Por Philipe Rabello
Com problema de alvará na quadra, PM obriga Império da Tijuca a cancelar final de samba
Por Guilherme Ayupp e Phelipe Rabello
O que era para ser uma noite de festa e alegria para a comunidade do Império da Tijuca, virou um grande pesadelo. A escola precisou cancelar a sua final de samba que acontecia na quadra da Alegria da Zona Sul, próxima à praça da Apoteose. A Polícia Militar ordenou a interrupção do evento por falta de alvará. Sem acordo com a corporação, o presidente Tê anunciou o cancelamento da final aos presentes.
Vídeo: Tê anuncia cancelamento da final
O dirigente falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre o problema. Tê demonstrou toda sua contrariedade à medida da polícia, alegou não saber que a quadra precisasse de um alvará, afinal outras eliminatórias aconteceram no espaço e disse que vai pedir ao presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, a cessão de sua quadra para realizar a final, provavelmente na próxima sexta.
”Vieram perguntar se tinha autorização, eu falei que estava tendo samba aqui há mais de dois meses. Ele está exigindo o alvará, por que isso não aconteceu bem antes? Agora é marcar pra outra data, para a gente poder fazer uma outra final, pois está difícil, o tenente ficou irredutível. Ele era o oficial do dia do quarto batalhão. A gente já tentou fazer vários contatos, mas uma hora dessa ninguém atende, telefone desligado. Ele ameaçou me levar pra delegacia se eu não acabasse com o evento. Demos uma satisfação ao povo e vamos marcar uma outra data pra fazer uma grande final. Poderia ter sido na Tijuca, o presidente Horta tinha me oferecido a quadra, mas como a gente tava muito próximo ao barracão, o Marquinho já tinha liberado a quadra, resolvi fazer aqui, mas também não sabia que não tinha licença aqui. A nossa preferência é até sexta-feira. A gente já tem gravação marcada, então vamos tentar remarcar pra outra semana. Na quadra da Tijuca é outra jurisdição, outro batalhão, acho que a Tijuca não tem problema com isso, eles fazem vários eventos lá. A PM cismou e botou autoridade acima de tudo dentro da razão dela e resolveram cancelar”, disse consternado o presidente.
Com data estipulada para a entrega das obras da Série A até no máximo a próxima segunda-feira, a Lierj garantiu por meio de nota oficial que não há possibilidade de haver punição à escola pelo atraso inevitável.
“Não haverá punição, pois a Direção de Carnaval da Lierj entende o momento difícil que a agremiação está passando, devido ao fato extraordinário que aconteceu durante a final e aguardará que o Império da Tijuca defina seu samba-enredo em data posterior“, diz a nota.
Seis parcerias prometem disputa acirrada na final de samba da Unidos de Padre Miguel
A Vermelha e Branca da Zona Oeste, sexta colocada em 2019, vai definir nesta sexta-feira o samba-enredo para o carnaval 2020, quando apresentará a trajetória histórico-cultural da capoeira como enredo. E a disputa promete ser bastante acirrada, afinal de contas, nada menos que seis obras ainda estão no páreo.
A reportagem do CARNAVALESCO, dando continuidade a cobertura das finais de samba-enredo, conversou com um representante de cada parceria sobre a emoção de chegar a final e em relação a quais argumentos cada compositor tem para definir que sua obra merece se tornar o hino que vai embalar o carnaval da Unidos de Padre Miguel no ano que vem e ajudar a escola a conseguir o acesso ao Grupo Especial.
Hélio Silveira, da parceria 7 de Eli Penteado e Cia, apela para a fé nos orixás e aposta em uma cantiga típica de capoeira presente na obra para contagiar a comunidade e a diretoria da escola.
“Acredito na Vitória com toda força dos nossos orixás.Tivemos o cuidado de construir o samba de acordo com que o carnavalesco da nossa escola nos passou. Fomos aos dois tira dúvidas e chegamos a um consenso e está aí a obra concluída com sucesso. Nossa letra e melodia é muito harmoniosa e expressa toda narrativa da sinopse muito bem desenvolvida. Fazemos uma singela homenagem à nossa torcida Nação Unida de Padre Miguel e fechamos o samba com uma cantiga de roda típica da capoeira que é o nosso ‘gran finale’ “.
Já para Leonardo D’ Vincci da parceria 08, veterano nas finais de samba da escola, chegou a hora do compositor ganhar o direito de uma de suas obras representar a Unidos de Padre Miguel na Sapucaí.
“Somos todos músicos, fruto desse chão! Participamos de duas finais e ainda não vencemos. É chegado o momento, somos resistência.O berço nos faz sonhar erguer o pavilhão. Assim como diz o trecho do nosso samba ‘Resistência é meu nome. Desde o Cais carrego a Dor’. Um enredo bem elaborado pelo carnavalesco Fábio Ricardo, amo a cultura popular brasileira”
Jefinho Rodrigues, um dos compositores do samba 11, aposta em conquistar o coração da comunidade para sair com a vitória e lembra da importância do enredo para o momento que a sociedade atravessa.
“Falando em relação a parte melódica, nossa parceria conseguiu atingir o coração da comunidade, pois traz a verdadeira emoção e alegria pro canto da escola, se alinhando perfeitamente com nossa bateria. A letra consegue alcançar o objetivo proposto pelo nosso artista mostrando a “ginga” desde suas origens. Além do grande valor cultural, o tema é também bastante pertinente aos dias atuais, onde nossa sociedade vem buscando combater todo tipo de preconceito”.
Samir Trindade, do samba 05, acredita que sua obra pode impressionar por seguir o modelo melódico presente durante as rodas de capoeira. Ele ressalta a forte emoção que acredita que o samba vai trazer à comunidade de Padre Miguel.
“A nossa parceria é a que tem mais o espírito da capoeira tanto na letra e principalmente na melodia. Nosso samba conseguiu captar o espírito do enredo. Se você escutar o nosso samba na quadra parece que você está em um roda de capoeira”.
Já para o compositor Thiago Meiners da parceria 13 de Thiago Vaz e Cia, o refrão principal do samba é o diferencial da obra.
“Eu acredito muito na força do nosso samba como um todo, principalmente no nosso refrão principal que é muito forte e empolgante, ‘Entra na roda, vem jogar camará’. Acho que tem todas as qualidades que possam embalar a Unidos a um grande desfile. E o enredo foi um dos motivos que fizeram nossa parceria decidir entrar nessa disputa. É sempre importante falar de cultura brasileira.
Cláudio Russo da parceira 10, vai viver uma sexta-feira de muita emoção já que também tem samba inscrito na final do Império da Tijuca com o anúncio em horário parecido. Para o compositor sua obra representa o trabalho de um grupo de sambistas já vencedor em disputas na Padre Miguel que conhece as necessidades da agremiação.
“Estamos numa disputa muito difícil, com grandes sambas, grandes compositores, muitos campeões. Mas eu acho que o nosso samba tem a alma da capoeira. A gente o tempo todo não foge do enredo, o samba fala o tempo todo desse movimento tão bonito que veio de Angola. E, é uma parceria que já rendeu grandes frutos pra escola: Ariano Suassuna, Ossain, Eldorado submerso. Uma parceria que conhece a escola”.
Compositores finalistas no Império da Tijuca aguardam ansiosos grande decisão
Responsável por encerrar o desfile das escolas da Série A em 2020, o Império da Tijuca já vive a expectativa por conhecer a obra que vai embalar seu carnaval no ano que vem. No grupo, o Império da Tijuca será uma das primeiras escolas a definir o samba-enredo de 2020, que vai ajudar a Verde e Branca do Morro da Formiga a contar a história de Evandro dos Santos, semianalfabeto, pedreiro e retirante conhecido como o “Homem Livro” ou “Carteiro Literário” que já viajou o país, transvestido em escritas e fragmentos de grandes literatos do Brasil, pregando o saber na distribuição de livros retirados do lixo.
A reportagem do CARNAVALESCO conversou com cada uma das quatro parcerias que vive a ansiedade pela final desta sexta-feira sobre as razões pelas quais cada uma acredita que possa vencer.
O compositor Diego Nicolau, intérprete da Unidos de Padre Miguel que já emprestou sua voz para obras de diversas parcerias espalhadas pelas escolas do Rio de Janeiro, hoje um dos compositores da parceria 2, joga a responsabilidade de escolha para a direção do Império da Tijuca e prefere valorizar o sentimento de fazer um samba que será entoado na Avenida.
“Acho que todo e qualquer compositor merece ter sua obra na avenida e isso é uma escolha da agremiação. Eles conhecem bem o projeto de carnaval e vão saber decidir e a nós resta fazer uma bonita festa para valorizar a escola e a ala dos compositores. O enredo desse ano é bem atual e sinaliza uma preocupação em valorizar a educação como saída para um país melhor, uma “escola” de samba dando as mãos à educação pra seguir na luta por um Brasil menos desigual”.
Já a compositora Valéria Amorim da parceria número 4, prefere destacar a ligação do enredo com a vocação do Império da Tijuca para apresentar temas com enfoque na cultura e busca do conhecimento.
“Realizamos um trabalho de união, exaltando e valorizando a educação e a importância do Império da Tijuca no mundo do samba, pois é a única escola de samba educativa. Mas também, pensando no carnaval e em um desfile empolgante que deixará uma mensagem importante para todos os presentes na Marquês de Sapucaí. E, este enredo foi um presente especial para a nossa escola e para os Educadores do Brasil. Meu trecho preferido é o que diz ‘Escola de Samba educativa, meu Império é forte é raiz, nasci sou do Morro da Formiga, quimeras de um eterno aprendiz’ “.
Para um dos criadores do samba 3, Eduardo Katata, é até difícil falar o que mais gosta no samba porque todo o pai acha o filho bonito, então, o compositor prefere ressaltar a química entre a obra e a comunidade que ele diz ter observado.
“O nosso filho nunca é feio. Mas no contexto geral, nosso samba está sendo bem aceito pela comunidade. A escola está cantando nosso samba. O meu trecho preferido é o ‘meu império da Tijuca tem o quê? Real saber, faz acontecer! Num tsunami de amor, muito axé, seja o que Deus quiser’. E o enredo é um enredo legal. Falar de educação é sempre uma coisa boa”.
Cláudio Russo, compositor convidado do samba 5, afirma que a grande emoção é trabalhar com compositores já tradicionais do concurso de sambas do Império da Tijuca em uma obra que, segundo ele, traduz a alma do trabalho imaginado pelo carnavalesco.
“Eu acho que a nossa parceria já tem uma história no Império da Tijuca. Na verdade, eu sou convidado desta parceria, o Jayme e o Gilmar já tem uma história por aí e o nosso samba, eu acho que conseguiu traduzir a alma do enredo e o que o carnavalesco quis. Os educadores, o homem livro. A força transformadora que a educação pode ter no ser humano, principalmente nas crianças. Aliamos uma melodia forte, uma melodia bonita, mas com uma mensagem ainda mais forte ainda, pela educação, pela ideia dos grandes educadores e pensadores e traduzindo isso de uma forma bonita”.
A grande final de samba-enredo no Império da Tijuca vai acontecer nesta sexta-feira (06) na quadra da Alegria da Zona Sul, Rua Frei Caneca, 211-233, no Centro do Rio a partir das 22h.
Integrantes da academia pensam o carnaval em seminário
Os desfiles das escolas de samba já há muito tempo alcançaram um patamar que não os limita a apenas uma festa. São manifestações culturais que estão inseridas na história do país, desta forma como qualquer objeto é alvo de estudos desenvolvidos por centros acadêmicos.
Pensando nisso, o Observatório de Carnaval (OBCAR), grupo de estudos filiado ao Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, promoveu nesta quinta-feira um seminário para a apresentação de produções acadêmicas voltadas para aspectos da folia. O evento aconteceu no Centro de Artes Calouste Gulbenkian e contou que a participação de quatro pesquisadores que falaram para uma plateia em geral formada por estudantes interessados em produzir pesquisas sobre o carnaval.
Viviane Martins, ex porta-bandeira e atualmente coreógrafa do casal da Cubango, falou sobre sua monografia em Educação Física que contextualizou todos os fatores que interferem no bailado de um casal de mestre-sala e porta-bandeira. Durante a palestra, a pesquisadora relembrou de forma descontraída as dificuldades no início da carreira na Sapucaí, e como se sente mais tranquila hoje com a nova função como coreógrafa ao qual tem se dedicado nos últimos anos.
“Quando era mais nova não queria ser porta-bandeira pois não era do mundo do samba e não aguentava diretor de carnaval ou dirigente sendo grosso comigo, ou a rotina estressante e a responsabilidade. Depois me acostumei. Hoje para mim é muito mais fácil. A minha posição é mais respeitada, o que eu peço pra escola é visto de uma forma mais técnica do que quando é o casal que pede. Também nesse tempo eu aprendi a levar tudo de forma mais leve”.
O pesquisador Leonardo Antan, colunista do CARNAVALESCO, explicou um pouco de seu trabalho que valorizou a história de Luiz Fernando Reis, carnavalesco de uma estética e temática mais marginal em relação a hegemônica que se formou até os dias atuais. Segundo Leonardo, Luiz era mais adepto da crítica política e deveria ser mais valorizado e lembrado por suas contribuições ao carnaval principalmente no tom crítico que algumas escolas têm aderido nos últimos anos. Antan ao ser perguntado sobre quem hoje poderia ser comparado com Luiz Fernando Reis, teve dificuldade para encontrar algum profissional com os traços do crítico carnavalesco.
“Muito difícil apontar um carnavalesco conceitual como Luiz Fernando. Adoro o Leandro Vieira mas sua estética está mais ligada ao hegemônico, ainda que a significação seja dada de.forma diferente. Talvez mais ou menos o Jack Vasconcellos, nas fantasias, suas soluções. O problema é que hoje quem faz muito diferente e perde, não faz mais”.
Durante os 40 minutos de conversa, Leonardo apontou a formação do carnaval que conhecemos hoje a partir dos trabalhos de Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona e também explicou sua tese ainda em processo de finalização sobre o desfile de Xica da Silva de 1967 do Salgueiro. Leonardo foi taxativo em relação a importância daquele carnaval.
“Xica da Silva pra mim é o mais importante desfile do carnaval. Consolida o carnaval como o espetáculo. Consolida a estética que hoje conhecemos e a forma do carnaval atual como um todo através da reunião de elementos como teatralização, alegorias e narrativa única. Inclusive, a forma como a Xica da Silva foi vista por aqui é definida neste desfile e inspira outras obras como o filme de Cacá Diegues”.
O terceiro a apresentar suas contribuições acadêmicas foi Vinícius Natal. Neto da famosa compositora da Vila Isabel Ivanizia e cria do bairro de Noel, Vinícius no passado já coordenou o departamento de cultura da agremiação. Em sua tese sobre os cenógrafos da cidade tocou em um tema difícil e polêmico: a escassez de carnavalescos negros comandando escolas dos grupos que desfilam na Sapucaí. Na pesquisa, Vinícius relembrou heranças européias que elitizaram algumas posições dentro das escola de samba.
“O modo de fazer visual é tão cristalizado que não se muda a questão visual do carnaval e nem os seus atores. Porque um aderecista não pode ser formado pela escola para ser carnavalesco? Eu sempre me perguntei. São casos raros. Hoje, nos grupos que desfilam na Marquês de Sapucaí, excluindo a Intendente, são poucos os negros que são carnavalescos. Aliás isso acontece nos carnavalescos e nos outros espaços da escola por onde passa o dinheiro”.
Já o pesquisador João Gustavo Melo pretende estabelecer uma relação entre o carnaval e uma outra grande manifestação cultural brasileira: O festival de Parintins. Jornalista de formação, com pesquisas no passado voltadas para a origem dos destaques de escolas de samba, João Gustavo trabalhou na Vila Isabel no último carnaval e utilizou a agremiação como estudo de caso com profissionais que viveram como ele a experiência de trabalhar no Carnaval do Rio e no Festival dos Bois. João ajudou a produzir uma das alegorias do Boi Caprichoso e acompanhou de perto o espetáculo amazonense. Gustavo, no entanto, em sua pesquisa, ainda em andamento, vem encontrando mais diferenças do que semelhanças entre as duas manifestações culturais.
“A gente vai com a cabeça do carnaval e algumas coisas a gente se assusta. Hoje, por exemplo, eles não usam madeira, só nos pisos. É um trabalho mais prático. Mas muito deficiente em acabamento para os nossos olhos do Rio de Janeiro. No espetáculo, não tem como você ver o boi com os olhos de ‘paisagem’. É um Maracanã gritando gol durante duas horas e meia”.
O Observatório de Carnaval vai continuar promovendo encontros acadêmicos de pesquisadores com trabalhos prestados para o mundo da folia. O intuito é incentivar jovens graduandos, mestrandos e doutorandos a usar aspectos do carnaval como objeto de suas teses. Em breve a coordenação vai divulgar os próximos encontros.
Império da Tijuca escolhe samba para 2020 nesta sexta-feira
Quatro parcerias ainda estão concorrendo ao posto de hino oficial do Império da Tijuca para o carnaval 2020, quando a escola buscará o retorno ao Grupo Especial, encerrando os desfiles da Série A já na manhã de domingo. A final acontece nesta sexta-feira na quadra da Alegria da Zona Sul a partir das 22h. Na data, também será conhecida a “Musa Imperial”, concurso que escolhe uma representante da comunidade para ser musa da agremiação.
Em relação ao processo de escolhas dos sambas, cada parceria terá 25 minutos para se apresentar, tendo duas passadas sem a bateria, 15 minutos de apresentação completa, e outras duas passadas para a torcida de forma que se possa sentir o canto do samba. A expectativa é de que o anúncio da obra campeã aconteça por volta das 5h da manhã. Estão em disputa as parcerias de Diego Nicolau, Eduardo Katata, Valéria Amorim e Cláudio Russo.
O diretor de carnaval da Verde e Branca do Morro da Formiga, Luan Teles, comentou a safra de sambas desse ano.
“A gente está meio acostumado com a linha afro, e por isso, a gente acaba esperando sambas mais fortes, sendo que para o enredo que nós temos esse ano pede um samba mais leve. Já que nós somos a última escola a desfilar precisamos de um samba bem pra frente, bem empolgante, para não ter problema na evolução da escola. Temos quatro sambas bons para a final nesta linha e infelizmente só podemos escolher um, será o que for melhor para a escola em relação a enredo e animação”.
Guilherme Estevão, carnavalesco que assinará seu primeiro carnaval em 2020, explicou que a maioria das obras está totalmente dentro do enredo e que apenas algumas, caso saiam vencedoras, terão de receber pequenas modificações.
“A final, com estes quatro sambas, apresenta obras com quatro leituras diferentes do enredo. O que mostra que este enredo consegue possibilitar a multiplicidade de interpretações. Acho que teremos uma final muito disputada justamente pela pluralidade dos sambas. Temos sambas mais animados, mais melodiosos, outros com letras mais rebuscadas. Quase todos estão muito corretos. Um ou outro que caso ganhe, a gente faz algum ajuste, mas no geral estou satisfeito”.
O diretor de carnaval Luan Teles apresentou os fatores que em sua opinião são determinantes para uma obra sair vencedora.
“O samba campeão precisa estar dentro da linha do enredo, e precisa ser um samba que faça com que a gente consiga mostrar para o público tudo que a gente vai apresentar lá na Avenida no dia e que seja aquele samba que quando estiver na penúltima escola e a torcida pensar em ir embora, logo lembrar que tem que ficar porque vem o Império da Tijuca com aquele samba bem para frente”.
Escola já iniciou trabalhos de barracão e de ateliê
Em 2020, Guilherme Estevão de apenas 24 anos vai fazer sua estreia comandando o carnaval de uma agremiação. Guilherme acumula passagens como desenhista e projetista pela Porto da Pedra, Renascer de Jacarepaguá e Sossego. Animado, Guilherme adiantou para a reportagem do CARNAVALESCO que o Império da Tijuca já iniciou os trabalhos para o desfile do ano que vem, apesar das dificuldades financeiras e aproveitou para elogiar a organização da escola.
“Felizmente o Império da Tijuca tem uma diretoria que luta muito para botar o carnaval grandioso na rua. A gente já está em um processo de reprodução das alas. Os protótipos já foram finalizados. Brevemente, eles serão apresentados para comunidade. Nós já temos dois carros em processo finalizado de ferragem, já no início de madeira e escultura. Estamos com o cronograma em dia apesar das muitas dificuldades. Não significa que o Império está tranquilo, mas estamos trabalhando para manter sempre o cronograma em dia, pois isso é um respeito com a comunidade que vai desfilar”
Serviço:
Final de Samba-Enredo e do Concurso Musa Imperial
Data: 06/09/2019
Horário: 22h
Local: Quadra da Alegria da Zona Sul – Rua Frei Caneca 211-233 – Catumbi
Classificação Livre
Unidos de Padre Miguel realiza grande festa nesta sexta-feira para escolher samba de 2020
Com seis parcerias ainda sonhando em se tornar o hino oficial da escola na Sapucaí, a Unidos de Padre Miguel realiza nesta sexta-feira a final do concurso de sambas-enredo que começou inicialmente com oito obras. O diretor de carnaval Cícero Costa atribui ao alto nível das composições o motivo para realizar uma final com seis sambas.
“Este enredo nos proporcionou grandes obras. Todos os sambas inscritos retratam bem nosso enredo. Estamos muito felizes com a safra que a ‘Ginga’ nos trouxe. Os compositores entenderam muito bem a ideia de nosso carnavalesco e independente de quem ganhar, teremos um grande samba na avenida em 2020”.
Ainda no páreo estão as parceiras de Samir Trindade, Thiago Vaz, Jefinho Rodrigues, Cláudio Russo, Eli Penteado e Leonardo D’ Vincci. Cícero elogiou a safra e faz votos que o sucesso das obras cumine no objetivo principal da agremiação que é subir ao Grupo Especial.
“A Unidos de Padre Miguel está trabalhando muito forte para que o ano de 2020 seja finalmente ‘o nosso ano’. Não estamos medindo esforços para que possamos conquistar este título. Acertamos nossa equipe, temos um grande enredo e hoje iremos escolher um grande samba. Somos privilegiados, qualquer um dos seis vai nos representar muito bem na avenida. Estamos focados e tenho certeza que teremos um samba grandioso e que nossa comunidade vai abraçar”.
Para definir o vencedor, a escola permitirá que cada parceria se apresente com seis passadas do samba-enredo, duas sem a bateria e quatro com os ritmistas. Antes, por volta de meia noite haverá apresentação dos segmentos da escola. Ainda não há uma perspectiva oficial em relação ao horário de divulgação do samba campeão, porém, realizando uma estimativa com o tempo de apresentação de cada parceria e do restante da programação do evento é possível estimar que o vencedor não será declarado antes das 4h.
O diretor de carnaval Cícero Costa falou um pouco do que em sua opinião é necessário para uma obra se tornar campeã.
O diretor de carnaval Cícero Costa falou um pouco do que em sua opinião é necessário para uma obra se tornar campeã.
“Acho que um fator importante é ter a pegada da Unidos de Padre Miguel. Estamos buscando um samba que além de contar perfeitamente o nosso enredo, seja a cara de nossa escola, que seja forte assim como os grandes sambas que a escola vem levando para a avenida nos últimos anos. Um samba que empolgue não só nossa comunidade, mas todos os amantes do carnaval”.
Serviço
Final de Samba-Enredo
Data 06/09/2019
Horário: 22h
Local: Quadra da Unidos de Padre Miguel– Rua Mesquita número 8 – Padre Miguel
Estácio de Sá 2020 – samba da parceria de Marinho
Compositores: Marinho e José Neto
HOJE A ESTÁCIO TRAZ A PEDRA
TODA GRACIOSA E COISA E TAL
O GRANDE MESTRE JÁ DIZIA
QUE A NOSSA BATERIA
ENLOUQUECE ESTA CIDADE
HOJE A ESTÁCIO TRAZ A PEDRA
DESDE O TEMPO DOS NOSSOS ANCESTRAIS
TODO MUNDO JÁ SABIA
QUE EU SOU VERMELHO E BRANCO
E VOU BRILHAR NO CARNAVAL
LÁ VOU EU…
LÁ VOU EU
PELAS MONTANHAS DE MINAS GERAIS
ENCONTRAR O MEU TESOURO
VOU EM BUSCA DE OURO
PEDRAS PRECIOSAS E METAIS
MINÉRIO É A RIQUEZA DESTE CHÃO
É A HISTÓRIA DE MINAS GERAIS
A PEDRA QUE O POETA SEMPRE VIA
ESCRITORES ESCREVIAM
NÃO HÁ MAIS.
AMETISTA, A PEDRA DA SAÚDE
AGUA MARINHA PARA SUA JUVENTUDE
ESMERALDA, UNIVERSO E AMOR
OFERENDA NA PEDRA PARA XANGÔ
TURMALINA ENERGIA E MUITA FÉ
DIAMANTE DESEJO DA MULHER
A LENDA DIZ QUE OS ÍNDIOS CARAJÁS
NASCIAM DA PEDRA, MEU IRMÃO!
GARIMPO E TRABALHO O ANO INTEIRO
É O POVO BRASILEIRO
DA LUA A NOSSA TERRA É AZUL
PRESERVE QUE A VIDA CONTINUA
A PEDRA DA LUA
VIRA POESIA
NO SAMBA NA SAPUCAÍ
Ouça o samba-enredo da Estácio para o Carnaval 2020 na versão oficial do CD
Compositores: Edson Marinho, Jorge Xavier, Júlio Alves, Jailton Russo, Ivan Ribeiro E Dudu Miller
Intérprete: Serginho do Porto
O PODER QUE EMANA DO ALTO DA PEDREIRA
TEM ALMA JUSTICEIRA TEM GARRA DE LEÃO
SENHOR NÃO DEIXA UM FILHO SEU SOZINHO
TIRANDO PEDRAS NO MEU CAMINHO
VAI SÃO CARLOS
À FORÇA DOS ANCESTRAIS
PEDRA FUNDAMENTAL DO SAMBA
BATALHAS E RITUAIS
PAREDES QUE CONTAM HISTÓRIAS
NA SEDE PELA VITÓRIA
SAGRADA, TALHADA, ENCRAVADA NO CHÃO
CONDUZ MEU PAVILHÃO
Ê RODA PRA LÁ, Ê RODA PRA CÁ
BRILHA NA ESTRADA SEGUINDO O CAMINHO DO MAR
“DE AMANTES”, DE AMORES, SEDUÇÃO E FANTASIA
A RIQUEZA DOS SENHORES DOS ESCRAVOS ALFORRIA
NO VERSO DURO A INSPIRAÇÃO
DA SERRA DO MEU PAI E MEU AVÔ
O TREM QUE LEVA A PRODUÇÃO
DAS MINAS A TINTA DO GRANDE ESCRITOS
VEM PENERAR, PENERAR
O GARIMPO TRAZ O OURO A COBIÇA DOS MORTAIS
PENERA, PENERA
VOU PRA LÁ PARAUAPEBAS NO PARÁ DOS CARAJÁS
DA LUA, DE JORGE, EU VEJO O PLANETA AZUL CHORAR
ATIRE A PEDRA QUEM NÃO TEM ESPELHO
QUERO MEU RUBI VERMELHO
PRA MINHA ESTÁCIO DE SÁ
Estácio De Sá 2020 – Samba Da Parceria De Márcio Dias Difininho
Compositores: Márcio Dias Difininho, Francisco Medeiros, Ilson Targino E Neide Moreno
Intérprete: Leandro Santos (Leandrinho)
NUM BRASIL COLONIAL
TERRA DO OURO OH! MINAS GERAIS
MEU LEÃO TÁ SOBRE A PEDRA …
QUE JÁ FOI SERRA FOI O PICO DO CAUÊ
ÍNDIOS SURGIRAM DA TERRA
DEU VIDA A LENDA CARAJÁS
SERRA PELADA FOI LINDO LUGAR
PELARAM A SERRA DE TANTO CAVAR
LINDAS PEDRAS DO PARÁ
PRECIOSAS DESPERTAM AMBIÇÃO
E O HOMEM SEM ALMA E SEM CORAÇÃO
FAZ DO NOSSO SOLO
A MAIOR DESTRUIÇÃO
ENCONTREI NO COMEÇO DO MEU CAMINHAR
PEDRAS PRECIOSAS ESTÁCIO DE SÁ
E NINGUÉM VAI TIRAR
O MEU TESOURO
DA BATERIA MEDALHA DE OURO
SONHOS DOURADOS
MIGRANTES DE TODOS OS LADOS
ATÉ O HOMEM FOI A LUA EXPLORAR
E TROUXE A ROCHA MILENAR
ENAMORANDO A LUZ DO LUAR
VEJO O AZUL DA TERRA
ATÉ QUANDO VAI DURAR?
HOJE A NATUREZA CHORA
AMANHÃ SOU EU QUEM VAI CHORAR
TÁ NA HORA DO PLANETA DESPERTAR
VOU DESENHAR NA PEDRA
E VER A HISTÓRIA SE PERPETUAR
A ESTÁCIO TRAZ SEGREDOS E MISTÉRIOS
DE UM UNIVERSO A REVELAR