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Leveza da Dragões da Real na evolução encanta em segundo ensaio técnico de conjunto impecável

Por Lucas Sampaio e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Will Ferreira, Naomi Prado e Nabor Salvagnini)

A Dragões da Real realizou no último domingo seu segundo ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi em preparação para o desfile no carnaval de 2025. Apresentando um conjunto de quesitos de excelente qualidade, a evolução livre e leve dos componentes foi o que mais chamou a atenção nos 60 minutos em que a escola passou pela Avenida. A comunidade de Gente Feliz será a terceira a se apresentar na sexta-feira de carnaval pelo Grupo Especial com o enredo “A vida é um sonho pintado em aquarela”, assinado pelo carnavalesco Jorge Freitas.

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O que se viu na última passagem da Dragões pelo Anhembi antes do desfile oficial reforça a tese levantada na análise do primeiro ensaio quanto a possivelmente estarmos diante do surgimento de uma nova era no carnaval de São Paulo. Às vezes, a melhor escolha que pode ser feita pensando em um futuro saudável é refletir quanto ao que costumava ser feito no passado. A escola apresentou nestes dois ensaios técnicos, mesmo sem fantasias e alegorias, desfiles cativantes e muito agradáveis de se acompanhar, transmitindo a sensação de que o carnaval sempre deveria ser desse jeito. Não renunciou ao rigor onde deveria ter, mas mostrou para todas as coirmãs que carnaval foi feito para se brincar e até mesmo existe um jeito certo de se fazer isso na Avenida, sem forçar o componente a ficar em amarras de passos marcados ou outras burocracias tediosas. Se o título inédito irá para a Vila Anastácio é cedo para afirmar, mas a Dragões está no caminho certo para revolucionar o carnaval paulistano.

Comissão de Frente

DragoesDaReal et Comissao 3

Ensaiada pelo coreógrafo Ricardo Negreiros, a comissão de frente da Dragões realizou uma apresentação com duração de duas passagens do samba e fez uso de um elemento alegórico. É uma coreografia separada em duas partes, sendo uma que ocorre no chão e a outra em cima do tripé, que tem uma construção intrigante. A atuação no chão predomina em boa parte da apresentação, onde se destaca uma criança como protagonista que faz uma performance variada e muito bem sincronizada com os atores adultos. No segundo ato, na alegoria, um dos atores que performavam nela passa a interagir com quadros que se erguem das laterais, e em seguida os adultos do elenco que estavam no chão aparecem em cima do tripé saindo de um grande rosto que se abre, deixando o menino sozinho até o final do segundo ato, onde ele pega um drone guardado no tripé, coloca no chão, e interage com o objeto enquanto começa a voar.

A apresentação da comissão de frente é agradável de se acompanhar e impressiona pela facilidade de leitura dos elementos do enredo, em especial no momento final da coreografia, com a criança solitária, em uma cena que coincide com os versos do samba de maneira comovente. Quando a Dragões da Real passar pela Avenida, com todos os elementos devidamente caracterizados, certamente proporcionará uma abertura fantástica para o desfile da escola.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Atuais vencedores do Prêmio Estrela do Carnaval promovido pelo CARNAVALESCO, Rubens de Castro e Janny Moreno mostraram o porquê de merecerem o reconhecimento. O “casal 40+” teve uma atuação sublime por todos os módulos em que foram observados, chegando especialmente no último ainda com energia para dar os mesmos giros coordenados de forma impressionante mostrados no primeiro. A sintonia na dupla impressiona em todos os movimentos, cumprindo as obrigatoriedades com elegância, e a criatividade da coreografia fazem da apresentação um alento para os olhos.

DragoesDaReal et PrimeiroCasalRubensJanny

Rubens citou o que na sua opinião mais se destaca na coreografia realizada pelo casal. “O lúdico! Vocês estão vendo a nossa dança, ela é uma dança lúdica, uma dança interpretativa, assim como a dança característica principal do Rubens e da Janny, mas tem um lúdico nos movimentos que se alguém percebeu nos nossos vídeos, vai perceber que tem um lúdico no movimento que só uma criança pura consegue enxergar”, comentou.

Janny demonstrou otimismo com o trabalho desenvolvido pelo casal, mas deixou claro que ambos estão em alerta para qualquer situação que possam encarar. “Está tudo certo, graças a Deus, mas você sabe que a Avenida é uma caixinha de surpresas. Está tudo pronto, mas também pode ter os seus imprevistos”, disse.

Harmonia

Seria injusto apontar uma ala que se destacou em questão de canto no ensaio da Dragões da Real. A letra fácil ajuda na assimilação e o compromisso da comunidade só engrandecem o trabalho de toda a escola. O samba foi claramente ouvido por todos os setores que se apresentaram na Avenida, ganhando ainda mais força nos diferentes momentos em que a bateria realizou apagões. Não é de hoje que a Dragões é conhecida por ter um canto forte, e este domingo reforçou ainda mais a boa fama.

Evolução

Considerar a evolução como o destaque de um ensaio técnico com tantas qualidades é cumprimentar a escola pelas decisões tomadas no quesito. Carnaval existe para brincar, mesmo havendo o compromisso de se obter boas notas visando a conquista de um título. O que se viu no Anhembi foi uma jovem escola de samba agindo como uma senhora carregada de tradição, respeitando o que o carnaval sempre deveria ser. A comunidade da Dragões evoluiu com uma leveza rara de se ver na atualidade em suas alas, mesmo entre escolas não tão rigorosas assim.

DragoesDaReal et PresidenteTomate 3

O fato de os componentes cantarem tão bem o samba e passarem pela Avenida de forma tão livre, mesmo respeitando os limites de suas próprias alas, mostra principalmente que o compromisso de cada um é representar com alegria a sua escola tendo plena consciência de suas responsabilidades. A compactação entre as alas, a fluidez do andamento e o fechar dos portões aos 60 minutos apenas reforçam o quão boa a evolução da escola foi. Que as outras agremiações possam se espelhar no exemplo dado pela escola da Vila Anastácio no ciclo de ensaios técnicos que acabou de se encerrar.

O diretor de harmonia da Dragões da Real, Rogério Félix, refletiu sobre o ciclo de ensaios técnicos da escola no Sambódromo do Anhembi e exaltou o compromisso da comunidade com o projeto desenvolvido para o carnaval de 2025.

DragoesDaReal et DiretorHarmoniaRogerioFelix 2

“Nós fizemos dois ensaios técnicos. Trabalhamos muito em fazer um ensaio técnico diferente, balançado, onde os componentes viessem brincando o carnaval, não viessem em fileiras, viessem vindo para um lado e para o outro, cantando muito, se divertindo e sacudindo muito. É arriscado, muitos acharam que o que nós fizemos no primeiro ensaio fosse apenas uma loucura, que não faríamos no segundo. Fizemos no segundo mais balançados e vamos fazer mais ainda no dia do desfile. Eu tenho que agradecer a minha comunidade, que realmente comprou a ideia maluca do projeto e está cantando muito e balançando muito”, avaliou.

Rogério afirmou que a forma como a Dragões conduziu a preparação para o carnaval de 2025 tem a ver com uma característica da própria escola de se relacionar com os enredos que escolhe ao longo dos anos.

DragoesDaReal et 10 1

“A Dragões sempre se veste no enredo. Na época de ‘Asa Branca’, nós só tocávamos músicas nordestinas e servíamos comidas nordestinas na quadra, e esse ano ‘A vida é um sonho pintado em aquarela’, se a vida é um sonho a vida é para ser brincada, a vida é para você curtir, dançar, realmente viver como se fosse um sonho. A vida é um sonho, é um presente que você recebe, não poderíamos ter um desfile diferente. Nós tínhamos que ter um desfile que fosse realmente brincante, que as pessoas brincassem na Avenida e então compramos a ideia. Jorge Freitas é um monstro, é um presente para o carnaval de São Paulo e principalmente para a Dragões, comprou muito a ideia. Nós temos ensaiado muito. Muitos acharam que depois do primeiro ensaio técnico que nós fizemos, estaríamos em casa parados. Pelo contrário, intensificamos os ensaios, intensificamos os ensaios com alas específicas para que eles entendessem que o que nós queríamos é que eles brincassem, com responsabilidade, mas que eles brincassem”, afirmou.

Samba-Enredo

Os dois ensaios técnicos da Dragões da Real mostram até o momento que a escolha do samba surtiu bons efeitos. É uma obra poética, oriunda de um enredo inspirado em uma música aclamada por todo o país. No geral, a condução do samba é bem-feita pelo carro de som e a comunidade defende muito bem na Avenida através do canto, mas fica uma certa preocupação quanto ao alongamento de versos. Em alguns momentos, o intérprete Renê Sobral prolonga o cantar do verso “Se um pinguinho de tinta cair no papel”. Como não se trata de um caco, é preciso ver como os jurados interpretarão caso a atuação persista assim no desfile oficial.

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Renê fez uma análise do desempenho do carro de som neste segundo ensaio da Dragões da Real no Sambódromo do Anhembi. “Estou muito feliz com o desempenho da ala musical, das cordas, do conjunto com a bateria, do conjunto com o canto da escola. O chão da escola veio pegando fogo mesmo. Estou muito feliz, foi um ensaio muito bom”, avaliou.

O intérprete destacou os elementos que evoluíram durante o ciclo de pré-carnaval na preparação do carro de som, citando os critérios utilizados nas últimas semanas. “Sempre fazemos algumas limpezas. Usamos muitas coisas no primeiro ensaio técnico, fizemos muitas coisas na quadra e depois tentamos aqui no terreiro mesmo. Algumas coisas funcionam, outras não, então hoje fizemos essa limpeza e viemos meio que atacando com quase que 99,99% do que vai acontecer na Avenida”, afirmou.

Outros Destaques

A “Ritmo que Incendeia” cumpriu bem o seu papel dentro da proposta do enredo com bossas bem aplicadas e apagões que contribuíram para evocar a comunidade e cantar o samba ainda mais forte. À frente dos ritmistas, a corte da bateria abrilhantou a apresentação com a participação da rainha Karine Grum, princesa Yohana e da estreante como musa Beatriz Roberta, que mostraram muito entrosamento e samba no pé.

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Mestre Klemen Gioz comentou o desempenho da bateria neste segundo ensaio técnico, apontando um elemento de evolução se comparado com o primeiro realizado pela Dragões da Real no Sambódromo do Anhembi.

“Passamos bem melhor que no primeiro ensaio. Claro, o pessoal já está com o espírito de campeonato, de querer realmente fazer acontecer e no final deu tudo certo. Sempre tem algumas coisinhas a melhorar de ritmistas com falta de atenção, isso daí acontece em todas as baterias. Hoje já não teve isso, então é uma grande vitória”, afirmou.

Veja mais imagens do ensaio

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Mocidade Alegre reúne ciclo de ensaios técnicos com destaque para a comissão de frente e segue confiante no tricampeonato

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Will Ferreira, Naomi Prado e Nabor Salvagnini)

A Mocidade Alegre realizou no último domingo o seu último ensaio técnico de três no Anhembi. O teste ficou marcado pela criativa comissão de frente apresentada por Jhean Allex. Outros destaques ficam para o ótimo canto da comunidade e o desempenho da bateria, novamente. Um momento muito marcante foi a hora em que os ritmistas formaram um coração em volta de Nossa Senhora, que foi montada com um material. Foi executado em frente ao recuo de bateria, o que deu um belo contraste na pista. A Mocidade ‘saiu da casinha’ com esta atitude e, se tudo der certo, pode ser que as outras coirmãs vejam com bons olhos e também queiram mostrar o algo a mais.

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A Mocidade Alegre será a terceira escola do sábado, e levará o enredo “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”

“Estou muito satisfeito. Falei para vocês que o nosso terceiro ensaio técnico teria uma surpresa. Eu tenho uma ação no recuo que a gente fez hoje, montando o terço e o coração. É uma ação muito emocionante e eu precisava ter esse tempo calculado. E na segunda a gente não fez. Mas graças a Deus deu tudo certo, foi tranquilo. A escola veio leve, solta. Todo mundo contente, todo mundo alegre. Temos mais um ensaio de rua e vamos afinar para o desfile oficial”, analisou o diretor de carnaval Júnior Dentista.

Comissão de frente

MocidadeAlegre et ComissaoDeFrente1

A ala, comandada por Jhean Allex, realizou ainda mais movimentos neste ensaio. Foi uma comissão de frente muito mais móvel em relação aos outros testes. Os bailarinos foram para a passarela com indumentárias bem sofisticadas, corpos e rostos pintados na temática africana. Mas, dentro do ato, havia dois componentes com fantasias pretas, sendo eles os principais personagens da dança. Os dois se separavam somente para subir no tripé, fazendo o gestual de saudação ao público.

Os demais componentes se alinhavam e realizavam movimentos interessantes dentro do samba. Triangulares, em linha, círculos… Obviamente não dá para saber o real significado e o que cada integrante da ala irá desempenhar e nem o real significado da fantasia, mas o fato é que a Mocidade Alegre irá apresentar coisas bastante criativas no sábado de carnaval em relação ao quesito.

Mestre-sala e Porta-bandeira

MocidadeAlegre et PrimeiroCasal1 1

Pela terceira vez seguida vestidos com a fantasia do Carnaval 2024, o casal Diego e Natália repetiu o sucesso dos outros ensaios técnicos. O positivo de tudo é que a Mocidade sempre consegue arrumar um desenho de escola para que eles possam evoluir com tranquilidade, sem se preocuparem com o que está atrás ou na frente (Ala coreografada na frente, logo após o casal e tripé com outra ala cênica. Os guardiões também ajudam bastante nisso.

Natália avaliou o terceiro ensaio como o melhor entre os três realizados. “Somos muito críticos, portanto hoje eu acho que a gente conseguiu pontuar o que a gente encontrou de dificuldade no primeiro, no segundo a gente verificou mais algumas coisas e hoje realmente pudemos aproveitar bastante e fazer o que a gente planejou fazer”, disse a porta-bandeira.

Diego contou que o ponto alto do casal é tentar cativar o público no olhar. “Essa pegada do olhar, de encarar as pessoas, de olhar a olho, de chamar para o 10. Eu acredito que é uma maneira de trocar essa energia, é pedir o 10 do público primeiro, é olhar na bolinha do olho e pedir 10”, completou o mestre-sala.

Harmonia

Mais uma vez a comunidade da Morada do Samba deu o nome ao canto da escola. Foi o terceiro ensaio técnico e é ‘chover no malhado’ analisar o quão forte é a harmonia da Mocidade Alegre. Um trabalho duro, lideranças competentes, e que respinga positivamente até hoje – Tudo isso atrelado à comunidade ter abraçado o samba-enredo, especialmente nos versos finais com citação à fé da presidente Solange Cruz, onde se fala de terços na mão, dia da consagração e mais algo para completar.

Evolução

MocidadeAlegre et 17

Novamente, a escola desfilou solta. De concreto mesmo não houve erros no quesito. A única citação que precisa ser feita é em relação ao espaço de oito ou nove grades que abriu entre o tripé da comissão de frente e a primeira ala que chegava, logo atrás. Porém, de acordo com o manual de julgador, para haver o buraco deve ser o máximo de 12 grades, o que não ocorreu.

Júnior Dentista, diretor de carnaval da agremiação, diz não se preocupar com o espaço. “É até 12 grades. Se eu for para 13 é erro. Se eu for pra 12 está tudo certo, mas ficou tudo tranquilo, porque como a gente tem um carrinho e eles têm que se apresentar aqui, a escola não pode vir na pegada deles, senão é uma correria danada. Quem dita a regra do andamento é a ala de trás. A gente vai nessa margem de segurança, de 7 a 9 grades”, explicou.

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Outro momento da evolução foi na hora do terço de Nossa Senhora formado pelos ritmistas. Na hora foi montada a imagem da comissão com um material e depois foi feita uma encenação com os ritmistas, também formando um coração. A escola parou um tempo só para realizar esse movimento.

Samba

Após 24 horas de Igor Sorriso ter dado um show no Rio de Janeiro pelo Salgueiro, o intérprete pegou a Dutra e fez o mesmo em São Paulo na sua casa, a Morada do Samba. O ponto principal são os criativos cacos que o cantor executa. A comunidade sempre vai no embalo do carro de som.

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“Conseguimos ajustar as arestas desde o primeiro ensaio até hoje, trabalho incansável, trabalho de perfeição, execução, concentração, mas estamos no caminho. É uma escola que está pronta para buscar esse tricampeonato, vai ser muito difícil, grandes rivais aí, mas estamos preparados para fazer um grande carnaval’’, disse o intérprete Igor Sorriso.

Outros destaques

A bateria “Ritmo Puro”, de mestre Sombra, como citada no quesito evolução, neste sábado realizou o movimento do terço. Além disso, dentro da batucada, um desempenho de uma das melhores baterias de São Paulo novamente.

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O mestre Sombra contou que está tudo pronto. A única falha possível seria se a bateria errar na avenida. “Acho que estamos ensaiando, não está tendo erro, é o que importa, está dentro de um padrão, estamos ensaiando o ano inteiro e agora não tem muito para onde ir. Na pior das hipóteses, só se errar. Do contrário, está tudo dentro de um padrão normal de trabalho”, declarou.

Veja mais imagens do ensaio

MocidadeAlegre et 2 1 MocidadeAlegre et Baiana 2 MocidadeAlegre et 12 MocidadeAlegre et 17 MocidadeAlegre et 6 2 MocidadeAlegre et BaianaTerco MocidadeAlegre et CarnavalescoCaioAraujo 2 MocidadeAlegre et CoreografoJhean MocidadeAlegre et Comissao 2 MocidadeAlegre et Criancas MocidadeAlegre et DiretoresLucianaFabioParra MocidadeAlegre et DestaqueHaryane MocidadeAlegre et MeninosDaMorada 2 MocidadeAlegre et MestreSombra 5 MocidadeAlegre et Passistas MocidadeAlegre et PrimeiroCasal 2 MocidadeAlegre et Thelminha 3 MocidadeAlegre et VelhaGuarda 1

Homenageado, Celsinho é destaque em competente ensaio técnico da Tatuapé

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Gustavo Lima, Naomi Prado e Nabor Salvagnini)

Celson Mody, popularmente conhecido por Celsinho, se tornou histórico no carnaval paulistano não apenas por conta da potente voz. Completamente integrado à comunidade dos Acadêmicos do Tatuapé, o intérprete completou dez anos à frente do carro de som da agremiação e foi homenageado com uma placa por parte do quarteto de presidentes da agremiação. Emocionado, ele fez questão de honrar o motivo pelo qual se tornou símbolo da azul e branco da Zona Leste com uma atuação impecável em um ensaio competente de toda a agremiação, que desfilará com o enredo “Justiça – A Injustiça Num Lugar Qualquer é Uma Ameaça à Justiça em Todo Lugar”, que será o quinto a ser exibido na sexta-feira de carnaval (28 de fevereiro), no Grupo Especial.

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Encerrando o ciclo de ensaios técnicos no carnaval paulistano, o CARNAVALESCO conta como foi a terceira e última apresentação dos Acadêmicos do Tatuapé no Anhembi antes do desfile oficial.

Comissão de Frente

Tatuape et Comissao 3

Novamente com um tripé inteiramente embalado, o quesito coreografado por Leonardo Helmer novamente mudou a forma de se mostrar em um ensaio técnico. Agora, todos os componentes estavam de branco e com pinturas douradas faciais na parte de cima do rosto. Dessa vez, não era possível identificar personagens com destaque pela indumentária, mas pelo posicionamento em que eles se colocavam – e um deles, que sempre aparecia mais à frente, também era levantado em determinado momento por alguns outros componentes.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

De atuação fantástica no segundo ensaio técnico, o Casal Foguinho teve um desafio duplo no terceiro – e último. Com roupas majoritariamente pretas (entrando no clima da cabeça da escola, o que dá a impressão de que há um spoiler da fantasia oficial), ambos enfrentaram uma noite bastante abafada com a cor que mais traz calor para o corpo. Como costuma acontecer com Diego do Nascimento e Jussara de Sousa, entretanto, não foi a roupa e a condições meteorológicas que os pararam.

Tatuape et PrimeiroCasalDiegoJussara

Novamente cumprindo todas as obrigatoriedades do regulamento com graça e simpatia, ambos tiveram giros rápidos e precisos em cada um dos módulos de julgadores. O destaque de mais uma excelente atuação, desta vez, foi o samba no pé de Diego, que não se furtou apenas a acompanhar os giros da parceira, mas também mostrou um excelente jogo de pernas e bailado para interagir com o samba. Em alguns módulos, entretanto (em especial no segundo), ficou a impressão que a Evolução da escola estava célere demais, colocando Diego e Jussara em um espaço diminuto para executar a dança em plena cabine de jurados – nada que os atrapalhassem tecnicamente, diga-se.

Tatuape et 26

Sempre buscando a excelência, ambos, entretanto, acreditam que é possível melhorar ainda mais: “Hoje nós sentimos de verdade tudo que nos preparamos para fazer nesse ano. Colocamos em prática todos os detalhes e, com toda a certeza, detalhes serão corrigidos – porque foram mínimos. O que tínhamos para colocar hoje, fizemos. Sempre digo que somos muitos perfeccionistas, são mais detalhes de olhares, de toque de mão, não tem nada com relação à dança em si – porque a dança que propomos nós colocamos em pratica hoje. Estou muito feliz com o resultado. Confesso que, no começo, ficávamos um pouquinho cabreiros, um pouquinho desconfiados, porque gostamos de ousar um pouquinho. Nunca sabemos se essa nossa ousadia vai dar certo, mas hoje vimos que estamos no caminho certo. Agora, são ajustes. Tenho certeza que, com a bênção do cara lá de cima no dia do desfile, vamos conseguir encantar essas quatro cabines e trazer o que a Tatuapé espera de nós: os 40 pontos”, disse.

Jussara foi mais sucinta: “Estou muito feliz com o ensaio de hoje. Realizamos um ótimo ensaio, tanto na parte de evolução como também em parte de coreografia – a dança, especificamente. Estou muito feliz por hoje. Estamos no caminho certo, ainda temos muitos ensaios até o dia 28. Se tiver alguma coisa para corrigir, com certeza vamos corrigir”, comentou.

Harmonia

Quesito seguro da agremiação, novamente os Acadêmicos do Tatuapé pareciam ter como objetivo se fazerem ouvidos na quadra da agremiação – distante cerca de onze quilômetros do Sambódromo. Em uma apresentação com samba cantado forte e uniformemente, é possível, porém, destacar a Ala 12, que passou bastante empolgada por todos os setores do Anhembi.

Presidente e diretor de Harmonia da agremiação, Edu Sambista entende que a última apresentação foi a mais forte no quesito: “Foi uma grande evolução que nós tivemos nos três ensaios. Eu prefiro não dar uma análise concreta de como foi tecnicamente porque, às vezes, o que achamos da pista nos engana. Depois, quando formos assistir a uma gravação, começaremos a identificar alguns erros. Mas, pelo que eu senti dentro da pista, nós fizemos um primeiro ensaio, que foi em um domingo debaixo de chuva; mas, mesmo assim, durante a semana, nós achamos vários erros técnicos. Cobramos a comunidade em uma semana de várias questões, principalmente expressão corporal. No segundo ensaio, foi uma outra escola totalmente diferente. Acredito que hoje nós conseguimos superar o segundo ensaio, pelo menos na questão de andamento, expressão corporal, vibração, pulsação. Foi uma escola que passou deixando sua marca e que vem forte na briga pelo título, prometeu.

Evolução

Tatuape et 8 1

A já citada Ala 12 também estava evoluindo bastante, agitando adornos e marcando determinadas partes do samba – como o “Justiça” no refrão do meio. Toda a agremiação fazia o mesmo, novamente tornando a apresentação da azul e branca inteiramente satisfatória em tal quesito.

Samba

O já citado Celsinho, como também citado, teve mais uma grande noite em sua coleção de grandes apresentações. Ele, entretanto, não foi o único. Muito bem acompanhado em um carro de som que conta com nomes potentes como Keila Regina, André Ricardo e Chocolate, a equipe de cantores azuis e brancos também respondeu a contento. A Qualidade Especial, bateria comandada por Léo Cupim, fez questão de fazer alguns apagões no final da segunda estrofe para evidenciar ainda mais o canto bastante elevado da comunidade.

Tatuape et IntepreteCelsinhoMody

Leonardo Costa, o mestre Léo Cupim, fez uma autoavaliação sobre a atuação da Qualidade Especial: “Eu acredito no conjunto todo. A gente vem numa evolução técnica, esses ensaios estão servindo de experiência para colocarmos tudo em prática. Estamos lapidando tudo na quadra, portanto acho que o nosso conjunto vem forte. Pode ter certeza que vamos fazer um bom espetáculo para todos, hoje soltei um monte de bossas. Sempre tem alguma coisa para ajustar, vamos sentar e conversar com a diretoria de bateria. Terça-feira e quinta-feira na quadra a gente faz ensaios, sempre vai ter algo para pontuar”, comentou.

Tatuape et MestreLeoCupim 3

Grande destaque da noite, Celsinho também falou com a reportagem: “Muita felicidade e muito honrado com esse trabalho desse ano, que foi muito mais árduo do que os outros. A gente trabalhou bastante: muito ensaio de canto, muito ensaio específico das nossa alas, um trabalho primoroso de cordas, de vozes, tudo para poder levar a nossa música para os jurados, para o povo de São Paulo e do Brasil, e honrar mais uma vez o legado que a Tatuapé vem trazendo já há 70 e tantos anos. Nesse último ensaio eu fiquei muito apreensivo, me fizeram uma homenagem por conta dos dez anos por aqui, que eu não esperava de jeito algum. A voz embargou, mas deu certo. Com técnica dá certo, mas foi difícil”, emocionou-se o intérprete

Outros destaques

Novamente, com uma corte numerosa, a agremiação contou com a rainha Muriel Quixaba, a madrinha Carmen Reis, a princesa Talita Guastelli e o rei Daniel Manzini.

Veja mais imagens do ensaio

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Freddy Ferreira analisa a bateria da São Clemente no ensaio técnico

Um ótimo ensaio técnico da “Fiel Bateria” da São Clemente, comandada por mestre Bruno Marfim. Um ritmo consistente e com pressão sonora provocada pela afinação tradicionalmente pesada de surdos. Tudo isso junto de bossas que se aproveitavam disso para gerar impacto em suas execuções.

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Na cabeça da bateria da escola preta e amarela de Botafogo, uma ala de tamborins ressonante executou um desenho rítmico simples de modo eficiente. Um naipe de chocalhos sólido tocou interligado aos tamborins, fazendo um ritmo de bastante qualidade, além de nítida técnica. Cuícas seguras também ajudaram no preenchimento das peças leves.

Na parte de trás do ritmo clementiano, uma boa e pesada afinação de surdos foi notada, inserida nas características musicais da agremiação. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos ao longo de todo o ensaio. Surdos de terceira deram um balanço envolvente à cozinha da “Fiel Bateria”. Repiques coesos tocaram integrados a um naipe de caixas de guerra com bom volume.

As bossas clementianas seguiam as variações melódicas do samba-enredo para consolidar seu ritmo. Destaque para a paradinha do refrão principal, com contratempos chamados pelos repiques. É uma construção musical atraente, que vai se aproveitando da música, concluindo o arranjo de modo atrevido ao executar uma subida progressiva na retomada do ritmo. As bossas tiveram impacto positivo da pressão sonora obtida pela afinação mais pesada de surdos, garantindo certo impacto quando exibidas.

Uma ótima apresentação da “Fiel Bateria” da São Clemente, dirigida por mestre Bruno Marfim. Um ritmo culturalmente com maior peso de surdos se aproveitou desse fato, gerando pressão nas bossas. Destaque musical para o entrosamento entre tamborins e chocalhos, ponto alto das peças leves clementianas.

Casal e bateria são destaques no ensaio técnico da São Clemente

Por Luiz Gustavo e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Matheus Vinícius, Carolina Freitas, Freddy Ferreira, Juliana Henrik, Marielli Patrocínio e Marcos Marinho)

A São Clemente realizou na noite do último domingo seu ensaio técnico no Sambódromo da Marquês de Sapucaí como preparação para os desfiles da série Ouro que ocorrerão daqui a duas semanas. Foi um ensaio que mostrou uma escola com contingente muito pequeno para quem passou recentemente uma década no Grupo Especial, a preto e amarelo acabou passando acanhada pela pista, mas teve bons momentos como a apresentação do seu casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alex Marcelino e Thais Romi. Uma apresentação de gala de Alex, combinando leveza com a graciosa Thais, num desempenho excelente. Segundo o colunista, Freddy Ferreira, foi um ótimo ensaio técnico da “Fiel Bateria” da São Clemente, comandada por mestre Bruno Marfim. Um ritmo consistente e com pressão sonora provocada pela afinação tradicionalmente pesada de surdos. Tudo isso junto de bossas que se aproveitavam disso para gerar impacto em suas execuções.

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A comissão de frente trouxe a síntese do enredo, com São Francisco de Assis protegendo
cachorros de rua, uma coreografia de fácil leitura que foi bem recebida pelo público. Os quesitos de chão não tiveram seu melhor desempenho, em boa parte pelo pequeno contingente da escola que não preenchia a pista, fazendo algumas alas evoluírem bem alargadas abrindo espaços entre as fileiras. O canto foi bem falho, obtendo algum êxito apenas na parte final do seu ensaio. Um treino de alerta para a São Clemente, que tem um know-how adquirido nesse período de Grupo Especial para desempenhar muito mais no
desfile oficial.

A agremiação será a sexta escola a desfilar no sábado de carnaval, dia 01 de março, trazendo o enredo “A São Clemente dá voz a quem não tem”, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Leite, estreante na escola.

saoclemente et25 6

“São Clemente está pronta! Demonstramos canto, demonstramos uma harmonia muito sólida matendo a escola compacta, mostramos uma bateria excepcional falando de um tema que não é uma coisa supérflua, nós estamos falando da causa animal, da prevenção, do cuidado, do carinho, a São Clemente transmitiu a mensagem e isso é só um cartão de visita para o que vai acontecer em nosso desfile oficial. Eu venho a frente da escola e vejo o que chega para mim, a partir de semana que vem nós vamos ter a última reunião de Harmonia, de diretoria, de ala e aí a gente vai chegar em algum denominador. Para mim, chegou muito bem, não vi buraco, a escola cantando e mesmo sem as caminhas para identificar setores, a escola veio com muito amor, com muito carinho, cada um resgatou aquela sua camisa do coração e veio desfilar. Eu acho que foi 98%, 100% a gente vai conseguir no dia do desfile”, disse Roberto Gomes, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

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A comissão, coreografada pelo estreante na agremiação David Lima, resumiu o que a escola pretende trazer em seu enredo. São Francisco protegendo os animais de rua de maus-tratos, neste caso cachorros. A coreografia trouxe uma madame tratando com desdém os bichos e sendo confrontada por São Francisco. Uma comissão que dialogou bem com o público, foi bem realizada por seus componentes e cumpriu o seu papel na questão da leitura do enredo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O destaque absoluto do ensaio da São Clemente. Alex Marcelino e Thais Romi fizeram uma apresentação muito bonita, marcada pela leveza e interação entre os dois. Alex foi impecável em cada movimento, extremamente elegante em seu sapateado, mantém
uma postura ereta em todos os seus passos, uma apresentação de manual. E foi bem acompanhado por Thais que teve uma apresentação de muita leveza e precisão nos giros.

Aliás, a leveza e uma interação singela marcou toda a coreografia do casal. Thais vai readquirindo o nível dos seus grandes momentos na Porto da Pedra e promete um desfile ao lado de Alex. Ao fim do ensaio, o casal falou sobre o que foi realizado.

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“O ensaio de hoje foi incrível. Conseguimos colocar em prática tudo o que havíamos ensaiado e, mais importante, a nossa proposta para este ano foi desenvolver uma dança mais solta, leve e tradicional. Nos divertimos, nos soltamos e nos deixamos levar pela energia do momento. Além de ressaltar essa dança mais dançante, também buscamos transmitir muito amor, e acredito que conseguimos fazer com que as pessoas se apaixonassem pela nossa apresentação e compreendessem o verdadeiro significado da dança do mestre-sala e da porta-bandeira. Espero que tenhamos conseguido transmitir esse encantamento. Eu me diverti imensamente, emocionei-me, dancei e sorri bastante. Essa é a proposta, esse é o verdadeiro sentido do carnaval. Ah, não posso revelar detalhes sobre a minha fantasia! Mas imagino que seja confortável para dançar. Trata-se de uma fantasia que está muito relacionada ao enredo e a esse movimento animal. Tenho certeza de que será uma experiência divertida”, declarou Thais Romi.

“Acredito que nosso ensaio foi muito positivo. Era uma proposta que já queríamos implementar, trazendo o amor como tema central, especialmente o amor pelos animais. Foi bastante enriquecedor, pois temos trabalhado de forma contínua. Este é nosso primeiro ano juntos, então sabemos que o entrosamento vai se fortalecendo com os desfiles seguintes. No entanto, já foi uma experiência muito proveitosa. Acreditamos que sempre há espaço para ajustes e melhorias. Aproveitamos bem o ensaio técnico, mas sentimos que podemos adicionar algumas ideias que discutimos, talvez, tenham sido apresentadas apenas para um dos jurados, mas podemos incorporá-las nas quatro cabines”, afirmou Alex Marcelino.

Samba e Harmonia

Foi uma jornada irregular do samba da São Clemente neste ensaio técnico. A obra que é fruto de uma junção não teve um desempenho constante durante sua passagem, rendendo mais na parte final do ensaio, tendo como ponto alto o refrão central. O ótimo Rafael Tinguinha, um dos intérpretes de destaque da nova geração, em alguns momentos acabou focando muito em cacos para levantar o canto da escola. Nas passadas em que cantou o samba numa sequência maior mostrou a competência habitual.

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Com um número pequeno de componentes, a agremiação deixou a desejar no canto. As primeiras alas pouco cantavam inclusive nos refrãos, passando praticamente mudas. O desempenho cresceu nas alas que vieram atrás do carro de som, com um samba de letra
de fácil assimilação sendo mais entoado pelos componentes. No geral, não foi um bom desempenho da harmonia da São Clemente.

“Para mim o ensaio fluiu muito bem, a escola estava muito alegre. A escola passou por mim vibrante e cantando muito. Fiquei muito feliz com o resultado e saio daqui bastante satisfeito, principalmente com a nossa bateria e com o nosso carro de som. Temos pequenos ajustes a fazer, mas considero que deu tudo certo, o casamento com a bateria foi perfeito, só tenho a agradecer”, disse o intérprete Rafael Tinguinha.

Evolução

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Com uma escola bem pequena, a evolução funcionou num ritmo tranquilo de andamento, sem correria e com espaço para a escola passar nos setores finais com tranquilidade. O ponto falho da evolução da São Clemente foi o espaço entre as fileiras de mesmas alas na maior parte delas, na tentativa de alargar mais a escola e preencher melhor a pista. As alas acabaram não passando compactas, e a organização dentro das alas se mostrou confusa, com espaçamentos até grandes em alguns casos.

Outros Destaques

A ala de passistas da escola veio representando o filme 101 Dalmatas, com as mulheres de Cruella de Vil, a vilã do filme, e os homens vestidos como a raça de cachorros, uma solução bem criativa e a ala passou muito bem-vestida.

A bateria de mestre Marfim se apresentou com muita firmeza, seguindo o trabalho que deu 40 pontos à escola no quesito em 2024.

“Foi um ensaio muito proveitoso. A gente conseguiu desenvolver tudo que vem ensaiando durante esses sete meses de trabalho na quadra. E aqui é onde a gente tem a oportunidade de acertar, de errar, de fazer de novo, de repetir. Eu acho que foi válido e muito positivo. A gente conseguiu desenvolver o que a gente vem ensaiando e foi um ensaio bem positivo. Saio daqui feliz. Podem ter certeza que vão ser paradinhas bem contagiantes e que vai enaltecer o samba, a harmonia e o canto da escola no desfile”, afirmou mestre Marfim.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Niterói no ensaio técnico

Um ensaio técnico muito bom da bateria “Cadência de Niterói”, comandada por mestre Demétrius. Um ritmo consistente e com uma equalização de timbres de alto nível se juntou a conjunto de bossas com bastante nordestinidade dando o tom desse grande ensaio da bateria da Niterói.

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Na parte da frente do ritmo, uma ala de cuícas exibiu um trabalho muito bom, com solidez musical e consistência. Um naipe de chocalhos de imensa qualidade técnica veio vestida com roupas juninas, entrando no clima do enredo da escola. Uma ala de tamborins com carreteiro volumoso e uníssono, desfilou com um desenho rítmico de certa complexidade, melhorando sua execução conforme o ensaio passava e os ritmistas talentosos se adequavam à batida. Um trabalho magistral envolvendo as peças leves, mostrando coesão musical e adicionando valor sonoro à cabeça da bateria da Niterói.

A cozinha da bateria da “Cadência de Niterói” apresentou um ritmo consistente, com uma ótima afinação de surdos, além de uma equalização de timbres simplesmente fabulosa. Foi possível ouvir todos os naipes da bateria da Niterói, independentemente do ponto em que se estivesse pela pista. Surdos de primeira e segunda foram precisos e seguros ao longo do cortejo. Já as terceiras exibiram um balanço envolvente tanto fazendo ritmo, quanto na hora das bossas. Uma ala de repiques de boa técnica musical ajudou no preenchimento dos médios, junto de um naipe de caixas de guerra ressonante, que serviu como base musical para as mais diversas peças. Em meio ao ritmo também desfilaram zabumbas e triângulos, tendo papel importante em bossas.

As bossas da Niterói exibiram uma musicalidade bastante atrelada ao enredo da escola, de vertente junina. A mescla por ritmos nordestinos conduziu por completo a construção musical privilegiada, que apresentou inegável bom gosto musical, com direito a zabumbas e triângulos em meio ao ritmo. São paradinhas dançantes, que embalam o componente no desfile, impulsionando a evolução da agremiação. Os dois refrões possuem bossas com essas características, já a paradinha da cabeça do samba é a única sem levada nordestina, se aproveitando da pressão de surdos e do bom molho dos médios (caixas e repiques).

Niterói apresenta bons quesitos e ótimo desempenho do casal em ensaio técnico

Por Luiz Gustavo e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Matheus Vinícius, Carolina Freitas, Juliana Henrik, Marielli Patrocínio e Marcos Marinho)

A Acadêmicos de Niterói está em seu terceiro ano como escola de samba e consequentemente na série Ouro, e a cada ano mostra uma evolução, ganhando mais corpo e fundamentos. No ensaio do último domingo, a azul e branco apresentou quesitos fortes, como uma comissão de frente muito bem coreografada por Fábio Batista, uma bateria comandada pelo experiente mestre Demétrius e o casal de mestre-sala e porta-bandeira Vinicius e Jackeline Pessanha que alcançaram 40 pontos no ano passado e seguem em alto nível buscando novamente a nota máxima. Uma escola que também vem
ganhando componentes, apesar de ainda ter passado com um contingente mais diminuto em relação à algumas escolas da série Ouro, mostra uma continuidade em seu processo.

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Evolução e harmonia foram mais irregulares, com momentos de acerto e outros pontos falhos, se mostrando os quesitos a serem mais trabalhados pela escola nas duas semanas restantes até o desfile oficial, que será no sábado de carnaval (01/03), sendo a sétima e penúltima escola a desfilar no grupo, apresentando o enredo “Vixe Maria” sobre a festa de são João realizada em Maracanaú, Ceará. O carnaval da Acadêmicos de Niterói será desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins, em seu segundo ano na agremiação.

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“Minha análise é que nossa escola veio muito bem, veio tudo dentro do planejado. Estou muito orgulhosa da minha equipe e do trabalho que nós fizemos e agora é rumo ao desfile oficial. A gente tem muito planejamento, a minha equipe de harmonia é maravilhosa e de direção de Carnaval e minha expectativa é que dê tudo certo porque estamos trabalhando muito para isso. A minha perspectiva quando eu estava na pista, não conseguia ter 100%, mas acredito que a gente tenha feito um bom ensaio e a gente vai manter tudo o que a gente fez aqui, mas a tendência é só melhorar”, explicou Amanda Palhares, diretora de carnaval da Niterói.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Vinicius e Jack Pessanha mostraram todo o entrosamento de irmãos que dançam há duas décadas juntos. Se em 2024 eles conquistaram os 40 pontos, neste ensaio mostraram que estão aptos a novamente levarem a nota máxima. Apresentação limpa, com excelente combinação de passos entre ambos, ótimo uso do espaço para a evolução do casal, e sorriso estampado no rosto de ambos. Um desempenho de grande nível do experiente casal, que falou ao CARNAVALESCO sobre o desempenho e a parceria.

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“Considero que o ensaio foi muito bom. Acredito que realizamos cerca de 80% do que apresentaremos na avenida, pois a fantasia altera bastante a performance. Teremos a oportunidade de ajustar alguns detalhes. Contudo, em minha opinião, tudo ocorreu bem e estou confiante de que a nossa coreografia será utilizada ao máximo. Temos uma sincronia incrível. Além de sermos irmãos, somos também melhores amigos e dançamos juntos há 26 anos. Por isso, somos conhecidos como o casal Pessanha”, afirmou Vinícius Pessanha.

“Com certeza, até o dia do desfile é possível ajustar alguns detalhes. O ensaio técnico serve exatamente para isso: para adaptarmos e aprimorarmos a apresentação. Portanto, o ensaio técnico é sempre muito benéfico, não é mesmo? Agora, é partir para o grande dia e dar o nosso melhor. Podem esperar de nossa fantasia uma verdadeira festa junina. É, de fato, bastante junina! O Carnaval de Niterói será deslumbrante, criativo e repleto de cores. Thiago, como um verdadeiro fã do estilo junino, está de parabéns pela proposta visual que apresentará durante o desfile. Portanto, não há como fugir dessa temática, um pequeno spoiler é que traremos elementos típicos das festas juninas”, declarou Jack Pessanha.

Comissão de Frente

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Fábio Batista apresentou uma comissão que foi outro ponto positivo do ensaio da Niterói, trazendo uma típica quadrilha junina. Uma coreografia com mudanças de posição dos componentes o tempo todo, formando rodas, duplas, pessoas em fila, com ótimo dinamismo e uma dança leve. Pequenos descompassos de sincronia nas trocas de movimentos entre os componentes ocorreram, principalmente na apresentação no segundo módulo. Mas no geral foi a comissão agradou bastante e mostrou suas credenciais para o desfile.

Samba e Harmonia

O samba da Acadêmicos de Niterói conseguiu um bom desempenho durante toda sua passagem na Sapucaí, sob o comando do veterano Nego. O intérprete sustentou o samba do início ao fim do ensaio e garantiu um rendimento satisfatório, sobretudo nas passagens em tons mais agudos, como são os dois refrãos. Esse desempenho contrastou com uma harmonia bem irregular que a escola apresentou, com muitos componentes calados na maior parte dos trechos do samba, com os refrãos trazendo algum canto. A ala que se destacou positivamente no quesito foi a que veio logo atrás do tripé com o símbolo da escola, usando chapéu colorido de quadrilha e cantando o samba inteiro com vigor, o que não se viu nas demais alas da Niterói.

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“A Niterói hoje fez um ensaio impecável, maravilhoso. A escola ensaiou tanto lá na Amaral Peixoto, e quando a gente ensaia bem, tenho certeza que a gente vai fazer um grande desfile. E vem surpresa aí hein, que ainda não posso contar. Mas temos uma boa bateria e uma boa harmonia, e quando uma escola tem esses quesitos, ela com certeza tem que tirar bons pontos. A nossa escola está de parabéns. Vamos juntos! Com relação ao samba, a afinação é primordial. O nosso canto está afinado, dentro da característica da harmonia da escola. Todo mundo nos seus devidos microfones, a afinação de “sol si e ré” e cavaquinho normais, violão sete cordas maravilhoso, afinação ótima do Chocolate e do Tico, a menina que toca a cavaquinho também. Se vamos fazer um grande desfile? Vamos fazer uma farra na Marquês! Sapucaí, espera que a avenida é nossa”, garantiu o intérprete Nêgo.

Evolução

Outro quesito que se comportou de forma irregular. A escola arrancou com um ritmo forte, até acelerado em alguns momentos, que foi assentando ao longo da passagem pela pista, porém nos setores finais a escola apresentou uma lentidão e uma evolução mais travada, não teve linearidade. Um ponto positivo foi que mesmo com essa irregularidade de ritmo que a escola imprimiu, não foram abertos buracos ou espaçamentos maiores, Niterói conseguiu se manter compacta, característica que a escola mostrou nos dois desfiles anteriores.

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“O ensaio foi muito produtivo. Testamos as três paradinhas, mantivemos o andamento até o final. A qualidade rítmica da bateria segue o mesmo padrão, você consegue ouvir todos os instrumentos. Sempre tem que acertar uma coisa, uma aqui, outra ali. Vamos nos reunir para o último ensaio e acertar os detalhes. A conexão com o carro de som é boa. O Nego é um grande cantor, já ganhou vários Estandartes de Ouro. Estamos bem entrosados”, disse mestre Demétrius.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Botafogo Samba Clube no ensaio técnico

Um bom ensaio da bateria “Ritmo Alvi Negro” da Botafogo Samba Clube, comandada por mestre Branco Ribeiro. Um ritmo equilibrado e com bossas intuitivas foi exibido. Destaque para o trabalho sólido envolvendo as peças leves.

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Na cabeça da bateria da Botafogo, uma ala de tamborins ressonante executou um desenho rítmico simples com precisão e qualidade sonora. Um bom naipe de chocalhos ajudou no preenchimento musical da parte da frente do ritmo, assim como cuícas seguras contribuíram com o bom trabalho apresentado pelas leves.

A parte de trás do ritmo contou com afinação de surdos correta, além de marcadores de primeira e segunda tocando com firmeza. Por vezes foi possível perceber um toque com uma dose de força perigosa, principalmente vindo das primeiras. Esse movimento de colocar um gás maior do que o sugerido no instrumento pode provocar oscilações rítmicas no entorno, dando sensação de desajustes sonoros, principalmente quando o ritmo se locomove pela pista. Um bom trabalho das terceiras, seja fazendo ritmo ou em bossas. Um naipe eficiente de repiques adicionou valor sonoro aos médios, junto de caixas de guerra dando um bom volume à sonoridade.

As bossas eram pautadas pela melodia do samba-enredo da escola, se aproveitando das nuances da canção para consolidar seu ritmo. Destaque para um arranjo iniciado na segunda do samba, que conta com ritmistas se abaixando em cumprimento e levantando. A paradinha se estende, efetuando tapas ritmados em conjunto, com direito a dancinha pra lá e pra cá antes da retomada, na segunda passada do refrão principal.

Uma boa apresentação da bateria “Ritmo Alvi Negro” da Botafogo Samba Clube, dirigida por mestre Branco Ribeiro. Um ritmo com equilíbrio e musicalidade das bossas seguindo as variações melódicas do samba foi exibido, no que pode ser considerado um treino oficial satisfatório para efetuar os últimos ajustes, visando o desfile oficial.

Botafogo Samba Clube é uma grata surpresa com bom desempenho do casal e samba na ponta da língua

Por Matheus Vinícius e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Allan Duffes, Luiz Gustavo, Carolina Freitas, Juliana Henrik, Marielli Patrocínio e Marcos Marinho)

Recém-chegado à Série Ouro, Botafogo Samba Clube esbanjou alegria e vontade de ficar nesta divisão nesta última noite de ensaios técnicos. A estreante abriu as apresentações da noite com uma comissão de frente satisfatória, o 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira encantador e se destacando pelo empenho dos componentes em cantar o samba-enredo. O principal ponto de atenção que a escola deve ter é no quesito Evolução para evitar formação de buracos entre alas, como ocorreu durante o ensaio.

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O Botafogo apresentará na Sapucaí o enredo “Uma Gloriosa História em Preto e Branco”, desenvolvido por Alex de Souza, uma narrativa que irá desde a formação do bairro Botafogo até a história do clube de futebol de onde a escola se originou.

“É a nossa estreia e foi muito bom, estou muito contente. A escola cantando, evoluindo, é o reflexo do trabalho que a gente vem fazendo lá toda sexta-feira, muito sacrifício mas a gente está muito feliz, muito bom. A escola está motivada, preparada e a gente vai vir fazer um grande Carnaval, com respeito às coirmãs, mas a gente veio para ficar, a gente não veio aqui só de passagem não e almejar com o tempo, fazendo um bom trabalho, coisas maiores. Pode esperar muita energia, muita vibração, aquela mesma vibração que a gente tem pelo nosso Botafogo, a gente vai trazer para a avenida. É futebol, é samba, é paixão e é com essa paixão que a gente vai desfilar”, analisou Válber Frutuoso, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

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A comissão do coreógrafo Jardel Augusto Lemos simulava um time de futebol em todos os seus momentos de glória e de dificuldade. O clímax da comissão se dava na encenação do momento do gol. Nas partes de dança conjunta, os integrantes tiveram sincronia e executaram com precisão os passos. Mas em outros momentos, a ideia era que cada integrante simbolizasse em câmera lenta uma situação específica de um jogo – uma contusão, uma defesa de gol, uma falta, entre outras – e isso pode gerar confusão no público que assistiu.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O vento não abalou o casal Diego Moreira e Beatriz Paula. Mestre-sala e porta-bandeira fizeram um bom uso do espaço com um bailado alegre e bem executado. Diego e Beatriz apresentaram passos ágeis e leves, dentro de características tradicionais do quesito. O casal avaliou o ensaio desta noite e falou sobre as expectativas para o dia do desfile.

“Estamos dançando juntos há cinco anos. Entrei na escola em 2019 para o Carnaval de 2020, e o Diego está conosco desde a primeira vez na Intendente. Por isso, estamos ansiosos para este carnaval. Sempre buscamos dar a nota máxima para a escola na Intendente, e este ano não será diferente. Estamos trabalhando arduamente, e o barracão está deslumbrante. As fantasias estão realmente lindas, e tenho certeza de que a Botafogo realizará um desfile magnífico, surpreendendo a todos no dia 28! A fantasia e todos os elementos estão leves, graças a Deus. O Alex criou uma roupa linda, bem diferente do que estamos acostumados a usar. Um spoiler que posso dar é que vocês não nos verão de preto e branco. Vamos surpreender com cores vibrantes, que acredito que serão bem impactantes!”, declarou Beatriz Paula.

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Diego Moreira complementou e disse que não tem medo de arriscar. “O coração não consegue explicar! Além de defendermos nosso amor pelo samba, também defendemos, através do samba, nosso amor pelo futebol, que está em nosso coração alvinegro. A expectativa é a melhor possível. Já trabalhamos juntos por muito tempo, graças a Deus. Estamos fazendo de tudo para agradar tanto o povo do carnaval quanto nossa gloriosa torcida! Podemos fazer mudanças, sim, porque somos muito detalhistas. Quando percebemos que algo não está de acordo com nosso gosto, não hesitamos em alterar. Ontem já fizemos mudanças em relação a hoje, e se for preciso mudar novamente, não temos medo de arriscar, faremos, sim!”, acrescentou o mestre-sala.

Harmonia

Um ponto alto do ensaio foi observar que a maioria dos componentes estava cantando o samba, revelando uma Harmonia satisfatória. O carro de som liderado por Emerson Dias também fez um trabalho muito competente que se encaixou com a alegria que este samba pede.

“Foi um ensaio digno, alegre e vibrante. O samba estava surpreendentemente na boca do povo, mostrando que a escola está muito feliz de estar pela primeira vez na Marquês de Sapucaí. Fiquei muito feliz com a torcida acompanhando o canto. Deu tudo certo. Viemos para ficar e arrepiar”, afirmou Emerson Dias.

Samba

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A composição de Aline Bordalo, Ricardo Goes, Gutemberg Kunta, Julinho Dojuara, Mauricio Almeida, Fernando de Lima, Daniel Bomfim e Serginho Machado combinou com o estilo do intérprete Emerson Dias cantar. É um samba que faz sentido para agremiação e alegra os componentes. Os pontos mais fortes, além dos refrões, são os trechos “Lalá, nosso hino virou poesia! // E ser escolhido por ti me arrepia” e “Eu vou pro Niltão com a massa // Pra levantar mais uma taça // Atletas que o mundo aplaudiu, que constelação! // Meu time virou seleção!”.

Evolução

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A Estrela Solitária do samba trouxe componentes animados para este ensaio, realmente foliões. Porém, a escola precisa se atentar com os espaçamentos entre os componentes, para evitar uma evolução confusa e descaracterização de alguma ala. Próximo ao segundo recuo, um ônibus, que representava um carro, abriu distância da ala da velha-guarda que vem atrás.

Outros Destaques

O mestre de bateria, Branco Ribeiro, fez sua estreia na escola com um trabalho competente e por vezes ousado, com direito a paradinhas ao estilo apagão, para deixar o público cantar.

“Nós viemos ensaiando em um processo de implantação de identidade de bateria desde abril. Hoje, aqui, a gente está colhendo os frutos do nosso trabalho. Obviamente que a gente tem uma galera aqui, uns amigos que ajudam a gente. A gente pode hoje falar que é independente. A gente tem mais de 70% de ritmistas da nossa própria bateria. É algo de muito orgulho. E, que agora, a nossa tentativa é ajustar mínimos detalhes para poder aparecer no dia 28 de fevereiro com a máxima performance. Temos a questão das pessoas que chegaram ao nosso trabalho, agora recentemente, que vão se adequar hoje, e tiveram experiência de contato com as nossas paradinhas e isso, requer a correção é uma avaliação individual”, explicou o mestre.

Recebida com gritos de ‘é campeã’, Grande Rio faz ensaio com sede de vitória e reafirma briga pelo título do Carnaval 2025

Unida e com o samba na alma e na ponta da língua, a Acadêmicos do Grande Rio fez seu melhor treino da temporada e encerrou o período de ensaios de rua, no último domingo, na região central de Duque de Caxias. O canto forte e a excelência dos quesitos foram os destaques de uma noite que reafirmou que a Tricolor Caxiense entrará na Avenida para brigar pela segunda estrela.

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Ao fim dos quase 700 metros de percurso, a escola foi recebida pela torcida aos gritos de “É campeã”. Juntos, Fafá e Evandro Malandro puxaram um coro com com os componentes, e a emoção tomou conta dos quesitos. Para o diretor de carnaval, Thiago Monteiro, a agremiação está preparada para entrar no Sambódromo e brigar pelo título.

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“Hoje foi diferente. A escola está pronta. Estamos prontos para fazer um grande carnaval. A Grande Rio que queremos mostrar é uma Grande Rio aguerrida, com sede de vencer e que quer reconquistar o título para colocar a segunda estrela no pavilhão. Está todo mundo nesse espírito. O que tem que acertar, já acertou; o que tem que treinar, já treinou. Vamos fazer o último preparo nesta terça-feira e, no dia 23, uma apresentação na Sapucaí. Mas, hoje, temos uma escola pronta para entrar na Avenida e disputar o Carnaval”, afirmou o diretor de carnaval.

Neste ano, a Grande Rio levará para a Passarela do Samba o enredo “Pororocas Parawaras: As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, assinado pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Sempre marcado pela excelência, o primeiro casal Daniel Werneck e Taciana Couto foi, mais uma vez, um espetáculo à parte no carnaval da Vermelha, Verde e Branca. A coreografia com traços do carimbó embalada na tradicional dança do quesito é encantadora e vai de encontro ao tema central do enredo. Os giros precisos da porta-bandeira, o bailado e a sintonia realçada pela troca de olhares entre os dois também são destaques.

Harmonia e Samba

A temporada de ensaios de rua da Grande Rio foi marcada pelo canto intenso da comunidade. Após um ensaio técnico no qual o componente precisou cantar ainda mais intensamente, o que se viu na noite deste domingo foi uma escola muito bem alinhada com seu chão e que atingiu a excelência do canto. Isso é resultado não somente de um samba forte que está na boca do povo, mas de um longo trabalho desenvolvido pela comissão de harmonia nos últimos anos. Da primeira ala até a última, todos cantavam. Entre os destaques, vale pontuar o canto aguerrido da ala 24 durante o início do treino. A excelência musical, que passa por Fafá, Evandro e pelos cantores de apoio, contribuiu ainda mais para uma harmonia impecável e que promete buscar o gabarito.

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Evolução

Coesa, mas sem engessar o componente. A evolução da Grande Rio se destaca pela liberdade que dá ao desfilante para brincar carnaval. Muitos torcedores pulavam, dançavam e até rodavam ao longo da avenida. Alas coreografadas se destacam em meio a uma comunidade feliz e saltitante, entre elas, a ala do carimbó. A ótima evolução se torna o complemento de uma harmonia impecável.

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“A nossa filosofia é deixar a escola solta, livre de fileiras e com a liberdade que a fantasia vai impor ao componente. Está todo mundo unido para fazer, para brincar e para buscar este campeonato, mas de forma livre, solta e buscando seu espaço na Avenida para brindar o público e para que o componente possa se divertir”, pontuou Thiago Monteiro.

Outros destaques

Destaque para a bateria comandada pelo – “major” – mestre Fafá. As bossas muito bem encaixadas ajudam a levar o samba-enredo ainda mais, como nos versos: “Pro mestre batucar a sua fé//” e “Protege Caxias nas águas de Nazaré//”. Também vale o destaque para as bossas dos curimbós e maracás. Já em ritmo de agradecimento pelo trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses, Fafá pontuou o que o mundo do samba pode esperar do quesito no desfile oficial.

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“Uma bateria ciente do que deve ser feito. Uma bateria alegre, feliz. A gente está com uma fantasia muito leve e agradável, o que vai facilitar muito o nosso trabalho. Eu quero agradecer aos meus 270 ritmistas por tudo o que eles fizeram ao longo desta temporada. Foi uma temporada incrível de ensaios de rua e de quadra. Estou muito feliz e só quero agradecer a cada um deles”, analisou o mestre de bateria.

Assim como Thiago Monteiro, Fafá disse acreditar que a agremiação está 100% pronta para o desfile oficial. Não à toa, o mestre de bateria e o intérprete Evandro Malandro fizeram questão de levar um cartaz escrito “Acadêmicos do Grande Rio rumo ao bicampeonato”.

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“Acredito que mostramos no ensaio quando houve a falha do som. Isso mostrou o quanto a Grande Rio está pronta, porque a gente sustentou no canto da escola junto à bateria. Foi a maior resposta que a gente poderia dar para as pessoas que diziam que a Grande Rio não tem comunidade, que é escola de artistas, e outras dessas baboseiras de sempre. Aqui há uma comunidade aguerrida e uma bateria que evolui a cada ano que passa, sempre buscando se adequar e entender o enredo que tem para poder fazer um grande espetáculo na Avenida. Só tenho a agradecer e esperar para o último ensaio e o grande dia do desfile”, disse Fafá.

Autoridades municipais também marcaram presença no último ensaio de rua da Grande Rio, como o prefeito de Duque de Caxias, Netinho Reis, e a vereadora Delza de Oliveira.