Compositores: Waguinho, Luiz Matos, William Santana, Ari Jorge, Vando Cardoso e Débora Paz
Intérpretes: Marquinhos Art’Samba e Débora Cruz
PORTELA!
ONDE O AZUL É MAIS AZUL
O SEU BRILHO SUA GLÓRIA
MODERNA
MADUREIRA DESFILANDO
EU ME PEGO SOLUÇANDO
PRA FALAR DE NOSSA HISTÓRIA
A MENINA DO INTERIOR
DAS GERAIS TRAZENDO OURO EM PÓ
COM O DESTINO RESOLVEU COMPOR
FESTA, FEIRA, COCO, BODOCÓ
OIÊ OIÊ PELOS VENTOS DE OYÁ
OIÊ OIÊ A NAÇÃO DO IJEXÁ
MINHA ESCOLA É ODARA MINHA RUA SEU LUGAR
AGOYÊ MOTUMBÁ MOTUMBÁ!
MAS QUANDO EU CANTO A FÉ DE UM SANTO
O SOL DA MANHÃ PARA ACABAR COM AS DORES DO PRANTO
A FILHA DE OGUM COM LANSÃ
PORTELA! SOU CONTO DE AREIA PARA SUA GRANDEZA
MAMÃE SEREIA ME DEU A BELEZA
DE ENCANTAR COM A VOZ SUAVE DE UM SABIÁ
DA VIDA ME BASTA UM DIA SOMENTE UM CADIM
PARA RODAR A SAIA NA BEIRA DA PRAIA
DEU UM APERTO DE SAUDADE NO MEU TAMBORIM
SANTA CLARA ACENDE, O FOGO E A VELA
SANTA CLARA SERÁ SEMPRE A SENTINELA
QUANDO O SAMBA COMEÇAR BATE O SINO NA CAPELA
VOCÊ PODE ME CHAMAR CLARA NUNES DA PORTELA
Compositores: Caixa D’Água, Evandro de Irajá, Gaúcha da Portela, Jorge Remédio, Deco, Dr. Jairo, Nakamura, Leandro Nogueira, Marcos Carioca e Jayme Cesar
Part. Especial: Di Bamba, Cristiano, Gê Nogueira e Anderson Alemão
Intérprete: Igor Vianna
SER DE LUZ QUE INCENDEIA
A CHAMA DA EMOÇÃO
SOU PORTELA E NÃO VOU SEGURAR
AS LÁGRIMAS MAREJAM O MEU OLHAR
MEU CANTO É DEVOÇÃO
À MINEIRA DE MADUREIRA E DO MEU CORAÇÃO
MEU LUGAR, CAMINHO DE INSPIRAÇÃO
MODERNA ARTE CULTURAL
O AMOR FLORESCE EM NOTAS MUSICAIS
O SAMBA ENCONTRA O SEU TALENTO DIVINAL
AOS ORIXÁS, NO TOQUE DO OGÃ
NASCEU A FILHA DE OGUM COM IANSÃ
CLAREOU… SUA FÉ
NOS TERREIROS DE UMBANDA E CANDOMBLÉ
DESCALÇA E DANÇANDO, O MAR SERENOU
A ESSÊNCIA DE ANGOLA NA GIRA GIROU
EU NUNCA VI COISA MAIS BELA
ILUMINANDO A PASSARELA
VESTIDA COM O DIVINO MANTO
DE AZUL E BRANCO… SALVE ELA!
Ê MORENA…
NAS ASAS DA ÁGUIA VOOU
COM SUA BRASILIDADE AO MUNDO ENCANTOU
ÔÔÔÔÔÔÔ SEU CANTO ETERNIZOU
ÔÔÔÔ O POVO CANTA EU SEU LOUVOR
FIRMA O PONTO, CHEGOU MADUREIRA
LÁ VEM PORTELA DE CLARA GUERREIRA
ELA SE FOI PRA ALÉM DO LUAR
ONDE MORAM AS ESTRELAS, HOJE CANTA A SABIÁ
Compositores: Gabriel Guimarães, Gadelha da Portela, Orlando Bico da Águia, Bililico, Eduardo Queiroz, Sérgio Daniel, Moisés Neguinho e Cassinho
Intérpretes: Gonzaguinha, Tuninho Jr, Nilson Rangel e Pontinha
CLAREOU É CLARA GUERREIRA
LA EM MADUREIRA ONDE CANTA O SABIÁ
TESOURO VINDO DAS MINAS GERAIS
DE ONDE SÃO SEUS ANCESTRAIS
CANTOU DIVERSIDADE BRASILEIRA
NESTE CENÁRIO ENCONTROU SUA RAIZ
NOS SERES DE LUZ, SUA DIRETRIZ
A FELICIDADE A SE PROPAGAR
FEZ A GIRA GIRAR
TIROU AS SANDÁLIAS, VESTIDO RODADO
CABELO ENFEITADO, TURBANTE E COLAR
MESTIÇA MORENA, BELEZA SERENA
COM OS PÉS DESCALÇOS E O POVO A CANTAR
Ê MAREIA, SEU CANTO ECOA NO AR
TRANSBORDANDO SEUS ENCANTOS
FAZENDO A GENTE SAMBAR
DEI SEU NOME À MINHA RUA
QUE ESTÁ ETERNIZADO NO MEU LUGAR
E LÁ DO CÉU ESSA ESTRELA NOS GUIA
SUA ARTE NA MELODIA DEIXOU SAUDADE
HOJE VEM BRILHAR NESTA AQUARELA
COM O MANTO AZUL E BRANCO DA PORTELA
VOA, VOA MINHA ÁGUIA NA PASSARELA
A FILHA DE OGUM COM IANSA É ELA
QUE VEIO ILUMINAR COM SUA LUZ
SALVE! MADUREIRA, OSWALDO CRUZ
Amanheceu, é Fevereiro na Bahia
Tem capoeira, é vatapá… É maresia
“Os negros e mucamas sobre o mar”
Acendem velas pra louvar Iemanjá
Jangadas molhando os pés do pescador
Caymmi no Abaeté me batizou
“No içá, Janaína celebrou”
Ouvindo o canto da sereia
Era um espelho refletindo a lua cheia
Lá vem Gabriela vestida de conchas, molhada das ondas
“Vem da lavagem do Bonfim”
Parece um poema no chão de alfazema
“Cocada morena querendo um quindim”
A Bahia tem… Acarajé
Filhos de fé… Timbau na ladeira
A Bahia tem… São Salvador
Tem o Pelô… E dias de feira
Ô, Iaiá… Entra na roda
Quero ver você quebrar
Que as estrelas dão o brilho
“E o vento faz rufar”
Iê… Rosas brancas são pra ela
A dona mais bela
“Na igreja e no gongá”
Iemanjá… Oh, Senhora das Candeias
O meu povo nas areias…
Canta pra te homenagear
Iemanjá… Oh, Senhora das Candeias
O meu povo nas areias…
Renascer de Jacarepaguá!
Sou eu, sou eu… Marinheiro só
Sou eu, sou eu, mamãe… O seu xodó
O Rio Vermelho, na espuma do mar… Odoyá
A Renascer de Jacarepaguá acertou de vez na fórmula para apresentar bons sambas-enredo no Carnaval da Série A. Pelo sexto carnaval consecutivo deixou de realizar o concurso de escolha de samba e, mais uma vez, encomendou a obra que levará para a Marquês de Sapucaí. Composta por Claudio Russo e Moacyr Luz, a composição ganhou novamente o intérprete da casa, Diego Nicolau como integrante da parceria de ouro. Seguindo a linha de belas obras apresentadas pelo trio de compositores, o samba tem expectativa de nota 10 no quesito, é orgulho do presidente, porém os compositores confessam que a boa e velha disputa é necessária para a ala de compositores sobreviver. A Renascer de Jacarepaguá será a segunda escola a desfilar no sábado de folia, dia 2 de março de 2019, pela Série A da Lierj.
“A nossa expectativa é sempre fazer um bom desfile e acredito que comecei com o pé direito. Nosso samba é “direitinho”, agora vamos ver como se comportará na Avenida. A Renascer foi pioneira em encomenda de samba-enredo. Lá atrás me censuraram e hoje me copiam e ainda usam os meus compositores, ou seja, eu estava certo. Estamos aguardando os recursos para tirar o projeto do papel, nosso carnaval está orçado em torno de R$ 1 milhão, nunca sai abaixo disso. Nosso barracão está funcionando normalmente, não fomos notificados oficialmente sobre despejo, mas ouvi boatos de que após o carnaval teremos que sair. No ano passado sofremos com quatro incêndios, se não foi sofrido, não sei mais o que é sofrimento, mas graças à Deus desfilamos bem e em 2019 será melhor ainda”, avalia o presidente Antônio Salomão.
A noite foi especial. Guardada a sete chaves, a obra só foi conhecida ao vivo na quadra quando entoada pelo intérprete oficial Diego Nicolau. Com a quadra lotada, a escola preparou um show diferente. Antes de revelar o hino, o intérprete fez um mix de músicas baianas como introdução, deixando o público no clima do enredo. Rainha da bateria, Silvinha Schreiber vestiu o figurino de Yemanjá. Em 2019 a agremiação falará dos festejos realizados para a rainha do mar que acontecem no bairro Rio Vermelho, em Salvador. O tema é intitulado “Dois de Fevereiro no Rio Vermelho”. O desenvolvimento é dos carnavalescos Alexandre Rangel e Raphael Torres.
“Apesar de eu já estar acostumado a cantar minha própria obra na Avenida, é uma emoção que sempre se renova. Você ouvir algo que você e seus parceiros fizeram numa mesa sendo cantado por várias pessoas é algo indescritível. Apesar de eu entender os motivos que o presidente Salomão possui para encomendar o samba da escola, eu como compositor sou sempre à favor da disputa de sambas. Acho que quando a Renascer puder, deveria ter de volta o concurso tradicional, mas como a encomenda deu certo, acho normal que o modelo seja copiado. Hoje até no Grupo Especial já tem mais de uma escola aderindo a esse modelo. Apesar de termos ganhado alguns prêmios em 2018, por conta de eu ter passado por um momento difícil na minha vida, passei o desfile em transe, meu desempenho ficou aquém do que eu posso. Para 2019 se Deus quiser vou executar tudo que eu planejar”, explica Diego Nicolau.
Compositor que virou referência no quesito samba-enredo, Claudio Russo é autor de cinco sambas que irão para a Avenida em 2019. Além da Renascer de Jacarepaguá, assina as obras encomendadas da Paraíso do Tuiuti e Grande Rio no Grupo Especial, Inocentes de Belford Roxo na Série A e foi campeão pelo Acadêmicos da Rocinha. É também de Claudio Russo a ideia do enredo da vermelha e branco do bairro do Tanque. Dia 2 de fevereiro é celebrado o aniversário do seu filho, exatamente no dia da festa no Rio Vermelho, o que em conversa com o presidente acabou virando enredo. Para o compositor, o tema além de sensacional, é cultural e barato. De acordo com Claudio Russo, a obra foi feita com a primeira parte em melodia dolente composta por Moacyr Luz e a segunda toda em maior e pra frente tipo samba baiano, conforme desejo do intérprete.
“Eu vejo com preocupação a encomenda dos sambas-enredo. O modelo deu certo, mas o caminho não era esse, era continuar com as disputas. Hoje vários fatores prejudicam a manutenção da disputa de samba-enredo. São caras, demoradas, as escolas não se prepararam e nem se modernizaram quanto a isso, além disso, a violência do Rio de Janeiro é outro fator que vem prejudicando o carnaval. Em virtude disso, as agremiações estão encomendando e têm dado certo, porque ninguém faz encomenda em vão. A disputa no modelo que está hoje em dia é quase inviável, precisa ser revista. Menos tempo, horário alternativo (fim da tarde e começo da noite) porque ninguém quer ficar mais a noite inteira na rua, além de que as disputam estão muito capitalizadas. Quem tem mais dinheiro leva o samba até a final. Está bem complicado”, avalia Claudio Ruso.
Parceiro de Claudio Russo, o cantor e compositor Moacyr Luz pensa diferente. Para ele, as encomendas facilitam a escola e podem ser feitas com a própria ala de compositores da agremiação.
“Conversando com os carnavalescos a gente descobre os detalhes e faz a nossa música. Palavras surgem no meio de um cenário, de uma escultura, de um figurino, não apenas na sinopse. O samba encomendado pode ser mais amadurecido, ainda está surgindo como novidade. Eles não precisam ser do Claudio Russo, do Moacyr Luz, ele pode ser feito pela própria ala dos compositores. Acho que as escolas podem “provocar” a ala, promover encontros entre eles e formar um grande samba “, finaliza.
Destaque da agremiação do nos últimos carnavais, a Bateria Guerreira de mestre Dinho Santos será um pouco diferente para 2019. Com 220 ritmistas, o mestre declara que está feliz, seguro e empolgado para o desfile.
“Fiquei surpreso quanto ao ritmo que a bateria conseguiu colocar na Avenida. A bateria está madura e a bossa que escolhi para os jurados foi certinha, exatamente no tempo e com todos os elementos dentro do lugar. Conquistamos os 40 pontos e a intenção é repetir para 2019. A mudança na bateria será praticamente apenas na diretoria. Estamos dando uma repaginada nos diretores, uns tiveram que sair por motivos particulares, mas o trabalho continua do mesmo jeito desde 2013. Um trabalho técnico dos naipes separados. Depois que apresenta o samba fazemos um trabalho objetivo explicando para cada naipe onde eles atacam dentro do arranjo. Sempre prezando em limpar o ritmo. O andamento provavelmente virá um pouquinho à frente, mas isso ainda vamos avaliar bastante com o carro de som e depois treinar para o dia do jogo. Para 2019 teremos à princípio somente duas bossas. Um axé na cabeça para fazer uma citação à Bahia e mais uma. Nosso trabalho será bem objetivo. Quando apresenta o samba para a escola eu já estou com praticamente tudo já montado dentro da cabeça. Esse é um dos prós de se ter um samba encomendado”, explica o mestre.
A dupla de carnavalescos Rafael Torres e Alexandre Rangel aguardm 2019 como o ano da bonança para os seus trabalhos. Apesar dos percalços ocorridos no caminho, como os incêndios no barracão de alegorias e a verba menor para produzir o carnaval, prometem selar de vez a marca dos seus trabalhos na Série A neste carnaval.
“Nossa relação com os compositores é de total troca. É um casamento de três anos. Entregamos a sinopse e os pontos específicos. Em nossas reuniões vamos pontuando o que precisa constar e eles nos mostram o que tem para conferirmos se está se encaixando. Há um respeito entre ambas as partes, trocamos figurinhas. Recentemente estivemos em Salvador e trouxemos uma bagagem e passamos automaticamente pra eles. Tiramos de letra os incêndios porque vivenciamos as dificuldades das escolas da Intendente Magalhães, onde muitas das vezes nem tínhamos barracões. Será uma Renascer totalmente diferente do que vínhamos apresentando. O barracão já está à todo vapor, já demos início à reprodução das fantasias. Nosso enredo tem pegada totalmente cultural, as fantasias estão leves e o samba também”, finalizam.
A Novo Império, escola de samba de Vitória-ES, lança neste domingo (09) o seu samba-enredo para o Carnaval 2019. Após uma disputa acirrada, a parceria de Eliz Reis, Sônia Gomes, Brunella Souza, Zinaide Brito, Cleide Bonaza, Jamilly Rachid e Janeth Vasconcelos sagrou-se campeã. E pela primeira vez, os componentes da agremiação da grande Santo Antonio desfilarão com um samba assinado apenas por mulheres.
Com o enredo “De Maria às Marias, uma revolução…um grito de liberdade!”, assinado pelo carnavalesco Peterson Alves, a Novo Império será a 6ª escola a passar pelo sambão do povo no carnaval de 2019.
Serviço:
Lançamento oficial do samba-enredo 2019
Data: 09/09 (domingo)
Horário: 18h
Valor: entrada gratuita até às 20h. Após: R$10,00
Atrações: Casal de mestre-sala e porta-bandeira, bateria, intérprete oficial, rainha, passistas e musas.
O Botequim Carnavalesco será tomado pelo preto e amarelo neste domingo. O chef Thiago Castro vai preparar um delicioso Filé de Frango à Moda Clementiana por apenas R$ 25,00 (com arroz e purê de acompanhamentos) para a festa “E o samba sambou”. O evento terá a presença de todo o elenco da São Clemente.
Além de seus sambas-enredos de outros carnavais, a São Clemente apresentará ao público a sua obra para o Carnaval 2019, que é a reedição de 1990 “E o samba sambou”.
Festa E o samba sambou com a presença da São Clemente
Dia: 09 de setembro
Horário: a partir de meio-dia
Local: Botequim Carnavalesco
Endereço: Rua Souza Franco, 364, em Vila Isabel
Couvert artístico: R$ 10
Prato do dia: Filé de Frango à Moda Clementiana por apenas R$ 25,00 (com arroz e purê de acompanhamentos)
Reserva de mesa pode ser feita pelo e-mail [email protected]
Por Guilherme Ayupp e Fiel Matola. Fotos: Magaiver Fernandes
A Porto da Pedra escolheu na madrugada deste sábado para coroar seu desfile do ano que vem o samba-enredo que homenageia o ator Antônio Pitanga. A vitória não foi apenas da parceria campeã, mas de toda a comunidade gonçalense, que compareceu em peso e se posicionou claramente diante de seu samba preferido. A obra vencedora foi feita pelos compositores Bira, Claudinho Guimarães, Duda SG, Márcio Rangel, Alexandre Villela, Guilherme Andrade, Adelyr, Bruno Soares, Rafael Raçudo, Paulo Borges, Eric Costa e Oscar Bessa. O Tigre de São Gonçalo será a quarta a desfilar no sábado de carnaval pela Série A com o enredo “Antônio Pitanga – Um negro em movimento”. Jaime Cezário comanda o desenvolvimento do projeto.
Considerada azarã na disputa desse ano a parceria campeã é a mais vitoriosa nesta década na Porto da Pedra. Simplesmente todos os compositores já venceram pelo menos uma vez na escola de São Gonçalo. Líder do time, Bira alcança a sua sétima conquista desde 2010. Nesta década ele só não triunfou em 2012 e 2015. O único que só venceu uma vez foi Claudinho Guimarães. Márcio Rangel (cinco vezes), Duda SG, Alexandre Vilela e Oscar Bessa, com quatro conquistas cada também engrossam a pesada lista de compositores.
Bira falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre a vitória. Segundo ele, jamais houve desconfiança sobre a vitória. Segundo o poeta, a conquista foi da comunidade da escola.
“É a minha vitória mais importante até aqui na Porto da Pedra. Uma final de altíssimo nível. Ter na nossa escola um compositor com a estirpe de Altay Veloso é algo a se celebrar. Conseguimos superá-los. Nosso samba ganhou a comunidade e é nela que uma escola de samba deve apostar para ganhar o carnaval. Essa é uma vitória da comunidade de São Gonçalo”, disse o heptacampeão.
O parceiro Oscar Bessa era só felicidade. “Mais uma vez, nós ganhamos. É força de nossa comunidade. Este ano foi um grande prazer está concorrendo com nomes como Feital e Altay. Estou muito emocionado. A Porto da Pedra ganha acima de tudo. Espero que nossa samba possa proporcionar um grande desfile”.
A parceria teve uma apresentação forte desde o início com uma melodia valente que possibilitou um canto linear. Alguns integrantes de fora da torcida cantaram o samba. Durante a final foi a passagem mais forte. O samba se impôs na quadra desde os primeiros minutos e ao fim dos 25 minutos deixou em todos a sensação de que a justiça seria feita em caso de uma vitória da obra. A comunidade ‘exigiu’ a escolha do samba ao gritar durante o discurso antes do anúncio qual era sua obra predileta.
“Essa é a mais bela homenagem que um ser humano pode receber”, Antônio Pitanga, sobre ser enredo da Porto da Pedra
Responsável pela produção do desfile, o carnavalesco Jaime Cezário garante uma leitura fácil do enredo para 2019.
“Antônio Pitanga é uma personalidade que completa 80 anos em 2019, 60 anos dedicado à arte. E a atuação dele no cinema, na televisão e sua militância política fez com que o tema se aproximasse da diretoria. Impossível fazermos um desfile sobre tudo que ele fez, só de cinema são uns 60 filmes, daria muito enredo. Ele é um gigante, logo a ideia é fazer o que já estou adotando na Porto da Pedra, uma leitura fácil, para que as pessoas entendam, se divirtam e se emocionem. E no final queremos que todos aplaudam”
Jaime Cezário adota cautela sobre o favoritismo da Porto da Pedra na Série A.
“As pessoas estão dizendo que somos favoritas. Não adianta sermos favoritas, na verdade, a gente está trabalhando com o pé no chão e de forma sensata como foi nos últimos anos. Não tem essa de favoritismo, favoritismo deixamos para escolas ricas. Queremos trabalhar com tranquilidade”.
Presente na escolha do samba-enredo, o homenageado Antônio Pitanga estava radiante. O ator com a presença da sua família, inclusive, da atriz Camila Pitanga.
É uma felicidade completa ser homenageado e em vida através desse enredo. Aos 80 anos e 60 de careira, essa é a mais bela homenagem que um ser humano pode receber, por essa família de São Gonçalo. É um gesto lindo da escola. Pulo de alegria e de felicidade. O Sambódromo é o maior espetáculo à céu aberto. Contar minha história, do cinema, do teatro, da televisão, dos meus amigos, da minha família e de todo um processo político, social e cultural. Assim como também a questão social. Só tenho agradecer a escola, muito obrigado. Espero que, com esse enredo, traga o campeonato e vamos para o Especial”, contou Pitanga.
Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Camila Pitanga falou da homenagem para o pai.
“A maior honra para um brasileiro e carioca é ser homenageado no carnaval. Estou transbordando de alegria por meu pai ser enredo”.
Escola garante vir forte na briga pelo título
O presidente da Porto da Pedra, Fábio Montibelo, revelou queo barracão da escola já está em funcionamento, após o incêndio em julho de 2018.
“Já recuperei o barracão, entramos com uma liminar na justiça, pois querem tirar todos dali, mas seguimos firmes”.
O dirigente estima um gasto forte para o desfile do ano que vem e confia na volta do Tigre ao Especial.
“Está na hora da Porto da Pedra voltar para o Especial. Este ano nós estamos estimando um orçamento em torno de R$ 1 milhão e meio, contando patrocínios de amigos e da prefeitura de São Gonçalo”.
Luizinho Andanças: ‘Se não errarmos, vamos subir para o Especial’
O intérprete Luizinho Andanças ficou fora do carnaval em 2017 e regressou justamente na escola onde obteve a maior projeção. Entre 2005 e 2011 foi a voz da Porto da Pedra. Retornou em 2018 e obteve junto do Tigre de São Gonçalo o terceiro lugar na Série A. Ao site CARNAVALESCO, Andanças falou sobre o retorno e a relação com a escola.
“Fiquei muito feliz nesse carnaval. Primeiro pelo meu retorno, depois de um ano fora. Ninguém gosta de ficar afastado daquilo que ama e eu não sou diferente. Ter podido voltar na agremiação onde fui tão feliz me deixou duplamente realizado. Eu sempre digo que saí daqui deixando a porta encostada. Por isso foi fácil reabri-lá. Meu carinho pela comunidade de São Gonçalo é enorme”, derrete-se o intérprete.
Andanças não se faz de rogado e abandona o discurso pronto ao ser indagado sobre o favoritismo da Porto da Pedra para voltar ao Grupo Especial em 2020.
“Olha, com todo o respeito que sempre temos de ter pelas coirmãs, mas eu acho que se a gente não errar e trabalhar com seriedade que estamos trabalhando acho que vai dar a gente. Temos um grande samba, escolhido por aclamação, uma equipe forte, uma posição de desfile excelente. Agora é com a gente”, finaliza.
Mestre Pablo garante mudança na bateria, apesar dos 40 pontos
Sempre uma atração a parte na avenida mestre Pablo revelou ao CARNAVALESCO que não apenas já pensou como tem na cabeça o seu figurino que vai representar na avenida no ano que vem. O comandante da Ritmo Feroz aposta no casamento do samba com a bateria na avenida.
“Já tenho na cabeça o meu figurino para 2019. Mas obviamente é segredo. Minha bateria é na frente, então, optamos por um samba com melodia empolgante. Não podíamos optar por um samba morno senão não aguenta o tranco”, avisou.
Pablo comemorou o desempenho da bateria Ritmo Feroz na avenida em 2018, mas prometeu mudanças para o desfile do ano que vem.
“Tivemos os 40 pontos, graças a Deus. Não é fácil hoje cravar as notas máximas. O nível é alto demais. Vamos trabalhar para repetir. Toda quarta de cinzas eu me arrependo de ser mestre. É um sofrimento muito grande (risos). A gente sempre tem algumas mudanças pontuais a fazer a cada ano, até para não ficar repetitivo. As pessoas esperam novidade”, comenta.
Casal quer manter os 40 pontos
Um dos melhores casais da Série A no Carnaval 2018, Rodrigo França e Cintya Santos, já pensam no desfile de 2019 e torná-lo ainda melhor que o desse ano.
“Estou muito feliz com a nossa atuação deste ano. Nós já estamos ensaiando desde julho, para continuar no pique e mantermos os 40 pontos. É trabalhar para ano que vem. Em relação a roupa, eu pedi que nós continuássemos completos: de capa, esplendor e cabeça, continuando com o tradicional”, disse o mestre-sala.
A porta-bandeira já deu dicas da sua fantasia para o Carnaval 2019.
“O está me escondendo, fico perguntando e ele ainda não me disse nem qual será o primeiro setor, acho que será algo afro. Eu não esperava tanta repercussão da forma que foi esse ano, não esperava ser a única com 40 pontos. Esperava o reconhecimento sim, este que tantos anos eu lutei para conseguir e, principalmente, por eu ser gorda. Só tenho a agradecer. Para 2019, não quero perder o que nós temos de positivo, que é a dança clássica do casal, pode ser que tenha uma coreografia, mas com aquele “arroz e feijão” que não pode faltar”.
Como foram as apresentações dos sambas finalistas
Parceria de Capitão Barreto: O samba foi defendido na quadra pelos intérpretes Roger Linhares e Marquinho do Banjo. A torcida era bem tímida e pequena. A apresentação não conseguiu contagiar a quadra e com poucos integrantes acabou se apresentando de forma burocrática.
Parceria de Altay Veloso: O samba despontou favorito desde as primeiras audições sendo uma das obras mais influentes nas redes sociais desde a inscrição. Na final a torcida já cantava o samba antes do início oficial da apresentação. Entretanto, a apresentação foi bastante aquém de toda essa expectativa gerada. Embora longo para os padrões atuais, com sete linhas, o refrão tem uma rara construção poética, com destaque para a gratidão de Antônio Pitanga a São Gonçalo. A construção melódica arrojada sempre encontrada nos sambas da parceria talvez seja o grande diferencial do samba e interferiu decisivamente na apresentação. A dupla de cantores Igor Vianna e Thiago Britto demonstrou muito entrosamento e segurança na condução da obra.
Parceria de Guga Martins: Apostando em um refrão forte e valente a parceria foi a que trouxe a torcida mais numerosa à final. O samba optou por um caminho melódico mais voltado a um andamento à frente para a bateria. A torcida fez uma grande festa. Wantuir, hoje na Unidos da Tijuca, e que recebeu a primeira oportunidade como cantor oficial na Porto da Pedra, defendeu a obra na quadra. O samba apresentava passagens na letra com forte engajamento político, como “negro, pobre e favelado também pode sonhar”, devido ao perfil do homenageado.
O site CARNAVALESCO fez um levantamento completo sobre as vitórias de cada compositor campeão da parceria na Porto da Pedra.
Bira (2010, 2011, 2013, 2014, 2017, 2018 e 2019)
Márcio Rangel (2013, 2014, 2017, 2018 e 2019)
Alexandre Villela (2014, 2017, 2018 e 2019)
Duda SG (2013, 2014, 2018 e 2019)
Eric Costa (2014, 2017 e 2019)
Oscar Bessa(2012, 2017, 2018 e 2019)
Guilherme Andrade (2018 e 2019)
Adelyr (2017, 2018 e 2019)
Bruno Soares (2017, 2018 e 2019)
Rafael Raçudo (2017, 2018 e 2019)
Paulo Borges (2017 e 2019)
Claudinho Guimarães (2019)