Operação de Trânsito no Sambódromo
Será implantado esquema especial de trânsito no Centro da cidade e em todos os seus acessos, a partir desta quarta-feira. A operação de trânsito contará com a participação de 610 Agentes de Trânsito da Prefeitura, entre Guardas Municipais, CET-Rio e apoiadores de tráfego, que trabalharão para manter a fluidez, coibir o estacionamento irregular, ordenar os cruzamentos, orientar pedestres e efetuar os bloqueios viários necessários.
Serão disponibilizados 10 reboques para desobstrução de vias, 20 motocicletas e 12 veículos operacionais.
Também serão utilizados 18 painéis de mensagens variáveis entre fixos e móveis que informarão sobre os horários dos diversos fechamentos e sobre as condições do tráfego. O Centro de Operações da Prefeitura estará monitorando toda a área do evento com 60 câmeras , possibilitando que técnicos da CET-Rio implantem ajustes na programação dos semáforos com o objetivo de garantir a fluidez do trânsito.
A movimentação das escolas do Grupo de Acesso se iniciará na madrugada de quarta para quinta-feira, com a movimentação da Agremiação Unidos da Ponte, que percorrerá o entre a Avenida Brasil, próximo a Rua Almirante Mariath e a Cidade do Samba, no período entre 0h30 e 04h, havendo previsão de interdições nas adjacências da Rodoviária Novo Rio e o fechamento da Via Binário do Porto no sentido Centro a partir de 01h30.
Na noite de quinta para sexta-feira, a partir das 22h, o Túnel Rio 450 e a Via Binário do Porto, no sentido Avenida Brasil, fecharão para o início da retirada dos carros alegóricos dos barracões localizados naquela região. Em seguida, à meia noite, será fechada a Av. Presidente Vargas, pista central, sentido Praça da Bandeira, no trecho entre a agulha de acesso para a pista lateral após a Av. Passos, próxima ao prédio da Embratel e o acesso para a pista central após passarela do Metrô Cidade Nova para a chegada dos carros alegóricos, onde ficarão retidos aguardando movimentação futura. Será também
interditada a Via Binário do Porto no sentido Centro.
A partir das 11h, será fechada a Av. Presidente Vargas, pista central, sentido Centro, no trecho entre a nova agulha de acesso a pista lateral, antes da passarela do Metrô Cidade Nova e a Rua Visconde da Gávea, para reposicionamento dos carros alegóricos, ação a ser efetuada até às 15h. Caso necessário, dependendo das condições de fluidez local, o tráfego procedente da Praça da Bandeira poderá ser desviado para a Rua Afonso Cavalcanti, ocasião onde será invertido o sentido viário da Rua Amoroso Lima.
Às 15h, será interditada a Rua Benedito Hipólito no trecho entre a Rua Amoroso Lima e a alça de descida da Av. Trinta e um de Março e também as vias do entorno imediato do Sambódromo para preparação do desfile. Neste horário ocorrerá também a liberação da pista central da Av. Presidente Vargas no sentido Praça da Bandeira, momento onde estarão liberadas as duas pistas de saída do Centro.
Às 17h, será interditado o acesso à Av. Presidente Vargas a partir da Av. Francisco Bicalho e da Praça da Bandeira, assim como a Av. Presidente Vargas, pista lateral no sentido Centro até a Praça da República. Neste horário as demais vias do entorno ao Sambódromo também serão fechadas, entre elas a Rua Afonso Cavalcanti, a Av. Salvador de Sá e a Rua de Santana, momento onde o fluxo direcionado ao Centro será desviado para a Rua Itapiru (veículos procedentes da Av. Francisco Bicalho) e para o corredor das ruas Estácio de Sá e Frei Caneca (veículos oriundos da Praça da Bandeira). Será fechado ainda o acesso a Av. Paulo de Frontin (sob o viaduto) no sentido Centro, sendo o trânsito desviado para
a Rua Santa Alexandrina. Os retornos existentes na Av. Paulo de Frontin na altura da Cidade Nova também estarão fechados, devendo os motoristas seguirem pela mesma até a altura da Rua do Bispo, onde virarão a esquerda em direção à Rua da Estrela para chegarem ao Centro.
Às 19h30, serão interditadas a Rua Frei Caneca e a Av. Trinta e Um de Março.
Desvio de tráfego de veículos, em função das interdições previstas:
Devido à quantidade e complexidade das interdições a Prefeitura recomenda a utilização de transporte público (trem, metrô, barcas, VLT). Veículos devem evitar circular na região do Centro e, se necessário, priorizar o uso do Túnel Marcello Alencar na ligação da Avenida Brasil / Zona Norte com a Zona Sul.
Se não for possível, os desvios de tráfego serão feitos da seguinte forma:
Vindos da Praça da Bandeira e/ou Tijuca com destino ao Centro:
– Até às 15h deverão seguir pela Av. Presidente Vargas no sentido Candelária;
– Entre 15h e 19h30m deverão seguir pela Rua do Matoso, Rua Haddock Lobo, Rua Estácio de Sá, Rua Frei Caneca, Túnel Martim de Sá, Av. Henrique Valadares, Praça da Cruz Vermelha.
– Após as 19h30m deverão seguir pela Rua do Matoso, Rua Haddock Lobo, Av. Paulo de Frontin, Rua da Estrela, Rua Itapiru, Túnel Martim de Sá, Av. Henrique Valadares, Praça da Cruz Vermelha.
Vindos do Centro pela Rua Visconde do Rio Branco (Praça Tiradentes), com destino à Tijuca: deverão seguir pela Praça da República e Av. Presidente Vargas.
Vindos da Av. Mem de Sá com destino à Tijuca:
– Até às 17h, deverão seguir pela Rua de Santana e Av. Presidente Vargas ou pela Av. Salvador de Sá;
– Após as 17h, deverão seguir pela Rua 20 de Abril, Praça da República e Av. Presidente Vargas.
Vindos da Av. Francisco Bicalho com destino ao Centro:
– Até às 17h, deverão seguir pela Av. Presidente Vargas;
– Após às 17h, deverão seguir pela Av. Paulo de Frontin, Rua da Estrela, Rua Itapiru, Túnel Martim de Sá, Av. Henrique Valadares, Praça da Cruz Vermelha ou seguir pela Rua Equador, Via Binário do Porto, Av. Venezuela, Av. Barão de Tefé, Rua Camerino, Av. Passos e Av. República do Paraguai.
Haverá circulação de carros alegóricos na madrugada de sexta para sábado na Av. Brasil, com interdições programadas para ocorrer entre 01h e 05h.
DESFILE DAS ESCOLAS DO GRUPO “SÉRIE A” – DIA 02/03/2019 (Sábado) E DO GRUPO “ESPECIAL” – DIAS 04 e 05/03/2019 (Domingo e Segunda-Feira)
A partir de 00h de Sábado, dia 02/03/2019, a pista central da Av. Presidente Vargas, sentido Praça da Bandeira, vai ser interditada ao tráfego de veículos, no trecho entre Av. Passos e a última agulha de acesso da pista lateral para a central, para a chegada dos carros alegóricos.
Para permitir o deslocamentos das alegorias ocorrerão interdições também na Região Portuária. O Tn. Rio 450 e a Via Binário do Porto no sentido Rodoviária serão interditados às 23h, enquanto a Via Binário do Porto no sentido Centro fechará às 0h30. A Av. Brasil, na altura de Manguinhos, será interditada a partir das 01h, para saída de carros alegóricos do Caju.
As demais interdições e desvios implementados na sexta-feira serão mantidos até o término do primeiro dia de Desfile do Grupo de Acesso.
Às 09h do sábado, serão reabertas as ruas Estácio de Sá e Frei Caneca no sentido Centro, assim como a Av. Trinta e Um de Março e a lateral da Avenida Presidente Vargas sentido Candelária até a altura da Rua Carmo Neto para restabelecer a ligação ao Centro.
A partir das 17h, as vias antes liberadas voltam a ser interditadas para suporte ao segundo dia de Desfile do Grupo de Acesso, para o primeiro e segundo dias de Desfile do Grupo Especial e para o Desfile das Escolas Mirins no Sambódromo, onde ficarão interditadas até às 05h de quarta-feira. A exceção são os corredores viários da Rua Frei Caneca e do Viaduto 31 de Março, que possuem planos próprios de interdição e liberação ao tráfego.
Às 19h de sábado, domingo e segunda os respectivos corredores serão fechados, horário onde todos seguirão pela Rua Itapiru para acesso ao Centro.
Será suspensa nos dias de Carnaval a área de lazer da Praça da Cruz Vermelha, assim como o estacionamento da Av. Presidente Vargas para suporte ao SAARA.
DESFILE DAS ESCOLAS DO GRUPO DAS “MIRINS” – DIA 05/03/2019 (Terça-feira)
Serão mantidas as interdições previstas para suporte ao desfile dos Grupos da Série A e Especial, exceto as interdições da Rua de Santana. A Rua Estácio de Sá e Rua Frei Caneca serão fechadas ao tráfego às 17h de terça-feira com liberação prevista as 02h do dia seguinte. A liberação total ao tráfego está prevista para ocorrer às 05h de quarta-feira de cinzas.
DEMAIS INTERDIÇÕES PREVISTAS PARA AS ADJACÊNCIAS DO SAMBÓDROMO
● A partir das 14h de sábado dia 02/03/2019 até às 12h de terça-feira, dia 05/03/2019, a Rua Rivadávia Corrêa será interditada, no trecho entre a Rua da Gamboa e a Via Binário do Porto, para a movimentação dos carros alegóricos da Cidade do Samba.
● Nos dias 27 e 28 de fevereiro e 01, 02, 03, 04 e 05 de março haverá movimentação de carros alegóricos em vias da Região Portuária e do Centro, como a Via Binário do Porto, Av. Venezuela e Praça Mauá.
● A Avenida República do Chile, a Avenida Almirante Barroso e diversas vias do seu entorno, serão interditadas a partir das 00h de sábado, dia 03/03/2019, para desfile Blocos de Enredo. A abertura está programada para ocorrer às 05h de quarta-feira, dia 06/03/2019. O desvio do tráfego será realizado pela Rua Graça Aranha.
● Devido as diversas interdições da Via Binário do Porto, para acesso ao Píer Mauá será montada uma mão dupla na Rua Camerino das 22h de sábado (dia 02/03/2019) até as 12h de terça-feira (dia 05/03/2019).
ALTERNATIVAS DE CIRCULAÇÃO NO PERÍODO DO CARNAVAL
● Os veículos vindos da Av. Francisco Bicalho com destino ao Centro da cidade deverão seguir pela Av. Paulo de Frontin, Rua Estrela, Rua Itapiru e, sob a saída do Túnel Santa Bárbara, acessar o Túnel Martins de Sá.
● Os veículos vindos da Praça da Bandeira, com destino ao Centro, deverão acessar a Rua do Matoso, Rua Haddock Lobo, Av. Paulo de Frontin, Rua Estrela, Rua Itapiru e, sob a saída do Túnel Santa Bárbara, seguir pelo Túnel Martins de Sá até a Rua do Riachuelo.
● Os veículos vindos da Av. Brasil, com destino ao Centro, deverão utilizar o Túnel Marcelo de Alencar.
● Os veículos vindos da Praça da Bandeira em direção ao Centro ou Botafogo pelo Túnel Santa Bárbara deverão seguir a Rua do Matoso, Rua Haddock Lobo, Av. Paulo de Frontin, Rua Estrela, Rua Itapiru, Rua Dr. Agra e Túnel Martins de Sá, para o Centro. Para Botafogo, é seguir o mesmo trajeto até a Rua Dr. Agra e pegar o retorno para acessar o Túnel Santa Bárbara.
● OPTAR SEMPRE PELO USO DO TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO, SEJA METRÔ, TRENS, VLT OU BARCAS NO ACESSO AO CENTRO E AO SAMBÓDROMO, VISTO O GRANDE NÚMERO DE INTERDIÇÕES DE VIAS NESTES DIAS E A OCORRÊNCIA DE DIVERSOS BLOCOS DE CARNAVAL.
PROIBIÇÃO DE ESTACIONAMENTO:
Para preservar a circulação de saída dos carros alegóricos e pedestres, além dos locais onde já existe regulamentação de proibição, o estacionamento no entorno do Sambódromo estará proibido da seguinte forma:
A partir das 06h de sexta-feira, dia 01/03/2019 até às 05h de quarta-feira de cinzas, dia 06/03/2019, e no desfile das campeãs, das 06h de sábado, dia 09/03/2019 até às 12h de domingo, do dia 10/03/2019, nas vias internas à área interditada.
· Rua Santa Alexandrina, entre Praça Santa Alexandrina e a Rua Estrela, em ambos os lados da via;
· Praça Condessa Paulo de Frontin, todas as extremidades;
· Rua Aristides Lobo, no trecho entre a Praça Condessa Paulo Frontin e Rua Campos da Paz, em ambos os lados da via;
· Rua Aristides Lobo, no trecho entre a Rua Campos da Paz e a Rua Ambiré Cavalcanti, em ambos os lados da via;
· Rua Estrela, no trecho entre a Av. Paulo de Frontin e a Rua Santa Alexandrina, no lado direito da via;
· Rua Estrela, no trecho entre a Rua Santa Alexandrina e a Rua Barão de Petrópolis, no lado esquerdo da via;
· Praça de Santo Cristo;
· Rua Equador, no trecho entre a alça de descida do viaduto de descida do Gasômetro até a Av. Prof. Pereira Reis, em ambos os lados da via;
· Rua Camerino, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Av. Passos, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Av. República do Paraguai, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Teixeira de Freitas, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Rivadávia Correia, junto a Cidade do Samba, em ambos os lados da via;
· Av. Binário do Porto, no trecho entre a Rua da Gamboa e a Rua Antônio Lage, em ambos os lados da via;
· Av. Venezuela, em toda sua extensão, em ambos os lados da via;
· Av. Pres. Vargas, no trecho entre a Av. Rio Branco e a ponte de retorno próximo a Cidade Nova, em todas as pistas, em ambos os lados da via;
· Av. Rio Branco, no trecho entre a Av. Pres. Vargas e a Praça Mauá, em ambos os lados da via;
· Rua Frei Caneca, no trecho entre a Rua Marquês de Sapucaí e a Av. Salvador de Sá, em ambos os lados da via;
· Av. Salvador de Sá, no trecho entre a Rua Marquês de Sapucaí e a Rua Frei Caneca, em ambos os lados da via;
· Rua Estácio de Sá, no trecho entre a Rua Néri Pinheiro e a Rua Hélio Beltrão, em ambos os lados da via;
· Rua Hélio Beltrão, no trecho entre a Rua Estácio de Sá e a Rua Ulisses Guimarães, em ambos os lados da via;
· Rua Ulisses Guimarães, no trecho entre a Rua Néri Pinheiro e a Rua Dom Marcos Barbosa, em ambos os lados da via;
· Rua Pinto de Azevedo, no trecho entre a Rua Ulisses Guimarães e a Rua Afonso Cavalcanti, em ambos os lados da via;
· Rua Visconde de Duprat, no trecho entre a Rua Ulisses Guimarães e a Rua Afonso Cavalcanti, em ambos os lados da via;
· Rua Afonso Cavalcanti, no trecho entre a Rua Visconde de Duprat e a Rua Carmo Neto, em ambos os lados da via;
· Rua Júlio do Carmo, no trecho entre a Rua Pinto de Azevedo e a Rua Laura de Araújo, em ambos os lados da via;
· Rua Amoroso Lima, no trecho entre a Rua Júlio do Carmo e a Av. Pres. Vargas;
· Rua Néri Pinheiro, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Correa Vasques, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Santa Maria, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua São Martinho, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Laura de Araújo, no trecho entre a Av. Salvador de Sá e a Rua Júlio do Carmo, no lado esquerdo da via;
· Rua Carmo Neto, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Heitor Carrilho, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Viscondessa de Piracinunga, no trecho entre a Rua Frei Caneca e a Avenida Salvador de Sá, em ambos os lados;
· Via interna do Condomínio Zé Keti, no lado direito da via;
· Rua Presidente Barroso, no trecho entre a Av. Salvador de Sá e a Rua Júlio do Carmo, em ambos os lados da via;
· Rua Comandante Maurity, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Benedito Hipólito, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Praça Reverendo Álvaro Reis, em todas as extremidades;
· Travessa Pedregais, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Travessa Onze de Maio, no trecho entre a Rua Tomáz Rabelo e a Av. Salvador de Sá, em ambos os lados da via;
· Rua Frederico Silva, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua do Catumbi, no trecho entre Largo do Catumbi e Rua Frei Caneca, em ambos os lados da via;
· Rua Estácio de Sá, no trecho entre a Rua Hélio Beltrão e a Rua Haddock Lobo, em ambos os sentidos nos dois lados da via, exceto na área destinada aos táxis regulamentados;
· Rua Joaquim Palhares em toda a sua extensão, em ambos os sentidos nos dois lados da via, exceto na área destinada aos táxis;
· Rua do Matoso, no trecho entre a Radial Oeste e a Rua Haddock Lobo, em ambos os lados da via;
· Rua Paula Matos, no trecho entre a Rua José de Alencar e Rua Frei Caneca, em ambos os lados da via, exceto na área destinada aos táxis regulamentados;
· Rua José de Alencar, no trecho sobre o Túnel Martim de Sá e a Rua Paula Matos, em ambos os lados da via;
· Rua Haddock Lobo, no trecho entre a Rua do Matoso e a Rua Estácio de Sá, em ambos os lados da via;
· Rua Vinte de Abril, em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Rua Carlos Sampaio, no trecho entre a Praça da Cruz Vermelha e a Rua do Senado, em ambos os lados da via;
· Praça da República, no trecho entre a Rua Visconde do Rio Branco e a Av. Pres. Vargas;
· Rua Visconde da Gávea em toda a sua extensão, em ambos os lados da via;
· Av. Paulo de Frontin em toda a sua extensão, em ambas as pistas nos dois lados da via.

“A ideia do enredo surgiu de um amigo, que é um diretor da escola. Ele tem um veículo que poderia levar a gente até lá para tentar negociar e conseguir algum tipo de patrocínio. Isso foi vistoriado e está sendo acompanhado, até hoje, pelo presidente Tê (Antônio Marcos Teles, popularmente conhecido como Tê) e pelo diretor de carnaval Ailton. Eles tem ido a todas as prefeituras para tentar algum tipo de patrocínio. E o que deu mais certo é eles dividiram os custos em cotas e mini cotas, porque ninguém mais tem dinheiro para esbanjar. Isto funciona da seguinte forma: Um prefeito, por exemplo, pegou uma ala de 60 pessoas e comprou as fantasias para trazer o pessoal de lá. Já outra prefeitura gostaria que tivesse um trem. Daí, ela bancou a escultura do trem. Graças a essa ajuda que não paramos e conseguimos tocar o nosso carnaval. Não teve nenhum corte de funcionário. Pra mim, está mais fácil que no ano passado. As coisas, por incrível que pareça, andaram com mais tranquilidade”.
“Existem algumas semelhanças entre o enredo desse ano, e o que eu fiz em 2013. Até porque, Vassouras está dentro do Vale do Café. Assim como Mendes, Valença… Então, subentende-se que é uma sequência de fazendas e de produtores. O diferencial é que são escolas completamente diferentes. Eu fiz em 2013 na União de Jacarepaguá, escola que estou como carnavalesco lá até hoje. Era uma escola da antiga Série B, que desfilava na terça de carnaval. Aí juntaram o grupo B com o A, e fizeram a Série A na sexta e no sábado. Inicialmente, era pra ser um carnaval médio e passamos para um grupo gigantesco, fora da nossa realidade, e conseguimos sobreviver e ficar no grupo. A diferença é que agora estou fazendo no Império da Tijuca, que é uma escola especial e que tem outra estrutura. Naquela época, eu fiz as alegorias num terreno a céu aberto, debaixo de uma lona de circo. Hoje faço num barracão atrás do sambódromo. A estrutura é muito diferente, a realidade é outra. Os componentes já estão acostumados a fazer grandes desfiles, o uso de materiais também mudou muito. Em relação a temática, realmente é muito parecido. E dá pra fazer mais uns dois ou três enredos do Vale ainda, pois tem muita história para contar”.
Segundo Jorge Caribé, o caráter histórico do enredo, se fará presente em boa parte do desfile, começando pela abertura da escola. É nesse início que o Império da Tijuca trará referências ao trabalho escravo, que foi pilar da produção de café na região. Com isso, mais uma vez a verde e branco do Morro da Formiga explora suas raízes, fortemente relacionadas às temáticas negras.
“Ele é um enredo histórico. E todo mundo que estuda história, aprende o que é o Vale do Café. Todos sabem da minha loucura de fazer enredo com temática africana. E ao fazer as pesquisas para o desenvolvimento do enredo, descobri uma triste parte da história do Vale, em que os negros que vieram da África sequestrados, vieram mais de 300 mil como escravos só para o Vale do Café. A minha crença, religião e história de vida, além do que eu prático no dia a dia, é sequência da história do negro. Eu sou do candomblé e todo mundo sabe. Sou babalorixá, que tem uma casa religiosa. Sabendo que na África não tem candomblé, pois é algo tipicamente brasileiro, é saber que tudo isso veio desses 300 mil escravos. Quando se fala em negro, todo mundo pensa em Salvador, Bahia ou até Minas. Eu jamais podia imaginar que, no Rio de Janeiro, teria essa quantidade gigantesca de escravo para plantar café. É a parte que mais gosto do enredo”.
“Para o meu gosto, um ponto forte em 2019 é a parte que fala de negros. O abre-alas é onde jogamos todas as fichas da escola. Eu acho que ele será o grande ponto alto da escola. Mas esse só um, entre vários. Nós temos uma comissão de frente maravilhosa que é feita pelo Scapin (Júnior Scapin, coreógrafo), temos um casal que a roupa está pronta, temos uma porta-bandeira de altíssimo nível que é a Gleice Simpatia, além do outro grande ponto alto que é a comunidade da Formiga. Temos também a bateria que ensaia o ano todo, a ala de baianas, passistas que vão até fantasiadas para o ensaio de rua… O Império é uma escola de raiz. Teremos mais um ano a Selminha Sorriso como destaque do abre-alas. Teremos a presença da mãe do Cazuza, que estudou na Universidade de Vassouras, que é uma das apoiadoras do enredo”.
Indo para o seu segundo desfile a frente da escola, Jorge Caribé acredita que o carnaval de 2019 pode representar uma virada para o Império da Tijuca, que segundo o artista, até hoje, paga contas e dívidas referentes à passagem pelo Especial em 2014. Para o carnavalesco, o atual trabalho de barracão é superior ao que realizou em 2018, além de já ver uma estrutura interna maior esse ano.
“Estou no meu segundo carnaval aqui, já conheço melhor as pessoas, sei onde posso ir, falar e fazer. Eu me sinto mais a vontade por ter um carnaval mais sólido do que tinha em 2018. Ano passado não tínhamos dinheiro. A escola ainda está tentando se estruturar desde o rebaixamento em 2014. Ano passado, eu fiz as alegorias com muito material reciclado e alternativo. Esse ano foi mais fácil, porque não ficamos esperando nada. Eu e minha equipe começamos a arrumar adereços e montar, sem esperar um milagre. Antes nós éramos os irmãos pobres e íamos aos irmãos ricos. Agora não tem mais rico. Eles são os pobres e nós os miseráveis. E como nesse grupo não temos nenhuma escola com padrinho, não que seja contra, sou louco pra chegar um padrinho aqui, mas, como todas as 13 estão comungando do mesmo prato, da mesma bacia das almas, se não errar, eu acho que iremos brigar com quem acha que vai ser campeã. Aqui é o Império da Tijuca. Não é escola que vai catar componente, em cima da hora, para conseguir desfilar. Eu acho que, mesmo com toda a dificuldade, a surpresa será grande”.
“A minha inspiração vem do candomblé. Meu pai e minha mãe eram do candomblé. Então, eu vivi vendo as pessoas fazendo as coroas dos santos, usando máquina de costura para fazer babados, fitinha e saias. A minha inspiração vem dessa minha cultura e vivência religiosa. Eu vivia dentro de casa vendo minha mãe e meu pai montar ala, fantasia, destaque, e bordar. Meu pai tinha uma ala na Vila Isabel. Antigamente, não se colava nada, era tudo costurado com agulha, linha, paetê e miçanga. A minha criatividade para fazer carnaval vem daí, vem dos orixás, vem da casa do candomblé. Quando vou montar uma alegoria, eu penso nas grandezas das florestas, no brilho das Iabás, na simplicidade de Omolu, e assim vou trabalhando com as palhas. Eu sou um carnavalesco orgânico. Quem me disse isso foi o Chico Spinoza e jamais esqueci. Pois uso muitos materiais da terra. Muito material que está ligado ao culto dos orixás, como corda, palha e búzio, por exemplo”.
“A abertura serão os 300 mil negros. Será uma abertura africana dentro do Vale do Café. Um grande quilombo dos negros plantando café. O abre-alas terá sementes de café, além de levar o cheiro de café para Sapucaí. Nesse primeiro setor também retratamos a chegada dos barões vindos de Minas. Com a falência do ouro, eles vieram colocar a fortuna no plantio do café. Terão as mucamas que saíram das senzalas e foram para a casa grande, as festas, o alto consumo do café, as xícaras de porcelana, os bules, os bolos, os doces… A grande coincidência é que tem café na bandeira do Império. O Morro da Formiga era plantação de café, e isso também será lembrado”.
“O segundo carro da escola é sobre Nossa Senhora da Conceição e a grande igreja da padroeira. Que também é padroeira do Império da Tijuca, que foi fundado em 08 de dezembro. Nesse setor temos a mistura de crenças dos negros com a crença do branco. Daí surge os cortejos religiosos, as festas da folia de reis, a festa do divino. Misturamos todas essas cores e cânticos quase miscigenados. Temos são Benedito, Santa Efigênia e começa toda aquela mistura”.
“Nosso terceiro setor traz a verdadeira Folia de Reis. Que tem no Vale do Café, e também tem na Formiga até os dias de hoje. Também vem nesse setor o legado que o café deixou para o Vale. Pois hoje, eles não vivem mais do café, e sim do turismo em todas aquelas casas maravilhosas que hoje viraram casas de exposição. As casas dos barões, fazendas lindas, com cortinas e móveis… Tudo isso virou turismo”.
“O último setor vai falar da ida das pessoas para o Vale e o que impulsiona ele hoje, como indústrias automobilísticas, criação de cavalo, universidade, cervejaria, o agronegócio. Apesar da crítica das pessoas por mencionarmos o agronegócio, temos que falar dele sim, porque faz parte do enredo. Vamos falar também de criação de animais correta, clonagem de ovelha e toda essa realidade do Vale hoje em dia. E encerramos com o último carro, que é a estação ferroviária, que nada mais é a mola mestra do Vale. Tudo é escoado através do trem. A última ala será o café do Vale com o café do Morro da Formiga”.
Alex conversou com a reportagem do CARNAVALESCO sobre o projeto e as dificuldades em se realizar o carnaval deste ano, e confirmou que o último setor do desfile terá uma crítica ao sistema judiciário.
“Eu acho tem a importância de estar no Salgueiro, independente do enredo. Tem um passado, uma força, uma história das mais imponentes do carnaval. Fazer Xangô é mais honra que responsabilidade. Prestar essa homenagem ao padroeiro da escola. Nasci no dia de Xangô, 30 de setembro. Já tem uma coisa cósmica, que estava traçada a muito tempo. Tivemos dificuldades mas espero fazer o melhor trabalho que honre o orixá e a escola de samba”, garante.
Setor 1: “Começamos com a criação do mundo segundo o povo iorubano. A partir daí fazemos o link entre o real e o irreal. Xangô teria existido em 1400 como um rei do povo Iorubá, de Oyó. Fazemos uma citação sobre a história do avô, pai, irmão mais velho. Ele toma o lugar do rei e depois ele é destituído. Esse setor é o Xangô histórico, um rei africano”.
Setor 3: “O orixá difundido no Brasil e no mundo. Aqui os escravizados para poder celebrá-lo apelavam por um sincretismo aos santos católicos. Em festejos desses santos que tinham afinidade com Xangô eram utilizadas essas datas para louvar o orixá. São Pedro e São Jerônimo são alguns desses santos”.
Setor 5: “O senhor da justiça. Vamos clamar por ele pois as questões judiciais aqui são complicadas neste país tão controvertido. Que os grupos sociais ameaçados recebam a proteção de Xangô e que a justiça se faça”.
O site CARNAVALESCO, em parceria com a Guaracamp e com a FM O Dia, realizou na tarde desta terça-feira, sua primeira ação de distribuição de ingressos do setor 13, para as duas noites de desfiles da Série A. A ação aconteceu na Praça Doutor Raimundo Paz, em Bangu, e reuniu vários populares interessados em assistir ao carnaval ao vivo na Sapucaí.
Além da distribuição dos ingressos, o evento contou com a entrega de produtos da Guaracamp para o público. Também houve rodas de samba e brincadeiras comandas pelo pessoal da FM O Dia. A reportagem do site CARNAVALESCO ouviu alguns dos populares acerca do que acharam da ação e de ganharem os ingressos para Marquês de Sapucaí.
“Isso (o evento) é uma coisa muito legal. Essa parceria da FM O Dia com o Guaracamp, e também com o site CARNAVALESCO, é muito importante porque dá oportunidade da gente poder ver o carnaval de perto. Eu nunca fui a Sapucaí e essa vai ser a minha primeira vez. Vou eu e a minha esposa”, declarou Silvano Firmino, de 41 anos, morador de Nilópolis e torcedor da Beija-Flor.
Bacharel em química, Eliane Domingos tem 62 anos e é moradora de Bangu. Torcedora da Beija-Flor, ela também ficou muito feliz de ter conseguido os ingressos para curtir o carnaval da Série A ao vivo.
Torcedor da Mocidade Independente, Jorge Luis é morador de Bangu e tem 57 anos. Ele não só ficou contente com a oportunidade de ver os desfiles na Sapucaí, mas com o evento como um todo, o qual ele enxerga ser de muito valor no atual momento da cidade.
Morador do município de Duque de Caxias, Francisco Carlos de 30 anos é camelô e torcedor da Grande Rio. Francisco teve a mesma linha de pensamento de Jorge Luis, e reafirmou a importância da realização da ação no bairro.
“Adorei (ter ganhado ingresso), primeira vez que eu vou. Vim de Recife pra cá, sou pernambucano. Nunca fui ao Sambódromo. É bom ver o Grupo de Acesso, que está crescendo muito, né? Está ótimo esse evento: ganha ingresso, paga mico na roleta, ganha brinde, bem engraçado. Me amarrei”.
Em ação histórica e inédita os desfiles da Série B vão ser transmitidos ao vivo pela televisão, através da TV Max (canal 25 da operadora NET ou 525 pela NET DHD), e o site CARNAVALESCO não poderia ficar de fora desse momento tão especial para escolas de samba e sambistas que desfilam na Intendente Magalhães, na terça-feira gorda de carnaval. Em parceria com a Liesb e a TV Max, a equipe do site estará presente na transmissão participando ativamente com comentários e detalhes exclusivos da nossa cobertura, direto da pista de desfiles e do Botequim da Intendente.
“A gente já estava em um ‘namoro’ longo. Só que as coisas não andavam. O Império Serrano anunciou a renovação. Uma escola que eu respeito demais. Numa quinta-feira houve uma reunião para definir o intérprete. Houve a aprovação do meu nome nesse encontro. Aí meu telefone tocou e era um número desconhecido e era o presidente Chiquinho. Ele me informou que eu era o cantor da Mangueira. Eu comecei a chorar. Eu sou gaguejei à beça no telefone. Pensei até que ele pudesse desistir (risos)”.
“Meu último carnaval como apoio na Porto da Pedra pensei em parar. Na época estava surgindo o Igor Sorriso. Eu não era chamado para lugar nenhum, apesar de todos disserem do meu potencial. Falei para o Bruno Ribas que eu daria um tempo. O Bruno tentou me fazer desistir mas eu fiquei realmente fora em 2011. Não me arrependi de ter feito isso. Em 2012 a convite do Cláudio Russo, que é muito meu amigo, passei a compor o carro de som com o Rogerinho. A Unidos de Padre Miguel havia descido para o Grupo B na época e o Igor Viana havia sido convidado para cantar na Porto da Pedra em 2013, a escola havia descido para a nova Série A. A convite do Kenga e do mestre Dinho eu fui chamado para assumir o microfone principal da Unidos. Ali minha carreira deslanchou”
“A Unidos tem um lugar muito especial no meu coração. Eu devo muito à escola. Até hoje sou muito bem recebido. Todo ano faço questão de ir assistir e torcer pela escola. Eu sei que a hora da Unidos vai chegar se Deus quiser”
O que aconteceu no episódio da sua prisão?
Quase metade dos 2900 componentes, incluindo os da comissão de frente, passará pelas mãos de um time de mais de 100 pessoas, entre brasileiras e estrangeiras, coordenado por Christina Gall e Juranda Xavier. Será a segunda experiência delas na Viradouro. No Carnaval de 2018, no desfile que deu o título da Série A à vermelho e branco, Christina trouxe profissionais do exterior para a maquiagem de 400 componentes. Este ano, o intercâmbio se dará com a empresa francesa Guaranho Events, responsável pela vinda de nova turma de mão de obra estrangeira.
Paulo Barros diz que nunca teve um contingente tão grande de desfilantes maquiados e considera que o trabalho dos profissionais vai valorizar a passagem da Viradouro.
O Império Serrano vai evitar o clima piegas e a apelação no enredo ‘O que é, o que é’ de autoria do experiente carnavalesco Paulo Menezes. Em entrevista concedida ao site CARNAVALESCO no barracão da escola, o artista afirma que ele próprio se tornou um profissional versátil e que o próprio Império possui a subversão em seu DNA histórico.
Quem passa pela Cidade do Samba se preocupa com o andar dos trabalhos na verde e branca da Serrinha, uma agremiação com nove títulos no Grupo Especial. Paulo Menezes reconhece as dificuldades mas tranquiliza os imperianos afirmando que dificuldades não são novidades para ele e que tem conseguido trabalhar nas últimas semanas.
Paulo Menezes foi o carnavalesco no último momento de brilho do Império Serrano no Grupo Especial, com o enredo ‘O Império do Divino’ em 2006. O artista revela à nossa reportagem que sua chegada foi atrelada a uma proposta ousada e que a opção por desenvolver o enredo em cima de uma canção da MPB foi minuciosamente estudada.
“Nosso enredo é uma reflexão sobre a vida e o viver, o que as pessoas refletem sobre isso e como elas se comportam diante dela. De onde viemos, se vamos para algum lugar. Não sei porque tive essa ideia, mas tem pelo menos dez anos que quero fazer esse enredo. Foi uma coisa que amadureci e cresci. O Império Serrano me pediu uma proposta ousada e aí eu propus essa. O primeiro impacto foi um susto, acharam que eu era louco. Foram muitas reuniões com todos os segmentos envolvidos até bater o martelo. Foi uma coisa pensada e estudada”, conclui.
Setor 2: “A visão religiosa. Como cada uma explica e a maneira que os fieis são conduzidos a se portarem diante da vida”.
Setor 5: “O lado lúdico e poético da vida. A visão infantil, como nos comportamos com o romantismo”.
“Quando eu fui contratado, o presidente me pediu uma temática que tivesse ligação com o nordeste. Mas um nordeste enraizado, que olhasse e visse de imediato a região. Eu queria algo que fugisse do aspecto plástico. Comecei a pesquisar sobre vários assuntos e levei para a direção três temas. Os três temas foram pensados para desenvolver o carnaval diante das dificuldades na Série A. Queria algo que fosse de fácil leitura. Durante as pesquisas sobre vários aspectos do nordeste, eu escolhi falar sobre os objetos que os cangaceiros usavam, no contexto de Lampião e Maria Bonita. Depois disso, passei a ver vários filmes célebres sobre o cangaço brasileiro pra poder entender até as vestimentas deles, além de todas as dificuldades de se viver no sertão. Esse enredo é um olhar meu. O enredo não vem de uma pesquisa ou de um livro. É um olhar fotográfico, sobre tudo que o bando viveu”.
“Minha grande aposta é a maneira como o carnaval está sendo construído. A minha ideia é falar do objeto que não tão somente é usado pelo cangaço, mas o objeto usado pelo sertanista nordestino. O presidente me pediu que o enredo tivesse uma pitada social. Toda vez que eles paravam numa cidade, eles colocavam sobre a natureza seca e quase morta do sertão, os objetos que eles carregavam. Expunham a condição de vida deles. Também observei que o fato de eles andarem com as mãos cheias de anéis, é porque eles não tinham como carregar fisicamente. E é por isso também, que eles costuravam as moedas de ouro e prata na roupa. As mulheres tinham muitos broches que eram frutos dos roubos, principalmente dos coronéis. Em cima disto, eu criei o frasco do bandoleiro. É o frasco que conceitua tudo que guarda. Eu descobri várias curiosidades sobre isso”.
“Um ponto diferente da Inocentes em 2019 é a plástica. Usamos os frascos, que estão no enredo, em sua totalidade. Revestir um carro todo de garrafas pet e caixotes de feira eu nunca tinha feito, e fiz esse ano. É até difícil escolher algo para destacar, que chama mais a minha atenção. Eu gosto muito da fantasia da ala das baianas, por exemplo, pela concepção, por ser uma fantasia diferente. Cada carro tem uma materialidade diferente. O abre-alas eu aproveito a parte do circo e uso muitos tipos de garrafas, não só as pets. No último carro eu uso frascos nossos, do cotidiano, que jogamos fora como panelas, bacias, baldes”.
“Todo artista tem a sua marca, cada um tem sua personalidade. O Wagner é muito meu amigo. A Inocentes ficou durante anos convivendo com a arte do Wagner. E agora eu trago um pouco da minha marca. Eu sempre procuro ouvir o que a escola deseja. Nos últimos anos, a Inocentes veio sempre com temática africana e negra, ou com algo relacionado. Quando eu cheguei, o presidente pediu por algo novo. Justamente para dar uma mudada na cara da escola. Resolvi vir com o que tenho de mais característico no meu trabalho: figurinos leves, com alta costura e muito colorido”.
“Eu sou um cara que trabalho muito. Eu já passei por dificuldades em alguns trabalhos, até dificuldades extremas. Até o título do Império (Serrano) foi muito difícil. Devido a todo o peso do Império Serrano, e por ele estar a nove anos no Acesso na época, eu era muito cobrado. Porém, já no meu primeiro ano alcançamos o campeonato. Aqui na Inocentes, nós estamos tendo muita dificuldade, assim como todas as escolas este ano, e estamos fazendo um trabalho muito pé no chão. E posso dizer que aqui eu tenho contado com o apoio de todos, do presidente ao diretor de carnaval. Aqui eu sou apenas uma parcela de um todo, para fazer a Inocentes chegar mais a frente ainda. Eu quero trazer uma escola competitiva”.
“Eu costumo dizer que o carnaval da Série A é o carnaval da possibilidade, da dificuldade. Esse ano é o carnaval da impossibilidade. Não é só o que o carnavalesco pode usar, mas o que as diretorias podem entregar. O esforço é pensar o carnaval no coletivo. Eu tive o manejo de olhar o carnaval como um todo, para justamente poder finalizar o que está na parede da minha sala”.
“Pessoalmente, eu prefiro trabalhar com sambas encomendados. Até porque as escolhas, hoje, de samba são um pouco cansativas para diretoria e para o carnavalesco. Quando temos a possibilidade de encomendar, nós vamos lapidando até chegar ao ponto ideal que queremos. Olhando como sambista, a questão das escolhas é melhor porque aproxima a comunidade, tem a questão de movimentação na quadra. Mas, no momento atual do carnaval e de segurança da cidade em relação à locomoção, eu vejo hoje a encomenda como algo positivo”.
“Lampião não era só um bandoleiro, um fugitivo social. Ele tinha um apelo pelas artes, pelas primeiras manifestações culturais no Nordeste. Lampião financiou circos, daí sempre meu olhar sobre o frasco. Os malabaristas eram malabaristas de garrafas, lá nos primeiros circos do Nordeste. Lampião também financiou folias de reis, ele era uma espécie de miliciano da década de 20. As vestimentas das folias de reis eram de frascos da natureza, como cabaças, porungas. Isso conceitua a alma de artista bandoleiro do Lampião, que inicia o carnaval da Inocentes”.
“Ao contrário do que se imagina, o bando de Lampião não bebia somente cachaça. Eles também bebiam muito vinho para espantar o frio do sertão. No terceiro setor, a Inocentes mostra que Lampião pressentia que, a qualquer momento, ele poderia morrer. Ele sentiu isso, cerca de 2 a 4 meses antes de sua partida. Ele estava no Raso da Catarina na Bahia, uma região montanhosa, que não é muito auspiciosa a vida. Ali ele enterrou garrafas de bebida e parte do tesouro em botijas do bando. As rendeiras que margeiam o Rio São Francisco, lá na Bahia, dizem que ouvem até hoje o cavalgar dele com o trote das garrafas. Isso talvez tenha originado o hino ao cangaço brasileiro que é uma composição do Lampião: “Mulher rendeira”. Outra curiosidade é que o lugar é um vale que foi habitado por uma cacique chamada Catarina. Ali ele enterrou esses tesouro também em botijas”.
“O último momento da Inocentes é quando o bando atravessa o Rio São Francisco e chega ao Sergipe. Lá todos os filmes mais conhecidos do cangaço brasileiro, mostra que eles chegaram Grota de Angicos, que era o lugar em que Lampião acreditava que o bando ficaria 6 meses, por ser um lugar baixo. Eles acamparam, colocaram todos os frascos, todos os pertences, após o desbravamento pelo sertão. Lá tiveram uma noite regrada de vinhos. Contudo, a “volante” já estava no encalço deles. Dormiram e ao amanhecer, no dia 28 de julho, acordaram sob os tiros de metralhadora. Os frascos foram as testemunhas da barbárie de Angico, em que se exterminou todo o cangaço brasileiro. O último carro “A bacia das almas” mostra os 14 mortos. Eles tiveram as cabeças cortadas e salgadas nos frascos que estavam na grota de Angico. Encerramos o desfile mostrando que hoje os brasileiros são outros. Hoje temos outras vítimas sociais. Eu não encaro o cangaço como bandidos. Claro, que tinham toda a perversidade deles, mas foram justiceiros sociais”.
“Muitas pessoas confundem, elas acham que a gente vai fazer uma cópia do Rei Leão, na verdade o Hakuna Matata vem muito antes do filme da Disney. A Hakuna Matata é uma música queniana, eles criaram essa canção depois da quebra das correntes pra chamar os turistas pro país. O nosso enredo começa nessa questão de mostrar o país para o mundo, a gente abre esses olhos para a África e mostramos todo o continente dentro desse olhar do queniano. Ano passado eu fiz um enredo que era afro, subimos com uma temática de camdomblé, e esse eu ano eu não quis um tema pesado, esse enredo tem leveza. É uma África leve, sem palhas, buzios e nem com dentes, fiz uma coisa lúdica. É uma África infantil, esse é o carnaval da Colorado em 2019”, afirma.
Leonardo conta que a proposta não é dele e diz que está honrado com desenvolvimento pelas diversas opções que o tema proporciona..
“A gente acha que um país da África só tem savana, mas o Quênia é banhado por oceanos. A maior concentração de cavalos marinhos é no Quênia, então isso também abriu meus olhos. Eu gostei da pesquisa porque a África tem de tudo um pouco, eu começo na savana mas tem a parte tropical das matas, do mar. Eu pude misturar as cores, fiquei encantando tanto na pesquisa quanto na elaboração do trabalho”.
“A aranha é um dos pontos altos, mas eu também tenho uma responsabilidade com a ala das baianas, eu crio uma coisa específica pra elas e nesse ano vai ser um ponto forte. Peguei referências das roupas do Quênia e as minhas baianas tem uma variedade de cor bem extensas, são oito ou noves cores diferentes, uma coisa que São Paulo nunca presenciou. Cada baiana vem com uma roupa própria, são peças únicas e isso também acho que vai ser um diferencial”, revela.
A agremiação do Brás se mantém numa crescente histórica. Em 2011 a Colorado desfilou no grupo três da UESP, e precisou de apenas sete anos para chegar ao grupo especial. Acredita-se que a força da comunidade elevou o patamar da escola.
“A nossa comissão de frente mostra a questão do queniano como escravo dele mesmo durante a Guerra Civil. Depois eu venho com a grande savana vermelha, que o primeiro clipe da música não tinha cor, era tudo vermelho. Isso bateu com as cores da escola, então o nosso abre-alas é essa grande savana brilhante.
“No meu terceiro setor eu conto todas essas lendas africanas, não só no Quênia mas de todo o continente. Nesse setor tem uma parte que eu gosto muito que é a Anansi, uma aranha africana, que pra mim essa alegoria vai ser a surpresa do carnaval. Uma grande aranha na avenida.
5° SETOR – COROAÇÃO
“Eu meu trabalho começou na Império de Casa Verde, eu vim como assistente do Alexandre Louzada. Foram três anos, sendo que no último eu assinei como carnavalesco, fiz o carnaval dos sonhos A minha base foi toda feita nessa agremiação, escola que eu respeito muito. Depois tive uma passagem pela X-9 Paulistana, fui assistente do André Machado de criar a proposta do enredo sobre o Açai. Nesses três último anos estou na Colorado, na verdade a Colorado virou a minha família, voltamos para o especial juntos, depois de três anos eu também estou voltando para o especial. A escola está numa gana em abrir o carnaval de São Paulo, que também é um desafio pra mim e pra escola. A gente está preparando um carnaval lúdico, realmente fazer coisas diferentes, a gente que uma coisa de impacto no carnaval. Trabalhamos em cima da proposta de abertura”.