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Unidos da Tijuca cria semana de bate-papo com os novos contratados através de lives

A Unidos da Tijuca começa nesta segunda-feira uma semana de lives pela internet com os profissionais contratados e renovados para o Carnaval 2021 da agremiação. O #EmCasaComOPavão estreia com o novo mestre-sala Phelipe Lemos, que baterá um papo com os internautas e responderá as perguntas deixadas através dos comentários. O encontro acontecerá de segunda a sexta sempre às 19h no Instagram da escola, @gresutijuca.

Desde o início do isolamento social, como forma de prevenção e combate à epidemia do Coronavírus, vários artistas e profissionais de diversas áreas têm ocupado as redes sociais com performances ao vivo, feitas nas suas respectivas casas. O objetivo é oferecer entretenimento e doses de interação virtual durante o período de quarentena e com a Unidos da Tijuca não será diferente.

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Para criar a sua programação, a escola do Borel convocou seu time de contratados: Phelipe Lemos, primeiro mestre-sala; Jack Vasconcelos, carnavalesco; Denadir, primeira porta-bandeira; Sérgio Lobato, coreógrafo da comissão de frente e Wantuir, a voz oficial do carro de som do Pavão.

Confira a programação:

Programação

Gabriel David questiona justificativas dos jurados e cita diferenças de desfiles apresentados em 2020

Em uma live feita na página da Beija-Flor de Nilópolis, na semana passada, o conselheiro Gabriel David conversou com o diretor de carnaval Dudu Azevedo e abordou diversas temas relacionados aos desfiles das escolas de samba. Ele frisou que não contesta o resultado do Carnaval 2020, enalteceu o alto nível apresentado pelas agremiações, mas citou que melhorias precisam acontecer dentro e fora das escolas e também da Liga.

Ao falar do resultado de 2020, Gabriel citou os desfiles da Viradouro e Vila Isabel na comparação com a azul e branco de Nilópolis.

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“Na análise pós desfile vou ser franco e posso dizer que a Viradouro poderia perder para Beija-Flor e a Beija-Flor para Viradouro. Particularmente, eu via a Vila Isabel na disputa e não via mais ninguém. Quem ganhasse três dessas três estava justo. Na análise pós resultado, baseada nas notas, não esperava a Beija-Flor atrás da Grande Rio e muito menos da Mocidade. Não esperava a Vila Isabel em oitavo lugar. A Viradouro faz total sentido no carnaval apresentado”.

O conselheiro da Beija-Flor completou o raciocínio.

“Na última análise pós justificativa dos jurados, a única que consigo aprender alguma coisa são as de Evolução, o resto são mal escritas e que não apresentam ganho para as escolas. Tem que ter alguma mudança, punição, quando a justificativa não é plausível.

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Gabriel David questionou a nota 9.9 recebida no quesito Alegorias e Adereços.

“Não posso aceitar 9.9 para Beija-Flor e 10 para São Clemente. Com todo respeito com a instituição São Clemente. É nítido e não precisa conhecer muito de carnaval para ver a diferença absurda do que foi apresentado pelas duas escolas. O carnaval é comparativo e dentro da instituição não posso aceitar. Existe um critério de julgamento de acordo com a expectativa gerada pela escola e não por o que ela apresenta. Isso tem que ser corrigido. Duvido que se a Beija-Flor apresentasse o carnaval que a Mocidade apresentou esse ano ela voltasse entre as seis colocadas”.

Ele também falou sobre o novo momento da Beija-Flor.

“A gente vem sem enredos patrocinados e na situação financeira do carnaval hoje não é fácil apresentar o que era feito anos atrás em termos de volumetria no desfile. Era muito mais quantidade e tinha-se mais dinheiro para fazer. É mérito dentro da estrutura incrível da Beija-Flor, que ninguém tem no carnaval, extrair o melhor daquilo para apresentar o carnaval que a gente espera da Beija-Flor. Isso foi atendido”.

Produção de máscaras de tecido segue com força total no barracão da Portela

A Portela está confeccionando máscaras de tecido em seu barracão, na Cidade do Samba. Inicialmente, a escola prepara três mil unidades, no entanto, a produção deverá aumentar nas próximas semanas. A ação integra uma força-tarefa comandada pela Liesa para auxiliar a população do Rio diante da pandemia do coronavírus.

“A Portela está empenhada em produzir o maior número possível de máscaras. Assim que recebemos o material, começamos a produção, que está a pleno vapor. As escolas de samba e a Liesa estão fazendo a sua parte diante da crise. Esperamos que tudo isso passe logo”, afirma o presidente Luis Carlos Magalhães.

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A maior campeã do carnaval carioca, que completou 97 anos, no último dia 11, também está promovendo uma grande campanha para viabilizar cestas básicas para comunidades carentes de Oswaldo Cruz, Madureira e região.

Para conseguir comprar as cestas, que custam R$ 65 (em média), a escola está arrecadando doações através de uma conta bancária. Qualquer quantia será muita bem-vinda. As contribuições para a campanha Águia Solidária também podem ser feitas pelo aplicativo PicPay, via cartão de crédito.

Dados para transferência bancária:

Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela
Banco Bradesco
Agência 3469
Conta Corrente 02683-80
CNPJ: 42.255.075/0001-63

Outro programa desenvolvido em prol da comunidade é o ‘Portela Por Todos’, que abriu espaço nas redes sociais da agremiação para divulgar gratuitamente produtos e serviços delivery de pequenos empreendedores de Madureira e adjacências. O objetivo é dar uma força a quem teve suas vendas reduzidas diante da crise.

Componente da Portela morre vítima da Covid-19

A Portela lamenta informou o falecimento do componente Evandro Barbosa, de 45 anos, vítima do Coronavírus. Apaixonado pela Portela, ele teve passagens pela ala de passistas, pela tradicional ala coreografada Sambart, e também desfilou como composição de carro alegórico. Em 2020, desfilou em uma de nossas alas de comunidade.

Evandro, que era enfermeiro dedicado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, será sempre lembrado pelo amor à profissão, pelo sorriso largo e pela paixão pelo carnaval.

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O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão e toda a diretoria da Portela se solidarizam com os familiares e amigos de Evandro Barbosa e reforçam a necessidade de que, neste momento de pandemia, a população siga as orientações das autoridades médicas.

Sossego levará as ‘Visões Xamânicas’ para Sapucaí em 2021

O Acadêmicos do Sossego aproveita o Dia do Índio para anunciar o seu enredo para o Carnaval 2021. No próximo ano a escola de Niterói levará “Visões Xamânicas” para a Marquês de Sapucaí. Desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues, o tema traz uma saga épica imaginada entre o presente e futuro, com a narrativa inspirada em relatos de David Kopenawa o grande Xamã Yanonami.

O enredo abordará o fato em que a humanidade se encontra exatamente, onde grandes profecias xamânicas disseram que chegaríamos: no colapso do planeta provocado por um sistema de ambição e consumo. Consciente do seu papel cultural e social, a escola do Largo da Batalha abordará o contexto indígena para valorizar a natureza e fará a cidade cantar melodias de esperança e consciência para seu povo.

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“Há dois anos eu havia preparado um enredo sobre resistência indígena, eu já cultivava esse desejo de mostrar algo mais ligado às referencias culturais dos nossos povos tradicionais. Durante esse período um amigo historiador me recomendou a leitura do livro “A queda do céu”, uma narrativa da vida do Xamã Yanomami Davi Kopenawa, contando um pouco da cosmologia do seu povo”, revelou o carnavalesco André.

Partindo de uma reflexão sobre a sociedade e cultura de consumo e progresso que o homem não indígena construiu, o enredo sofreu alteração em meio à crise causada pela Pandemia da Covid-19. Atualmente não pensamos o que estamos construindo em sociedade e o porque de não conseguir entrar em harmonia com a natureza. Criamos muitas versões de futuro, mas olha onde estamos: presos em nossas casas sem conseguir interagir e “progredir”.

UPM 2017: um canto ‘Kosi Ewé Kosi Orisá’

A palavra sacrifício tende a ser utilizada ao pensar as atos divinatórios que constituem as tradições religiosas de matriz africana. Ou melhor, de matrizes africanas. Afinal a África é uma força plural. Proponho pensar a substituição de sacrifício por sacralização. Não que eu pense aqui sobre um sacro cristão. Sacralizar é, dentro de um conjunto de códigos e práticas, transmutar a Natureza. Alquimia. Magia. Bruxaria. Feitiçaria. Encantaria.

Pensando o candomblé de legado Yorubá como ponto, a sacralização se dá nos domínios elementais, na organicidade das coisas. Os quatro elementos primordiais são colocados num cabaça e soprados no mundo. A partir disso, os ritos sacralizam os minerais, a pulsão de vida pela força animal e as macumbarias das ervas. Ewé é a força vegetal cuja seiva alimenta o ser humano, moldado do barro, permitindo o restabelecimento do vínculo ancestral. Você já pensou na pluralidade dos banhos inúmeros banhos de ervas? A maceração lenta e em reza-canto-prosa torna-se um líquido sagrado, derramado, geralmente, do orí – cabeça. Em 2009 a Beija-flor já nos avisou: “quem lava o corpo, lava a alma e toma um banho de axé”.

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Mas este texto não brotou a pensar o vôo do beija-flor nilopolitano. Ele surgiu do solo fértil de Padre Miguel. No ano de 2017 a Unidos de Padre Miguel ritualizou na Marquês de Sapucaí com Ossain, o Orisá das ervas, curandeiro, o sábio eremita que se emaranha em cipós e raízes e camufla nas folhagens. O título do enredo era “Ossain: o poder de curar”. A escola gritou na avenida “o samba é o remédio da alma.” Assim como informa o itan – história ancestral perpassada pela oralidade -, as folhas do senhor da vegetação foram carregadas em ventos pela energia de Oyá. Sendo assim, a agremiação da zona oeste protagonizou um grande vendaval macumbístico, desfilando sobre as bênçãos dos boldos, o tapete de Osalá.

De primeiro momento destaco a opulência visual adotada no desfile, assinado pelo carnavalesco Edson Pereira. Era possível perceber a estilização dos elementos visuais da escola dentro de uma narrativa afro-brasileira, colocando em Artes os diálogos entre os dois lados do Atlântico. Pontuo positivamente o caráter afrocentrado nas escolhas de materiais. Deuses pretos, pessoas pretas, macumbarias pretas. O protagonismo do negro na narrativa padremiguelense dialogou, e ainda dialoga, com a identidade estabelecida na agremiação nos últimos carnavais.

Pensando a questão da narrativa do enredo, sua construção e o emaranhamento dos acontecimentos – haja vista o aspecto diacrônico que a itinerância do desfile evoca -, o trabalho de Edson é baseado dentro de uma lógica tradicional, de repertório quase inteiramente colocado no senso comum e de rápida leitura. Neste sentido, apostar no tradicional foi um grande acerto. Não que a ideia de uma vanguarda macumbística seja algo que eu discorde. Entretanto, a equipe criativa conseguiu dar liga à produção carnavalesca, funcionando em uníssono. O conjunto simbólico (cores, formas, texturas) dialogou com a concepção e organização da proposta narrativa abordada pelo enredo e que funcionaram, perfeitamente, com o samba, cantado em plenos pulmões pela grave voz de Pixulé. Havia, portanto, a estrutura raíz-caule-folha. As flores-frutos surgiriam na execução do desfile em si.

Ainda pensando o lirismo do enredo, destaco também a doçura de trazer em carro alegórico a relação dos pretos-velhos e caboclos com as macumbarias das ervas, a maceração das folhas. Na Umbanda se canta: “Pega folha, espreme folha, quero ver sumo sair. Se aqui tem folha seca, Pena Branca tem a força de fazer sumo sair.”. O agbò, macerado no pilão, é um banho de ervas misteriosas e de extrema importância nas práticas de limpeza do corpo e da alma, fundidos. Com isso, a assinatura de Edson abordou não só o detentor litúrgico das ervas como também seus falangeiros, que trabalham através da sua irradiação. Saravá as ervas sagradas da Jurema!

Conforme dito um pouco acima, as flores-frutos fizeram desse carnaval memorável e digno de registro à posteridade. Por isso o escrevo! Jéssica Ferreira – a primeira porta-bandeira – se acidentou em frente à cabine dupla de julgadores, localizada no meio do sambódromo. Torceu o joelho. Ossain tende a ser representado artisticamente na figura humana de um eremita com apenas uma das pernas. Jéssica foi retirada do desfile. Vinícius Antunes – o primeiro mestre-sala – ficou só. Nas palavras do mesmo, retirada da transmissão televisiva, disse ter ficado constrangido. Ossain dança no terreiro. Vinícius bailou na Sapucaí. A brava Cássia Maria, até então segunda porta-bandeira, assumiu o posto. Houve a formação de um novo casal em caráter de urgência diante dos julgadores. Nova apresentação na mesma cabine, um ineditismo carnavalesco foi estabelecido. O “horror” transmutou em torpor. Lembram do banho de ervas? Arquibancadas aos berros. Os ares dos pulmões de Pixulé inflaram o povo do santo-samba. Oyá balançou seu bambuzal e disseminou as folhas de Ossain nas bocas que cantavam “hoje a Unidos de Padre Miguel tem o poder de curar”.

Jéssica não foi castigada por Ossain, como rumores preconceituosos e intolerantes foram surgindo pelos becos. Jéssica foi, também como diz o samba, “a raíz que manifesta onde a seiva se mistura”.

O acidente, mesmo trazendo a dor sentida no joelho da porta-bandeira, congela imagens inesquecíveis na memória do/da sambista. Mesmo em queda, ela bravamente honrou o pavilhão da vermelho e branco. Coloco esse fato não como aquele que ofusca todo o poderoso trabalho criado pela agremiação no pré-desfile. Eu o coloco como a ignição que só o desfile em si traz. É a magia carnavalesca do aqui e do agora. Existe diferença entre o carnaval perfeito e o carnaval inesquecível. Inesquecível se mantém na cabeça de todos, o perfeito nem sempre.

Pelo visto quem não entrou em frenesi foram os julgadores do quesito mestre-sala e porta-bandeira. As menores notas de cada quesito eram descartadas. Neste ano, um 9,5 foi descartado do segundo julgador, que estava no módulo da cabine dupla. Mesmo assim, outro 9,5 e um 9,6 foram computados à nota final, perdendo 0,9 décimos. Daí levanto o questionamento: há como dar nota ao inesquecível? O torpor não tem unidade de medida que dê conta. Ficou em quarto lugar, perdendo o campeonato do grupo de Acesso ao Império Serrano, que estava a exatos 0,9 décimos à frente. Ou seja, o julgamento da técnica, que não tem capacidade de observar o divino surreal, dificultou a escola de Padre Miguel subir em copas mais altas dos baobás. Caso o decréscimo não tivesse existo, estaria empatada na briga pelo título e o quesito de desempate, samba-enredo, foi gabaritado pela vermelho e branco, mas não pela verde e branco da Serrinha.

Finalizando todas essas especulações, concluo esse texto colocando como memória todo o desfile emblemático e catártico, onde Ossain pôde nos mostrar a imensidão do Asé carnavalesco. Um pré-carnaval perfeito, um desfile inesquecível! A arquibancada tremeu. Além de parabenizar toda equipe criativa da agremiação pelo trabalho muitíssimo lapidado e coeso, dedicado este texto memorial a cinco pessoas: Vinícius, Jéssica, Cássia e Ewerton Anchieta, os casais responsáveis pela pavilhão da agremiação em 2017. Quanta bravura e poder! Dedico também à Wilma Tostes, minha irmã de santo, iniciada na Natureza das folhas e que muito me inspira e ensina. Através dela aprendi a rezar ao akokò, peregún, para-raio, abre-caminho, cana do brejo, guiné, mariwò… O samba diz e eu repito: “Kosi Ewé Kosi Orisá”. Sem erva, sem Orisá.

Autor: Rennan Carmo – História da Arte/EBA/UFRJ, Pesquisador OBCAR/UFRJ
credenciado na linha de estudos de macumbarias carnavalescas. E-mail:
[email protected]
Instagram: @obcar_ufrj

Velha Guarda da Beija-Flor prepara quentinhas para distribuição à população carente de Nilópolis

Graças à solidariedade representantes de sua Velha Guarda, a Beija-Flor vem distribuindo semanalmente, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, refeições preparadas especialmente para alimentar populações carentes. A ação, que ocorre todos os finais de semana, mobiliza esforços novamente nesta sexta-feira, 17. Os pratos são feitos com o auxílio de membros da ala mais tradicional da azul e branco — como Tia Débora, presidente da Velha Guarda — e entregue por membros de diversos segmentos.

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A iniciativa se soma à corrente de solidariedade que a Beija-Flor tem promovido nas últimas semanas, em consonância com o histórico repleto de atividades sociais promovidas pela agremiação. Desde o início da crise econômica e de desemprego causada pela pandemia da Covid-19, a escola de samba vem arrecadando mantimentos em sua quadra em Nilópolis e em seu barracão na Cidade do Samba, Zona Portuária da capital fluminense. Os materiais são distribuídos para famílias vulneráveis.

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‘Duelo dos desfiles’: Beija-Flor 1989 vence 2007 na preferência dos internautas

Considerado maior desfile da história do carnaval, “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”, de 1989, venceu o “Duelo dos Desfiles” o estonteante “Áfricas: Do Berço Real à Corte Brasiliana”, de 2007. O resultado foi 59,3% contra 40,7%.

Joãosinho Trinta, apontado como o maior carnavalesco da história, fez algo inimaginável na Marquês de Sapucaí. Década de 1980, precisamente o ano de 1989. “Este enredo é um protesto. Vamos tentar, também, mostrar por outro lado, o luxo que servirá de contraste. Será o LIXO DO LUXO”, dizia um trecho da sinopse.

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Beija-Flor 1989 (Por Renato Palhano): “Um desfile repleto de polêmicas e êxtase coletivo, “Ratos e Urubus, larguem minha fantasia”, provocou completamente o conceito estético de um desfile de escola de samba. Levando o lixo e a miséria, misturadas com religiosidade e protesto, a Beija-Flor sucumbiu os críticos naquela madrugada recheada de simbolismo popular. O ousado Joãosinho Trinta, que teve sua maior escultura censurada, o Cristo Mendigo não agradou a cúria e foi vetada pela mesma. Mas o que parecia uma censura pura e simples, se transformou num dos maiores símbolos do carnaval até hoje. Aquela alegoria coberta com plástico preto trazia a frase “mesmo proibido, olhai por nós” fez uma verdadeira revolução no carnaval, fazendo a imagem rodar o mundo e a Beija-Flor trouxe para si o protagonismo daquele carnaval. Enquanto o desfile rolava, os componentes da escola, com sangue nos olhos e cheios de orgulho, iam retirando o plástico preto da escultora e cantando a plenos pulmões o samba da escola, atravessaram a avenida emocionados e levando o público com eles. Até o lendário carnavalesco Fernando Pamplona, na época comentarista, fez um discurso emocionado em defesa da Beija-Flor e de Joãosinho Trinta, entrando para os anais da TV brasileira. A escola ficou com o vice-campeonato, mas o desfile está marcado para sempre na história do carnaval e da escola de Nilópolis”.

Estácio apresenta seu novo mestre-sala

Em vídeo publicado nas redes sociais a Estácio de Sá anunciou que Feliciano Junior é o novo mestre-sala da escola para o Carnaval 2021. Ele dançará com a porta-bandeira Alcione, que já estava na vermelho e branco do São Carlos.

Veja o vídeo abaixo:

Porta-bandeira Raphaela Caboclo revela ter sofrido grave acidente perto do carnaval

A porta-bandeira Raphaela Caboclo utilizou suas redes sociais para revelar ter sofrido um grave acidente de carro, no dia 18 de janeiro, após sair de um aniversário na Lapa.

A sambista contou todos os detalhes da recuperação, citou que na época a “Unidos da Tijuca não gostaria que a situação fosse divulgada” e comemorou que após três meses pode celebrar a vida. Confira abaixo o relato completo e fotos.

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“⚠️ CARTA ABERTA E CONTEÚDO FORTE ⚠️ Completo 3 meses de vida. Não estou louca ou passando por alguma crise relacionada a idade. Hoje marca minha chegada nesse mundo, mas também num dia 18, de janeiro de 2020 pra ser exata, a oportunidade de permanecer nele.

Nesse dia como de costume, esperei amanhecer para ir pra casa. Chamei um carro no app na Lapa e só lembro de ser acordada por uma enfermeira na maca do Salgado Filho perguntando meu nome e contando que eu havia sofrido um sério acidente de carro porque o motorista estava BÊBADO. Foram quase 22h deitada naquela maca sem poder abrir os olhos porque conseguia sentir os cacos de vidro. Só rogava a Deus, orixás, Santa Luzia, se é que eu ainda podia pedir alguma coisa visto o meu livramento: viva sem nenhuma fratura. Pedia para que não permitissem que eu ficasse cega! Confirmando minha suspeita, meus olhos estavam puro estilhaços. Alguns do tamanho de uma ervilha. Apesar das lacerações, nenhuma lesão mais grave.

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Sentia meu rosto, pescoço e colo arderem por causa dos cortes. Não sei dizer com exatidão mas levei mais de 25 pontos no rosto por causa dos vidros. Aproveito para agradecer ao buco-maxilo e seu residente que foram minuciosos tentando amenizar minhas cicatrizes. Também não posso deixar de agradecer a minha cuma-afilhada @ge_peixoto que agiu TUDO naquele pós acidente; minha irmã Rúbia, @biaoliveira_dinda e Alex que literalmente seguraram minhas mãos tentando me confortar.

Só conseguia pensar no ensaio daquela noite, era sábado. Marcelino Alex chegou com a informação de que a escola não gostaria que a situação fosse divulgada. Silenciei conforme fui orientada.- Ainda em tempo, espero, venho me desculpar com os amigos, componentes e torcedores tijucanos pela minha ausência e silêncio. Agora sabem o porquê.

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Quando finalmente pude me levantar pra vir pra casa, só desejava uma dose de morfina capaz de acabar com aquela dor. Tudo doía!

Não vou ficar me lamentando. Mesmo com todas as cicatrizes, tenho muito o que agradecer. A Deus, meus orixás e algumas pessoas, como já iniciei. As demais serão mencionadas no decorrer desse relato.

O pior momento da minha vida se tornou uma corrida contra o tempo, já que faltava pouco mais de 1 mês para o carnaval, dançar como porta-bandeira, o que mais amo na vida! Dia mais esperado do ano!

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Pode parecer loucura, irresponsabilidade ou até vaidade ter contrariado os médicos e alguns dos poucos amigos que souberam. Mas sabe aquelas certezas que temos na vida, que argumento algum consegue destruir? Essa era a minha. Se Deus e os Orixás intercederam pela minha vida, não seriam as sequelas que me impediram de dançar.

Assim começa a minha corrida. NOSSA. Porque amor de pai e mãe não tem igual !! Rosângela Caboclo , Rúbia Caboclo e Lúcio Soares Costa, eu amo vocês!

Quando finalmente consegui abrir a boca por causa do choque e dos pontos recorri a minha amiga Aline, que para minha sorte é fisioterapeuta especialista no tipo de lesão que tive, recuperar a funcionalidade do meu rosto. Numa das nossas sessões abri minha preocupação com o aspecto das cicatrizes e a forte dor no joelho que não amenizava por nada.

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Não bastasse ela, ainda trouxe mais dois anjos para o meu caminho. Anjos de verdade, que foram além do que haviam se comprometido. Thiago, fisioterapeuta do Madureira E.C., especialista em joelho. Sorte a minha? MUITA. No decorrer dos atendimentos identificou uma torção e lesão do tendão provocados pelo impacto. Não seriam apenas compressas que resolveriam aquela dor. Seus horários de almoço passaram a ser inteiramente voltados para a minha recuperação. Com muito trabalho e disciplina a melhora foi gradativa, e no intuito de melhorar a minha confiança, ele mesmo se propôs a me acompanhar nos primeiros ensaios.

O segundo anjo é minha amiga Claudia que conseguiu uma consulta com o Dr Anselmo, dermato e cirurgião plástico que fez o melhor tratamento possível pras minhas cicatrizes naquele momento e identificou a paralisia facial, decorrente do grande impacto sofrido pelo nervo; que levaria de 3 a 6 meses para observar alguma melhora. Eu tinha menos de 2 semanas! rs Assim Aline e eu otimizamos nosso trabalho o máximo possível Meus dias se resumiram em inúmeros remédios, fisioterapias e ensaios.

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Uma pessoa crucial nesse processo foi Alex que foi muito presente acompanhando minha evolução de perto até conseguir dar o primeiro giro novamente. Pelos nossos anos de amizade eu sabia que ele estava preocupado, mas em nenhum momento deixou transparecer. Foi perseverante, parceiro e atento as recomendações do Thiago. Obrigada por passar tudo isso comigo!! Geissa foi além da sua obrigação profissional. Mostrou-se humana, e grande amiga por todo seu cuidado em me preservar durante e depois desse silêncio. Na minha primeira aparição publica, ao vivo na TV. Pode parecer irrelevante, mas aquela altura minha autoestima não existia. Algumas mulheres se escondem por ter 1 espinha no rosto. Entenda o que foi aparecer com o rosto torto pela paralisia e com cicatrizes por toda parte.

Não é fácil manter-se firme, forte o tempo todo. Tia Enice, Dinda Vilma e tio João, Caroline e tia Cris Ti Ane, Tia Deise, Lett, Tati, Feliciano, Helena, Stefânia, Ruan Pablo, Guilherme, Thay, Carina,Taynara e Ingrid, obrigada pelas preces e tentativas de animar o meu ânimo a cada visita ou mensagem.

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Em meio a essa curva sinuosamente perigosa que minha vida entrou, com todos os motivos possíveis – e acredite, Ruan, eu entenderia se tivesse resolvido se afastar naquele momento. Não. Fez o extremo oposto. Sorriu e ficou. Ouviu, incentivou e acreditou, mais do que eu, na minha capacidade. Obrigada, meu amor.

Bem… Disse que foi o pior momento da minha vida, entretanto, apesar dos desdobramentos, tive o melhor desfile da minha vida. Estava extremamente focada e decidida a dar tudo de mim. Já havia sofrido demais. E eu consegui. Dancei tudo que pude, fiz tudo o que Alex e eu havíamos planejado.

Agora olhando pra trás só consigo me encher de gratidão. Gratidão pela superação, por quem realmente me amar ter se mostrado, pela minha saúde e pela nova oportunidade para fazer valer a vida que Deus me deu. Novamente. Muito obrigada universo!!! Só peço saúde, no mais, não irei desapontar”.