem constante durante a apresentação.
Parceria de Babby do Cavaco teve Tem-Tem Jr. e Wic Tavares como intérpretes na final. Com a torcida cantando constantemente, a obra teve uma boa apresentação na final. Os refrões cumpriram bem o papel de empolgar, especialmente, o refrão final. Destaque para o bis já na cabeça do samba “Seu 7 não bebe, o omê trabalha”, assim como a segunda do samba.
Parceria de Marquinho Paloma foi conduzida por Marquinho Art’Samba. A terceria obra da noite teve os refrões como destaque da apresenração. Destaque também para a cabeça do samba bem melódica e que chamou a atenção durante a execução do samba, iniciada com “Deu meia noite, o galo já cantou…”.
Parceria de Claudio Mattos teve Tinga comandando a execução do samba. Bem melodico em geral, tem destaque o refrão do meio da obra, onde essa parte melódica é destacada, assim como no início da segunda parte. O refrão final também é bem melodico, assim como a cabeça do samba e o bis iniciado com “Vovó Cambinda baixou pra defumar”.
Paulo Barros e a Unidos de Vila Isabel vão levar um Trem-fantasma para a avenida, passear pelas mais diversas “assombrações” e encerrar com um grande baile de Haloween. Este “Quanto mais eu rezo mais assombração aparece”, é claramente um enredo na contramão da temática afro-religiosa reinante no carnaval atual. Não só porque busca outro caminho, mas também porque pode ser entendido como uma ironia aos muitos desfiles que têm falado de entidades espirituais. Não deixa de ser uma espécie de revisita à temática do “terror”, que o próprio Paulo Barros apresentou em 2011 na Unidos da Tijuca com “Esta noite levarei a tua alma”. A proposta, à primeira vista, parece ser realizar um desfile leve e descontraído, recheado pelas surpresas que já viraram tradição na obra do carnavalesco. Mas uma leitura das entrelinhas revela algo mais.
O samba de Raoni Ventapane (neto de Martinho da Vila), Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva traz a ideia de leveza e simplicidade. É curto (dura cerca de dois minutos), com versos e melodia fáceis, sem muitas travas ou grandes variações melódicas. Nas primeiras linhas faz uma introdução ao tema, convidando o público a curtir a brincadeira da escola. Aqui os compositores ainda aproveitaram para afagar o ego do patrono da agremiação, ao incluí-lo indiretamente na letra do samba – algo que deve ter ajudado na sua escolha. “Embarque nesse trem da ilusão / Não tenha medo de se entregar / Pois nosso maquinista é capitão / E comanda a legião que vem lá do Boulevard”.
Na sequência a letra inicia a descrição dos setores do enredo que tratam seres folclóricos do país que, em geral são entidades protetoras da floresta, como “assombrações”. O Curupira, por exemplo, ganha um “passa-fora” na letra debochada do samba: “O breu e o susto em meio à floresta / Por entre os arbustos, quem se manifesta? / Cara feia pra mim é fome / Vade-retro lobisomem, Curupira sai pra lá / No clarão da lua cheia / Margeando rio abaixo /Ouço um canto de sereia”.
O refrão central traz um recurso estilístico chamado Anadiplose, quando você repete palavras, no caso “Água, Assombra/Sombra e Noite”, em versos subsequentes para dar ênfase a elas. Não deve ser encarado como falta de riqueza poética. Neste trecho o samba fala sobre uma tempestade noturna que os viajantes são obrigados a encarar. “Ê caboclo d’água / Da água que me assombra / À sombra da meia-noite / Foi-se a noite de luar (oooi) / Na tempestade, encantada é a gaiola / Chora viola, pra alma penada sambar”.
A segunda parte começa com mais um bis, num trecho que traz consigo mais uma referência ao catolicismo (“Ave Maria”) e que cujos versos permitem a interpretação de outra ironia às exaltações a entidades que outras escolas vêm fazendo e farão em 2025: “Nas redondezas, credo em cruz Ave Maria / Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia”.
Num enredo cujo fio condutor é um Trem-fantasma havia de chegar a hora dos vampiros. E eles lá estão representados na “segunda” do samba – “Silêncio / Ao som do último suspiro vai chegar / A batucada suingada de vampiros / Quando o apito anunciar…”.
Barros lembrou ainda do medo que as crianças tinham antigamente de um tal “bicho-papão”, que os compositores aproveitaram para transformar numa exaltação à escola colocando-a como temida no mundo do samba. Um temor que, neste caso, gera atração: “Eu aprendi que desde os tempos de criança / A minha Vila sempre foi bicho-papão / Por isso, me encantei com esse feitiço / Que hoje causa rebuliço arrastando a multidão”.
O Haloween que encerra o desfile após o desembarque do “Trem-fantasma” está no refrão final. Uma pertinente referência ao grito de guerra do intérprete Tinga logo no seu início e exalta a escola, prometendo muita animação e brincadeira. “Solta o bicho, dá um baile de alegria / É o povo do samba virado na bruxaria / O caldeirão vai ferver, eu quero ver segurar / Não tem jeito, a Vila vai te pegar!”.
A Vila parece estar num momento de crise de identidade quanto a seus enredos e sambas. A escola de Martinho, que transcendeu com uma Kizomba repleta de axé espiritual, mas que também cantou “Direito é Direito”, a luta dos trabalhadores e tantos outros enredos profundamente culturais, hoje propõe uma festa do terror que foge da sua linha histórica.
Os sambas de enredo seguem esta mesma irregularidade. Depois de um longo período embalada por bons sambas de André Diniz e Evandro Bocão, nos últimos carnavais a Vila variou entre um samba clássico reeditado de Martinho e outros dois que nada têm a ver em estilo com ele. A referência deste de 2025 na história recente da agremiação é o hino de 2023, sobre as festas. Um samba que proporcionou bom desfile de chão, mas que foi castigado pelos julgadores devido à sua extrema simplicidade estética.
Lembro que uma vez, em 1994, eu estava no ensaio da branco-e-azul na escola Equador, à luz do luar, na quadra de esportes. Naquela noite a Vila foi visitada por compositores da Caprichosos, que receberam olhares atravessados quando cantaram o samba daquela temporada. Uma obra leve, descompromissada e descontraída. Os tempos mudaram e hoje é a Vila que opta por este estilo.
Vamos ver como público e, principalmente, os julgadores vão entender esta proposta tão diversa. Pode ser um gol de placa, que mudaria as tendências de enredos e sambas. Ou o contrário.
Mais dez candidatas foram classificadas para a disputa do posto de Rainha do Carnaval carioca 2025. Dezoito participantes se apresentaram na noite desta sexta-feira, na Cidade do Samba. Com o final da terceira eliminatória, 30 candidatas estão selecionadas para as semifinais, nos dias 14 e 15, e dez serão escolhidas para a grande final no dia 22 de novembro.
“Chegamos ao último dia da fase eliminatória para a escolha da Rainha do carnaval 2025 com grande expectativa para as demais etapas. Esse é um concurso que representa muito da cultura e do DNA do carnaval carioca. Que venham as próximas fases com muita alegria e representatividade”, diz o diretor de operações da Riotur, Flávio Teixeira.
A banda Rio Samba Show embalou a performance, conduzida pelos apresentadores Wilson Neto e Bianca Monteiro. Este ano, o concurso recebeu 116 inscrições para a composição real da folia, que tem ainda os cargos de Rei Momo, duas Princesas, Muso, Musa e Não Binário. A premiação varia de R$ 32,5 mil a R$ 45,5 mil.
Lista das candidatas a Rainha do Carnaval classificadas do Grupo C – 08/11 para a semifinal:
Thais Trindade Santos – @trindade.lovee
Ludmila Barbosa de Macedo – @sandraodf
Ana Cristina Silva dos Santos – @euaninhaestrela
Gabriele Maria de Paula – @__gabi.maria/
Helen da Silva dos Santos – @helensantos0791
Maryanne Hipolito da Costa – @maryannehipolito
Aliny Franceska Nascimento de Souza – @eu_alinysouza
Melck Percídia Peixoto Ferreira – @eumelckpeixoto
Herica isabel Nascimento dos Santos – @hericaisabell
Alessandra Martins Ribeiro – @lele_martiinsrj
CONHEÇA MAIS AS CLASSIFICADAS DA NOITE 08/11
Thais Trindade Santos
Idade: 28 Anos
Profissão: Assistente Comercial
Escola de Samba: Estácio de Sá
Time de Coração: Flamengo
Ana Cristina Silva dos Santos
Idade: 36 Anos
Profissão: Professora
Escola de Samba: Gres União de Marica
Time de Coração: Flamengo
Helen Da Silva dos Santos
Idade: 33 Anos
Profissão: Designer
Escola de Samba: Leão de Nova Iguaçu
Time de Coração: Flamengo
Aliny Franceska Nascimento de Souza
Idade: 24 Anos
Profissão: Professora
Escola de Samba: Gres Arranco do Engenho de Dentro
Time de Coração: Flamengo
Herica Isabel Nascimento dos Santos
Idade: 25 Anos
Profissão: Vendedora
Escola de Samba: Gres Unidos do Viradouro
Time de Coração: Flamengo
Alessandra Martins Ribeiro
Idade: 23 Anos
Profissão: Dançarina
Escola de Samba: Gres Acadêmico da Rocinha
Time de Coração: Flamengo
Melck Percidia Peixoto Ferreira
Idade: 22 Anos
Profissão:Dançarina
Escola de Samba: Beija-Flor
Time de Coração: Flamengo
Maryanne Hipolito da Costa
Idade: 26 Anos
Profissão: Cirurgiã-Dentista
Escola de Samba: Acadêmicos do Salgueiro
Time de Coração: Flamengo
Gabriele Maria de Paula
Idade: 20 Anos
Profissão: Bombeira Civil
Escola de Samba: Gres São Clemente
Time de Coração: Flamengo
Ludimila Barbosa de Macedo
Idade: 33 Anos
Profissão Analista de Projetos
Escola de Samba: Gres Tradição
Time de Coração: Flamengo
Entidade responsável pela organização dos desfiles da Série Ouro do carnaval carioca, a Liga RJ marcará presença na Cúpula Social do G20, que será realizada entre os dias 14 e 16 de novembro no Rio de Janeiro. Essa participação representa uma conquista inédita para o samba e para a cultura popular brasileira, inserindo o setor do carnaval em um dos maiores fóruns de discussão mundial. O evento é promovido sob o lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, tema central da presidência brasileira no G20.
A inclusão da Liga RJ entre as mais de 850 propostas de organizações da sociedade civil foi resultado de um processo rigoroso de seleção conduzido pelo Comitê de Seleção da Cúpula Social, que avaliou iniciativas alinhadas com a justiça social, econômica e ambiental. Hugo Júnior, presidente da entidade, destacou a importância da participação da entidade no evento.
“A presença da Liga RJ no G20 Social é um marco para o carnaval do Rio de Janeiro e para a cultura popular. Esse espaço nos permite dialogar e mostrar como o samba contribui para o desenvolvimento sustentável e a inclusão social. É uma oportunidade de conectar o nosso trabalho com as questões globais e mostrar ao mundo a força do samba como agente de transformação”, afirmou Hugo.
Além de levar o samba para o palco das discussões globais, a Liga RJ também participa com uma pauta voltada para o desenvolvimento sustentável, tema transversal da Cúpula Social. Diego Carbonell, diretor de sustentabilidade e responsável pela inscrição e elaboração da atividade, ressaltou o impacto positivo do evento na promoção de boas práticas socioambientais e de governança dentro do carnaval e da cultura popular.
“É uma honra representar a Liga RJ no G20 Social e poder compartilhar nossa visão de um carnaval mais sustentável. Queremos inspirar outras organizações a adotarem práticas que respeitem o meio ambiente e valorizem as comunidades locais. O carnaval tem um papel fundamental na promoção da cultura sustentável e estamos prontos para mostrar que é possível combinar tradição e sustentabilidade”, disse Carbonell.
A participação da Liga RJ na Cúpula Social do G20 destaca a relevância do carnaval e da cultura popular no debate global sobre justiça e sustentabilidade. Na próxima quinta-feira, das 14h às 16h, a entidade promoverá uma atividade autogestionada com participação aberta para representantes de organizações de todo o mundo, com o tema “Sustentabilidade e Carnaval: combinação que dá samba e é nota 10!”, que tem o intuito de contribuir com propostas que serão entregues aos chefes de Estado durante a Cúpula de Líderes do G20.
As inscrições para o público são limitadas e estão abertas até o dia 12 de novembro através do https://links.g20.org/InscrevaG20Social. Para mais informações, acesse https://www.g20.org/pt-br/