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Fantasia das baianas da Portela simbolizavam a baia-mar, o Guanâbara

Arriscando-se em novos mares, o casal Renato e Márcia Lage, apresentaram o enredo “Guajupiá: terra sem males”. Simplesmente na maior campeã do carnaval carioca, a Portela. Com muitos elementos e referências a linguagem Tupi, a escola escolheu a ala das baianas para representar “o mar semelhante à baía ou baia-mar”.

Numa fantasia predominantemente em tons azuis e com muitas plumas, as baianas estavam com uma faixa azulada com diversas formas, trazendo movimento e brilho durante a apresentação. Na parte da cabeça, penas com a coloração em azul claro, realçaram a parte de movimentação quando as baianas realizavam os giros em determinados pontos da música. A indumentária foi uma das mais pesadas segundo o relato de algumas componentes.

baianas portela

Eliane Cuevas, que completou 10 anos desfilando pela azul e branca, comentou que adora a energia que um desfile de escola de samba proporciona.

“Estou há 10 anos desfilando e é sempre uma boa energia. A fantasia esse ano estava ótima e super fácil para girar. A presidente da nossa ala também é super atenciosa e isso ajuda muito. Super confortável mesmo”, confirmou Eliane.

Os comentários dos espectadores foram extremamente positivos principalmente em relação a força que o azul teve ainda mais em conjunto com outras alas que compunham muito bem a evolução da escola. Classificando o primeiro setor com o verdadeiro intuito proposto pelo casal de carnavalescos, “Baia de Guanabara, nosso Guajupiá”

O sonho do menino Brasil e a República das bananas nas matriarcas da Vila Isabel

Edson Pereira em 2019 surpreendeu todos os presentes na Sapucaí pelo desfile majestoso, luxuoso e exuberante que realizou na Vila Isabel. Esse ano, a situação não foi diferente. Com alegorias imensas e com muito brilho, o artista também colocou seu toque nas fantasias, em especial, na ala das baianas.

O enredo da Vila Isabel para 2020 contava a história do índio menino-Brasil que sonhou sobre uma joia rara prometida, Brasilia. Nas asas de Jaçanã, o curumim percorre todo o país sabendo que a união de seu povo será a grande verdade.

vila baianas

Com o nome, “Caldeirão de Brasilidade”, as baianas da escola de Noel estavam vestidas com uma roupa destacando o verde e o amarelo, referência direta as cores da bandeira do Brasil. Além disso, todas as componentes da ala estavam maquiadas com tonalidades de verde mais escuro e uma pequena linha amarela, dando contrataste. Na saia, a presença de diversas bananas que simbolizam a “República das Bananas”, presente no sonho do menino-Brasil. No peito, destaca-se os tons de verde com um acabamento impecável e com muita simplicidade. Na parte da cabeça, a presença de um grande cocar com grandes penas esverdeadas é uma enorme trança, realçam a beleza e acrescentam ainda mais o movimento do giro. De maneira geral, a fantasia apresenta uma ideia muito boa sobre o enredo e criando uma sátira com boa leitura sobre as repúblicas das bananas.

Katia Antunes, integrante da ala das baianas pela primeira vez, diz que sempre foi uma vontade sua é que acha a fantasia impactante.

“Como comunidade, já desfilei três vezes pela Vila. Agora como baiana é a primeira. A fantasia era super leve e achei muito bonita. Tenho certeza que causou um belo impacto visual na avenida”, afirmou.

Carnaval para todos: Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência traduz sambas-enredo para Libras

    Pelo terceiro ano consecutivo, a Central Carioca de Intérpretes de Libras (CCIL) da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Tecnologia realizou o Carnaval Inclusivo, projeto voltado para a tradução dos sambas-enredo das escolas do Grupo Especial para a Língua Brasileira de Sinais. Com o intuito de trazer mais acessibilidade à festa carioca, o programa contou com a participação de deficientes auditivos em sua concepção.

    As gravações foram realizadas em janeiro e os vídeos foram postados nas páginas das redes sociais da Secretaria no começo de fevereiro, terminando no último sábado, dia 22. Assim, todos os deficientes auditivos teriam a oportunidade de aprender os sambas antes dos desfiles. Renata Lúcia, 41 anos, intérprete de Libras da CCIL participou do projeto e falou ao site CARNAVALESCO sobre a experiência.

    “Meus pais eram surdos, então sei Libras desde pequena. Foi a primeira coisa que aprendi”, disse a intérprete, que tem a língua de sinais como seu primeiro idioma. Para ela, é importante passar a emoção que a escola tem na Avenida para aqueles que não conseguem ouvir, mostrando o enredo e o conceito da agremiação.

    Ricardo Boaretto, deficiente auditivo de 37 anos, também vem de uma família de surdos. Ele afirmou que sua participação elevou o projeto a ‘outro patamar’, pois como surdo entende e consegue transmitir toda a informação de forma clara.

    “Muitas vezes, alguns deficientes que veem traduções de músicas se perguntam do que se trata. Qual é o conceito, o ritmo, se é para dançar. Nessa tradução dos sambas em Libras que a Secretaria fez, eles conseguiram sentir a mesma coisa que um ouvinte. A emoção, a felicidade! A equipe da tradução foi maravilhosa e eu sinto muito orgulho”, disse ele, que já nasceu surdo e espera que no futuro a língua se fortaleça e que todas as pessoas possam aprendê-la.

    Além da iniciativa, o projeto Carnaval Inclusivo da Secretaria também distribui ingressos para deficientes e seus acompanhantes assistirem às escolas na Marquês de Sapucaí. Para Henrique Alves, deficiente físico, ter a oportunidade de sair de casa em uma época de festa tendo uma estrutura acessível como a do setor 13 é maravilhoso.

    “Sempre amei Carnaval. A cidade do Rio não é acessível, mas aqui, na Marquês, tive a oportunidade de curtir um pouco da festa carioca. O local é ótimo”, completou. A entrega dos convites aconteceu entre janeiro e fevereiro deste ano e levou mais de 200 pessoas para a Avenida.

    Desaparecimento de Dom Sebastião foi retratado em segunda alegoria do Tuiuti

    Por Karina Figueiredo

    Quarta agremiação a cruzar a Sapucaí, o Tuiuti demonstrou em seu desfile maturidade para conquistar uma vaga no sábado das campeãs. A escola, que levou para Avenida o enredo “O Santo e o Rei: Encantarias de São Sebastião”, investiu em temas sobre religiosidade e histórias de esperança com base na trajetória do santo. No segundo carro, foi representado a grande batalha entre dois grupos que culminou no desaparecimento de Dom Sebastião.

    Para caracterizar o simbolismo da alegoria, soldados de guerras com lanças, espadas e escudos. Construiu-se a ideia de luta entre os cristãos ao lado direito, e os mouros ao lado esquerdo. Até alcançar esse resultado, vários encontros foram necessários como explica o componente, André Luiz, 47, que desfila pela segunda vez na escola. “Fizemos vários ensaios para oferecer o nosso melhor e a escola é guerreira conta com a vasta diversidade de carros, cultura e até mesmo ensinar as pessoas que o Carnaval alcança o mundo inteiro por isso, merece a nossa dedicação”.

    O Diretor de Harmonia, Paula César, 52, não escondia a expectativa na concentração.

    “A escola está muito bonita e bem preparada. A cada passo nós vamos crescendo e sentimos as melhorias graças ao nosso Presidente, Renato Thor, que se empenha bastante para apresentar um excelente Carnaval”. Quem também concordou com está afirmação foi o integrante, Douglas Tavares, 34, que desfila há 4 anos na escola de São Cristóvão. “A evolução melhorou, a escola está mais unida, os carros estão mais bonitos e esse ano nós iremos brigar pelo título”, afirmou.

    Depois de todo o esforço em meses de ensaio, o componente Moisés Dias, 28, não escondeu a empolgação de estar na escola depois de tantas noites perdidas. “É tudo uma dedicação, nós estamos ensaiando há meses juntos por isso hoje estamos aqui para se divertir e ajudar a nossa escola”.

    Ito Melodia sofre acidente de carro

    O intérprete Ito Melodia, da União da Ilha do Governador, sofreu um acidente de carro na noite desta segunda-feira de carnaval, na entrada da Praia da Bica, no bairro da Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro.

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    Ele estava acompanhado da esposa, Maria do Carmo. O carro deles bateu em um poste segundo apurado por nossa reportagem. Os dois foram levados para o hospital Evandro Freire, também na Ilha, e passam bem.

    Aydano André Motta: Domingo, me ajuda a te ajudar!

      Por Aydano André Motta

      Entre as muitas mazelas naturalizadas no julgamento do Carnaval, está o desprezo ao domingo. Basta sair a arrumação determinada pelo sorteio da Liesa para a tribo do samba – imprensa incluída – comentar a ordem como verdade absoluta. “A escola tal desfila segunda – favoritaça! Ótimo enredo da escola assim – pena que desfila domingo…” Reflexo do júri oficial e suas muitas idiossincrasias (para usar palavra gentil), inclusive a de usar pesos diferentes, de acordo com o dia, na hora de avaliar as competidoras.

      Uma das muitas mazelas carnavalescas que precisa acabar.

      Em 36 anos do desfile em dois dias, a campeã desfilou na metade final em inacreditáveis 84% dos carnavais. Em 2020, ainda pode ser diferente – mas o aguardado primeiro dia, com quatro candidatas ao título no zunzunzum pré-folia, teve desfiles bons e acidentados. Houve equilíbrio e emoção, faltaram apuro e cuidado, que viabilizam apresentações perfeitas.

      Pela ordem em que se passaram, Viradouro, Grande Rio e Portela foram as melhores, numa noite de Mangueira sem brilho, Tuiuti, Estácio e, principalmente, União da Ilha decepcionantes. As três últimas vão à apuração ameaçadas pelo rebaixamento.

      Na outra ponta da história, a Viradouro credenciou-se ao título com desfile excelente, o único que levantou a Sapucaí no domingo. A homenagem às Ganhadeiras de Itapuã, no enredo “Viradouro de alma lavada”, rendeu apresentação de belas alegorias e componentes empolgados sustentando o canto.

      A passagem da vermelho e branco de Niterói, aliás, demoliu outra balela da festa: a do público frio no início. A paradinha de mestre Ciça no verso “Ó mãe, ensaboa, mãe” deu no momento mais empolgante da noite. O samba na voz do excelente Zé Paulo Sierra também enfeitiçou os componentes e o público. Mas o carro da ganhadeira, último a entrar, atravessou metade da Sapucaí apagado, garantindo a angústia niteroiense para quarta-feira. Mas pelo segundo ano, a Viradouro voltará nas Campeãs.

      Assim como a Grande Rio, que está de às primeiras colocações, após dois anos catastróficos. O conjunto de excelências tricolores começou no melhor samba do ano e continuou no mais perfeito conjunto alegórico da primeira noite, trabalho espetacular dos estreantes Leonardo Bora e Gabriel Haddad. A turma de Caxias cantou muito para o homenageado Joãozinho da Gomeia, mas vai sofrer na apuração pelos erros decorrentes de dramáticos problemas de mobilidade nas primeiras alegorias, que precisaram ser reparadas em plena Sapucaí. A volta no sábado, porém, parece garantida.

      Estará lá também a Portela, a que menos errou no domingo de carnaval. A espetacular águia hit-tech de Márcia e Renato Lage abriu desfile de ótimo nível da maior campeã de todas. Candidata a mais um título, a escola contou a história do Rio antes do Rio com fantasias e alegorias impecáveis e um samba dos melhores, cantada pelo melhor chão do Carnaval na atualidade. A porta-bandeira Lucinha Nobre apareceu com barriga de grávida, e “pariu” um bebê indígena ao fim de cada apresentação para os jurados. Tudo certo? Quase. Difícil driblar a dificuldade para mudar visualmente os setores, num enredo indigena. Talvez por isso, a azul e branco não tenha arrebatado.

      Coube à Mangueira, no aguardado desfile da versão Leandro Vieira para a história de Jesus, produzir a imagem mais impressionante da noite – talvez do Carnaval todo: o Cristo negro gigante crucificado, no quarto carro. Foi o grande acerto da verde e rosa, que viu o bi mais distante pela apresentação fria. A primeira parte, baseada na história bíblica, passou diante do público impassível. O terço inicial não dialogava com o samba, sem menções a esse trecho da narrativa. Aliás, o hino, sem o estilo que mais agrada aos mangueirenses, foi cantado sem empolgação. Aqui, passa pela identidade, característica fundamental nas instituições carnavalescas – e a nonagenária Mangueira, a mais forte de todas as escolas de samba, tem cara absolutamente marcante.

      Mas o entusiasmo inexistiu mesmo na passagem da Tuiuti. O encontro de Dom Sebastião com São Sebastião rendeu desfile no máximo regular, com o samba animado como ponto alto, especialmente no refrão. De qualquer jeito, a Tuiuti viveu seu pior ano desde 2018, quando foi vice-campeã.

      Para quem carregava o carimbo de candidata ao rebaixamento antes de a festa começar, a Estácio fez o possível para escapar da sina (mais um cacoete carnavalesco que precisa desaparecer). No enredo “Pedra”, a carnavalesca Rosa Magalhães lutou, em seu 50º desfile, com a dificuldade financeira, mas construiu apresentação regular – melhor nas fantasias do que nas alegorias. O samba, acelerado, foi cantado pelos componentes, mas não cativou a plateia, resumindo a apresentação irregular.

      Desastre mesmo foi a União da Ilha, e seu conjunto de acidentes e decisões erradas. O enredo de aguda crítica saiu gravemente ferido pelo mau gosto da narrativa. A exceção foi o abre-alas, a favela emoldurada pelos helicópteros da polícia, que chamou a atenção do público. Depois, só erros. As fantasias da bateria – uniformes escolares – eram uma ofensa.

      O sequestro no ônibus, com arma na cabeça e simulação de agressões, não tem nada de carnavalesco. Laíla, o lendário diretor de carnaval, repetiu, pelo terceiro ano, a denúncia social campeã na Beija-Flor em 2018 e burocrática na Tijuca ano passado. Não que o Brasil não mereça – mas fica baixo astral demais. Para completar, o buraco gigantesco deve engolir a Ilha na direção da Série A.

      Infortúnios carnavalescos dominicais.

      Diversidades de estilos e propostas artísticas marcam uma boa noite de narrativas no grupo especial

        Por Leonardo Antan

        Foi dada a largada para o maior espetáculo artístico visual do planeta! Numa noite com desfiles de alto nível, as escolas de samba surpreenderam e o que se viu foram trabalhos plásticos interessantes e de teor elaborado e criativo, mesmo com a crise financeira. Marcando assim uma noite competitiva em que desfilaram escolas tradicionais da folia carioca. Em especial, tivemos apresentações extremamente felizes no que se refere a Enredo e narrativa, com uma exuberância de temas bem desenvolvidos e alinhados que há muito não se via no grupo especial, com exceção de apenas uma agremiação que deixou a desejar neste quesito.

        A noite começou com uma aula da professora Rosa Magalhães. Uma das maiores artistas plásticas em atividade no país, completou incríveis cinquenta anos de atividade na folia e seguiu se renovando. Apesar do enredo criticado no pré-carnaval, com sua sabedoria e um infindável baú de referências, a carnavalesca apresentou uma estruturação interessante de setores e um desenvolvimento correto de sua narrativa, explorando mais uma vez a junção de propostas mais fragmentadas, como é de sua características em outros carnavais. A proposta do enredo se materializou de maneira competente em um conjunto de fantasias que se destacou pelo seu brilho intenso e um ótimo efeito visual cromático. As alegorias também não ficaram atrás, os famosos caixotinhos de Rosa estavam muito bem vestidos.

        A noite seguiu com um enredo forte e precioso da Viradouro. A homenagem sobre as Ganhadeiras de Itapuã feita pela dupla Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon explorou de maneira interessante um imaginário das religiões afro-brasileiras e a formação da figura da baiana na cultura brasileira. Embora a narrativa tinha seguido uma linha tradicional, ela se mostrou coesa e foi materializada de maneira exuberante e opulenta, apostando em imagens mais tradicionais em menos inovadores sobre o universo baiano. A vermelho e branco fez uma apresentação para quem gosta de luxo, e apesar da beleza plástica, não deixou de apresentar um mensagem contundente. Um belo momento da noite desde domingo.

        O falado enredo sobre Jesus Cristo de Leandro Vieira dividiu opiniões. Prometendo recriar a história do messias, incorporando elementos atuais a narrativa bíblica clássico, o que se viu na pista foi uma estética clássica e inspirada em imagens tradicionais da iconografia cristã. O desfile seguiu de maneira clara sua narrativa, desde o nascimento de Jesus até sua ressurreição. Dialogando com artistas do renascimento e da pintura espanhola, o carnavalesco trouxe ainda esculturas que lembravam os trabalhos do escultor Aleijadinho para reproduzir os passos da paixão de Cristo. A subversão do enredo se deu de forma sútil, as muitas faces do profeta surgiram reimaginadas em meio a esses símbolos tão clássicos. O Jesus da Mangueira foi negro, indígena e mulher. Os momentos em que os paralelos com uma crítica social mais atual foram poucos, começando pela excelente Comissão de Frente da verde e rosa e que seguiu por alas como “Bandido bom é bandido morto” e “Maria Madalena dos anos 2000”. Com isso tudo, foi mais uma aula de bom gosto e requinte de Leandro Vieira, que se firma como um dos artistas mais fundamentais e talentosos da década.

        O cristianismo voltou a aparecer na apresentação da Paraíso do Tuiuti que trouxe São Sebastião num bela homenagem ao padroeira da escola. A história de São Sebastião e do rei português de mesmo nome se traduziu de maneira coesa e bem amarrada, sendo materializada com bastante requinte e opulência João Vitor Araújo. Um dos pontos altos da azul e amarelo foi sua segunda alegoria, lembrando um grande deserto uma interessante textura que remetia a areia em junção de uma bela iluminação. O tema que foi desenvolvido pelo enredista João Gustavo Melo se destacou pela forte pesquisa histórica. Qualidade que não faltou também a próximo escola a se apresentar.

        Em um momento cintilante, a Grande Rio fez uma das grandes apresentações da noite e um dos enredos mais ricos e bem construídos do Carnaval. A história do pai de santo Joãosinho da Gomeia se mostrou um tratado da história social, artística e religiosa brasileira. A narrativa explorou elementos das religiões de matriz africana de maneira inédita e arrojada, inspirada no trabalho artístico de nomes como Carybé, Abdias Nascimento e Djanira. Cada alegoria apresentava um mundo de possibilidades criativas, com milhões de detalhes que se justificavam numa construção marcada por um forte teor acadêmico. A pesquisa densa dos carnavalesco Leonardo Bora e Gabriel Haddad não passou de maneira hermética na Avenida, as alas de fantasias e alegorias tinha leituras claras e exploram bem suas possibilidades. Uma verdadeira aula de arte e sociedade que apresentou a tricolor de Caxias.

        O único destaque negativo neste dia foi a União da Ilha. Depois de narrativas densas e bem estruturadas, a tricolor insulana deixou muito a desejar em sua contundente crítica social. O enredo elaborado após a escolha do samba-enredo da agremiação, num modelo inovador proposto por Laíla, não se provou na pista. As alegorias e fantasias apostam num visual mais realista e cênico, trazendo as mazelas sociais em encenações mais violentas e até debochadas. A falta de unidade visual também foi um problema em alegorias que traziam estilos e possuíam uma falta de coesão entre o que era apresentado. As fantasias mostravam outra fragilidade do desenvolvimento, passaram vários profissões como médicos, professores, ambulantes e vendedores, numa sequência que pouco significava. A falta de coesão e da estrutura bem amarrada do clássico “início, meio e fim” fez a Ilha ser o destaque negativo no aspecto narrativo.

        Encerrando já com o dia claro, a Portela finalmente materializou o que prometia ser um dos enredos mais interessantes do ano, que chamou atenção desde o lançamento de uma ótima sinopse escrita pela carnavalesca Márcia Lage. A azul e branco contou seu “Guajupiá, Terra sem Males” numa interessante proposta em explorar o universo indígena de maneira menos tradicional. Com um trabalho plástico bem tradicional e coerente, se viu belas alegorias e um interessante trabalho cromático que se manifestou em belas fantasias com elementos conhecidos da cultura ameríndia. Apesar da última alegoria destoar na narrativa proposta, que apresenta o mundo dos povos nativos antes do contato com os colonizadores, o desfile da agremiação também abre interessantes aspectos a serem analisados em seu processo de desenrolar.

        No geral, o que se viu foi uma noite de alta qualidade artística, sobretudo na aposta de desfiles com linguagens completamente diferentes e interessantes entre si. Teve o melhor estilo tradicional dos sempre atuais, Rosa Magalhães e Renato Lage, assim como o requinte e densidade histórica de Leonardo Bora e Gabriel Haddad, como o bom gosto e as formas de Leandro Vieira, chegando a opulência e gigantismo da dupla Marcus e Tarcísio, até ao trabalho cuidadoso e rococó de João Vitor Araújo. Ganha a festa com apresentações de tão alto nível e com apostas estéticas e musicais que valorizam as personalidades das agremiações e seus artistas. A diversidade é fundamental. Viva a importância de narrativa relevantes que contribuem para a cultura brasileira.

        Sucesso do Camarote do King se espalha pelo mundo e atrai clientes

        Por Philipe Rabelo e Rennan Laurente

        Nesta segunda-feira aconteceu na Marquês de Sapucaí, a última noite de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. E o Camarote do King esteve preparado para receber amigos e parceiros, para mais uma noite de muito brilho e alegria, com atrações como o cantor Belo, Suel e a cantora Ludmilla, que fizeram a alegria de todos os presentes. Fotos: Paulo Rodrigues

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        A família Breslin esteve presente pelo segundo ano no Camarote, com o casal Valéria e Michael e seus dois filhos. Ela desfilou ontem pela Portela e hoje veio assistir o carnaval com a família. “Escolhemos o King novamente pela localização, a entrada pelo lado par e a comodidade. Eu sou Portela, meu esposo e o filho maior, Beija Flor e o menor, está dizendo que é Salgueiro”. declarou Valéria, em meio a sorrisos e abraços com a família.

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        Que o Camarote do King é para todos, nós sabemos. Prova disso, é o casal Marco e Lourdes Caieira, vindos de Portugal exclusivamente para assistir o Carnaval Carioca no Camarote. Marco é ex jogador da seleção portuguesa e comentarista de esporte da TV SIC. “Toda a emoção que transmitem é de ficar arrepiada”, disse Lourdes sobre os desfiles da noite.

        Marco disse que as condições do Camarote o chamaram atenção, assim como a receptividade, que eles receberam: “Um excelente camarote, essa atmosfera criada, faz se sentir bem dentro do Carnaval Carioca”. Lourdes ainda completou: “Muito organizado do princípio ao fim, são super gentis com todos”.

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        Reunindo amigos e parceiros, encontramos as parceiras Carla Cristina e Carolina Chamon, amigas da Adriana Bombom, musa do Camarote. Carla fez questão de deixar um adendo: “O local do credenciamento é o mais confortável de todos que já fui. Rápido, fresco e sem filas. As pessoas que estavam lá, falavam a mesma coisa”. Carolina, disse: “Aqui é um programa maravilhoso. Não ia deixar meu amor vir sozinha”, completou sorrindo.

        Carla, moradora do Rio de Janeiro, chegou ao Camarote assim que desfilou pela sua escola de coração – Salgueiro – e filha do mestre-sala Ronaldinho. Já Carolina é moradora de São Gonçalo e torcedora da Porto da Pedra e da Unidos do Viradouro.

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        Durante as quatro noites de desfiles na Sapucaí, neste Carnaval, o Camarote do King superou as vendas do ano anterior, recebendo aproximadamente 1.000 por dia, de forma que ficassem confortavelmente instalados. O Camarote já pensa em melhorias para próximo ano e novidades que irão agradar não somente ao bolso, mas todos os que desejarem ter essa experiência mais uma vez, ou estiverem estreando na melhor visão da Sapucaí.

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        Aos interessados, no dia 10 de Março, começa a pré-venda do Carnaval 2021, pelo site camarotedoking.com.br e segundo a assessoria do King, “É melhor correr, e garantir seu espaço”.