Um bom ensaio técnico da bateria “Explosão de Elite” da Tradição, marcando a estreia de Thiago Praxedes como mestre no carnaval carioca. Um ritmo com bom balanço de terceiras e uma ala de chocalhos ressonante foi notado, além da clássica afinação mais pesada da bateria da Tradição.
Na cabeça da bateria da Tradição, um naipe de cuícas tocou de forma sólida. Uma ala de tamborins correta contribuiu dando volume às peças leves executando um desenho rítmico simples, mas de modo eficiente. Um bom naipe de chocalhos deu brilho musical à parte da frente do ritmo fazendo nitidamente um bom ritmo. Uma ala de agogôs também de se exibiu em bom nível, embora precise tomar cuidado para não acelerar nos primeiros versos do refrão do meio, no momento de executar sua convenção.
Uma parte de trás do ritmo da bateria da Tradição que contou com sua afinação tradicionalmente mais pesada, com marcadores pulsando com firmeza, mas sem excesso de força. O bom balanço das terceiras contribuiu com a cozinha da bateria “Explosão de Elite”. Caixas de guerra tocadas embaixo de forma reta foram consistentes, aliadas a um naipe de repiques correto, que junto da ala de taróis ajudou a preencher a musicalidade dos médios com eficácia. Foi possível perceber frigideiras que auxiliaram tanto em ritmo, quanto em bossas.
Bossas simples, mas funcionais permitiram execuções fluídas pela pista. Arranjos praticamente intuitivos que seguiam o que pedia o samba-enredo da escola do Condor. A subida de três mais elaborada mostrou ser eficiente, além de dar versatilidade rítmica à bateria da Tradição. No refrão do meio, uma paradinha deixava marcadores de primeira, segunda e terceira só marcando, enquanto as frigideiras davam molho contínuo no miolo da “Explosão de Elite. Já no refrão principal, uma bossa dava boa pressão graças a afinação mais pesada dos surdos. Funcionalidade foi a marca conceitual da criação conceitual da azul e branca do bairro do Campinho.
A bateria “Explosão de Elite” da Tradição fez um bom ensaio técnico na abertura da segunda noite de ensaios do grupo de acesso da Liga RJ. Um ritmo eficiente, marcado por bossas funcionais e com simplicidade criativa foi apresentado, na estreia de mestre Thiago Praxedes na Sapucaí.
O último ensaio técnico de rua da Grande Rio, antes do treino sábado que vem na Sapucaí, foi marcado pela maciça presença de foliões, que lotaram a Avenida Brigadeiro Lima e Silva, em Duque de Caxias, assim como suas transversais, em pleno domingo à noite. E este público não era formado apenas por curiosos, mas sim, por uma comunidade extremamente engajada, que tinha o samba-enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós” na ponta da língua. Era possível até mesmo ver os funcionários dos estabelecimentos ao redor cantando enquanto trabalhavam. Isso prova a lealdade do povo Caxiense com a escola que representa seu município. Faltando quase um mês para o desfile oficial na Sapucaí, no dia quatro de fevereiro, a Grande Rio realizou um ensaio com chão forte e canto expressivo. sem a presença da rainha de bateria, Paola Oliveira, e sem a maioria das musas.
O casal Taciana Couto e Daniel Werneck fez uma apresentação coesa, com uma dança sincronizada, que reverenciava tanto o seu pavilhão quanto as danças típicas do Pará, como a famosa “dança de roda”, que consiste em movimentos giratórios em par. A porta-bandeira se empolgava e girava com rapidez e precisão, enquanto o mestre-sala a acompanhava na mesma energia.
Em determinados pontos do ensaio, houve a simulação de apresentação para a cabine de jurados, e eles mostraram que estão preparados para o dia do desfile. Ao longo de todo o percurso, a dupla também recebeu muito carinho do público, que gritava elogios como “coisa linda” e “casal nota 10”.
Samba
O samba-enredo de 2025 homenageia a cultura do estado do Pará. Com versos fáceis de decorar e uma melodia envolvente, ele rapidamente caiu no gosto popular. Em um papo com o CARNAVALESCO, o intérprete Evandro Malando fez uma análise geral do ensaio e nos contou como são suas impressões como o porta-voz do canto da Grande Rio em 2025.
“Na Sapucaí vou manter exatamente a solidificação do canto. Depois de uma disputa de sambas, nas primeiras vezes que vamos para os ensaios de quadra ou para a rua, dá aquela empolgação de querer fazer com que todo mundo pule de alegria com o seu samba. Mas, sinceramente, acho que o que valeu mais a pena de todos esses ensaios foi tirar a quantidade de excessos. Não precisa do ‘vamos lá, levanta a mão, tira o pé do chão’. Quero frisar que tenho todo o respeito por quem faz assim, respeito muito, mas o Malandro não é
cantor de tirar o pé do chão, não é cantor de pula-pula, de dar cambalhota não! O Malandro é o cantor de cantar o samba com todo o respeito, e esse foi o feeling para ensaio dessa semana em relação ao samba”.
Evolução
A evolução se deu de forma correta, sem grandes problemas, apesar do pequeno espaço da rua, que ia se afunilando, fazendo com que as alas se amontoassem em determinado local do trajeto. Mas, à essa altura, todos os componentes pareciam estar cientes dessa questão e já sabiam exatamente o que fazer. A passagem correu bem, sem buracos e principalmente, com muita harmonia.
Quem também destacou a importância do canto da comunidade foi o mestre de bateria Fafá, que não poupou elogios ao que têm visto nos ensaios desse ano:
“A escola está cantando muito e pulsando forte, e isso é muito importante. A gente precisa que a escola cante para evoluir. As pessoas costumam dizer que a escola precisa da bateria para acompanhar, e aqui nós precisamos dessas pessoas para a bateria funcionar, então tem acontecido isso. Esperamos fazer um grande ensaio no sábado, tão bem quanto fazemos aqui na Brigadeiro Lima e Silva”.
Harmonia
Apesar dos destaques já citados, nada superou a harmonia da Grande Rio neste ensaio. A comunidade deu tudo de si na hora de cantar o samba-enredo. A letra estava na boca do povo, que cantava em uníssono com o intérprete Evandro Malandro. Este, por si, conduziu o vocal com animação, o que fez com que ele fosse acompanhado por todos, sem que perdessem o ritmo. Teve até um momento em que rolou um coro à capela com a galera. Este foi um dos elogios que o intérprete mesmo fez ao analisar o ensaio após o término.
“Acho que o ponto alto hoje foi a vontade do Caxiense, da Grande Rio e de toda a comunidade cantar o samba. Nós estamos com uma expectativa muito grande, as melhores possíveis, de todos cantarem assim na Sapucaí. E hoje, às vésperas do ensaio técnico lá (tirando a terça-feira), a melhor parte foi essa, que nos deixou com a ansiedade de cantar esse samba a plenos pulmões no Sambódromo” disse o cantor.
O diretor de carnaval Thiago Monteiro também fez um balanço geral do ensaio e nos contou sobre o que ele considerou como pontos altos e baixos da noite.
“Na minha avaliação, hoje foi o melhor ensaio da temporada. Na medida que o tempo vai passando, a escola vai se apresentando melhor, e hoje estamos em um entrosamento com a comunidade, vendo como ela se porta. Essa é uma escola competitiva, imponente, que não fica parada, e a comunidade tem entendido que tudo isso, junto ao carro de som do Evandro, a bateria do mestre Fafá e o trabalho dos diretores de Harmonia e Evolução, fazem com que a escola ganhe, cada vez mais, corpo para ir à avenida. Eu quero manter tudo, acho que a escola está chegando na sua boa maturidade para o desfile, e não vou mudar nada. O caminho é aprimorar o que já está bom, uma ala ou outra, uma passada de som ou outra, aí fazemos um vídeo dos ensaios e analisamos cuidadosamente. Mas, acho que a escola está em um ponto muito favorável para fazer o seu desfile. E no ensaio técnico é ensaiar. Creio que não vai nos afetar nem positivo e nem negativamente. A gente sabe que hoje em dia o ensaio técnico virou uma espécie de apresentação, espetáculo, só que a gente quer ficar longe desse sentimento. É lógico que a gente quer apresentar umas coisas, algumas novidades, que na parte técnica vai nos incentivar a fazer uma boa apresentação, mas ainda temos três semanas para corrigir o que eventualmente acontecer ali, e se for bom, tem que manter o que acontecer ali. Aqui é para ensaiar. O desfile mesmo é no dia 4 de março”, explica.
Outros Destaques
O último domingo (2 de fevereiro) foi aniversário do mestre-sala Daniel Werneck, e o rapaz recebeu uma homenagem dos componentes da escola, incluindo sua companheira de posto, a porta-bandeira Taciana Couto, o diretor Thiago Monteiro, o mestre de bateria Fafá e o intérprete Evandro Malandro. Todos o cumprimentaram e o abraçaram enquanto Malandro puxava um “Parabéns Para Você” no microfone.
Sendo a única musa da agremiação a comparecer, Karen Lopes também ficou em evidência no ensaio, usando um look verde brilhante e esbanjando carisma. A ala dos passistas masculinos chamou a atenção da galera. Os integrantes estavam muito carismáticos e interagiram muito com a plateia, além de terem muito samba no pé.
No ensaio de rua rumo ao carnaval, no último sábado, na Guilherme da Silveira, a Mocidade Independente de Padre Miguel mostrou que a harmonia entre bateria, carro de som e comunidade é seu grande trunfo. Enquanto o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira driblava um pequeno imprevisto, a bateria “Não Existe Mais Quente” e o carro de som comandado por Zé Paulo Sierra garantiam um canto coeso e emocionante. A escola segue ajustando detalhes de evolução para brilhar na avenida com uma aposta no futuro com tradição e renovação. A Mocidade desfila no inédito terceiro dia de desfiles, terça-feira de carnaval, com o enredo “Voltando Para o Futuro – Não há Limites Pra Sonhar”, desenvolvidos pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage (in memoriam).
Os diretores de harmonia, Sandro e Capoeira, falaram ao CARNAVALESCO e fizeram uma análise do ensaio: “A gente tem certeza de que foi um ensaio maravilhoso. Nós fizemos um ensaio técnico muito forte, trabalhamos muito o canto da escola, evolução e a escola respondeu muito bem a nossa comunidade e hoje a gente teria que fazer pelo menos que nós fizemos na Avenida daqui para frente sempre evoluindo nos quesitos e a gente tem certeza de que a gente conseguiu cumprir o nosso objetivo. Hoje a gente conseguiu atingir. É claro que a gente quer sempre mais. A gente sabe que a gente tá muito forte no canto, estamos crescendo ainda mais de evolução. Esse é um ponto que a gente quer crescer ainda mais. Já sabemos que estamos num nível muito bom, mas a gente quer crescer muito mais na nesse quesito e a gente sabe que a resposta tá vindo da comunidade, de uma comunidade apaixonada”, afirmou Sandro.
“É, a gente sacudiu a comunidade. A gente brincou com a comunidade hoje. A gente ensaiamos na quinta-feira, bateria, carro de som e comunidade. E a gente teve um momento muito próximo da comunidade de falar para eles por que é tão importante eles cantarem o samba. E eles falaram assim: “Não, Capoeira, a gente não quer cantar o samba. A gente quer defender o samba”. Então o projeto é esse, defender o samba da Mocidade Independente de Padre Miguel. É uma comunidade que merece todos os aplausos, todo o respeito do mundo, porque essa comunidade é aquela comunidade que briga, que reclama, que vai para rede social. Mas quando a gente pede, eles tão de pronto imediato atender o nosso pedido. Então a gente tá muito satisfeito até hoje o que essa comunidade tem produzido. E temos certeza absoluta de que daqui para frente, a gente só vai galgar altos degraus. A gente precisa levar a Mocidade novamente ao topo”, declarou Capoeira.
Comissão de Frente
A comissão de frente da Mocidade apresentou uma proposta formada exclusivamente por homens, com uma coreografia que explorou gestos robotizados, criando a imagem de autômatos em movimento. Sob a direção do coreógrafo Marcelo Misailidis, o grupo trouxe um momento de transição em que esses “ciborgues” ganharam humanidade, integrando-se ao espírito do carnaval. A coreografia incluiu saltos e giros, buscando um efeito dinâmico, e houve destaque para o canto na ponta da língua, um elemento que chamou atenção pela originalidade.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo Jesus e Bruna Santos, trouxe à avenida uma dança tradicional, repleta de elegância e simbolismo, como manda o quesito. No entanto, em um dos momentos mais esperados, a apresentação da dupla no ponto que simulava a segunda cabine de jurados, o bailado rendeu uma cena inusitada: durante uma bandeirada, a porta-bandeira deixou o pavilhão bater de leve no rosto do mestre-sala. O incidente, que poderia ser um contratempo, foi contornado com muita leveza e profissionalismo pelo casal, que seguiu a coreografia sem nenhum outro contratempo.
Harmonia e Samba
A excelência em harmonia e samba da Mocidade se consolida a cada ensaio, construindo um chão forte que canta com emoção e intensidade os versos do samba-enredo. Esse resultado é fruto do trabalho bem entrosado entre o carro de som e a bateria, que oferecem as bases melódicas e rítmicas para que a comunidade entoe o canto de modo coeso e vibrante.
O carro de som, liderado por Zé Paulo Sierra, conduz o samba com um canto equilibrado, sem exageros vocais, o que permite com que os componentes se sintam à vontade para soltar a voz. Destaque para as três cantoras de apoio – Roberta Barreto, Viviane Santos e Millena Wainer –, que, com muita categoria, imprimem à obra a força matricial, fundamento indispensável de todas as escolas de samba e para o futuro da Mocidade.
A bateria “Não Existe Mais Quente”, comandada pelo mestre Dudu, contribuiu para o canto intenso e emocionado da comunidade com um andamento constante e sempre para frente. A camisa do mestre Dudu, com a inscrição “Bateria 40”, estampava o orgulho do trabalho dos seus ritmistas.
O trecho do samba “O céu vai clarear” foi um dos mais cantados pelos componentes da escola. Além de ser um dos refrões mais marcantes, a letra ressoa com a esperança de um futuro renovador, algo que toca profundamente o coração do independente.
Evolução
O canto forte e emocionado da comunidade é o motor que impulsiona a evolução da Mocidade, transmitindo energia à escola. Entretanto, é preciso cuidado para que esse ímpeto não faça com que a escola ande depressa demais. Outro ponto de atenção é o espaçamento entre as alas e as marcações das alegorias. A proximidade entre os setores pode afetar o espaço disponível.
Outros destaques
A Ala Jovem deu um show de vitalidade durante o ensaio de rua. Composta por 80 jovens da Zona Oeste, o grupo evoluiu com leveza e animação, cantando o samba da escola com entusiasmo de ponta a ponta. É na força do canto que a juventude independente demonstra sua fé no renascimento da estrela da Mocidade.
Gaby Mendes, musa da Verde e Branca, honrou seu posto com muita malemolência e samba no pé. Sua performance foi tão marcante que o público não hesitou em registrar cada momento com entusiasmo. A pequena Maitê Mendes, 1ª princesa da Estrelinha da Mocidade e prima de Gaby, mostrou que aprendeu a sambar dentro de casa. À frente da Ala das Passistas, ela deixou claro que o talento da família Mendes é um legado que segue encantando a avenida.
Outro momento de destaque foi a demonstração de carinho do público pelo intérprete Zé Paulo Sierra. Ao final do ensaio, os fãs se aglomeraram ao redor do cantor para tirar selfies e abraçá-lo, reforçando a conexão entre ele e a comunidade independente. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o cantor falou sobre sua relação com a escola:
“Ameaça de chuva, mas realidade aqui é fantástica, veio todo mundo, a gente fica muito feliz de fazer parte disso aqui, você viu como é difícil de ir embora, mas é bom demais sentir esse carinho, é, e saber que a gente é amado no lugar que você tá”, afirmou.
A Portela realizou seu último ensaio de rua, antes do ensaio técnico da Sapucaí, no último domingo. Cantando Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol”, dos carnavalescos André Rodrigues e Anrônio Gonzaga, os componentes da Majestade do Samba treinaram na rua Carolina Machado, entre Oswaldo Cruz e Madureira, com forte canto. A Portela encerrará os desfiles do Grupo Especial na terça-feira de carnaval, dia 03 de março.
Júnior Schall, diretor de carnaval, deu seu parecer deste ensaio pré-Sapucaí. “Hoje, na Carolina Machado, que é aquele local do ponto mais técnico, como a gente costuma dizer, entendemos, pré-ensaio de avenida, que a gente tinha que observar, preponderantemente a dispersão da escola. Então a gente, por algum momento, ‘segurou’ ali, para poder analisar ala por ala, a potência de canto, analisar segmentos, os núcleos, visando toda uma jornada que foi feita até o pré-ensaio, para entender como é que as alas estão sustentando o canto até a apoteose da Avenida. Fizemos essa análise, esse estudo, e a gente entende que a Portela está muito bem”, comentou o diretor de carnaval ao CARNAVALESCO.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Marlon Lamar e Squel Jorgea apresentaram uma dança tradicional, com bastante segurança e suavidade nos passos do casal. Momentos mais intensos de giros e da coreografia de ambos na simulação da apresentação para a cabine dos jurados.
Harmonia
Sem a presenca de Gilsinho, Bruno Tinoco foi quem comandou o canto dos portelenses, seguindo bem o estilo do intérprete principal. A comunidade entoou forte os versos do samba enquanto passava pela Carolina Machado. Foi boa a condução do cantor e do restante da ala musical da Azul e Branca.
Evolução
Com os componentes das alas bem animados, a Portela teve uma evolução tranquila, entre alas normais e as coreografadas que virão para o desfile da agremiação. Sem embolar, nem correr.
“Falei no início do processo que não era cantar muito durante um tempo, era cantar com alta intensidade ao longo de muito tempo e a Portela está fazendo isso e o melhor, com uma evolução individual muito potente e coletiva também. As pessoas estão expressando a alegria em cantar o samba e em celebrar Milton Nascimento na evolução da escola. Isso é muito valioso”, complenetou Schall sobre o processo de harmonia e ecolução da escola.
Samba-Enredo
Com um bom rendimento da obra pelo carro de som, os componentes também cantanram bem forte os versos do hino da Portela para o próximo carnaval. Bruno Tinoco e a ala musical portelense sustentaram bem o samba permitindo que a canção se sobressaísse durante o ensaio de rua.
Outros destaques
Bianca Monteiro reinou com muita elegância à frente da “Tabajara do Samba”, usando um vestido branco e ao final sambando com um grupo de carianças. A bateria de mestre Nilo Sérgio veio bem firme e realizando uma apresentação muito boa durante o treino da escola. A comissão de frente não esteve presente no ensaio de rua.
A Unidos do Viradouro deu continuidade à sua maratona de ensaios de rua e realizou mais um treino no Centro de Niterói, na noite do último domingo. Embalada por um samba que conquistou a comunidade e impulsionada pela força de quesitos extremamente competentes, a atual campeã do carnaval carioca voltou a apresentar um desempenho impecável, reafirmando seu alto padrão de excelência.
Antes do ensaio, o presidente de honra da escola, Marcelo Calil, incentivou os componentes a darem o seu máximo, destacando o alto nível das escolas neste carnaval. A comunidade entendeu o recado e respondeu à altura, cantando com intensidade do início ao fim. Mais uma vez, o desempenho musical da vermelha e branca de Niterói foi impecável, com Wander Pires e mestre Ciça como peças-chave desse sucesso.
Em 2025 a Viradouro levará para a avenida o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. A narrativa homenageia Malunguinho, figura histórica e espiritual ligada à resistência no quilombo do Catucá, em Pernambuco. A vermelha e branca de Niterói será a terceira escola a pisar na avenida no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. No próximo domingo a escola realizará o último ensaio na Amaral Peixoto, os demais serão na Sapucaí.
Ao final do ensaio o diretor de harmonia, Dudu Falcão, falou ao CARNAVALESCO. “Como sempre, tem sido muito bom. Cada vez que nos aproximamos mais do desfile, as coisas vão se ajustando ainda mais. Acredito que, daqui a duas semanas, estaremos na Sapucaí. Depois que pisarmos lá, não voltamos mais — é foco total. Então, vamos aproveitar ao máximo o nosso último ensaio aqui na Amaral Peixoto, que acontece na semana que vem. Depois disso, é só soltar a musculatura e se preparar para o grande desfile. Ainda teremos dois ensaios técnicos e, claro, o grande dia. Se Deus quiser, será a quarta vez que vamos visitar a Sapucaí como campeões, e espero que os componentes sigam a energia e entrega que temos demonstrado até aqui”, disse o diretor.
Mestre-sala e Porta-bandeira
A passagem do casal Julinho e Rute no ensaio do último domingo pode ser definida como o equilíbrio perfeito entre força e delicadeza. A dupla exibiu seu já tradicional vigor, mantendo firmeza em todas as paradas para os jurados.
A coreografia combina momentos de leveza com outros de maior intensidade, como na passagem “a quem do mal se proclama, levo do céu pro inferno”, quando eles dão as mãos e fazem um movimento rápido em direção ao chão. O impacto desse instante foi imediato, arrancando aplausos do público.
Harmonia e Samba
O desempenho musical da Viradouro merece todos os elogios. Desde a introdução do samba até sua condução ao longo do ensaio, tudo transborda qualidade. A potência vocal de Wander Pires torna a apresentação ainda mais especial, enquanto o entrosamento entre o carro de som e a bateria de mestre Ciça se aprimora a cada treino, resultando em um encaixe perfeito.
Essa combinação impulsionou o canto de uma comunidade que defende sua obra com unhas e dentes. A garra dos componentes mais uma vez impressionou, deixando claro que o samba deste ano foi uma escolha acertada. Os versos “O rei da mata que mata quem mata o Brasil” e o refrão “A chave do cativeiro// Virado no Exu Trunqueiro// Viradouro é catimbó// Viradouro é catimbó// Eu tenho corpo fechado// Fechado tenho meu corpo// Porque nunca ando só” voltaram a ser os momentos de maior explosão no ensaio.
Evolução
Elogiar a organização da Viradouro pode parecer redundante, mas a cada ensaio a escola prova que é possível superar expectativas. Mais uma vez, todas as alas atravessaram a Amaral Peixoto de forma compacta, com os componentes vibrando e cantando com intensidade, uma marca registrada.
Grupos performáticos apresentaram protótipos de elementos que serão utilizados no desfile oficial, e já causaram um impacto visual. As alas coreografadas também se destacaram, com um excelente efeito cênico e uma sincronia de movimentos que se consolida a cada apresentação.
Outros Destaques
A Amaral Peixoto foi, mais uma vez, tomada pelo público ansioso para acompanhar o ensaio da atual campeã do carnaval. Muitas crianças marcaram presença, e o apoio a todos os segmentos da escola foi notório.
Uma das mais ovacionadas da noite foi a rainha de bateria, Erika Januza, que apostou em um figurino dourado e esbanjou seu já habitual carisma à frente dos ritmistas da “Furacão Vermelho e Branco”.