Acadêmicos do Tucuruvi faz ensaio técnico aguerrido e demonstra evolução em determinados quesitos
Por Matheus Mattos
Com um esquenta curto e uma fraca chuva temporária, a Acadêmicos do Tucuruvi inciou o ensaio técnico sob diversos olhares de expectativa. Isso porque o sambista em geral queria ver a postura da escola após o acidente no galpão de fantasias. Tirando de base a última noite de domingo, a agremiação se mostrou aguerrida e mais vibrante em comparação aos anos anteriores. Destaque para o desempenho da bateria e coreografia da comissão de frente.
Bateria
Comandada por mestre Guma Sena, a bateria do Zaca trouxe um bom ritmo e mostrou boa
evolução dentro de um curto prazo. Bossas de interações entre naipes e virada de dois para segunda estrofe fora do convencional, traz a sensação de uma batucada com proposta mais ousada.
“A gente ainda continua pegando no pé da galera a parte mais técnica que é execução, andamento, sustentação pra escola. Estamos dando prioridade e limpando algumas coisas que ainda precisam ser limpas. Até o dia do jogo tem muito trabalho pela frente”, explicou o mestre de bateria.
Comissão de frente
Demonstrando ser a coreografia oficial, a comissão de frente da Tucuruvi busca trazer uma
crítica em sua dança. A proposta de fazer um carnaval com fácil associação se fez presente no quesito. Corpos de uma parte dos bailarinos com palavras escritas e terno com bolsos cheios de dinheiro facilitaram a interpretação rápida. A ala ainda conta com um tripé em forma de barco.
Samba-Enredo
O intérprete Leonardo Bessa, que faz sua estreia no escola, cantou e interagiu com o público de forma natural, como se já estivesse na Tucuruvi há muito tempo. O carro de som traz aberturas de vozes, misturando o timbre masculino com o feminino, dando a qualidade na execução da obra cantada.
“A gente fica feliz porque que é um trabalho de um ano inteiro e agora conseguimos ter uma dimensão melhor de tudo que a gente vem ensaiando, estúdio e quadra. A perspectiva é a melhor possível. Vamos amadurecendo ainda mais pra chegar no desfile 100%. É um trabalho (abertura de vozes) que eu sempre tive vontade de fazer, mas não tinha a oportunidade. A Tucuruvi me deu essa confiança de estar a frente do trabalho musical. Aqui em São Paulo é muito comum”, contou o intérprete Leonardo Bessa.
Harmonia
Assim como visto em outras agremiações, a equipe de harmonia também trouxe placas de
incentivo, induzindo todos a cantarem com mais empolgação. Porém, foi visto uma falta de
conhecimento do samba. Era fácil encontrar componentes que só cantavam o refrão e que
perdiam a animação durante as estrofes.
Evolução
O quesito teve um bom desempenho, alas preenchiam a lateral da avenida sem deixar espaços. O desfile teve uniformidade e, algo que é um pesadelo para muitos dirigentes, foi
bem resolvido pela entidade: a entrada no recuo.
“A gente fez um bom ensaio, evoluímos bem. Agora vamos analisar os vídeos, todo o material do desfile, mas óbvio que temos coisas para arrumar. Podem esperar a Tucuruvi acertando mais ainda, rumo ao maior desfile da escola”, afirmou Dione, carnavalesco da escola.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal oficial, Kawan Alcides e Waleska Gomes, bailou com segurança em frente à cabine de jurados do quesito. Ambos tem uma característica de dança com passos novos, moderno e misturando o bailar clássico em sua dança.
“O nosso primeiro ensaio foi ótimo. Acredito que no segundo a gente vai conseguir arrumar os pouquíssimos detalhes que faltaram, porque praticamente a gente já ensaia todos os dias aqui na pista. Hoje foi importante para gente sentir o calor do público, que da um gás, disse a porta-bandeira”.
Outros Destaques

As alas coreografadas, em pontos estratégicos, prometem surpreender. Existe interações nas alegorias e alas com conteúdo explícito, uma observação a ser notada no desfile.
Desempenho positivo do intérprete e problemas com o casal marcam ensaio técnico da Dragões da Real
Por Matheus Mattos
Primeira escola do Grupo Especial a ensaiar na noite de domingo, a Dragões da Real pode aproveitar a sonorização completa do Anhembi. Mesmo com uma presença modesta do público, a escola trouxe um bom contingente de pessoas. A porta-bandeira oficial, Evelyn Silva, passou mal durante o treino, desmaiou e teve que ser socorrida pelos dirigentes e organizadores do local. Ela passa bem.
Mestre-Sala e Porta-bandeira
O primeiro casal oficial, Rubens de Castro e Evelyn Silva, sofreu bastante com o calor. A agremiação iniciou seu ensaio às 19h15, e como ambos estavam com fantasias de desfile, a porta-bandeira não aguentou o peso e desmaiou em frente ao recuo da bateria. Ainda no setor A, ela já demonstrava cansaço e lavou o rosto com os apoios. Evelyn ficou deitada até conseguir se recuperar.
Samba-Enredo
A melodia do samba é bem aproveitada pela escola, nos momentos de explosão, os componentes correspondem. O intérprete Renê Sobral mantém o estilo de abrir voz em pontos estratégicos da obra, sendo considerado um grande destaque da noite.
Harmonia
Alguns detalhes do quesito precisam ser corrigidos, inclusive, a questão da má pronúncia do samba por parte de alguns integrantes, muitos cantavam apenas a última palavra da frase. Os últimos setores, principalmente, o terceiro, cantaram bastante o hino de 2019.
Evolução
Mesmo existindo brechas para melhoras no quesito de Harmonia, a parte de Evolução foi muito bem aproveitada. A escola trouxe alas compactas e bem divididas, todas andando com boa uniformidade.
Bateria
Comandada pelo mestre Tornado, a bateria Ritmo que incendeia levou bossas que enriquecem o samba, sendo de criação bem elaboradoras. Os naipes conversam entre eles.
Comissão de Frente
Ala trouxe duas coreografias, onde percebe-se a ligação de passado com o futuro. O primeiro grupo encena a época da pré-história. O desempenho do quesito foi bastante positivo, considerado um ponto alto da agremiação.
Outro destaque
Com mais de 50 mulheres, a ala das baianas da agremiação foi um dos destaques, sendo então a escola com a maior quantidade da noite.
Série Barracões: Tijuca prepara carnaval imponente e abordará o pão em desfile com forte carga espiritual
Dois anos fora das campeãs, algo que não ocorria desde o ano de 2009, fizeram a Unidos da Tijuca realizar mudanças em sua equipe para não somente voltar ao Sábado das Campeãs mas disputar o campeonato, que não vem desde 2014. Para isso dois multi-vencedores foram integrados à comissão de carnaval. Laíla e Fran Sérgio, que empilharam conquistas na Beija-Flor.
Quem passa pelo barracão da Unidos da Tijuca na Cidade do Samba confirma a tese de que a escola volta a ter um carnaval opulento daqueles que fazem novamente uma das favoritas. A comissão de carnaval composta por Annik Salmon, Helcio Paim, Marcos Paulo, Fran Sérgio e Laíla recebeu a reportagem do CARNAVALESCO para contar todos os detalhes do desfile tijucano.
A Unidos da Tijuca, devido ao seu samba de melodia dolente e composto como se fosse uma oração, tem sido apontada como uma escola que fará um desfile religioso. O carnavalesco Fran Sérgio confirma essa tendência.
“O enredo é totalmente sacro. O nosso samba é uma grande oração. O filho de Deus, o pão da vida. Nosso caminho está todo calcado no pão espiritual. Aquilo que está dentro de nós. Cada um fazendo a sua parte, cada macaco no seu galho, conseguiríamos ter um mundo sem desigualdade e sem preconceito”, destacou.
Complementando o comentário do parceiro de comissão, Marcos Paulo ressalta que o pão é bastante característico na religião católica, mas segundo as pesquisas para o desfile eles encontraram também outras religiões que tem relação com o pão.
“O pão é muito forte na religião cristã, mas também temos representatividade em outras. O enredo é bastante ecumênico, tivemos essa intenção para tonar a trajetória e o desenvolvimento bastante emotivo para pegarmos o coração não só de quem vai desfilar quanto quem vai assistir a Tijuca na avenida domingo de carnaval”, conclui.
A figurinista Annik Salmon revelou na conversa com a reportagem do CARNAVALESCO que a temática foi sugerida por um torcedor da escola através de um email. Inicialmente, a sugestão tratava mais do pão industrial, o alimento. Após reuniões com a comissão surgiu a temática ‘Cada macaco no seu galho. Ó meu pai, me dê o pão que eu não morro de fome’.
“Recebemos o email de uma pessoa sugerindo fazer um desfile sobre o pão. Achamos interessante e decidimos desenvolver à nossa maneira. Sentimos a necessidade de tocar o público. O que podemos fazer para melhorar? Falar um pouco de respeito, de amor ao próximo. A chegada do Laíla foi ideal também nesse sentido, pois é uma figura muito humana, muito emotiva. Ele adorou a roupagem que definimos para o enredo”, relata.
De volta para agremiação onde trabalhou entre 1980 e 1982, Laíla foi fundamental no traçado da temática que o enredo tomou. Segundo ele, o brasileiro precisa ter o seu lado solitário mais incentivado, pois o momento social vivido pelo país é um dos mais duros de nossa história.
“É um enredo muito presente dentro da situação vivida em nosso país. Todo mundo trabalha para ter o seu pão de cada dia. Quando chegamos ao caminho mais espiritual acho que acertamos. Recentemente fui a um mercado e duas senhoras me abordaram elogiando o enredo, se diziam impressionadas com o samba. A participação popular tem sido fantástica”
‘A crise é apenas financeira’, dispara Laíla
Vivendo um dos momentos mais difíceis da história, o carnaval está quase passando o pires para conseguir verba afim de colocar o carnaval na rua. Sempre contundente em suas opiniões, Laíla desconstrói a tese de que a estrutura da festa precisa mudar e insiste que o problema é apenas financeiro.
“Crise não coíbe criatividade e criação do artista. Já cansei de catar bagulho na rua para fazer desfile. Precisávamos do livro de ouro, passando o boné mesmo para colocar o desfile na rua. Tem crise? Tem. Mas o sambista não está em crise. As baterias não estão em crise, o canto não está, a alegria. A dificuldade é restrita ao aspecto financeiro. Já cansamos de fazer com o mínimo. Dinheiro não significa talento de ninguém”, destaca.
Helcio Paim, um dos mais experientes trabalhadores de barracão da Cidade do Samba, faz questão de enaltecer a chegada de Laíla e Fran, destacando a experiência e as conquistas da dupla.
“A carga de experiência deles é muito grande. São 16 títulos. A gente chegou a duelar nos últimos carnavais. Somamos as experiências, deles com a nossa aqui. A Tijuca precisava de dar uma mudada. Depois do acidente, no ano passado recebemos um baque que foi novamente não voltar. Ficar de fora novamente foi bastante complicado. Com eles eu acredito que nosso patamar muda. O que tem acontecido é uma grande união de estilos e quem tem a ganhar é a Tijuca”, pondera.
Fran Sérgio avalia que ainda nutre carinho pela Beija-Flor, escola onde praticamente nasceu. O artista conclui afirmando que o perfil atual da Unidos da Tijuca, de característica empresarial, casa com sua maneira organizada de ser.
“Eu nasci literalmente em Nilópolis. Vivo lá até hoje. Cresci dentro da escola. Eu realizei um sonho em trabalhar na Beija-Flor. Foram 23 anos e eu sou muito grato. Aprendi a trabalhar em grupo que é uma questão difícil para o artista. Esse lado humano da escola me fez crescer muito. Foram anos maravilhosos e hoje me sinto um carnavalesco evoluído. E a Tijuca é uma escola organizada, quase uma empresa. Sempre procurei esse perfil, sou organizado, tenho toc. É uma escola leve, a equipe está toda muito feliz”, finaliza.
Conheça o desfile
Setor 1: Começamos em 6.000 a.c. Na antiga Mezopotâmia, passando por egípicios, hebreus e fenícios. Quando surge o alimento sagrado. Nenhum outro produto dominou o mundo de forma material e espiritual como o pão. Abordamos o aspecto espiritual do pão. Tentamos passar uma mensagem amorosa, a sociedade hoje em dia não liga um para o outro. Não apenas de governantes, mas das próprias pessoas mesmo.
Setor 2: O agente motivacional do pão, que foi até estopim de revoluções na história da humanidade. O estopim da Revolução Francesa foi a taxação do trigo e a proibição do pão em casa. Desse fato começa o processo que desencadeou na queda da Bastilha. Vamos ter a Revolta da Farinha em Portugal, as trabalhadoras russas que vão para a rua pedir pão e paz.
Setor 3: A chegada do pão no Brasil, trazido pela família real. Eles queriam comer um pão igual aos franceses. Por isso surgiu o nome pão francês. Antes deles chegarem o pão que se consumia no Brasil era indígena, à base de mandioca.
Setor 4: A fé, o pão como alimento espiritual. Passamos por várias religiões mas a maior parte realmente é o cristianismo. O pão bento de Santo Antônio.
Setor 5: O pão na parte social. Porque não são todas as pessoas que podem ter um pão na mesa para se alimentar. Abordamos a forma egoísta com que a sociedade pensa somente em si mesma. Está faltando amor ao próximo. O pavão traz essa história, por ter os olhos de Deus em sua calda.
Águia de Ouro se desculpa por personagem fantasiado de Hitler no ensaio técnico realizado no Anhembi
A Águia de Ouro, através de sua assessoria de imprensa, se posicionou sobre a presença de um componente fantasiado de Hitler, com a faixa presidencial brasileira, e a suástica do partido Nazista, em seu ensaio técnico na noite deste sábado, no Anhembi.
A agremiação deixa claro que foi uma “atitude isolada de um componente que se aproveitou para se promover pessoalmente. A diretoria foi pega de surpresa, e já tomou as medidas necessárias para que não aconteça mais”.
Leia abaixo a nota completa da Águia de Ouro
A Escola de samba Águia de Ouro, por meio de sua assessoria de imprensa, vem a este canal, se desculpar publicamente, sobre esta atitude isolada de um componente que se aproveitou para se promover pessoalmente. A diretoria foi pega de surpresa, e já tomou as medidas necessárias para que não aconteça mais.
Estamos a disposição para novos esclarecimentos. Algumas matérias estão sendo vinculadas com um título negativo para a escola, dizendo que estamos fazendo alusão ao novo presidente. Com relação a matérias do personagem do ensaio técnico “Hitler”, esclarecemos que em momento algum se refere ao Bolsonaro, pois não seríamos levianos, em incluir alguém que acaba de assumir o cargo. O nosso enredo marca a história de 1500 a 2018, até pque quando construímos o projeto ainda não sabíamos quem seria o presidente eleito, isso se deu em meados de 2018. Essa alusão tem foco direto ao governo ditador se Getúlio Vargas que fez do Brasil uma ditadura, os Paulistas que o digam! MMDC, Revolução de 32!
A Águia de Ouro, clama por paz e justiça!
Atenciosamente, Comissão de Carnaval
Império de Casa Verde traz clima de desfile para o Sambódromo e reafirma credenciais ao título
Por Matheus Mattos. Fotos: Magaiver Fernandes
Encerrando a noite de ensaios técnicos das escolas do Grupo Especial, o Império de Casa Verde demonstrou estar apta a disputar o título do Carnaval de 2019. O treino foi encarado pela agremiação como um verdadeiro desfile, componentes fantasiados, arrancada emocionante e empolgação influenciaram positivamente.
Harmonia
A agremiação cantou bastante o samba. O entrosamento das alas com o carro de som não teve falhas e, com a permanência do nível, pode alcançar a nota máxima no quesito.
“Eu acho que falar em perfeição é muito difícil, mas eu acho que a gente está muito próximo do que a gente tem como objetivo. Uma escola compacta, uma escola que canta, que dança, que transmite energia para o público e consegue receber essa energia de volta. A gente percebeu essa troca com a arquibancada. Estamos muito próximo dos nossos objetivos. Temos 23 alas e só 7 são coreografadas. No geral tem coreografias que interage a escola inteira, então da essa sensação de muito coreografada”, disse Serginho, diretor de harmonia.
Comissão de frente
Coreografada pelo André Almeida, o quesito trouxe todos os bailarinos fantasiados que demonstraram ótimo desempenho pelo tempo que resta para o desfile. A ala trouxe duas coreografias e interação constante com o tripé. Os bailarinos interagiram constantemente com as arquibancadas. Parte dos dançarinos voltaram para encerrar o ensaio.
“Nós trouxemos o nosso trabalho oficial. É um grande teste pra gente o desfile, então hoje trouxemos as duas coreografias pra justamente ver o que vai funcionar, o que não vai dar certo. A gente está com 90% do nosso trabalho concluído, temos algumas coisinhas pra melhorar”, afirmou o artista.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira

A dupla mostrou uma boa performance. O Rodrigo Antônio e a Jessica Gioz optaram por uma roupa mais leve, terno para o mestre-sala e vestido para a porta-bandeira. Eles apresentaram o pavilhão para as torres que contém jurados do quesito. A dupla traz uma dança mais moderna, com passos diferenciados.
Bateria

Comandada pelo Mestre Zoinho, a bateria Barcelona do Samba trouxe uma proposta mais conservadora e valorizou o ritmo, dando a sustentação necessária para a agremiação.
Evolução
A escola demonstrou maturidade com o andar. Assim como foi falado na primeira crônica, muitas alas coreografadas estarão presentes no desfile, e a organização dos foliões no ensaio demonstra boa maturidade.
Samba-Enredo
Impulsionado pelo intérprete Carlos Júnior, a ala musical fez uma ótima passagem pelo Anhembi. Aberturas de vozes pontuais enriqueceram o samba.
“Hoje foi bem técnico mesmo, o primeiro ensaio a gente estava pura emoção. Conseguimos fazer uma mistura de emoção e técnica, eu não sou a pessoa certa pra falar da escola em geral, mas por onde eu tava, e pela energia da largada,, da ver que a gente vai vir pra disputar. A gente sabe que o horário do desfile é muito ruim para uma escola de samba, é meio que uma cultura das primeiras escolas serem prejudicadas com jurado que segura nota. Vou dar 9.9 porque estou esperando as outras escolas. Temos um certo receio com isso. Mas estamos buscando atingir o jurado através da emoção”, afirmou o cantor.
Destaque
Um ponto de destaque no desfile será o tamanho do abre-alas. Nos bastidores, o carnavalesco Flávio Campello revelou que a alegoria contém 80 metros, divididas em 3 bases. Destaque também para a ala que representa o filme dançando na chuva.

O Império de Casa Verde será a segunda escola a desfilar na sexta-feira de carnaval no Sambódromo do Anhembi. A escola vai apresentar o enredo ‘O Império contra-ataca’. O tema está a cargo do carnavalesco Flavio Campello.
Vila Maria traz maior contingente no segundo ensaio, porém demonstra falhas no quesito de harmonia
Por Matheus Mattos. Fotos: Magaiver Fernandes
Realizando o segundo ensaio técnico para carnaval de 2019, a Unidos de Vila Maria aumentou a quantidade de contingente, trouxe clima leve, porém falhou em alguns pontos no quesito de Harmonia. A escola passou no Sambódromo com 56 minutos.
“Foi um ensaio bem melhor do que o outro, porque a gente tinha menos componentes por ter sido um dia de semana. Hoje com o calor, com a felicidade que a escola ta em desfilar, foi muito bom. O carnaval de São Paulo merece o que a Vila Maria fez hoje no nosso ensaio técnico”, disse Cristiano Bara, carnavalesco da escola.
Harmonia
Os componentes não acompanharam o andamento do samba proposto pela escola em alguns pontos. Durante a realização de determinadas bossas feitas pela bateria, houve falta de sincronismo. O primeiro setor teve bom desempenho no canto, porém ainda falta intimidade do restante da escola com a letra.
“Estou mais uma vez extasiado, duplamente extasiado. Eu tinha falado que o nosso primeiro ensaio técnico tinha sido bom, e que o segundo seria melhor e foi maravilhoso, acertamos o que estava errado”, afirmou Wander Pires.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal oficial da Unidos de Vila Maria, Everson Sena e Laís Moreira, bailou com mais simpatia e segurança em comparação ao último treino. A dupla mostrou bom sincronismo e constantemente vibravam junto à arquibancada. A coreografia conversa diretamente com a letra do samba.
“A energia e o público ajudam bastante. Todo mundo cantando. O primeiro ensaio foi pra sentir a pista, sentir a nossa energia visto o que aconteceu no ano passado. Hoje foi a lavagem da alma, foi libertadora, foi mais técnico, O nosso processo está sendo gradativo”, contou a porta-bandeira.
Comissão de Frente
Demarcando um grande tamanho de tripé, praticamente 10 metros, a comissão de frente trouxe a presença apenas de homens como bailarinos. A ala demonstrou bom sincronismo numa performance com cara de oficial.
Bateria
Coordenada pelo Mestre Moleza, a Cadência da Vila usou menos as paradinhas em relação ao primeiro ensaio. O bit trabalhado se manteve constante até a linha final.
“A gente trabalhou bastante a questão da execução, a gente preza pela clareza total, tanto na parte de equalização, afinação quanto na parte da execução rítmica. A gente vem com uma proposta de arranjos onde as caixas fazem muitas frases combinadas com as terceiras, cada instrumento tem a sua parte. A gente fez bastante ensaios específicos para poder melhorar, a gente vai trabalhar até o último instante pra ficar cada vez melhor”, explicou mestre Moleza.
Evolução
Alguns pontos de desorganização foram vistos no primeiro setor. Os componentes das pontas andavam mais rápido que os outros, fazendo com que a frente não ficasse em linha reta. A ala da frente da bateria não esperou a entrada no recuo, fazendo com que criasse um buraco em frente à torre 14.
“A escola cantou muito na avenida, tem pessoas na escola que querem ajudar, demonstram amor pela escola e os pontos do primeiro ensaio foram corrigidos, e assim sucessivamente vamos chegar a excelência”, garantiu o presidente Adilson José.
Samba-Enredo
A ala musical da Vila Maria contém profissionais competentes, tanto nas cordas quanto nos microfones. O samba desenvolve bem com a comunidade. O intérprete Wander Pires realizou um treino seguro e, durante entrevista, revelou que trará surpresas técnicas relacionadas a abertura de vozes para desfile.
Buscando o título inédito do Grupo Especial, a Unidos de Vila Maria conta a história do país latino americano Peru, através do enredo: “Nas asas do grande pássaro, o voo da Vila ao Império do Sol”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos, Alexandre Louzada e Cristiano Gonçalves. A agremiação será a sexta a desfilar no sambódromo do Anhembi, no segundo dia, às 03h55.
Tom Maior realiza ensaio técnico morno e com problemas na harmonia
Por Guilherme Ayupp. Fotos: Magaiver Fernandes
A Tom Maior foi a terceira agremiação a ensaiar no Anhembi na noite deste sábado. A escola realizou seu segundo ensaio técnico na temporada e passou por novos problemas. A harmonia foi o principal quesito a melhorar para que a escola repita no desfile deste ano a histórica apresentação do ano passado. A Tom Maior prestou solidariedade à vítimas do acidente com a barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais. Integrantes da harmonia e do carro de som desfilaram com uma tarja preta na roupa e o intérprete Bruno Ribas fez questão de se solidarizar com as famílias que perderam entes.
Samba-Enredo
Desempenho regular da obra, que não tem pontos de explosão e por isso dificulta um rendimento linear. De positivo a atuação sempre firme do intérprete Bruno Ribas e o carro de som sob o seu comando.
Harmonia
Bom o desempenho das alas da Tom Maior, embora em alguns pontos da avenida a distância do carro de som tenha sido prejudicial à harmonia, causando um perceptível desencontro entre o carro de som e o canto da comunidade. O excesso de bossas da bateria Tom 30 também prejudicou a atuação da harmonia.
Evolução
Praticamente toda a escola passou coreografada pela avenida. Isso tirou a espontaneidade do componente, embora tenha causado um bonito efeito, uma vez que praticamente todas as alas levaram algum adereço e causavam algum tipo de efeito com a movimentação ensaiada. A escola conseguiu realizar um ensaio sem problemas mais sérios mas precisa estar atenta à falta de brincadeira de seus desfilantes.
Bateria
Considerada uma das baterias que mais evoluiu nos últimos carnavais em São Paulo, a Tom 30 teve esta noite um desempenho irregular. Os ritmistas de mestre Carlão realizaram sete bossas. Em uma delas, os integrantes das alas ao final da escola perderam a referência rítmica e o canto saiu do lugar, causando prejuízo à harmonia.
“Evoluímos em relação ao primeiro ensaio. Fizemos alterações em arranjos e fizemos um treino mais voltado ao desfile. Os ritmistas estão de parabéns. Eu acho que no desfile o foco está sempre no alto, o ritmista se comporta de uma maneira diferente. O que falta ainda é o foco. Ele tem de ser crescente para chegar 100% no dia do desfile”, explicou mestre Carlão.
Comissão de Frente
O grupo de dançarinos se apresentou com roupas coloridas e movimentos sincronizados no ponto em que a nossa reportagem pode observar. Um integrante isolado interagia com o restante do grupo em um segundo momento dos movimentos coreográficos.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Jairo Silva e Simone Gomes, à exemplo do casal da Águia de Ouro, se apresentaram após algumas alas e não exatamente após a comissão de frente, como se torou usual no carnaval. A indumentária deles era laranja, em alusão às cores da agremiação. A coreografia foi bem executada e chamou a atenção a bandeira bem esticada da porta-bandeira. Eles foram bastante aplaudidos à frente do setor ‘Monumental’.

A Tom Maior será novamente a última escola a desfilar na primeira noite de apresentações do Grupo Especial da Liga SP, na sexta-feira de carnaval. André Marins desenvolve o enredo ‘ Penso… Logo existo – As Interrogações do Nosso Imaginário em Busca do Inimaginável’.
Águia de Ouro mostra padrão ‘especial’ em primeiro ensaio técnico no Anhembi
Por Guilherme Ayupp. Fotos: Magaiver Fernandes
De volta ao Grupo Especial depois de uma passagem pelo Grupo de Acesso I a Águia de Ouro provou esta noite em seu primeiro ensaio técnico no Anhembi que não perdeu o padrão de desfiles de uma agremiação que ficou entre as primeiras colocadas nos desfiles de 2013 a 2015. O treino da azul e branca da Pompéia deixou ótima impressão, com destaque para o rendimento do samba-enredo, impulsionando harmonia e evolução. A escola causou polêmica ao levar uma composição fantasiada de Adolf Hitler com uma faixa presidencial e um casseetete simulando uma arma.
- VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS DO ENSAIO
- LEIA AQUI: Águia de Ouro leva ao ensaio componente de Hitler, com faixa presidencial e armado de cassetete
Samba-Enredo
Uma das grandes obras do carnaval de São Paulo em 2019 teve grande desempenho na avenida. A dupla de intérpretes Douglinhas e Tinga demonstrou entrosamento e ajudou na condução do ensaio. De melodia mais dolente e com letra reflexiva o samba-enredo não perdeu seu alto padrão quando executado ao vivo.
“É a primeira vez, desfilei na Peruche como apoio. Muito feliz em poder estar na escola, graças ao convite do Laíla e do presidente Sidney. A escola canta muito. Gostei bastante do ensaio e acho que não pode ser melhor”, afirmou Tinga.
“Da pista não tenho muita noção, mas para o primeiro ensaio acho que valeu muito. A comunidade da Pompeia chegou aqui e cantou muito. Todos estão de parabéns”, completou Douglinhas.
Harmonia
Já é possível perceber o estilo do trabalho de Laíla, consagrado diretor de carnaval do carnaval carioca, contratado pela Águia para o carnaval deste ano. As alas além de cantarem bastante o samba-enredo o fazem nas divisões e tempos rítmicos corretos, criando um padrão de excelência quando as vozes são unidas ao longo da passagem do samba-enredo.
“Eu vim hoje para observar. Quadra é diferente de avenida. Fiz isso e passei aos companheiros de harmonia e ao presidente minha opinião. Ensaiamos tecnicamente dentro do regulamento. Achei que ainda falta um pouquinho de alegria. Com o som amplificado a tendência é isso acontecer. Hoje não vim para comandar”, disse Laíla, diretor de carnaval.
Evolução
Correta, porém burocrática. As alas passaram organizadas, com a técnica de avenida sem erros ou percalços. Entretanto, os integrantes podem demonstrar mais espontaneidade e alegria, mesmo com um samba-enredo mais dolente. Os desfilantes devem se soltar mais, evoluir com mais liberdade, para alcançar a nota máxima no quesito.
Bateria
Os ritmistas da Batucada da Pompeia passaram com correção. Sob o comando de mestre Juca houve a manutenção do ritmo em detrimento do excesso de bossas. A atuação se deu em perfeita harmonia com o carro de som e o canto da escola.
“Gostei do andamento, viemos em 144 BPM (batidas por minuto). A escola balançou mais um pouquinho. Não fizemos algumas bossas hoje justamente por uma questão de ajuste para encontrar a melhor forma de fazer na avenida”, explicou mestre Juca.
Comissão de Frente
Vestidos com roupa de ensaio técnico, os dançarinos evoluíram com bastões como parte integrante da coreografia. Em um determinado momento eles atiravam os bastões ao chão e pisavam com firmeza na pista.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
João Carlos e Ana Paula, ao contrário dos demais casais do Grupo Especial, não se apresentaram logo após a comissão de frente. A ala de baianas veio antes dos dançarinos. Trajados com uma indumentária amarela eles executaram os movimentos corretamente e demonstraram bastante entrosamento com uma dança tradicional.

A Águia de Ouro será a primeira escola a desfilar no sábado de carnaval pelo Grupo Especial da Liga SP. A azul e branca apresenta na avenida o enredo “Brasil, Eu Quero Falar de Você!”. Laíla, Fran Sérgio, Sérgio Caputto Gall e Beth Trindade formam a comissão de carnaval da escola.


