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Com abordagem própria, Camisa Verde e Branco revela identidade de seu enredo sobre Exu

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O Camisa Verde e Branco realizou no último sábado sua feijoada com a apresentação dos pilotos para o Carnaval 2026. A escola já vinha ensaiando com foco no próximo desfile, mas esta festa marcou o primeiro grande evento após a retomada das atividades da agremiação. O encontro, feito na quadra da agremiação, contou com diversas atrações, incluindo a participação da coirmã Barroca Zona Sul. Depois da apresentação da ala musical do Trevo, ocorreram homenagens feitas pela presidente Érica Ferro e pelo vice-presidente João Victor Ferro. Em seguida, chegou o momento mais esperado: a revelação das fantasias. Enquanto o carnavalesco Guilherme Estevão explicava a concepção e o significado das vestimentas, elas eram exibidas no palco.

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O Carnaval 2026 representa um grande desafio para o Camisa Verde e Branco. O barracão foi reaberto recentemente, pois as atividades estavam suspensas devido a imbróglios judiciais. Com isso, tanto o galpão quanto a quadra permaneceram fechados, impossibilitando o trabalho da equipe. O CARNAVALESCO conversou com Guilherme Estevão, artista responsável pelo desfile do Camisa Verde e Branco no próximo ano. Com o enredo “Abre Caminhos”, o Trevo da Barra Funda irá fechar os desfiles do Grupo Especial, sendo a última escola do sábado.

Respeito com a comunidade

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Segundo o artista, a escola se mobilizou para demonstrar maior respeito aos componentes e apresentar como o trabalho vem sendo realizado no barracão. Um tempo recorde foi estipulado para a produção das fantasias. “Foi um carinho a mais com a comunidade. passamos por toda essa turbulência para conseguir iniciar o trabalho. Havia muitas dúvidas no ar e precisávamos mostrar que o trabalho está sendo feito e bem feito. Esta festa marca a retomada da feijoada do Camisa e também serve para mostrar um pouco do que estamos produzindo. Foi um piloto construído em menos de um mês, em tempo recorde. A escola se organizou em projeto, equipe de ateliê e busca de fornecedores. É importante apresentar à comunidade como as fantasias estão sendo confeccionadas. Era uma resposta que precisávamos dar, um gesto de carinho de forma geral”, afirmou.

Apesar dos percalços, o trabalho segue firme

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Guilherme explicou o processo de criação e afirmou que, mesmo com a interrupção das atividades, o desenvolvimento do tema continuou no projeto estético, na sinopse e no samba-enredo. “Executamos o projeto desde abril. Não conseguíamos avançar na execução das fantasias e dos carros porque não podíamos acessar o barracão, mas sabíamos que, assim que isso acontecesse, precisaríamos iniciar tudo com rapidez. A sinopse foi construída desde abril, acompanhamos os compositores no samba-enredo e desenvolvemos fantasias e alegorias. O projeto estético precisou ser ajustado ao tempo disponível para este carnaval. É fazer o melhor dentro dessa nova realidade. Se não tivéssemos começado antes, hoje não conseguiríamos entregar o que estamos realizando”, disse.

União para o sucesso

O carnavalesco afirma que tem recebido total suporte da diretoria e que todos caminham juntos, já que o enredo nasce de uma promessa da presidente Érica Ferro. “O enredo é uma promessa da presidente. Era um desejo dela e da diretoria. Eles me propuseram o desafio e, desde o início, me deram o suporte necessário. As dificuldades vão além do tempo: há a questão do material, da mão de obra e dos custos. A diretoria está se desdobrando para fazermos o melhor dentro dessa realidade. O processo reúne inteligência administrativa e criação estética. Tudo precisa caminhar junto e eu não avanço sem ter todos ao meu lado. A escola inteira está andando na mesma direção”, declarou.
Enredo sobre Exu: uma abordagem diferente.

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Nos últimos anos, quando se fala em Exu na avenida, o desfile da Grande Rio de 2022 se tornou referência. Porém, segundo Guilherme, a proposta do Camisa Verde e Branco segue outro caminho. “Não vamos fazer o Exu da Grande Rio. Aquele desfile foi uma obra de arte. São enredos diferentes. Embora o orixá seja o mesmo, as abordagens são distintas. Nosso objetivo é mostrar os caminhos de energia de Exu e como ele está presente na nossa vida, abrindo caminhos para o povo brasileiro e para o Camisa Verde e Branco. Também há a questão do tempo: Exu encerrou o carnaval de São Paulo e abrirá o próximo. Exu representa continuidade e transformação. Enquanto o caos estava instaurado, conseguimos organizar. Essa é a mensagem dele. Estamos realizando um pré-carnaval carregado da energia de Exu, e por isso o enredo não poderia ser outro”, comentou.

Uma nova experiência profissional

Guilherme Estevão fala sobre sua estreia como carnavalesco solo no carnaval paulistano e diz que deseja corresponder às expectativas.

“É minha estreia como carnavalesco sozinho em São Paulo. Já havia desenhado para outras escolas e participado da produção, mas nunca colocado carnaval na rua assinando sozinho. Está sendo uma oportunidade incrível. Sempre brinco que, no meu caminho, ou trabalho com escolas jovens ou com as matriarcas, como foi com a Mangueira, agora com o Camisa e com a Império da Tijuca. É um grande desafio coordenar uma escola desse porte e definir sua estética e projeto artístico. O trabalho é intenso e cansativo, até porque também atuo na União do Parque Acari, no Rio de Janeiro, mas tem sido produtivo e prazeroso. Espero corresponder à expectativa da comunidade, da presidência e do público de São Paulo e do carnaval em geral. Sei que muitos estão curiosos para ver o que vamos apresentar, e estamos trabalhando diariamente para entregar um grande desfile”, concluiu.

Veja imagens das fantasias

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Exposição no minidesfile do Grupo Especial celebra legado de Rosa Magalhães, Maria Augusta e Márcia Lage

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Na noite da última sexta-feira, enquanto as escolas Acadêmicos de Niterói, Imperatriz Leopoldinense, Portela e Mangueira percorriam a Cidade do Samba na primeira noite de minidesfiles do Grupo Especial, um outro espetáculo chamava a atenção do público: a exposição criada pelo Departamento Cultural da Liesa em homenagem às carnavalescas Rosa Magalhães, Maria Augusta e Márcia Lage. Idealizada por Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira e diretora cultural da Liga, a mostra reuniu fotos, textos e memórias de desfiles emblemáticos assinados por essas três referências do carnaval.

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Evelyn Bastos, que esteve presente para desfilar e acompanhou a movimentação do público, destacou o propósito emocional e histórico da homenagem.

“Quis trazer nossas três estrelas carnavalescas, mulheres revolucionárias, que tiveram a oportunidade de estar no carnaval da forma que elas quiseram, utilizando a arte, a magia e o dom. Trouxemos Rosa Magalhães, Maria Augusta e Márcia Lage de uma forma poética, mas também mostrando curiosidades e eternizando todos os seus carnavais, a história e o legado de cada uma. Dessa forma, provamos o quanto é importante ter mulheres em todos os lugares. A história das três é eterna, e que passemos isso de geração a geração. Que as crianças saibam quem são essas grandes estrelas que deixam um marco extremamente importante e mágico para nós”.

Para o presidente da Liesa, Gabriel David, a exposição representa um novo passo no fortalecimento do departamento cultural da Liga.

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Fotos: Carolina Freitas/CARNAVALESCO

“É uma das maiores exposições do nosso Departamento Cultural. Já vínhamos fazendo isso em outros eventos, e agora entra todo o time da Evelyn trabalhando e mostrando algo muito significativo para nós. Fico muito feliz que possamos também utilizar a Cidade do Samba como um espaço para relembrar, homenagear e agradecer a essas mulheres tão importantes para a história do carnaval”.

O público que circulou pelo galpão durante o minidesfile também fez questão de prestigiar a mostra. A professora portelense Valéria de Oliveira, 51 anos, que foi ao evento pela primeira vez acompanhada da filha, se emocionou ao ver o conteúdo exposto. “Essa exposição é muito importante para as pessoas conhecerem a nossa cultura. O carnaval é uma das maiores festas do Brasil, por isso é essencial que ele seja mostrado para todos como é de verdade, exaltando a beleza e a dedicação que há por trás de quem faz essa festa acontecer.”

Dayane Lopes, 29 anos, técnica de enfermagem e torcedora da Beija-Flor, destacou o impacto da mostra para quem vem de longe. “É importante até mesmo para o público que vem de fora, seja do estado ou do país, saber mais sobre os desfiles marcantes que já tivemos no nosso carnaval”.

Já Jade Medeiros, 28 anos, salgueirense e namorada de Dayane, ressaltou o caráter educativo do projeto. “É mostrar que o carnaval é cultura o ano inteiro, não só em fevereiro. Eu acho que isso é a melhor coisa”.

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Entre os apaixonados por carnaval que passaram pela exposição estava o contador Felipe Passarelli, 28 anos, salgueirense e ritmista da Vila Isabel e do Império Serrano.

“Parei aqui para observar e o que mais gostei foi ver os carnavais mais marcantes que já passaram na Sapucaí. Acho muito bacana botar a cultura popular para cima com essas exposições, mostrando desde a era antes do Sambódromo até agora, na contemporânea. Temos que manter essa memória viva, principalmente aqui na Cidade do Samba, pois está vindo aí a nova geração do carnaval carioca, que talvez nunca tenha visto isso aqui.”

A amiga Marcelle Diniz, 21 anos, publicitária e mangueirense, que acompanhava Felipe, concordou com a importância da iniciativa.

“Ele falou bem sobre essa nova geração, porque a Cidade do Samba também contempla um público muito grande e diverso. Com essa exposição, a galera mais nova ou leiga também pode conhecer o carnaval antigo, como os feitos por essas grandes mulheres.”

Sua irmã, Ynara Diniz, 29 anos, jornalista, mangueirense e também amiga de Felipe, reforçou o papel social do evento.

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“Eu acho mega importante promover esse tipo de coisa nesse evento que já é acessível para a galera, por ser gratuito, e facilitar ainda mais o acesso à informação. Além de ver as escolas, o público ainda pode contemplar o conhecimento de tudo o que é muito importante para o carnaval. Está de parabéns, Liesa”.

Entre os visitantes mais experientes estava Renato de Almeida, 68 anos, santista, diretor de alas técnicas da Mangueira e desfilante há 52 anos no carnaval brasileiro. Para ele, a homenagem a Rosa trouxe lembranças especiais.

“A exposição é muito legal e me emocionou principalmente por Rosa. Em 1989, eu a levei à cidade de Santos para fazer uma palestra. Ela, Laíla e Fernando Pamplona. Foi um grande aprendizado. Ela foi carnavalesca da Mangueira e fez um excelente trabalho, e vê-la sendo homenageada aqui hoje, dessa forma linda, ao lado de outros grandes nomes do carnaval feminino, é sem comentários”.

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Entre memórias, aprendizado e reverência, a exposição se consolidou como um dos pontos altos da primeira noite de minidesfiles e ficará em exibição nos três dias do evento.

Liesa faz nesta terça venda de ingressos para arquibancadas do Setor 9 para o Carnaval 2026

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A Liesa abre, a partir desta terça-feira, no Dia Nacional do Samba, a última chamada para a venda de arquibancadas para os desfiles do Rio Carnaval 2026 na Marquês de Sapucaí. Nessa etapa final, o público passa a contar com uma novidade na oferta de ingressos: pela primeira vez, o Setor 9 será comercializado diretamente ao público geral. Historicamente associado à experiência turística na Sapucaí, o Setor 9 passa agora a integrar a oferta oficial de ingressos do Rio Carnaval, em um movimento que tem como foco ampliar as opções e qualificar ainda mais a experiência de quem assiste aos desfiles.

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Foto: Léo Queiroz/Divulgação Rio Carnaval

Com localização e vista privilegiadas da pista, próximo ao segundo recuo de bateria, o Setor 9 se diferencia das demais arquibancadas por oferecer lugares marcados, garantindo maior organização e conforto ao público.

“A cada ano, buscamos aperfeiçoar a forma como o público vive o Carnaval na Sapucaí. Ao trazer o Setor 9 para a venda oficial, ampliamos as possibilidades de escolha e oferecemos uma categoria especial de arquibancada, com lugares numerados e uma experiência mais organizada para quem quer acompanhar os desfiles”, destaca o diretor financeiro da Liga, João Drumond.

Por contar com configuração diferenciada de assentos e localização, o Setor 9 possui valor de ingresso superior ao das demais arquibancadas, posicionando-se como uma categoria diferenciada dentro do conjunto de opções disponíveis ao público.

A oportunidade contempla os últimos lugares remanescentes de arquibancada para os desfiles do Rio Carnaval 2026, com estoque limitado e vendas disponíveis enquanto durarem os ingressos.

As vendas serão realizadas exclusivamente pelos canais oficiais da Ticketmaster, com abertura a partir das 11h desta terça-feira (2), evitando a ação de intermediários e garantindo segurança na compra.

Outras informações podem ser acessadas nos canais oficiais da Liesa.

Análise! Como foram os minidesfiles do Tuiuti, Vila Isabel, Grande Rio e Salgueiro

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Vídeos: arrancada do samba e minidesfile completo da Acadêmicos de Niterói

Grande Rio reafirma identidade musical, consistência rítmica e alta performance do casal no minidesfile

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A Grande Rio foi a terceira escola a entrar na pista de minidesfiles da Cidade do Samba e realizou uma boa apresentação, com organização e uma bela abertura formada por um ótimo desempenho da comissão de frente e uma elegante atuação do casal formado por Daniel e Taciana. A agremiação de Duque de Caxias manteve sua tradição de trazer um samba bastante cadenciado, fazendo a escola ter uma evolução competente, porém não explosiva. A escola apresentou um tripé muito bonito e uma criativa ala em que os componentes simulavam estar sujos de lama. Foi uma passagem agradável da tricolor, que será a terceira a desfilar na terça-feira de carnaval, apresentando o enredo “A Nação do Mangue”, de autoria do carnavalesco Antônio Gonzaga, estreante na agremiação.

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COMISSÃO DE FRENTE

Os coreógrafos Beth e Hélio Bejani são craques do quesito e costumam trazer comissões com a parte de dança muito afiada e dinâmica. A apresentação do minidesfile seguiu essa linha, com movimentos muito bem executados, uma coreografia criativa e bastante troca de posições entre os integrantes, aliadas a uma ótima teatralização.

A parte final do ato mostrou algumas acrobacias, como uma bailarina da comissão se jogando de costas e sendo segura pelos demais integrantes, que representavam pescadores da zona do mangue. Uma comissão muito bem pensada e executada, com excelente sincronia entre os membros.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

Daniel e Taciana defenderam o pavilhão da Tricolor de Duque de Caxias com a costumeira qualidade. O casal possui muita elegância no bailado, leveza e firmeza nos movimentos, além da segurança de quem alcança um nível maior a cada ano. Foi uma belíssima apresentação, com coreografias pontuais no refrão central; de resto, a série foi solta e de excelência, digna de um casal que conquistou seu lugar entre os principais do carnaval carioca.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

EVOLUÇÃO

Se a Grande Rio não teve uma evolução arrebatadora, certamente foi firme e constante durante toda a passagem da escola. Os componentes vieram no ritmo cadenciado do samba e ocuparam a pista sem correria. A primeira ala, representando a lama, chamou a atenção pela garra com que avançava pelo espaço destinado ao minidesfile. A organização das alas, sem prendê-las em demasia, foi outro ponto de destaque. A agremiação de Caxias chegou com tranquilidade ao fim de sua apresentação.

HARMONIA E SAMBA

A Grande Rio apresentou um canto constante neste dia final de minidesfiles, com poucos componentes deixando a desejar ou demonstrando dificuldades com a letra do samba. Além do refrão de cabeça, o trecho “Freire, ensine um país analfabeto, que não entendeu o manifesto da consciência social” foi cantado com mais força pelos componentes. Não foi um canto visceral da comunidade, até pelas características do samba, mas a missão foi cumprida com correção.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

O samba possui uma estrutura com vários trechos em tom menor e uma letra que traz um toque de melancolia, o que destaca seu lado poético. No entanto, acabou tendo funcionalidade limitada no minidesfile, apesar da competência de Evandro Malandro e seu carro de som. O lindo refrão central, “Manamauê Maracatu, Saluba ê Nanã, Yabá, a vida parecida com as águas, não é doce como o rio nem salgada feito o mar”, tem potencial de crescimento na obra.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

OUTROS DESTAQUES

Mestre Fafá conduziu sua bateria com as marcas de seu trabalho; o resultado foi mais um desempenho muito bom no quesito, com destaque para a bossa no refrão central.
Virgínia Fonseca marcou presença à frente da bateria, ainda um pouco travada no início, foi mostrando mais desenvoltura com o avançar da escola.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

A Grande Rio também trouxe várias musas, como Tati Minerato, que mostrou samba no pé em dia. A ala de baianas passou com excelente canto e muito bem vestida.

‘Estamos vivendo a maior transição técnica da Sapucaí em décadas’, diz presidente Gabriel David

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Para o presidente da Liesa, Gabriel David, o evento dos minidesfiles, na Cidade do Samba, simboliza um momento histórico na preparação do próximo carnaval. Em um fim de semana que uniu tradição, inovação e celebração, a Cidade do Samba registrou público recorde: 32 mil pessoas passaram pelo local, entre sexta-feira e domingo, para acompanhar os minidesfiles das agremiações do Grupo Especial e shows de grandes nomes da música brasileira. A entrada foi gratuita, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

“Estamos vivendo a maior transição técnica da Sapucaí em décadas. Testar o novo sistema de som na Cidade do Samba foi fundamental para esse processo. Melhoramos muito, mas ainda estamos ajustando, aprendendo e trabalhando lado a lado com as escolas para entregar, em 2026, o melhor Carnaval da nossa história. O público que esteve aqui neste fim de semana já sentiu um pouco dessa evolução”, disse Gabriel David.

Venda de ingressos para o Setor 9

Durante o evento, a Liesa anunciou que nesta terça-feira, 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, será aberta a última chamada para a venda de arquibancadas da Sapucaí com a comercialização, pela primeira vez, do Setor 9 ao público geral. Os detalhes serão divulgados ao longo do dia, nas redes sociais da Liesa.

No Paraíso! Tuiuti ‘baila’ na Cidade do Samba, faz minidesfile potente e mostra ter quesitos para sonhar alto no Carnaval 2026

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O Paraíso do Tuiuti realizou, no último domingo, primeiro de dezembro, seu desfile na Cidade do Samba, abrindo as apresentações da última noite de comemorações do Dia Nacional do Samba. Alegria e comunicação com o público ao redor impulsionaram a escola de Pixulé durante o tempo no desfile do “Quilombo do Samba”, trazendo seus componentes leves e soltos. Além disso, o destaque vai também para o casal Vinícius e Rebeca, que demonstrou uma dança forte e bem segura em seus movimentos durante o tempo na pista. O Tuiuti levará para a avenida, em 2026, o enredo “Lonã Ifá Lukumi”, sobre a história do surgimento do Ifá cubano, sendo a escola que abrirá o terceiro dia de desfiles.

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COMISSÃO DE FRENTE

Comandada por David Lima, a comissão apresentou seu elenco principal vestido de africanos, com uma dança forte ao redor de um elemento alegórico, trazendo também outros dois bailarinos com roupas vermelhas tradicionais afros e um em cima do próprio elemento, representando um cortador de cana.

A coreografia trouxe passos bem marcados, como se fosse um ritual envolvendo dança, com bastões que podiam ser acoplados à pequena alegoria em alguns momentos. Foi uma exibição que chamou a atenção desde o início, pela empolgação e pela dança muito bem executada de seus integrantes, como uma síntese da fé que saiu da África em direção a Cuba.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

O casal Vinícius Antunes e Rebeca Tito mostrou grande sintonia. Com uma dança marcada pela sincronia que vêm demonstrando nos ensaios de rua, ambos se apresentaram de forma leve e segura pelo chão da Cidade do Samba.

A dupla fez um bailado tradicional de mestre-sala e porta-bandeira, mas também com movimentos mais ágeis em certos momentos da apresentação, incluindo um momento breve com os dois mais unidos, mais para o fim da coreografia, e movimentos de ombro remetendo a danças latinas, pouco antes do refrão, que, em conjunto, demonstram suavidade e vigor ao mesmo tempo.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

SAMBA E HARMONIA

O intérprete Pixulé teve uma noite espetacular junto ao carro de som do Tuiuti. A ala musical da escola, comandada por Leonardo Bessa, contribui muito para a grande atuação da escola, ajudando a comunidade a botar o samba para cima e a cantar bem forte durante todo o tempo. Muita energia dos componentes do Tuiuti. O cantor esteve confortável com o samba a todo momento, cantando muito bem a obra e mantendo boa comunicação com o público.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

EVOLUÇÃO

Na maior parte do tempo, o Paraíso do Tuiuti teve uma evolução muito tranquila, passando bem pela pista, com componentes animados, cantando o samba soltos e demonstrando muita alegria com a obra enquanto desfilavam. Mantendo a agremiação quente durante todo o tempo. A escola teve apenas um pequeno momento em que ficou parada por um período um pouco maior, mas logo voltou a andar, sem prejudicar o andamento do minidesfile.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

OUTROS DESTAQUES

A bateria de mestre Marcão veio com ótimo andamento e realizou algumas paradinhas e um “paradão” para que o público pudesse ser ouvido cantando a obra da escola, além de já apresentar algumas bossas nesta noite de domingo.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

À frente dos ritimistas, a rainha Mayara Lima brilhou com seu samba e carisma, marcando sua volta à frente da SuperSom durante um desfile. A comunicação com o público presente na Cidade do Samba também foi muito certeira por parte da escola.

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Salgueiro ‘explode de felicidade’ e faz seu melhor minidesfile da história

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A Acadêmicos do Salgueiro encerrou o fim de semana dos minidesfiles do Grupo Especial em clima de nostalgia e muita felicidade. Uma passagem agradável, com um samba extremamente gostoso de ouvir e que obteve ótimo rendimento. A vermelho e branco mostrou toda a força de seus quesitos: uma comissão de frente alegre e bem ensaiada, um casal de primeira categoria, ótima bateria e uma comunidade que cantou com toda a alegria. Resultado, o “Torrão Amado” fez sua melhor apresentação desde o início dos minidesfiles no Rio de Janeiro. A homenagem à Rosa Magalhães encerrou a temporada de minidesfiles no mais alto nível. O Salgueiro fechará a terça de Carnaval com o enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira, em seu segundo ano na agremiação.

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COMISSÃO DE FRENTE

O coreógrafo Paulo Pinna trouxe uma comissão que apresentou uma coreografia divertida e jocosa, com uma bonita vestimenta representando arlequins. Foi uma apresentação descontraída, no espírito bufão do personagem. No ato final da comissão, os arlequins apresentaram as bandeiras das escolas pelas quais Rosa Magalhães passou. Foi um bom cartão de visitas.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA

Sidclei e Marcella formam um casal garantia de nota máxima no Salgueiro. É a segurança de um grande desempenho, e, neste minidesfile, o padrão de excelência se manteve, com uma exuberante apresentação. Marcella se exibiu com muita elegância e postura, girando com o corpo ereto e esticado, enquanto Sidclei mostrou seu sapateado marcante. A roupa em tom rosa foi outro destaque, muito bonita. Desempenho à altura do talento e do histórico do casal.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

EVOLUÇÃO

O Salgueiro se mostrou solto na pista, resolveu brincar o Carnaval e conseguiu com êxito. As alas coreografadas não travaram a evolução da escola; ao contrário, deram um “molho” na passagem, com mais movimentação. Poucos componentes apenas andavam; a grande maioria pulou, dançou e se divertiu na pista. Um desempenho muito agradável, com uma pitada de nostalgia, com destaques de alegorias vindo no chão com suas enormes fantasias, além de alas com adereços que remetiam a desfiles antigos de Rosa Magalhães.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

HARMONIA E SAMBA

A vermelho e branco apresentou um canto excelente, na esteira de sua evolução leve e alegre. A primeira ala, que tinha adereços de mão, sustentou um canto muito intenso em toda a sua passagem, já colocando um sarrafo alto para o restante da agremiação, que segurou com a mesma competência. Foi um canto linear dos componentes, sem uma ala se destacando negativamente.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

E, se o samba foi cantado com força e naturalidade, em parte se deve ao ótimo desempenho do mesmo, com firme interpretação de Igor Sorriso, bastante confortável na condução da obra, e à brilhante atuação da bateria “Furiosa”, comandada por Guilherme e Gustavo. Como cereja do bolo, o violino que acompanhou o samba valorizou a bela melodia que a obra possui. Um grande desempenho harmônico do Salgueiro.

OUTROS DESTAQUES

O numeroso time de musas do Salgueiro chamou a atenção do público presente; a maioria estava com o samba na ponta da língua.

O tripé trazido pela escola contou com membros da velha guarda, representando um bar com várias placas de ruas onde ficam as quadras das escolas nas quais Rosa Magalhães trabalhou.

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Foto: Thais Brum/Divulgação Rio Carnaval

Com samba monumental e performance muito forte, Vila Isabel muda o patamar para o Carnaval 2026

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Segunda escola a se apresentar na terceira noite de minidesfiles pelo Dia Nacional do Samba, a Vila Isabel mostrou que irá ao Carnaval 2026 para disputar o título, que não conquista desde 2013. A Azul e Branca fez uma apresentação histórica e única. Apoteótica e arrebatadora. De todos os sons já entoados na pista da Cidade do Samba, ninguém jamais se apresentou como a Vila fez neste 30 de novembro. A dança hipnotizante do primeiro casal foi um dos tantos pontos altos de uma apresentação para a eternidade. A atuação dos componentes também precisa ser destacada como fundamental para arrepiar o espectador. A escola do Boulevard 28 de Setembro será a segunda a desfilar na terça-feira de carnaval, com o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”, desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

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Sacode. Botou para quebrar. Amassou. Passou o trator. Assim pode ser definida a épica apresentação da Vila Isabel neste domingo, na Cidade do Samba. Foi como um reencontro: primeiro da Vila com ela mesma, com suas raízes e seu povo. Que a Vila Isabel é uma escola que sabe se apresentar, todo mundo já está acostumado. Possui grande capacidade de levantar o público. Com Tinga no comando do carro de som é bem fácil levar o povo com ela. Nesta noite, a escola de Noel foi além do seu costume. A Vila voltou depois de dois anos de passagens sem brilho pelo carnaval. O oitavo lugar no último desfile ficou de lado, e a escola mostrou uma repaginação tão notória que se viu uma apresentação para entrar na história do evento e dos pré-carnavais. A condução magistral do grande samba, o canto superpotente e uma evolução de levar o povo junto com a escola colocaram a escola em estado de graça. Uma pena que a grade existia para impedir as pessoas de serem arrastadas pela energia contagiante.

COMISSÃO DE FRENTE

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

O quesito coreografado por Alex Neoral e Marcio Jahú trouxe uma construção simples, mas de muito bom gosto e excelente montagem. Em resumo, dança afro com componentes de vestes brancas. Com muita sutileza, as mulheres deixam os homens no centro da apresentação e se dirigem ao tripé para fazer a troca de figurino. Assim, transformam-se em Oxum. Em vez de carregarem espelhos em uma das mãos, o acessório estava no rosto, cobrindo as componentes. Em uma das mãos, havia uma armação de espelho vazada.

Quando as componentes-Oxum chegavam ao centro da apresentação, os homens saiam até o tripé e mudavam o figurino. De vestes brancas, passaram a ser Xangôs. Em seguida, foram ao centro para dançar com as demais componentes.

Apresentação formidável, levemente prejudicada pela coroa de um dos Xangôs, que caiu da cabeça assim que chegaram para compor a apresentação.

Vale lembrar também da excelência do elemento cenográfico da comissão de frente, que trazia a coroa, símbolo da escola. De muito bom gosto, estava decorada com obras de Heitor dos Prazeres, enredo de 2026.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Em estado de graça, Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane deram um show de tirar o fôlego. Absolutamente fantásticos, mostraram uma coreografia fascinante, a sedução para prender a atenção à dança do casal. Os últimos versos do samba proporcionaram o ponto alto da apresentação.

SAMBA-ENREDO

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Nascido consagrado e franco candidato ao prêmio de melhor samba do Carnaval 2026, a obra composta por André Diniz, Evandro Bocão e Arlindinho conquistou o mundo do samba e proporciona sempre um cortejo que não se quer que acabe. O show da Vila Isabel é metade o samba. E o samba é um show à parte.

Muito responsável pelo sacode, Tinga conduz mais uma obra-prima com perfeição, na companhia de seu brilhante carro de som.

Os trechos mais cantados são a última estrofe, “de todos os tons…”, e “ê quilombo, é a Pedra do Sal…”, além do refrão, que é sucesso absoluto cantado a plenos pulmões.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

HARMONIA

A Vila sempre foi de cantar, mas cantar um sambaço é diferente. Todos os componentes que passaram gritaram o samba em perfeita harmonia com o carro de som e o público. Uma exibição de gala das alas da escola.

EVOLUÇÃO

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

A Vila balançou a Cidade do Samba. Tinha coreografia, tinham alas brincando, movimento e uma coesão da primeira à última ala que não se vê todo dia. Poucos componentes, limitados pela regra do evento, mas alas compactadas. Uma passagem primorosa.

OUTROS DESTAQUES

A musicalidade da Vila Isabel também foi um dos tantos pontos altos do amasso praticado pela escola. Isso passa pela monumental bateria do mestre Macaco Branco e pela grande ideia de colocar os ritmistas para abrir o desfile, decisão fundamental para o clima instaurado durante o desfile na Cidade do Samba.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Sabrina Sato, à frente da bateria, é muito rainha. Sempre com figurino caprichado, ela investiu nas plumas e esbanjou a simpatia de sempre.

A Vila Isabel sabe o que quer para 2026 e ainda se dá ao luxo de arrebatar os sambistas com seu costume de dar show quando passa. O terceiro dia de desfile pelo Dia Nacional do Samba deve ser sempre lembrado por causa do Povo de Noel e ilustrado em azul e branco.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval