Ponte 2025: alegorias na área de concentração
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União de Maricá 2025: alegorias na área de concentração
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Arranco 2025: alegorias na área de concentração
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Botafogo Samba Clube 2025: alegorias na área de concentração
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União da Ilha: Celeiro de grandes intérpretes e a ascensão de Tem-Tem Jr
A União da Ilha do Governador, uma das escolas de samba mais queridas do Rio de Janeiro, sempre foi conhecida por ser um verdadeiro celeiro de grandes intérpretes. De nomes consagrados como Ito Melodia, que marcou época na agremiação, aos talentos que hoje continuam a brilhar na Marquês de Sapucaí, a escola mantém viva a tradição de revelar vozes que ecoam além dos desfiles. E, para o Carnaval 2025, a Ilha aposta em um nome que já carrega no sangue a paixão pelo samba: Tem-Tem Jr.
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Jonathan Gonçalo, mais conhecido como Tem-Tem Jr., não é apenas mais um intérprete. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o artista se referiu a sua história no samba como uma mistura de herança familiar, dedicação e talento que promete fazer história na avenida. O apelido, que já é uma marca registrada, veio do pai que inspirou a alcunha. “Desde criança, me chamavam de Temtemzinho, mas há seis anos decidi modernizar o nome. Tirei o ‘zinho’ e adicionei o ‘Jr.'”, conta o artista, que hoje carrega com orgulho a homenagem ao pai e sua trajetória no samba.
Canto energético e vibrato marcante
O estilo de Tem-Tem Jr é definido por um canto vibrante, cheio de energia e marcado por um vibrato que dá personalidade à sua voz. Para manter a qualidade vocal, ele prioriza cuidados essenciais, como descanso, alimentação balanceada e hidratação constante. Mas, além dos cuidados físicos, o intérprete reforça a importância do equilíbrio espiritual. “É o que permite que a gente possa fazer um trabalho maravilhoso”, afirma, destacando a dedicação que coloca em cada apresentação.
‘Vamos fazer história’: Um grito que inspira
Como todo intérprete, uma das marcas de Tem-Tem Jr é seu grito de guerra: “Vamos fazer história”. A frase rapidamente se tornou uma marca registrada do intérprete. Hoje, a expressão já estampa camisetas e em breve ganhará bonés e outros itens, refletindo a conexão de Tem-Tem Jr. com o samba e sua trajetória. “É muito bom chegar nos lugares e o povo te cumprimentar falando: ‘Vamos fazer história'”, comemora.
Herdeiro de uma tradição familiar que inclui o avô, Dionel Sampaio, compositor do lendário samba do Império Serrano “A Leda das Sereias, Rainhas do Mar”, Tem-Tem Jr. vê no grito uma forma de honrar o passado e inspirar conquistas futuras. Para ele, o grito ecoará a luta da União da Ilha pelo título e o acesso ao Grupo Especial no carnaval 2026.
Estreia na Ilha: Realização de um sonho
A estreia de Tem-Tem Jr como intérprete oficial da União da Ilha no Carnaval 2025 representa a realização de um sonho. “Eu acho que qualquer cantor da minha idade gostaria de estar cantando numa grande agremiação como é a União da Ilha”, afirma o cantor que vai para o seu sexto ano como intérprete oficial de escola de samba. Na Ilha, ele destaca a emoção de se sentir em casa. Ele ressalta o apoio do presidente Ney Filardi, que lhe deu liberdade para trabalhar com a equipe de som que já atua na escola há mais de 20 anos.
“Essa galera que trabalha comigo é o carro de som mais antigo da Marquês de Sapucaí, especial e grupo de acesso. O Ito Melodia ficou mais de 20 anos na União da Ilha e esse carro de som nunca saiu daqui. Essa é a mesma rapaziada. A galera que me dá todo o suporte, a força e o gás para fazer o trabalho”, declarou o cantor.
Além disso, Tem-Tem Jr celebra a oportunidade de trabalhar com o mestre de bateria Marcelo e sua “Baterilha”, que costuma alcançar a nota máxima no desfile. “É uma das melhores baterias que passa aqui nessa passarela”, diz entusiasmado. Ele também destaca o clima positivo e a humildade que permeiam a preparação para o Carnaval. “A gente sabe que tem grandes agremiações no nosso grupo, mas a gente vem aí com a sandalinha da humildade e com aquela famosa gana de vencer”, afirma.
Referências e inspirações
Tem-Tem Jr. carrega consigo uma série de referências profissionais que moldaram sua trajetória no Carnaval. Entre seus ídolos, ele destaca o pai, com quem compartilha a paixão pelo samba desde a Inocentes de Belford Roxo, e intérpretes como Bruno Ribas, Zé Paulo Sierra e Ito Melodia, a quem chama de “padrinho”. “Ele é o verdadeiro showman dessa Sapucaí, levanta qualquer um. Se tu tá triste, tu fica feliz do lado dele”, afirma.
Em 2024, Tem-Tem Jr. foi reconhecido com o prêmio Estrela do Carnaval, do site Carnavalesco, pelo seu trabalho à frente do carro de som do Império Serrano. Para ele, cada conquista é uma bênção: “Peço a Deus que me permita ser feliz e levantar esse povo. Só de fazer isso, já fico grato e honrado”.
Futuro e o Grupo Especial
Enquanto se prepara para o Carnaval 2025, Tem-Tem Jr aborda com maturidade os rumores sobre sua possível ascensão ao Grupo Especial. “Tudo tem que ser bem escolhido por Deus, no momento certo. Hoje sou mais maduro e respeito isso”, afirma. Ele reforça que, quando chegar a hora, quer que seja para deixar uma marca duradoura, assim como seus ídolos fizeram.
Com o grito de guerra “Vamos fazer história” ecoando cada vez mais forte, Tem-Tem Jr. e a União da Ilha seguem firmes na missão de conquistar a avenida e, quem sabe, garantir o tão sonhado título. Para o intérprete, a Ilha é uma escola de Grupo Especial, e sua felicidade em integrar esse projeto é evidente: “Felicidade estar na União da Ilha”.
Guanabara e Unidos da Tijuca: embarque em uma viagem com compromisso com o carnaval e a comunidade
Pela primeira vez na história do Carnaval do Rio de Janeiro, uma empresa de transporte rodoviário colocou “as rodas na Sapucaí”. A Guanabara, que reúne marcas de transporte de passageiros em todas as regiões do Brasil, firmou uma parceria inovadora com a Unidos da Tijuca, transformando o asfalto em passarela e o transporte em celebração.
“Esse ano resolvemos vestir a camisa da Unidos da Tijuca e convidá-la a embarcar conosco. Juntos, vamos fazer uma viagem inédita”, afirma Leticia Pineschi, Diretora de Marketing da Guanabara, destacando o caráter histórico da iniciativa.
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A ação vai além do marketing: é um compromisso com a comunidade. “Todo investimento é revertido em prol da escola e daqueles que fazem o Carnaval acontecer”, explica a Guanabara. A parceria custeia fantasias para alas comunitárias, permitindo que moradores desfilem sem custo. Além disso, a empresa assumiu um papel ativo nos preparativos, participando de ensaios técnicos, transportando componentes e levando a marca da Tijuca para outras localidades do país onde atua. “Estivemos presentes em todos os momentos, da quadra à Avenida, reforçando nossa conexão com as pessoas”, ressalta.
Para a Guanabara, o Carnaval é mais que um palco de visibilidade: é uma oportunidade de consolidar sua presença no Rio de Janeiro, onde recentemente incorporou marcas tradicionais, como UTIL e Sampaio. “É o maior espetáculo da Terra e estratégico para nossa atuação local. Queremos ser reconhecidos não apenas pelo transporte, mas pelo apoio à cultura que move a cidade”, destaca.
O ápice da parceria será no dia 7 de fevereiro, quando a empresa transportará as crianças da Tijuquinha, ala mirim da escola, com “carinho e conforto”. “Queremos que esse momento seja tão bonito quanto o desfile no Grupo Special”, afirma Leticia Pineschi, reforçando o cuidado com a comunidade.
A iniciativa reflete a filosofia da Guanabara: “A conexão entre empresa e pessoas se faz com segurança, responsabilidade e alegria”. Ao unir mobilidade e cultura, a empresa não apenas atravessou a Sapucaí, mas pavimentou um caminho de impacto social — prova de que, no asfalto ou na avenida, é possível dirigir com propósito.
“Essa parceria é um pilar de compromisso. Estamos no mesmo veículo, rumo a um futuro onde negócios e comunidade avançam juntos”, finaliza Leticia Pineschi.
Capital mundial do carnaval! Rei Momo recebe a chave do Rio de Janeiro para comandar a folia
Por Matheus Morais e Gabriel Radicetti
O Carnaval de 2025 do Rio está oficialmente aberto. Ao entregar, de forma simbólica, a chave da cidade ao Rei Momo Kaio Mackenzie, o prefeito Eduardo Paes inaugurou, na manhã desta sexta-feira, a temporada de folia no Rio e o início do reinado da corte carnavalesca deste ano. A cerimônia realizada no Palácio da Cidade, em Botafogo, na Zona Sul da cidade, foi apresentada pelo carnavalesco e pesquisador Milton Cunha e contou com a presença de toda a Corte Real.
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“Esse é o meu 13º ano transmitindo esse cargo tão honroso e que me dá tanto orgulho. A maneira como o Rio construiu sua identidade, sua força e imagem tem relação direta com a maior manifestação cultural do nosso país e do mundo. O meu muito obrigado a essa gente do samba, das escolas de samba, dos blocos, que celebram a vida todos os anos no nosso Carnaval”, afirmou o prefeito, comemorando o momento de celebração na “capital mundial do Carnaval”.
A cerimônia também contou com apresentações da bateria da Unidos do Viradouro, escola campeã do Carnaval do ano passado, e da banda da Guarda Municipal do Rio.
Agradecendo a presença de todos, o Rei Momo Kaio Mackenzie ressaltou a importância do momento para a cidade.

“A importância da entrega da chave é gigantesca. A gente abre oficialmente o carnaval aqui nessa simbologia do prefeito entregar a chave da cidade. Digamos que o prefeito entrega a cidade a quem de fato tem o direito, que é a corte do carnaval. Essa simbologia da entrega da chave é uma cultura que jamais tem que morrer. A minha ordem é cair na folia. Só que assim, cair na folia em dose dupla, tripla, quádrupla. É cair muito, é se jogar e ser feliz. A gente vive num mundo, infelizmente, em que a guerra acaba chamando um pouco de atenção. Eu acredito que esse momento do carnaval é um momento em que a gente expressa a nossa alegria, a gente deixa um pouco de lado os nossos problemas. O meu decreto é esse. É se jogar e ser feliz. É óbvio que com responsabilidade, com moderação, mas se jogar muito, desfilar, ir para bloco, Eu quero que o povo se sinta muito feliz. É o que o povo merece”, disse o Rei Momo.
Além do Rei Momo, também estiveram presentes na cerimônia a Rainha do Carnaval 2025, Thuane Ribeiro; as Princesas Rhuanda Monteiro e Jéssica Almeida; o muso Luis Otávio Antonio dos Santos; a musa Bianca de Oliveira Mourão Ermida; e também do cidadão não-binário Lucas Antonio Valentim da Silva.
A rainha do Carnaval 2025, Thuane Werneck, também falou sobre a celebração e o que espera da folia deste ano. “Estou muito feliz e muito honrada de estar nesse lugar e ter voz, ter espaço de fala. Como o rei disse, nós somos a materialização do espírito carnavalesco e nós somos os comandantes culturais, oficiais, tradicionais da festa. Nada mais justo do que estarmos à frente dessa festa, que é uma tradição que ocorre já há vários anos e a gente espera que não morra nunca. Eu costumo falar que eu já acompanhei o carnaval por diversas óticas e ver o carnaval da forma que eu enxergo hoje em dia, primeiramente, é um sonho. Estar no papel de rainha do carnaval é um sonho. Eu estou muito feliz. Estou tentando não chorar, mas estou muito emocionada, porque hoje eu consigo ver o por detrás dos bastidores. Onde o Carnaval começa, termina – que para nós sambistas, não termina nunca. É o ano inteiro. Ver através dessa outra ótica está sendo novo, uma correria gostosa, um frio na barriga e espero estar fazendo e estar dando o meu melhor”.

Guardiã da chave da cidade, que é entregue ao Rei Momo a cada Carnaval, a família Candonga participou da solenidade. Também estiveram presentes representantes das Associações das Velhas Guardas das escolas de samba cariocas e o casal Raul Farias Lima e Iza Xavier, que forma a Dupla do Rio de Perna de Pau, mestre-sala e porta-bandeira da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Riotur.
Presente na cerimônia Tia Surica falou ao CARNAVALESCO. “Eu não sabia que ia fazer parte da entrega da chave. Eu fui pega de surpresa. Eu fico muito lisonjeada. O carinho que o Eduardo tem por mim, eu tenho por ele. Participar desse evento maravilhoso, para mim, é uma satisfação muito grande. Eu tenho um carinho muito grande pelo Eduardo Paes. Ele vai chegar, se Deus quiser, à presidência”.
Presidente da Embrater, Marcelo Freixo, falou do sucesso do turismo no Brasil e da importância do Carnaval.
“A gente está muito contente com os números, de maneira geral, do turismo internacional, que é o que cuida a Embratur. A gente teve um janeiro impressionante. Recebemos no Brasil 1 milhão 480 mil turistas internacionais. Em 2024, que foi o ano que a gente bateu o recorde, foi o melhor ano de todos os tempos, nós tínhamos recebido 900 mil. A gente teve um crescimento de 55% de visitas de estrangeiros no Brasil só no mês de janeiro. Isso é muito significativo de um Brasil que voltou, de um Brasil que se reafirmou como um lugar agradável, lugar de destino, lugar de produção de alegria, de reafirmação de cultura. E o Carnaval é a maior expressão dessa estrutura, maior expressão de alegria, maior expressão cultural. O Rio de Janeiro é a porta de entrada, mas você tem um baita Carnaval em vários lugares do Brasil. E quando eu falo de turistas estrangeiros, eu estou falando de receita. Ano passado a gente teve 7.3 bilhões. Milhões de dólares com turismo internacional. Isso é emprego e renda. Isso é o motorista do Uber, do táxi, é a manicure, é a camareira, é o recepcionista do hotel, é o primeiro emprego de um garçom. É essa cadeia produtiva do turismo que é tão ampla. O turismo não é importante só para quem viaja, é importante para quem trabalha. Para uma cidade inteira, como é o caso do Rio de Janeiro. Esse carnaval a gente já está 12% acima do carnaval do ano passado. Estamos achando que vai ser um ano muito positivo em relação ao Brasil, especialmente o Rio de Janeiro”.
Série Barracões: Maricá homenageia Seu 7 da Lira em enredo que une sagrado e profano na busca pelo Grupo Especial
Com o enredo “Cavalo do Santíssimo e a Coroa do Seu 7”, a União de Maricá promete levar para a Marquês de Sapucaí uma celebração vibrante da cultura popular carioca, mesclando religiosidade e festividade. A agremiação aposta na figura excêntrica e sagrada de Seu 7 da Lira, um Exu musical e festeiro, para conquistar seu espaço no Grupo Especial no carnaval 2026. Em entrevista ao CARNAVALESCO, Leandro Vieira, carnavalesco da agremiação, revelou que o enredo escolhido para a Maricá é fruto de uma longa pesquisa e de um interesse que já o move há tempos:
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“Era uma personalidade que já estava no meu radar. Eu não comecei a pesquisar esse enredo para fazê-lo, agora. Comecei a pesquisar há muito tempo. Fui guardando coisas, fui despertando desejos, vontade de fazer. Quando eu recebi o convite para fazer a Maricá, achei que a escola era o cavalo certo para fazer esse enredo incorporar”, declarou o artista.
Conhecido por trazer em seus enredos a temática religiosa, Leandro Vieira afirma que seu interesse pela figura de Seu 7 da Lira vem do fato de que a entidade performa algo em que acredita profundamente: a capacidade da cultura popular brasileira e carioca de sacralizar aquilo que é profano. “O que mais me desperta interesse nesse enredo é essa personalidade, o fato dela deixar muito clara uma coisa que eu acredito muito, que é o quanto que a cultura popular brasileira e a cultura popular carioca sacraliza aquilo que é profano. Acho que a maneira como o povo lida com o sagrado é muito doida e, por isso, muito inspiradora. Essa ideia de céu, de inferno, de santos populares, santos que são sincretizados, santos que assumem caráter de desejos super-humanos”, afirmou.

Como é o caso de Seu 7 da Lira, um Exu das macumbas cariocas que encantou-se trajando capa, roupas aveludadas, botas e cartolas e que aparece como adivinho, festeiro, violeiro, suburbano e cachaceiro para fazer suas mandingas de cura e vencer demandas. “Estou falando de uma entidade de Umbanda, que é sagrada, mas está profundamente ligada à cachaça, à festa, à farra e à música, não apenas a de terreiro, mas também à música popular”, explicou. Ele citou como exemplo as curas que Seu Sete da Lira realizava utilizando desde baladas românticas até marchinhas de Carnaval e sambas de embalo, uma característica excêntrica que, para Leandro Vieira, reflete a essência brasileira e popular.
“É justamente por ser excêntrico que é muito brasileiro. Um enredo de temática afro religiosa e que, ao mesmo tempo, é muito popular. Seu Sete é tão excêntrico que é uma temática afro-religiosa que me possibilita uma estética que não tem absolutamente nada do afro simbólico do carnaval carioca”, concluiu o carnavalesco revelando que a Maricá fará um carnaval afro com telões de led, neon, bordados, plumas, penas e paetês.

Leandro Vieira destacou que o grande trunfo do enredo é o seu diálogo com o gosto popular. “É um Exú musical, rubro-negro, que se autodeclarou flamenguista, ligado ao Carnaval, à música, à cachaça e que, durante os dias de folia, vestia verde e rosa ou azul e branco para homenagear a Mangueira e a Portela”, explicou o carnavalesco. Ele ressaltou a popularidade da figura, descrevendo-a como um Exú mangueirense, portelense, flamenguista, cachaceiro e musical. “É um Exú carioca, um Exú super popular”, afirmou Vieira, enfatizando a conexão única entre o sagrado e o cotidiano festivo que o enredo retrata.
‘Não faço desfile para ser campeão’
Em meio a polêmicas sobre suposto favorecimento à União de Maricá no Carnaval 2025, o carnavalesco Leandro Vieira se posicionou de forma clara: “Eu não faço desfile para ser campeão. Não fui contratado para dar título a ninguém, mas para fazer carnaval de alto nível”. Ele relembrou sua trajetória em agremiações como Império Serrano, Mangueira e Imperatriz, destacando que sempre buscou adaptar seu trabalho à realidade financeira de cada escola. “Fiz para o Império o carnaval que cabia no bolso dele, assim como fiz para a Mangueira e faço para a Imperatriz “, afirmou.

Vieira ressaltou que não aceitaria ser contratado com a promessa de títulos, pois não pode garantir vitórias, mas sim dedicação total. “Eu não penso muito nessa ideia ‘ah, a Maricá tem muito dinheiro para fazer’. Porque eu conheço aí um montão de escola cheia de grana e que, na hora de somar as notas, perde. Administro ideias, faço carnaval. Não administro dinheiro”, finalizou.
Arte e Espiritualidade
O carnavalesco da União de Maricá reforçou a distinção entre sua atuação artística e o universo religioso ao abordar temas sagrados em seus enredos. “Eu faço Carnaval, não faço religião”, afirmou, relembrando sua experiência ao desenvolver o enredo “Maria Bethânia – a menina dos olhos de Oyá, em 2016, na Estação Primeira de Mangueira. Ele destacou a importância de uma Yalorixá que, na época, o orientou a entender seu papel como intérprete artístico do sagrado, sem operá-lo diretamente.
“Trabalho com arte, com visualidade, e minha abordagem é sempre uma interpretação artística do sagrado”, explicou. Vieira ressaltou o respeito que dedica a essas temáticas e a clareza de que seu trabalho reflete a cultura popular, que, para ele, é plural e festiva. “O Brasil que acredito, entendendo-o como plural e festivo, é um país e um povo que lida bem e distingue pouco o sagrado e o profano”, concluiu, reforçando seu compromisso com a arte e a representação da diversidade cultural em seus desfiles.