O Botequim Carnavalesco será tomado pelo preto e amarelo neste domingo. O chef Thiago Castro vai preparar um delicioso Filé de Frango à Moda Clementiana por apenas R$ 25,00 (com arroz e purê de acompanhamentos) para a festa “E o samba sambou”. O evento terá a presença de todo o elenco da São Clemente.
Além de seus sambas-enredos de outros carnavais, a São Clemente apresentará ao público a sua obra para o Carnaval 2019, que é a reedição de 1990 “E o samba sambou”.
Festa E o samba sambou com a presença da São Clemente
Dia: 09 de setembro
Horário: a partir de meio-dia
Local: Botequim Carnavalesco
Endereço: Rua Souza Franco, 364, em Vila Isabel
Couvert artístico: R$ 10
Prato do dia: Filé de Frango à Moda Clementiana por apenas R$ 25,00 (com arroz e purê de acompanhamentos)
Reserva de mesa pode ser feita pelo e-mail [email protected]
Por Guilherme Ayupp e Fiel Matola. Fotos: Magaiver Fernandes
A Porto da Pedra escolheu na madrugada deste sábado para coroar seu desfile do ano que vem o samba-enredo que homenageia o ator Antônio Pitanga. A vitória não foi apenas da parceria campeã, mas de toda a comunidade gonçalense, que compareceu em peso e se posicionou claramente diante de seu samba preferido. A obra vencedora foi feita pelos compositores Bira, Claudinho Guimarães, Duda SG, Márcio Rangel, Alexandre Villela, Guilherme Andrade, Adelyr, Bruno Soares, Rafael Raçudo, Paulo Borges, Eric Costa e Oscar Bessa. O Tigre de São Gonçalo será a quarta a desfilar no sábado de carnaval pela Série A com o enredo “Antônio Pitanga – Um negro em movimento”. Jaime Cezário comanda o desenvolvimento do projeto.
Considerada azarã na disputa desse ano a parceria campeã é a mais vitoriosa nesta década na Porto da Pedra. Simplesmente todos os compositores já venceram pelo menos uma vez na escola de São Gonçalo. Líder do time, Bira alcança a sua sétima conquista desde 2010. Nesta década ele só não triunfou em 2012 e 2015. O único que só venceu uma vez foi Claudinho Guimarães. Márcio Rangel (cinco vezes), Duda SG, Alexandre Vilela e Oscar Bessa, com quatro conquistas cada também engrossam a pesada lista de compositores.
Bira falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre a vitória. Segundo ele, jamais houve desconfiança sobre a vitória. Segundo o poeta, a conquista foi da comunidade da escola.
“É a minha vitória mais importante até aqui na Porto da Pedra. Uma final de altíssimo nível. Ter na nossa escola um compositor com a estirpe de Altay Veloso é algo a se celebrar. Conseguimos superá-los. Nosso samba ganhou a comunidade e é nela que uma escola de samba deve apostar para ganhar o carnaval. Essa é uma vitória da comunidade de São Gonçalo”, disse o heptacampeão.
O parceiro Oscar Bessa era só felicidade. “Mais uma vez, nós ganhamos. É força de nossa comunidade. Este ano foi um grande prazer está concorrendo com nomes como Feital e Altay. Estou muito emocionado. A Porto da Pedra ganha acima de tudo. Espero que nossa samba possa proporcionar um grande desfile”.
A parceria teve uma apresentação forte desde o início com uma melodia valente que possibilitou um canto linear. Alguns integrantes de fora da torcida cantaram o samba. Durante a final foi a passagem mais forte. O samba se impôs na quadra desde os primeiros minutos e ao fim dos 25 minutos deixou em todos a sensação de que a justiça seria feita em caso de uma vitória da obra. A comunidade ‘exigiu’ a escolha do samba ao gritar durante o discurso antes do anúncio qual era sua obra predileta.
“Essa é a mais bela homenagem que um ser humano pode receber”, Antônio Pitanga, sobre ser enredo da Porto da Pedra
Responsável pela produção do desfile, o carnavalesco Jaime Cezário garante uma leitura fácil do enredo para 2019.
“Antônio Pitanga é uma personalidade que completa 80 anos em 2019, 60 anos dedicado à arte. E a atuação dele no cinema, na televisão e sua militância política fez com que o tema se aproximasse da diretoria. Impossível fazermos um desfile sobre tudo que ele fez, só de cinema são uns 60 filmes, daria muito enredo. Ele é um gigante, logo a ideia é fazer o que já estou adotando na Porto da Pedra, uma leitura fácil, para que as pessoas entendam, se divirtam e se emocionem. E no final queremos que todos aplaudam”
Jaime Cezário adota cautela sobre o favoritismo da Porto da Pedra na Série A.
“As pessoas estão dizendo que somos favoritas. Não adianta sermos favoritas, na verdade, a gente está trabalhando com o pé no chão e de forma sensata como foi nos últimos anos. Não tem essa de favoritismo, favoritismo deixamos para escolas ricas. Queremos trabalhar com tranquilidade”.
Presente na escolha do samba-enredo, o homenageado Antônio Pitanga estava radiante. O ator com a presença da sua família, inclusive, da atriz Camila Pitanga.
É uma felicidade completa ser homenageado e em vida através desse enredo. Aos 80 anos e 60 de careira, essa é a mais bela homenagem que um ser humano pode receber, por essa família de São Gonçalo. É um gesto lindo da escola. Pulo de alegria e de felicidade. O Sambódromo é o maior espetáculo à céu aberto. Contar minha história, do cinema, do teatro, da televisão, dos meus amigos, da minha família e de todo um processo político, social e cultural. Assim como também a questão social. Só tenho agradecer a escola, muito obrigado. Espero que, com esse enredo, traga o campeonato e vamos para o Especial”, contou Pitanga.
Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Camila Pitanga falou da homenagem para o pai.
“A maior honra para um brasileiro e carioca é ser homenageado no carnaval. Estou transbordando de alegria por meu pai ser enredo”.
Escola garante vir forte na briga pelo título
O presidente da Porto da Pedra, Fábio Montibelo, revelou queo barracão da escola já está em funcionamento, após o incêndio em julho de 2018.
“Já recuperei o barracão, entramos com uma liminar na justiça, pois querem tirar todos dali, mas seguimos firmes”.
O dirigente estima um gasto forte para o desfile do ano que vem e confia na volta do Tigre ao Especial.
“Está na hora da Porto da Pedra voltar para o Especial. Este ano nós estamos estimando um orçamento em torno de R$ 1 milhão e meio, contando patrocínios de amigos e da prefeitura de São Gonçalo”.
Luizinho Andanças: ‘Se não errarmos, vamos subir para o Especial’
O intérprete Luizinho Andanças ficou fora do carnaval em 2017 e regressou justamente na escola onde obteve a maior projeção. Entre 2005 e 2011 foi a voz da Porto da Pedra. Retornou em 2018 e obteve junto do Tigre de São Gonçalo o terceiro lugar na Série A. Ao site CARNAVALESCO, Andanças falou sobre o retorno e a relação com a escola.
“Fiquei muito feliz nesse carnaval. Primeiro pelo meu retorno, depois de um ano fora. Ninguém gosta de ficar afastado daquilo que ama e eu não sou diferente. Ter podido voltar na agremiação onde fui tão feliz me deixou duplamente realizado. Eu sempre digo que saí daqui deixando a porta encostada. Por isso foi fácil reabri-lá. Meu carinho pela comunidade de São Gonçalo é enorme”, derrete-se o intérprete.
Andanças não se faz de rogado e abandona o discurso pronto ao ser indagado sobre o favoritismo da Porto da Pedra para voltar ao Grupo Especial em 2020.
“Olha, com todo o respeito que sempre temos de ter pelas coirmãs, mas eu acho que se a gente não errar e trabalhar com seriedade que estamos trabalhando acho que vai dar a gente. Temos um grande samba, escolhido por aclamação, uma equipe forte, uma posição de desfile excelente. Agora é com a gente”, finaliza.
Mestre Pablo garante mudança na bateria, apesar dos 40 pontos
Sempre uma atração a parte na avenida mestre Pablo revelou ao CARNAVALESCO que não apenas já pensou como tem na cabeça o seu figurino que vai representar na avenida no ano que vem. O comandante da Ritmo Feroz aposta no casamento do samba com a bateria na avenida.
“Já tenho na cabeça o meu figurino para 2019. Mas obviamente é segredo. Minha bateria é na frente, então, optamos por um samba com melodia empolgante. Não podíamos optar por um samba morno senão não aguenta o tranco”, avisou.
Pablo comemorou o desempenho da bateria Ritmo Feroz na avenida em 2018, mas prometeu mudanças para o desfile do ano que vem.
“Tivemos os 40 pontos, graças a Deus. Não é fácil hoje cravar as notas máximas. O nível é alto demais. Vamos trabalhar para repetir. Toda quarta de cinzas eu me arrependo de ser mestre. É um sofrimento muito grande (risos). A gente sempre tem algumas mudanças pontuais a fazer a cada ano, até para não ficar repetitivo. As pessoas esperam novidade”, comenta.
Casal quer manter os 40 pontos
Um dos melhores casais da Série A no Carnaval 2018, Rodrigo França e Cintya Santos, já pensam no desfile de 2019 e torná-lo ainda melhor que o desse ano.
“Estou muito feliz com a nossa atuação deste ano. Nós já estamos ensaiando desde julho, para continuar no pique e mantermos os 40 pontos. É trabalhar para ano que vem. Em relação a roupa, eu pedi que nós continuássemos completos: de capa, esplendor e cabeça, continuando com o tradicional”, disse o mestre-sala.
A porta-bandeira já deu dicas da sua fantasia para o Carnaval 2019.
“O está me escondendo, fico perguntando e ele ainda não me disse nem qual será o primeiro setor, acho que será algo afro. Eu não esperava tanta repercussão da forma que foi esse ano, não esperava ser a única com 40 pontos. Esperava o reconhecimento sim, este que tantos anos eu lutei para conseguir e, principalmente, por eu ser gorda. Só tenho a agradecer. Para 2019, não quero perder o que nós temos de positivo, que é a dança clássica do casal, pode ser que tenha uma coreografia, mas com aquele “arroz e feijão” que não pode faltar”.
Como foram as apresentações dos sambas finalistas
Parceria de Capitão Barreto: O samba foi defendido na quadra pelos intérpretes Roger Linhares e Marquinho do Banjo. A torcida era bem tímida e pequena. A apresentação não conseguiu contagiar a quadra e com poucos integrantes acabou se apresentando de forma burocrática.
Parceria de Altay Veloso: O samba despontou favorito desde as primeiras audições sendo uma das obras mais influentes nas redes sociais desde a inscrição. Na final a torcida já cantava o samba antes do início oficial da apresentação. Entretanto, a apresentação foi bastante aquém de toda essa expectativa gerada. Embora longo para os padrões atuais, com sete linhas, o refrão tem uma rara construção poética, com destaque para a gratidão de Antônio Pitanga a São Gonçalo. A construção melódica arrojada sempre encontrada nos sambas da parceria talvez seja o grande diferencial do samba e interferiu decisivamente na apresentação. A dupla de cantores Igor Vianna e Thiago Britto demonstrou muito entrosamento e segurança na condução da obra.
Parceria de Guga Martins: Apostando em um refrão forte e valente a parceria foi a que trouxe a torcida mais numerosa à final. O samba optou por um caminho melódico mais voltado a um andamento à frente para a bateria. A torcida fez uma grande festa. Wantuir, hoje na Unidos da Tijuca, e que recebeu a primeira oportunidade como cantor oficial na Porto da Pedra, defendeu a obra na quadra. O samba apresentava passagens na letra com forte engajamento político, como “negro, pobre e favelado também pode sonhar”, devido ao perfil do homenageado.
O site CARNAVALESCO fez um levantamento completo sobre as vitórias de cada compositor campeão da parceria na Porto da Pedra.
Bira (2010, 2011, 2013, 2014, 2017, 2018 e 2019)
Márcio Rangel (2013, 2014, 2017, 2018 e 2019)
Alexandre Villela (2014, 2017, 2018 e 2019)
Duda SG (2013, 2014, 2018 e 2019)
Eric Costa (2014, 2017 e 2019)
Oscar Bessa(2012, 2017, 2018 e 2019)
Guilherme Andrade (2018 e 2019)
Adelyr (2017, 2018 e 2019)
Bruno Soares (2017, 2018 e 2019)
Rafael Raçudo (2017, 2018 e 2019)
Paulo Borges (2017 e 2019)
Claudinho Guimarães (2019)
COMPOSITORES: Bira, Claudinho Guimarães, Duda SG, Márcio Rangel, Alexandre Villela, Guilherme Andrade, Adelyr, Bruno Soares, Rafael Raçudo, Paulo Borges, Eric Costa e Oscar Bessa
MEU POVO CHEGOU DE DAOMÉ
ESCRAVIZADO PELA MÃO DO INVASOR
TRAZENDO NA ALMA AXÉ
A FÉ FOI ALENTO NA DOR
NASCI EM SÃO SALVADOR DA “BAHIA
DE TODOS OS SANTOS”, OGUM É MEU GUIA
SUBO A LADEIRA DO “PELÔ”
A BATUCADA COMEÇOU, TEM CAPOEIRA (Ê, CAMARÁ!)
HISTÓRIAS DE UM GRIÔ,
MEMÓRIAS VINDAS DE LÁ DO GANTOIS
ÔÔÔÔ DO “BARRAVENTO” VEM A FORÇA DA TRANSFORMAÇÃO
ÔÔÔ DO MEU “QUILOMBO” ECOA UM GRITO DE LIBERTAÇÃO
NO “CINEMA NOVO” FIZ BROTAR
RESISTÊNCIA POPULAR… EU SOU PITANGA!
NA TELA A PELE NEGRA RELUZ
UM GINGADO QUE SEDUZ… EU SOU PITANGA!
COM RAÇA VENCI PRECONCEITOS, MOSTREI MEU TALENTO E “OPINIÃO”
NA “OFICINA” DA ARTE SEGUI LUTANDO CONTRA A OPRESSÃO
DEIXEI O SOL ENTRAR, VIVI LINDAS “MANHÃES”
MEUS FRUTOS VI CRESCER
RIO DE JANEIRO, DE BRAÇOS ABERTOS, ME ACOLHEU
PRA VOCÊ EU TIRO O CHAPÉU, MANGUEIRA
ESTAÇÃO PRIMEIRA DO MEU CORAÇÃO
NO CÉU, A ESTRELA NÃO VAI SE APAGAR
BRILHA NA TERRA, ILUMINA O MAR
É SENTIMENTO QUE NÃO TEM FIM
BENDITO AMOR QUE MORA EM MIM
SOU PORTO DA PEDRA, CHEGOU O MOMENTO!
NO BERÇO DO SAMBA, NOSSO APOGEU
GUERREIRO E BAMBA, NEGRO EM MOVIMENTO
“ESSE MUNDO É MEU”!
A Unidos de Bangu escolheu na madrugada desta sexta-feira a obra oficial que vai embalar o seu desfile do ano que vem. O samba vencedor foi o da parceria dos compositores Samir Trindade, André Kaballa, Marcio de Deus, Wellington Amaro, Paulinho Ferreira, Henrique Costa, Fabio Fonseca, Fabio Martins, Neizinho do Cavaco, Julio Assis, Marlon P. e Vinícios Sombra. A vermelha e branca da Zona Oeste vai desfilar pela Série A no ano que vem com o enredo ‘Do ventre da terra, raízes para o mundo’, sob desenvolvimento do carnavalesco Alex de Oliveira. A Bangu será a primeira a desfilar no sábado de carnaval e ficou em 12º colocada no desfile deste ano.
A parceria campeã é formada por compositores consagrados em outras escolas, casos de Samir Trindade e Neyzinho do Cavaco, tricampeões da Portela, além de André Kaballa e Marcio de Deus, dupla que esteve no time campeão de 2018. Os demais poetas venceram pela primeira vez na vermelha e branca da Zona Oeste. Único bicampeão do time de compositores vencedores, André Kaballa estava no grupo que venceu em 2018 e repete o sucesso na composição para o ano que vem. Em entrevista ao CARNAVALESCO, ele celebrou a vitória e dividiu os louros com os companheiros.
“É uma parceria com muitos caras experientes e acostumados a fazer samba vencedor. O Samir e o Neyzinho são campeões três anos seguidos na Portela. Isso é uma façanha. Acho que nosso samba possui uma melodia adequada à necessidade da escola, que abre a segunda noite de desfiles. Buscamos imprimir uma mensagem de paz na obra e acredito que obtivemos sucesso”, destaca o campeão.
Embora campeã não foi uma passagem arrebatadora. O sistema de som do palco prejudicou um pouco a apresentação pela dificuldade de se ouvir as cordas. A apresentação da parceria teve um início destacado na disputa final. A bateria fez algumas convenções em cima da melodia da obra. A composição foi defendida na quadra pela dupla Leozinho Nunes, da São Clemente, e Tiganá, da Unidos da Ponte.
Alex de Oliveira fez pedidos especial aos compositores
O carnavalesco Alex de Oliveira preferiu conduzir o processo de construção das obras da safra da escola, segundo informou à reportagem do CARNAVALESCO. Para o artista desta forma os sambas se adequaram melhor à proposta estética que a agremiação pretende levar para a avenida.
“Pedimos algumas palavras-chave que precisavam estar na obra. Uma correlação da vida na plantação com o sofrimento do povo. Para que as pessoas possam ter um entendimento da nossa plástica. Se deixar muito solto a obra pode ficar incoerente com o projeto apresentado. Por isso fizemos muitas reuniões para tiras dúvidas”, contou.
De acordo com Alex, o enredo que terá a batata como fio condutor irá comparar a versatilidade do alimento com a do próprio povo brasileiro.
“Iremos retratar a nossa própria história, fazendo referência à batata, como símbolo de harmonia, comunhão, união e esperança. Afinal, versátil como alimento, útil como medicamento e mais 1001 utilidades. Na verdade, somos nós, o próprio povo brasileiro”, destacou.
Preocupado com a questão que envolve os barracões da Série A, Alex afirma que a escola já está quase definindo a sua situação.
“Ainda não entramos no barracão, que está em fase de construção. Vamos ao lado de onde era o Império da Tijuca. Temos os protótipos já em fase de produção, com as baianas já prontas. Estamos dentro do cronograma. A escola está se reafirmando. Já conseguimos nos manter nesse ano e agora buscar melhorar”, explica.
Bangu constrói barracão na região do INTO
A Unidos de Bangu foi uma das escolas afetadas com a exigência dos proprietários dos terrenos na Zona Portuária, que despejaram agremiações de seus locais de produção dos seus carnavais. Por isso, a própria Bangu decidiu por conta própria construir um galpão na região do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) na Avenida Brasil.
“O objetivo é ficar nas primeiras colocações. Viemos de um carnaval difícil, devido à falta de barracão. Estamos construindo um na raça, se depender do poder público não desfilamos. Vamos produzir um espetáculo digno. Estamos já com o trabalho intenso”, revela o diretor de carnaval, Jeferson Carlos.
Experiente e com passagens por Mangueira, Salgueiro, Grande Rio, Curicica e Caprichosos de Pilares, Jeferson acha positiva a posição de desfile da Unidos de Bangu em 2019.
“Na minha opinião, eu prefiro abrir a segunda noite. Já teremos sete apresentações. Dá para manter o planejamento sem se preocupar. É possível fazer a logística mais tranquilamente. Quando se desfila no meio é mais difícil a concentração”, opina.
O dirigente enalteceu o enredo e adiantou o que as pessoas vão ver na avenida no desfile da vermelha e branca em 2019.
“Os nossos carnavalescos sugeriram e a escola apoiou. O problema do país não é apenas o caos financeiro, mas a miséria. A batata como fio condutor é um apelo importante. No final do desfile temos a importância desse alimento, que chegou até em Marte”, revela.
Bateria muda a batida de caixa para 2019
Mestre Léo Capoeira, caminhando para o seu segundo carnaval à frente da bateria da Unidos de Bangu, se diz satisfeito com o desempenho de seus ritmistas em 2018. Mesmo assim fez uma modificação importante visando o desfile do ano que vem.
“O desafio foi positivo em 2018, atingimos o nosso objetivo com os 30 pontos. Mantemos o foco mas decidimos realizar algumas mudanças em relação a toque. Adequamos a batida de caixa. Vamos fazer a batida de cima. Essa é nossa principal mudança. É uma batida que eu gosto muito”, adianta.
Léo se disse satisfeito com a opção feita pela escola na escolha do samba e revelou que sua bateria desfilará com 240 ritmistas, 20 a mais que em 2018.
“Eu acho que dentro do enredo que a escola traz e a nossa posição de desfile, o samba tinha que ser aguerrido, pra cima com uma boa melodia. E acredito que o samba escolhido cumpre isso. Vamos vir com 240 ritmistas. Já vi a fantasia, está bem leve e boa para tocar”, destaca.
Casal ‘de verdade’ estreia no Sambódromo
A dupla Anderson Abreu e Eliza Xavier é um casal de verdade que a Unidos de Bangu escolheu para conduzir o seu pavilhão. Isso porque eles são casados e sempre dançaram juntos. Eliza revela que possui longa carreira na dança, não disfarça a ansiedade pela estreia e adianta que serão os dois que irão conduzir a coreografia, sem um coreógrafo contratado.
“Sou dançarina profissional. Danço desde os meus 14 anos. Entrei no carnaval como passista em 2009. Fiz o curso na escola Manoel Dionísio. Passei por algumas escolas e sempre dancei com o Anderson, que é meu marido. Esse ano desfilamos no Arranco e atingimos os 40 pontos. Tivemos essa felicidade de sermos convidados pela Bangu. A responsabilidade é imensa. Desde o momento que terminamos o desfile deste ano, seguimos ensaiando. Quem trabalha com arte geralmente é muito dedicado. O nervosismo é normal, mas a felicidade e o trabalho são muito maiores. A gente já tem uma prévia do figurino, mas nada concreto ainda. Estamos ensaiando com um trabalho físico de força e resistência. Vamos colocar coreografia a partir de agora que escolhemos o samba. Não teremos por enquanto com coreógrafo. Mas como já trabalhamos com dança podemos nós mesmos criarmos nossa coreografia”, disse a porta-bandeira.
O companheiro de Eliza concorda com a mulher e complementa dizendo que possui registro profissional de dançarino há muitos anos. Segundo ele, a dupla está dissecando as justificativas dos jurados para atingir a técnica perfeita na avenida.
“Será uma emoção indescritível para nós que viemos da escolinha do professor Manoel Dionísio. E ainda mais pela Unidos de Bangu, que é o lugar de onde crescemos. Acho que representar o nosso bairro é ainda mais emocionante. Se fosse de outra forma não seria tão emocionante. O protótipo de nossa fantasia é belíssimo, estamos muito felizes. O que posso dizer que nossa roupa terá um tom dourado. Por sermos profissionais da dança, usamos bastante a técnica em nosso trabalho. Nosso desenho coreográfico é totalmente tático e técnico”, explicou.
Apresentações dos finalistas
Parceria de Thiago Martins: O samba abriu a noite com uma bonita festa na quadra, que contou até com sinalizadores. A obra foi defendida pelo intérprete da Inocentes de Belford Roxo, Nino do Milênio. Com uma melodia aguerrida a obra fez o povo cantar, entretanto, apenas a torcida foi contagiada. O canto, porém, foi apenas burocrático.
Parceria de Diego Nicolau: O time de peso formado pelos mais vitoriosos compositores da história recente do carnaval incendiou a quadra desde o início da apresentação. Foi o samba de melodia com o melhor encaixe com a bateria Caldeirão da Zona Oeste. Tanto que a velha-guarda cantou o samba de seu camarote e outros integrantes da escola engrossaram o coro além da animada torcida.
Parceria de Eli Penteado: A parceria apostou em um dos intérpretes mais vitoriosos em disputas de samba para defender a obra, Wander Pires. Ao contrário das demais composições que se apresentaram na grande final, esta tinha uma melodia mais dolente e não se adaptou bem na quadra.
Parceria de Jorge Barbosa: O grande destaque da apresentação sem dúvida foi a participação de Quinzinho na parceria. O lendário intérprete, que cantou o último título do Império Serrano no Grupo Especial em 1982, defendeu a obra no palco junto do time de cantores. A obra, no entanto, teve um desempenho abaixo das favoritas.
Parceria de Edinho Fortis: A aposta da parceria foi em um refrão explosivo para fazer a comunidade cantar o samba. Se apresentar depois das 04h prejudicou o rendimento da obra, pois pegou a quadra já esvaziada e com as pessoas cansadas. O intérprete Thiago Britto, da Cubango, defendeu o samba na quadra.
Por Alberto João, Daniela Safadi e Philipe Rabelo. Fotos: Magaiver Fernandes
O Império da Tijuca arranca para o Carnaval 2019 com um passo muito importante dado na manhã desta sexta-feira, feriado da Independência, ao premiar a parceria de Diego Nicolau, Pixulé, Braguinha Cromadinho, Jota e Tinga com a vitória no concurso de samba-enredo. A obra para o enredo “Império do Café – O Vale da Esperança”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Caribé, mexeu com a comunidade da Formiga e passou com tranquilidade pela disputa.
A final aconteceu na quadra da agremiação, no Morro da Formiga, e que fortalece ainda mais o sentimento de pertencimento da agremiação com os seus componentes. Em tempo de divisão Nutella e Raiz, a verde e branco da Tijuca tem fundamento do samba para dar e vender ao carnaval. O público lotou o espaço e não parou de cantar e sambar nenhum momento. Festa da raça, da ginga, e, acima de tudo, do sambista.
O resultado do samba campeão consagrou o desejo maciço dos componentes. A “torcida tradicional” das “modernas disputas de samba” estava presente, mas era só olhar o camarote, os passistas, ritmistas e demais segmentos, que era possível identificar a preferência pelo samba da parceria de Diego Nicolau. A presença no palco dos intérpretes Tinga e Pixulé foi avassaladora.
“Eu estou totalmente sem palavras. É o primeiro ano que eu ganho aqui no Império. É o primeiro de muitos, se Deus quiser. Essa vitória aqui representa tudo. Foi a escola que me projetou. O que eu mais gosto nesse samba é o refrão que além de ser muito bom, mexe com toda a comunidade”, explicou Pixulé, que possui muita identificação com o componente do Império da Tijuca e até brinca com os ritmistas da Sinfonia Imperial: “O papai chegou”, diz.
Quem também estava radiante com a vitória era o intérprete Tinga, que teve a presença do filho Tinguinha no palco participando da obra campeã. É a segunda vez consecutiva que Tinga vencer na escola da Formiga. ” Ganhar o samba aqui é maravilhoso, mais um ano! Império da Tijuca é uma escola de comunidade. Parabéns ao Morro da Formiga, parabéns ao Tê. A parte do samba ‘Nego tá cansado, nego tem que trabaiá’ é muito forte”, citou o cantor da Vila Isabel.
As outras duas finalistas corresponderam ao papel de estarem na final e defenderem com força seus sambas. Primeira a se apresentar na noite decisiva do Império da Tijuca, a parceria de Rodolfo Caruso cantou o samba o inteiro, com destaque ao momento de canto exclusivo da torcida. Porém, a obra acabou perdendo fôlego durante os 30 minutos.
A obra de Gilmar L Silva foi o terceiro e último samba da noite. No início, os compositores já sabiam que a missão era árdua e disseram que o mais importante era ter esperança e fazer uma bonita apresentação. E foi o que aconteceu. A obra teve um rendimento mediano e com apelo em alguns momentos.
“Nós costumamos fazer o lixo virar luxo”, presidente Tê
Na abertura da noite, o presidente Tê avisou que a escolha era baseada exclusivamente em sua decisão e frisou que ganharia o melhor para o Império da Tijuca.
“Os três sambas estavam dentro do enredo, dentro da sinopse, mas sempre tem um que sobressai. Também com o carnavalesco pra saber o que ele achava. Mas tenha certeza que aqui ganha o melhor”, definiu.
O presidente do Império da Tijuca disse não estar tão preocupado com o carnaval com a mínima subvenção ou até a terrível possibilidade de nenhum pagamento por parte do poder público.
“Nós costumamos fazer o lixo virar luxo. Aproveitamos muita coisa do ano anterior. Faz aquela maquiagem, tira os adereços para aproveitar para o ano seguinte… E assim a gente vai caminhando. Por enquanto não temos patrocínio, mas fizemos um grande lançamento do enredo lá em Vassouras, reunimos todos os prefeitos da região e estamos trabalhando para ver se conseguimos alguma coisa pra acabarmos de fazer o carnaval”, disse Tê, que está confiante também na solução para os barracões da Série A, embora, a escola já tenha um lar, próximo ao Sambódromo.
“O presidente da Lierj teve uma reunião com os órgãos públicos e seguraram um pouco essas desapropriações até a gente ter espaço pra fazer a Cidade do Samba 2, mas já está bem encaminhado esse processo”.
Caribé promete desfile forte do Império da Tijuca
Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Jorge Caribé deu uma rápida pincelada sobre o enredo para 2019. Segundo ele, o Império estará muito forte no desfile do ano que vem.
“Eu gosto de falar de negro, de palha, de búzios, de conchas e a gente está botando para quebrar. Para o café foi o maior contigente negro vindo da costa africana, mais de mil negros vieram fazer plantação de café no Vale do Paraíba. Esse enredo é a proposta de alguns amigos que trouxeram para tentar captar recursos e a gente começou a desenvolver graças a Deus e ao nosso presidente Tê. A escola aceitou o enredo e na nossa bandeira temos as folhas do café e aqui onde é essa quadra já foi uma fazenda de café”, explicou Jorge Caribé.
Bateria cresce de rendimento e pode ter ótimo 2019
Mestre Jordan contou ao CARNAVALESCO que a bateria Sinfonia Imperial vem crescendo e caminha forte para nota máxima em 2019.
“Sabemos que fizemos um belo trabalho, fomos elogiados pela crítica e por muita gente, mas não conseguimos atingir a nota, mas esse ano a gente está fazendo um trabalho que não tem como tirar a nossa nota. É só acompanhar o nosso trabalho do dia a dia que vocês vão ver. Estamos numa crescente, esse é o nosso terceiro ano, tem coisas difíceis e se Deus quiser vamos chegar lá e tirar notas muito boas”.
Casal une juventude e experiência
Para o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Renan e Gleice, os ensaios já começaram. A dupla parece estar em sintonia e bem unida.
“Já começamos a ensaiar, sim e muito! (Risos) Sabemos o peso da responsabilidade que é dançar no Império da Tijuca. Esse é o meu primeiro ano aqui, minha estreia, mas sei o tamanho da responsabilidade. Pra termos um resultado bom sabemos que o trabalho tem que ser árduo”, disse o mestre-sala.
Gleice abordou a coreografia para o ano de 2019. “A gente ainda não montou a coreografia oficial. Temos uma dança que já apresentamos na quadra, nos eventos, mas queremos fazê-la em cima do samba. Nós podemos ou não decidir um título, sabendo disso precisamos começar a trabalhar o quanto antes”.
Compositores: Diego Nicolau, Pixulé, Braguinha Cromadinho, Jota e Tinga.
Part. Especial: James Bernardes e Tem-Tem Jr.
Intérpretes: Tem-tem Jr; Tinga e Pixulé.
Ventos de dor os trouxeram pra cá
Fé que guiou o destino de tantos
Africanos destinados à saudade
Sol e chuva, a tristeza como par
Nego tá cansado, nego tem que trabaiá
O ouro negro enraiza a escrava lida
E faz o áureo poder deixar o breu
A boa música valsava em poesia
Enquanto o ébano sangue escorreu
Tem batuque, jongo, capoeira
Na mandinga da vovó benzedeira
No terreiro firma o ponto, gira dos meus orixás
Força da fé que dobra o capataz
Ah, passou o tempo, o vale se transformou
A imigrande mágica misturou
Fez renascer a esperança dessa gente
Mãos calejadas fazendo arte
E um aroma de enlouquecer
Unem-se à folclórica verdade
Tanta gente veio conhecer
A luz que protege a alma
À cruz, peço pra me guiar
Se hoje é agronegócio que traz o progresso
O povo agradece e vem cantar
Desce o Morro da Formiga
Meu Império da Tijuca vai à luta
Traz o Vale do Café, negritude de valor
Num lindo rosário de amor
Compositores: Samir Trindade, André Kaballa, Marcio de Deus, Wellington Amaro, Paulinho Ferreira, Henrique Costa, Fabio Fonseca, Fabio Martins, Neizinho do Cavaco, Julio Assis, Marlon P. e Vinícios Sombra
Estende o tapete da história
Pro amor mais antigo, meu pavilhão
Prepare o banquete da glória
Vem da zona Oeste, essa devoção
Os Deuses vem coroar
Deus Sol iluminar
Do alto nascia, a força da vida
Por todos os cantos se espalharia
Pacha Mama é mãe
Do seu ventre um novo dia
Ouro do chão, terra molhada
Na sagrada fé, renegada
Matou fome da pobreza, foi a cura do mal
Nos salões da realeza, o prato principal
Parmentier , brilhou em Versalhes
De rainhas e reis, navegou outros mares
Tesouro à moda francesa
Chegou no Brasil “real”
A doçura do índio, antes de Cabral
Mãos plantaram um lindo matiz
As mãos que erguem meu pais
Da simplicidade, do cheiro de mato
Na ponta da enxada o nosso retrato
Lá vem meu celeiro
Semeia Bangu pro mundo inteiro
Vamos plantar a paz
Chegou minha raiz, o caldeirão vermelho
Cresceu e não se desfaz
Alimenta esse povo guerreiro