Colorado do Brás enfrenta forte chuva mas força e canto prevalecem
Primeira agremiação do especial a ensaiar na noite de sábado, a Colorado do Brás sofreu bastante com a chuva que atingiu o Anhembi, até mais que os Gaviões da Fiel no dia anterior. Por conta disso, a escola trouxe um número menor de componentes do que o proposto para o desfile. Mesmo com o diluvio, a escola mostrou bom desempenho de harmonia.
“A chuva não atrapalhou o desempenho, acho que foi até o melhor desempenho da ala musical até aqui, até pelo som da pista estar liberado. A escola pegou muita chuva, mas evoluímos bem, a escola cantou bastante. Se o desfile fosse amanhã a escola estaria pronta”, disse o intérprete Chitão Martins.
Bateria
A bateria Ritmo Responsa, comandada pelo Mestre Allan, foi prejudicada com a chuva. As afinações dos surdos de marcação foram diretamente afetadas. A batucada soltou bossas pontuais, porém o pagão realizado enquanto estava no recuo levantou a empolgação e o canto da agremiação do Brás. O mestre usou bastante o arranjo que dura metade da segunda estrofe e volta na primeira frase do refrão de cabeça, “Isso é Viver”, cantada por todos os integrantes e ritmistas.
Harmonia
A crescente do chão do Colorado é perceptível ao analisar o desempenho da agremiação no ensaio técnico. O refrão principal e a primeira parte do segundo refrão são dois pontos em que se ouve a comunidade com clareza maior. O apagão feito pela bateria teve bom resultado também na empolgação e vibração do componente.
Evolução
A chuva atrapalhou diretamente a montagem da escola. Alguns componentes se perdiam no andar e na organização dentro das alas. Mas foi notado uma uniformidade na escola padrão, pelo menos nas primeiras arquibancadas.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal oficial, Ruhanan Pontes e Ana Paula, decidiu por um figurino leve e vermelho. O piso escorregadio da pista fez com que a dupla bailasse de forma mais cauteloso, mas nada que afetasse o quesito. O mestre-sala vibrou bastante após o fechamento dos portões e interagiu com os sambistas da comunidade.

Samba-Enredo
O intérprete Chitão Martins, que é um dos intérpretes que mais evolui no carnaval paulistano, mantém postura de cantar entre os componentes na avenida. O arranjo do time de cordas, como o “reggae” durante bossa, destacou o desempenho musical.
Comissão de Frente
Os bailarinos evoluíram com camisetas simples da agremiação e parte das pernas com pano de temática africana. Mesmo com a chuva, os bailarinos demonstraram bom desempenho durante o trajeto. A dança envolve muitos passos e com frequência do uso de todo o corpo.
Bateria e desenho de tamborim da Grande Rio no ensaio técnico
Por Vinicius Vasconcelos
Bateria e desenho de tamborim da Viradouro no ensaio técnico
Por Vinicius Vasconcelos
Bateria e desenho de tamborim do Salgueiro no ensaio técnico
Por Vinicius Vasconcelos
Bateria deixa excelente impressão em ensaio técnico correto da Grande Rio

A bateria Invocada foi o grande destaque da apresentação da Grande Rio na noite deste sábado na Marquês de Sapucaí. A tricolor de Caxias foi a última a realizar seu ensaio técnico. Além do excelente desempenho da bateria, o intérprete Evandro Mallandro brilhou na condução do samba-enredo. O canto da comunidade de Caxias, entretanto, ainda pode melhorar até o dia do desfile oficial.
“Eu gostei muito, achei que a escola correspondeu. É claro que é um ensaio e a gente pode sim melhorar, mas o que vi aqui hoje me deixa muito feliz. Vou assistir vídeos para ter uma análise melhor. O andamento da bateria está legal e o Evandro brilhou. Nossa comunidade evoluiu muito. Treino é treino e jogo é jogo”, disse Thiago Monteiro, diretor de carnaval.
Comissão de Frente
O grupo comandado por Hélio e Beth Bejani relembrou as irreverentes comissões de frente que marcam o trabalho da dupla. Metade do grupo possuía um chapéu que eram cones de trânsito. E a outra metade eram mulheres vestidas de passistas. A coreografia usou traços de danças e movimentos bastante popularizados nas redes sociais. Quando o samba chegava em sua metade os grupo tirava o chapéu e colocava no chão, interagindo com as belas mulheres.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Daniel Werneck e Taciana Couto passaram no teste na estreia da dupla na avenida. Eles que formam o novo casal da tricolor, optaram por um bailado mais tradicional, apesar do samba até pedir movimentos mais coreográficos. A apresentação da dupla no primeiro módulo de julgamento se deu de maneira correta, sem qualquer falha.
“Deu pra gente sentir um pouco da energia de como será no dia do desfile. Nós estamos ensaiando todos os dias aqui. Nossa avaliação é que conseguimos fazer o que nos propomos a fazer. A gente não mostrou tudo, pois tem aquela carta na manga para o dia do desfile”, comentou o mestre-sala.
“Foi bem bacana. Essa foi minha primeira vez ao lado do Daniel defendendo o primeiro pavilhão. Temos nos preparado bastante e ensaiado todos os dias. Foi um ensaio bem legal”, completou a porta-bandeira.
Harmonia
O canto da Grande Rio se deu de maneira irregular no ensaio técnico. Algumas alas iniciais não cantaram como outras, criando uma clara disparidade no volume de canto da agremiação. A comunidade de Caxias é uma das que mais canta no carnaval e certamente pode se apresentar melhor no dia do desfile oficial, já que o momento para corrigir é no próprio ensaio.
Samba-Enredo
A obra caxiense passou no teste da avenida. Conduzido com maestria pelo intérprete Evandro Mallandro e sua equipe, o samba teve excelente rendimento dentro de um andamento confortável trazido pela bateria Invocada. Mallandro e Fafá demonstraram que apesar da pouca experiência podem ajudar a Grande Rio a conseguir ótimas notas nos quesitos musicais.
“Pelo que vi a escola passando por mim acho que a Grande Rio aconteceu muito. O trabalho foi muito bem executado, a comunidade estava com muita vontade de ter esse ensaio técnico, para mostrar o quanto a gente consegue cantar”, disse o intérprete Evandro Mallandro.
Evolução
Correta e coesa. Apenas a equipe de harmonia deve ficar atenta na região da bateria. Ao se apresentar para o primeiro módulo de julgamento um pequeno claro se abriu com a ala que vinha à frente. Com relação à técnica de desfile a apresentação da Grande Rio se deu de forma correta.
“Primeiro que bancar o que a gente faz é muito complicado no carnaval. A gente apostou no ritmo mais cadenciado e isso é bem difícil de fazer hoje em dia nos padrões atuais de carnaval, mas chega a aprovação de toda a escola. A Grande Rio voltou a ser o que era há nove anos. É algo gratificante olhar e ver meu pai do meu lado e tanta gente que foi da antiga aqui junta novamente”, disse mestre Fanfá, sobre o rendimento da bateria no ensaio técnico.
Outros Destaques
A rainha Juliana Paes não pode comparecer ao ensaio por estar viajando. O presidente Milton Perácio falou ao microfone pedindo compreensão do público com os problemas enfrentados pela Grande Rio. A plateia não vaiou em nenhum momento a escola e respeitou o ensaio da agremiação. A escola conseguiu reduzir de maneira significativa a quantidade de bicões que atrapalham a evolução da escola.
A Grande Rio será a terceira escola a desfilar no domingo de carnaval com o enredo ‘Quem nunca…? Que atire a primeira pedra’. O desenvolvimento do enredo é dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage.
Por Guilherme Ayupp, Eduardo Fonseca e Winnie Delmar. Fotos: Magaiver Fernandes
Viradouro pisa forte em ensaio tecnicamente perfeito e mostra força para brigar por primeiras colocações

A Unidos do Viradouro provou definitivamente na noite deste sábado em seu ensaio técnico que está pronta para disputar as primeiras colocação no desfile deste ano. Pujante, a comunidade cantou muito o samba-enredo e a vermelha e branca deixou a avenida certa de que com um bom trabalho de barracão a escola pode repetir um feito até hoje só alcançado pela Unidos da Tijuca (2000). A única a vencer o grupo de acesso em um ano e voltar no Sábado das Campeãs no ano seguinte.
“É muito complicado analisar o ensaio, porque a gente não é polivalente e não está em todo lugar pra saber como que foi o todo. Mas, eu analiso o ensaio pela cara do componente. Eu vi hoje o componente feliz e com orgulho do que a escola estava apresentando aqui após alguns anos voltando para o ensaio técnico sendo uma escola do Grupo Especial. Pela minha experiência e sensibilidade acho foi um bom ensaio. Acertos vão ocorrer. Contudo, temos 10 dias para corrigir. Nossa comunidade está feliz. Isso é o que queríamos resgatar”, disse Dudu Falcão, integrante da direção de carnaval.
Comissão de Frente
O time de bailarinos comandado por Alex Neoral trouxe fantasias que remetiam a personagens de livros. Cada um deles carregava na mão um livro estilizado em dourado e no final da apresentação formavam uma palavra. Os movimentos aconteciam de maneira sincronizada e rápida, mas o segredo mesmo do que vai acontecer na avenida fica para o dia do desfile, afinal as comissões de frente em trabalhos assinados por Paulo Barros são sempre bastante aguardadas.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal Julinho e Rute fez uma apresentação correta e sem falhas na primeira cabine de julgamento. O mestre-sala desfilou toda sua perícia de movimentos e finalizações perfeitas, ao passo que Rute exibiu a sua habitual garra na dança, deixando a plateia encantada. O casal se apresentou com um pavilhão especialmente confeccionado escrito “2003 Bibi Ferreira” em homenagem à artista, que faleceu esta semana. A bandeira foi entregue ao final para a filha de Bibi.
“Só não digo que foi 100% porque a gente não tinha fantasia e isso muda, mas já ensaiamos com a fantasia de 2019. Hoje, a gente fez aqui a coreografia oficial e foi muito positivo. A escola está linda e a nossa fantasia também”, frisou a porta-bandeira.
“A avaliação 100% tem que ser no dia do desfile. Hoje foi 99%. Tem que ser assim. Hoje em dia o casal não se restringe somente em ensaiar. Treina fisicamente, tem os treinos específicos, treinos com a comissão de frente, ensaios com a escola, compromissos e hoje o casal de mestre-sala e porta-bandeira virou um atleta do carnaval”, completou o mestre-sala.
Harmonia
A Viradouro se apresentou com uma perícia impressionante no canto de sua comunidade. As alas do início ao fim da escola passaram com um canto forte e homogêneo do princípio ao fim do ensaio técnico, mesmo as alas que estiveram por um período mais afastadas da bateria, mantiveram o padrão elevado e impulsionaram o canto da escola.
Samba-Enredo
Funcional para o desfile da vermelha e branca, o samba-enredo teve excelente rendimento esta noite no ensaio da Viradouro. Tudo impulsionado pelo ótimo desempenho de Zé Paulo e o carro de som da escola, em perfeita sintonia com o canto da escola e o andamento da bateria Furacão Vermelho e Branco.
“Eu gostei muito do ensaio. Foi muito parecido com que a gente produz na Amaral Peixoto. Os meninos do carro de som sabem da importância deles para o meu trabalho aparecer muito bem. O Ciça dispensa comentário. É um cara fantástico, que está sempre aberto para te ouvir e sou muito dele. Deu um verdadeiro show. Mantivemos o andamento entre 146 e 145 BPM (batidas por minuto) que é o que a gente quer para o desfile e o que vamos vamos fazer”, contou o intérprete Zé Paulo.
Evolução
Quesito tecnicamente perfeito no ensaio. Alas bastante espontâneas, soltas, brincando, sem qualquer embolar umas nas outras. O andamento do ensaio também se deu de forma coesa sem acelerar ou lentidão exacerbada. Uma atuação louvável de toda a equipe de harmonia da Unidos do Viradouro.
Outros Destaques
O presidente de honra da Viradouro, Marcelo Calil, fez um discurso inflamado conclamando a comunidade a cantar o samba, avisando que o barracão da escola está em padrão de quem disputará o título.
A filha da artista Bibi Ferreira, morta durante a semana, foi gentilmente convidada pela Viradouro para uma homenagem. A escola homenageou Bibi em 2003 e relembrou o samba em seu esquenta na avenida. O pavilhão usado pelo casal Julinho e Rute foi doado para a família de Bibi.
A rainha de bateria, Raíssa Machado, roubou a cena com um figurino sensual e um aplique de cabelos longos. A bateria de mestre Ciça levantou a avenida com paradinhas em que todos os ritmistas se abaixavam para apenas o naipe de tamborins tocar e permanecer em pé, acompanhado das marcações. O público foi ao delírio.
“Olha isso foi um presente para mim, depois de muito tempo fora da bateria da Viradouro, voltar e ver um desempenho ótimo é muito bom. Lógico, correções sempre irão haver e teremos mais dois ensaios, ainda, para lapidar e deixar tudo legal, mas a proposta que eu queria aconteceu aqui hoje”, explicou mestre Ciça, sobre o rendimento da bateria no ensaio.
A Unidos do Viradouro será a segunda escola a desfilar no domingo de carnaval com o enredo ‘Viraviradouro’. Em sua volta ao Grupo Especial, a vermelha e branca terá o carnavalesco Paulo Barros, também de volta à escola depois de dez anos.
Por Guilherme Ayupp, Eduardo Fonseca, Winnie Delmar e Danilo Freitas. Fotos: Magaiver Fernandes
Protegidos por Xangô, salgueirenses cantam o tempo inteiro e fazem ensaio técnico recheado de emoções
O Salgueiro abriu o segundo dia de ensaios técnicos para o Carnaval 2019, na noite deste sábado, na Marquês de Sapucaí, e contou com a participou forte do público desde o início cantando o famoso Explode Coração (1993) e o Malandro Batuqueiro (2016). Com o enredo em homenagem ao padroeiro Xangô o Salgueiro realizou um dos seus melhores treinos no
Sambódromo impulsionado pelo canto explosivo de sua comunidade e torcida.
Com toda a expectativa gerada em torno do carnaval da escola, que durante o período pré-carnavalesco sofreu com brigas judiciais para comando da presidência da agremiação, a vermelho e branco do Andaraí mostrou que os embates em nada atingiram a sua comunidade que treinou com garra e cantou como nunca. De acordo com equipe da direção de carnaval, 3.535 componentes ensaiaram na escola. O treino teve duração de 1h21 minutos.
“Com o recomeço após o trabalho ter sido interrompido a gente trabalha com mais vontade. Sou salgueirense e construí uma história aqui na escola, tenho um orgulho imenso de ter uma comunidade como essa. O ensaio foi ótimo e a nossa motivação era fazer o componente cantar assim como nossos ensaios técnicos na rua. A
diferença é que aqui a gente a gente colocou o samba para funcionar para o público. Sabemos que treino é treino e jogo é jogo. A comunidade está de parabéns e só temos que melhorar agora a parte técnica”, afirmou Alexandre Couto, diretor de carnaval.
Harmonia
O Salgueiro mostrou que no quesito harmonia vai muito bem. A obra, de excelente qualidade, fez com que o salgueirense cantasse muito o samba-enredo de 2019. Mesmo sem as caixas de som do Sambódromo instaladas, o canto foi forte do início ao fim da pista da Sapucaí, explodindo no refrão principal. Não foi percebida nenhuma ala sequer que não cantasse com força e vontade a obra salgueirense. Aliás, o samba também está na ponta da língua do público que correspondeu muito bem o canto da escola. O bom trabalho dos diretores de harmonia também merece ser citado, visto que impulsionaram o canto da comunidade à todo momento e com alegria. Quinho e Emerson Dias tiveram boa sintonia e conduziram muito bem o carro de som.
Samba-Enredo
Funcionou muito bem a obra salgueirense no ensaio técnico. “Xangô” está completamente na boca do componente salgueirense e também do público. Se a agremiação desfilasse hoje, estaria completamente pronta para entrar na Avenida e arrancar a nota máxima dos jurados em samba e harmonia. Bom rendimento do carro de som, mesmo com a dificuldade da chegada do áudio para toda a Avenida.
“O Salgueiro explodiu, veio uma escola vibrante e era isso que esperávamos. O povo comprou o barulho e cantou para caramba. Hoje foi só um tira gosto, no dia do desfile vamos trazer o prato principal”, disse Emerson Dias.
“O samba é de fácil assimilação. Ao longo dos ensaios nós dois estamos ficando mais entrosados e a tendência é chegar no ápice que é o desfile oficial para que possamos brindar esse povo maravilhoso, não só no canto e sim, também, na dança e ritmo”, completou Quinho.
Comissão de Frente
Também estreando na vermelho e branco do Andaraí, Sérgio Lobato deixou o segredo para o dia do desfile oficial, assim como a maioria dos coreógrafos. Porém, ele brindou o público com uma apresentação especial da abertura do desfile. Apenas bailarinos homens compõe a comissão de frente e Xangô foi representado em momentos diferentes por dois pivôs. Em determinado momento no final da apresentação, os bailarinos erguiam Xangô ao alto, que fazia movimentos de queda para esquerda e direita levantando e arrancando aplausos do público tornando-se no auge da apresentação.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Que Sidclei e Marcella Alves dispensam apresentações, ninguém tem dúvida. O casal que teve seu período pré-carnavalesco interrompido devido aos problemas judiciais da escola, mostrou que está em sintonia como sempre. Marcella, que foi mãe recentemente, já exibiu completa forma física e ostentou um figurino elegante com saia longa, a qual segurou a sua ponta durante toda a apresentação, dando um efeito ainda mais especial e graça ao bailado bem tradicional da dupla.
O ponto alto da apresentação aconteceu em frente ao primeiro módulo de julgadores. No final da apresentação. A dupla conduziu o pavilhão para Regina Celi, ex-presidente da escola que acompanhava, até então, o ensaio da lateral da pista de desfiles, reverenciar a bandeira e a dupla. Importante destacar que Sidclei e Marcella foram desligados da escola no ano passado, na gestão de Regina, e retornaram após Andre Vaz adquirir o direito de assumir a presidência.
“Entendi que era a hora de falar para ela que não ficou mágoa. A gente é Salgueiro igual a ela. A Regina tem todo direito de beijar a bandeira da escola. Não esperava vê-la ali. Foi uma surpresa”, disse Marcella Alves.
“Fiquei oito anos dançando na gestão dela. Foi uma prova que zeramos isso. O que passou passou e nós queremos ser felizes dançando”, complementou Sidclei.
Marcella Alves explicou o que o casal salgueirense fez no ensaio técnico.
“Fizemos quase toda a marcação coreográfica. É logico que tem alguns elementos surpresas. O boom da nossa apresentação vai ser a fantasia que é uma história, muito bonita e super tradicional. Tem um link do enredo sensacional que tem relação com a dança do mestre-sala e da porta-bandeira. Não direi direto qual é a fantasia, mas vou dar uma dica. Xangô quando o criou o mundo na versão Yorubá, mandou quatro animais para terra. Eles se transformaram em elementos e nós seres um desses animais”, revelou Marcella.
Mamãe faz menos de um mês, a porta-bandeira salgueirense brincou dizendo que o bebê já nasceu torcedor do Salgueiro.
“É uma criança abençoada. Salgueirense, porque está ajudando a mãe. Às vezes, espera um pouquinho para dar a mamada. Tenho assistência da minha mãe e quando preciso sair para o ensaio e não tem como ser na minha casa, contrato uma enfermeira que participou do junto e ela fica junto com a minha mãe. Tiro o leite e ela amamenta com meu leite materno. Para não ficar muito tempo longe da Maria Rita, o Sidclei praticamente está morando lá em casa. Fazemos nossos ensaios nos intervalos da mamada, que acontecem de três em três horas”.
Evolução
O Salgueiro teve uma evolução correta ao longo de seu ensaio técnico, no entanto, um antigo problema voltou a atingir a agremiação. Houve um buraco na extensão de três caixas de som em frente ao primeiro módulo de julgadores na passagem do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira.
Problema esse que se ocorresse no dia do desfile oficial poderia custar décimos importantes à agremiação. A ala “Maculelê” passou pelo mesmo problema frente ao quarto e último módulo de julgadores. Houve espaçamento grande a sua frente e também dentro da própria ala. Os componentes do final da ala, que evoluíam junto com Carlinhos Salgueiro, se distanciaram consideravelmente do restante, que ficou mais a frente.
Em nenhum momento a escola acelerou seu passo ou se apresentou de maneira lenta. Destaque para as alas que não estavam enfileiradas deixando os componentes soltos e livres para se divertirem e evoluírem, sem embolar. Não houve, no entanto, nenhuma demarcação dos lugares que no dia oficial serão as alegorias, como a escola costumava fazer nos ensaios passados.
“Eu não sei explicar o que senti. Passou um filme rápido me lembrando quando entrei pela primeira vez aqui como mestre da Aprendizes do Salgueiro. Em geral eu achei quase perfeita. Mas temos detalhes para acertar nos últimos ensaios. Mas para mim o carnaval já pode ser amanhã”, explicou mestre Gustavo, que dirige a bateria Furiosa com o irmão Guilherme.
Outros destaques
As baianas comandadas por tia Glorinha estavam impecáveis. No figurino que poderia ser uma fantasia de desfile oficial no Grupo de Acesso de tão bonita, a roupa trazia as cores da escola e detalhes em dourado que davam um efeito mais que especial quando giravam. A ala de passistas também foi um espetáculo.
As passistas femininas foram vestidas de fantasias de show e todas estavam com o corpo completamente coberto por purpurina dourada. Para um efeito especial, em alguns momentos do ensaio acendiam fumaças na cor vermelha, o único, porém foi uma passista que estava descalçada. Os passistas masculinos não deixaram por menos e ostentaram luxo num figurino vermelho.
Sempre destaque principal no Salgueiro, Viviane Araújo, vestida de Oxum arrebatou gritos e muitos aplausos do público. Por onde Viviane passava, a arquibancada ia levantando para admirar a sua passagem.
Vestida de vermelho, sambando e cantando toda a letra do samba-enredo completamente emocionada, a ex- presidente Regina Celi também foi ovacionada pela Sapucaí que gritou o seu nome diversas vezes. Reverenciando a bandeira, entrando em alas e abraçando os componentes, a ex dirigente foi muito aplaudida e assediada durante o ensaio técnico da agremiação.
O Acadêmicos do Salgueiro será a quarta escola a desfilar no dia 3 de março na Marquês de Sapucaí, pelo Grupo Especial, com o enredo “Xangô” desenvolvido por Alex de Souza.
Por Geissa Evaristo, Guilherme Ayupp, Eduardo Fonseca, Winnie Delmar e Danilo Freitas. Fotos: Allan Duffes


