Na inauguração do Bar Alcione, na Zona Sul do Rio, na noite de terça-feira, quem ganhou o presente foi a Rainha do Samba. O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, anunciou a criação da comenda ‘Medalha Alcione’, voltada para personalidades da cultura como artistas, produtores e personalidades do segmento cultural. O anúncio foi realizado com a presença do governador Cláudio Castro e da Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.
Foto: Eliane Carvalho/Ascom Governo do Rio de Janeiro
“Além desta justa homenagem à Alcione, a medalha também vai reconhecer quem tanto trabalha pela cultura fluminense. O Rio de Janeiro é nacionalmente conhecido pelo potencial cultural que tem. Foi um setor muito prejudicado durante a pandemia, mas que o Estado abraçou e apoiou. Agora, a cultura do estado vai voltar em grande estilo”, disse o governador Cláudio Castro.
Show da Marrom no Theatro Municipal
Com o apoio da Secretaria de Cultura, os 50 anos de carreira da cantora serão comemorados com a realização de um show no Theatro Municipal, no dia 1 de maio de 2022, Dia do Trabalhador.
“Alcione merece todas as reverências pela sua história com a cultura do nosso estado e país. Será a primeira honraria estadual voltada exclusivamente para atender o segmento cultural. Vamos dialogar com a Assembleia Legislativa e seguir todos os trâmites necessários para prestar essa homenagem à Marrom, mas também aos fazedores de cultura do estado”, afirmou a secretária.
A escola de samba Arrastão de Cascadura apresentou um logotipo comercial. o projeto tem por finalidade dar uma unidade na utilização da marca da comunicação da escola, sempre de forma clara e objetiva. Ele preservou os elementos do brasão que estão descritos no estatuto da escola: “Uma rede em forma de arrastão, violão, repique, baqueta e agogô”.
Desenvolvido pelo designer gráfico e analista de marketing, Edson Rosa, o projeto tornará muito mais fácil a reprodução da marca Arrastão em diferentes mídias e plataformas, preservando o brasão da escola, e deixando sua aplicação exclusivamente no pavilhão verde e branco do Arrastão de Cascadura.
A escola irá reeditar o enredo “Frevança”, realizado pelo carnavalesco Max Lopes, quando o Arrastão de Cascadura desfilou na Marquês de Sapucaí, pelo Grupo Especial, em 1995.
A Portela começa no dia 03 de novembro, às 20h, na quadra (Rua Clara Nunes, 81 – Madureira), o o primeiro ensaio de comunidade para o Carnaval de 2022. A escola ainda irá anunciar os protocolos que serão adotados para a realização dos treinos.
No último domingo, a Majestade do Samba abriu suas portas para receber novos integrantes para as alas de comunidade. A procura foi grande! O domingo retrasado também foi marcado pelo sucesso dos recadastramentos daqueles que já fazem parte da comunidade da escola e, que participaram do último desfile.
Em 2022, a Azul e branco de Madureira será a segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval, com o enredo “Igi Osè Baobá”, desenvolvido por Renato Lage e Márcia Lage, que retrata a simbologia e a história dos baobás, a Árvore da Vida.
Após um ano e meio, a Tabajara da Zona Oeste está de volta às atividades. Terá reinício no dia 1º de novembro os ensaios de bateria da Acadêmicos de Santa Cruz. O primeiro encontro será às 20h, na quadra da escola, na Rua do Império, 573 – Reta da Base Aérea de Santa Cruz.
Este será o sétimo ano do Mestre Riquinho à frente da bateria. O diretor de bateria terá como seus auxiliares os diretores Géco, Xangô, Buda, Dentinho, Bigode, Pablo Santos, Bruno Guedes e Ewerton Fintelman.
“Mais uma vez temos um grande samba-enredo, o que ajuda no trabalho da bateria. Vamos começar a prepará-lo para mais uma vez alcançar as notas máximas nos quesitos”, disse Mestre Riquinho.
A Acadêmicos de Santa Cruz será a quarta escola a desfilar pela Série A, no Sábado de Carnaval, dia 26 de fevereiro. O samba-enredo foi composto por Samir Trindade, Júnior Fionda, Elson Ramires e Rildo Seixas.
Em 2022, a escola da Zona Oeste levará o enredo “Axé Milton Gonçalves! No Catupé da Santa Cruz”. O tema será desenvolvido pelo carnavalesco Cid Carvalho.
No dia 9 de novembro, a partir das 19h, o Acadêmicos do Grande Rio dará início aos seus ensaios de canto para a comunidade com vistas ao Carnaval 2022. Os encontros serão realizados todas as terças-feiras, na quadra da agremiação localizada na rua Almirante Barroso, 5, em Duque de Caxias, onde já vêm acontecendo, em igual dia e horário, os ensaios da bateria.
Nesse mesmo dia da semana, os interessados em desfilar nas alas de comunidade da escola deverão comparecer para realizar sua inscrição para as vagas remanescente. É preciso levar um documento de identificação, comprovante de residência e pagar uma taxa de 10 reais. Ser morador do município não é um requisito, mas é preciso comparecer aos ensaios para garantir a vaga. A secretaria abre às 15 horas para a recepção dos interessados.
A Riotur anunciou que a Backstage, responsável pela Árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas, como habilitada para realizar o processo de infraestrutura da Intendente Magalhaes para os desfiles da Superliga e Livres no Carnaval de 2022. Além disso, o prazo foi estendido para que a empresa apresente em até 30 dias a carta de patrocínio para o evento e que seja declarado o resultado final.
“Eles fazem um carnaval raiz, com um enorme potencial para o evento crescer”, disse Roberta Kelab, sócia da Backstage, ao site Janela Publicitária.
O valor dos custos de infraestrutura previstos, e que deverão ser custeados pelo patrocinador, são estimados em no mínimo R$ 3,5 milhões. A contrapartida será a permissão de uso da marca da empresa parceira na realização dos desfiles. Para o evento, serão 225 metros de arquibancadas instaladas na via, que contará com 50 banheiros químicos, 10% deles acessíveis a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, conforme determina a Lei Federal 10.098/2000.
Além disso, mobiliários públicos utilizados no evento, como torres de som e banheiros químicos terão QR Codes com informações que possam ajudar mulheres vítimas de assédio ou qualquer tipo de violência. A ação é uma campanha da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Mulher (SPM-RIO) em parceria com a Riotur.
“A Riotur é a responsável por estruturar todo o planejamento do Carnaval, o que se dá em diversas etapas. Essa é mais uma delas. Estamos tornando públicas as obrigações mínimas, de forma transparente e antecipada, para buscarmos um patrocínio para os desfiles da Intendente Magalhães. Saliento, no entanto, que a realização do Carnaval está condicionada ao cenário epidemiológico da pandemia da Covid-19 e as determinações estabelecidas pelos órgãos competentes no combate à doença”, afirma Daniela Maia, presidente da Riotur.
O deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ) participou de uma reunião na manhã desta terça-feira, em Brasília, com o presidente da Embratur, Carlos Brito, e com o diretor de marketing, Silvio Nascimento, para solicitar que o carnaval do Rio tenha espaço nas feiras de turismo internacionais que tenham a participação do Brasil.
Foto: Divulgação
“Todos sabemos que o carnaval é mais do que uma festa cultural, é um dos grandes símbolos do turismo do nosso país que gera emprego e renda, não só no nosso Estado, mas movimenta, também, toda a cadeia produtiva nacional. Por isso, é fundamental a divulgação do carnaval carioca. O nosso objetivo é, em um novo cenário de pós-pandemia, ampliar a divulgação do nosso carnaval como atrativo de Turismo no cenário mundial para assim divulgarmos não só a nossa cultura, mas o nosso turismo, gerando emprego, renda e desenvolvimento ao Rio de Janeiro e ao Brasil”, disse o deputado.
Economia da cidade
Com a falta do carnaval em 2021, a cidade do Rio de janeiro perdeu cerca de R$ 5,5 bilhões neste ano, conforme o estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). Segundo o levantamento, as perdas somam 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) carioca.
Se não houvesse o cancelamento por causa da pandemia, segundo a pesquisa, a economia do Rio movimentaria R$ 4,4 bilhões. Destes, 88% seriam gerados por turistas brasileiros, com permanência média de 6,6 dias na cidade e gastos diários de cerca de R$ 280,32.
Os 12% restantes viriam de turistas estrangeiros, que teriam estadia média de 7,7 dias e gastos diários de cerca de R$ 334,01. O impacto dos moradores da região metropolitana do Rio e gastos operacionais seriam de pouco mais de R$ 1 bilhão.
A ritmista da Unidos de Padre Miguel, Célia Almeida, segue internada no Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador, após o ônibus que transportava integrantes da escola tombar na Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, no fim da noite de domingo. Ela fraturou a clavícula e realizou procedimentos para uma cirurgia ontem. Das 40 pessoas que estavam no veículo, 19 ficaram feridas; nenhum caso é grave.
Os componentes voltavam de uma apresentação em Niterói e seguiam para a Zona Oeste do Rio, quando foram fechados por um caminhão. O veículo subiu na divisão entre as pistas expressa e central e capotou. Logo após o acidente, a Unidos de Padre Miguel enviou diretores para acompanhar a situação dos feridos nos hospitais da região.
Em nota, a agremiação informou que providenciou diversos carros por aplicativo para que os integrantes liberados pela equipe médica retornassem para suas casas em segurança.
“A escola está disponibilizando em sua quadra insumos para curativos como algodão, gaze, ataduras, esparadrapo entre outros itens que forem necessários”, completou em nota.
A ala de compositores do G.R.E.S São Clemente se reuniu para compor um samba em homenagem aos 60 anos da escola, comemorado neste dia 25 de outubro. Ricardo Góes, presidente da Ala dos Compositores, explicou o processo de criação do samba-enredo.
Fotos: Divulgação
“Cada um trouxe uma ideia. Nós tentamos juntar a letra de uns com a melodias de outros compositores e saiu essa linda obra. Não conseguimos nos encontrar pessoalmente, foi tudo na base de troca de mensagens. Espero que os clementianos gostem do nosso presente”.
O compositor Helinho 107 destacou que a rivalidade das disputas foi colocada de lado e os clementianos se juntaram para presentear a preto-amarelo com esse samba.
“Somos concorrentes e também já fomos parceiros em outros anos, mas somos amigos antes de tudo. A São Clemente é uma grande família. Todos se respeitam e se admiram. A escola está em primeiro lugar”.
O samba é de autoria de Ricardo Góes ,Helinho 107, Eugênio Leal, Rodrigo índio, Alexandre Araujo, Cláudio Filé, Julinho, D´Jouara, Marcelo Adnet, Armandinho do Cavaco, Leonardo Bessa, Rodrigo Telles, , Naldo, Aranha, Fabiano Paiva, Edmar Jr, Edu da Cuíca, Nelson Amatuzzi, Igor Marinho, Fábio Rossi, Chico Frota, Serginho Machado, Pedro Machado, Edinho, James Bernardes, Rodrigo Gonçalves, Gustavo Albuquerque e Magro da São Clemente.
Segundo Eugênio Leal, autor da ideia, foi uma experiência interessante fazer a obra com tantos compositores.
“Foi uma experiência muito legal poder escrever ao lado de tantos amigos, pessoas que nunca compuseram juntas. Poderíamos ter feito quatro, cinco sambas diferentes com a quantidade de ideias que tínhamos”.
Em 2022, a São Clemente vai levar para a avenida o enredo “Minha Vida é uma peça”, homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo.
Bate bola na areia
Tem samba na veia
A amizade transformou
Barrica em batucada
Bela Vila iluminada
A Zona Sul então sambou
E a Bandeira que encanta e me arrepia
Do bloco uma escola se criou
A doce ilusão do sambista, alma de artista
Um sonhador!
Ivo, eterna saudade…
Herança de orgulho e amor
Fui pequenino, sem lar, sem destino
Viajei na zorra do boi voador
Da crítica eu fiz o meu caminho
Gritei que o samba sambou
De bumbum de fora
Virei a avenida de pernas pro ar
Vem que a festa é agora
60 anos de história
Meu povo chegou pra cantar
Vem que a festa é agora
60 anos de história
Mais um Mestre no infinito a nos guiar
Sou fiel clementiano
Minha família é alegria, irreverência
Botafogo na avenida
A paixão da minha vida
São Clemente é resistência!
Quando o sentimento de vislumbre toma toda a arquibancada ao se acompanhar a apresentação de um casal de mestre-sala e porta-bandeira, o tempo do mundo parece ficar suspenso e passa a ser orientado apenas pelos movimentos leves dessa dupla, seus sorrisos irradiantes e pelo desfraldar do manto sagrado da escola de samba em desfile. Feitos flor e beija-flor, o par altivo exalta o pavilhão com graciosidade e com zelo imenso, pois sabe que carregam, representados naquele símbolo, uma vasta rede de pessoas, memórias, sacrifícios, suor e alegrias. E, se tal espetáculo é possível pelos doces rodeios da porta-bandeira e pelos incríveis jogos de perna do mestre-sala, é ainda mais assegurado pelo trabalho atento de guardiãs e guardiões que os apoiam desde muito antes da apoteose e os apresentam, entusiasmados, ao público. Viviane Martins Ramos, ou a nossa querida apresentadora de casais Vivi Martins, é um desses exemplos de que, por trás de uma inesquecível passagem na avenida, há um imenso caminho trilhado que requer estudo, esforço, dedicação e, claro, muito amor à arte do bailado.
Imagem: Antonio Vieira
Filha de pai músico e de mãe que a levava a bailes de fantasia e a acompanhava, maravilhada, as transmissões dos desfiles pela televisão, Vivi morou ao lado da quadra da Boêmios de Inhaúma, no Engenho da Rainha, zona norte do Rio de Janeiro. A arte e o carnaval já faziam parte de seu cotidiano.
Mas foi apenas aos 23 anos, com o ingresso na Companhia Folclórica do Rio, ligada à Universidade Federal (UFRJ), que conheceu o Projeto do lorde Manoel Dionísio, verdadeiro celeiro de bambas, onde acabou se encantando com a dança. Aprendeu as técnicas e todo o significado mágico do pavilhão “na fonte” com baluartes como Mestre Delegado, Tia Soninha, Tia Titia, Carlinhos Brilhante, Tia Irene, Mestre Adilson, Mestre Jamelão, entre outros eternos.
E, como conversa de sambista é samba, Vivi Martins vem realizando muitos trabalhos práticos dentro do universo dos casais, colocando a mão na massa pra valer. Como apresentadora de casais, que é a função de dar assistência aos dançantes e os anunciar ao público, Vivi tem um currículo estrelado. Unidos de Padre Miguel (2017), São Clemente, Renascer, Rocinha e Novo Império, de Vitória/ES (2018), Cubango, Renascer de Jacarepaguá (2019) e Portela (2020) são agremiações que tiveram o privilégio de contar com seu precioso olhar. Sim, não se engane, esta lista pode e deve estar incompleta, já que Vivi é uma máquina de produzir grandes espetáculos. Ô sorte dos casais que a têm por perto!
A alta procura por todo esse profissionalismo e por toda dedicação ao bailado fez com que Vivi Martins precisasse pensar uma forma de atender a cada pessoa interessada. Foi assim, então, que surgiu o Projeto Minueto do Samba, iniciativa que chega ao seu sexto ano de atividade em 2021. Ao lado do mestre Carlinhos Brilhante, Vivi recebe, no Méier, zona norte da capital, crianças, adolescentes e adultos iniciantes na dança. É um acompanhamento muito atento a cada “história corporal” que está sendo escrita, que requer um acolhimento tão carinhoso que se assemelha a uma família.
Vivi Martins, assim, vai deixando sua marca durante todo o processo que envolve a arte do “balé das avenidas”. Associa-se a pensadoras e pensadores do carnaval para escrever riquíssimos trabalhos, estuda, planeja e executa planos de ensino e aprendizagem para o aperfeiçoamento dos dançantes e dá auxílio primoroso na preparação dos casais oficiais, os envolvendo em seus braços de cuidado e ternura.
Texto: Felipe Gabriel Oliveira, antropólogo e mestre-sala da Unidos do Parque Aeroporto, de Taubaté-SP