Pelo padrão competitivo e forte que possui é quase impossível o Salgueiro não atender o que se espera de uma agremiação do porte da Academia. O cuidado com os figurinos, inclusive, com os destaques, a forte e vibrante comissão de frente, do coreógrafo Patrick Carvalho, e a exuberência e perfeição do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei e Marcela, marcaram a exibição da vermelho e branco.
“Achei que foi bom para caraca. O povo caiu para dentro, brigou e cantou o nosso samba. Achei que foi muito bom, um verdadeiro termômetro para gente. Em um evento como esse, nós sambistas temos um termômetro do carnaval, isso atrai sambistas para compartilhar com a gente, para cantar, para brincar. Isso é muito importante e eu acho que não pode deixar de ter. E, o ensaio técnico é a cereja do bolo, onde fica tudo preparado para gente poder passar bem próximos do que a gente vai apresentar na Marquês de Sapucaí no desfile oficial”, disse Emerson Dias.
“O público interagiu desde a nossa entrada lá no palco e depois no desfile foi a continuidade com nosso samba do ano ‘Resistência’ que está na boca do povo graças a Deus. O Salgueiro mais uma vez acertou em samba-enredo. Estamos com um cronograma maravilhoso, tudo dentro do previsto para que possamos fazer um grande carnaval”, completou Quinho.
Viviane Araújo reinou de ponta a ponta, toda de vermelho, na frente dos ritmistas da Furiosa, que seguem mantendo o alto o padrão de qualidade.
Comandante da Furiosa, os mestres Guilherme e Gustavo falaram da apresentação da escola na Cidade do Samba. “Essa noite foi um esquenta para o desfile oficial, em abril. Ficamos impressionados com a energia do público. Quando a Furiosa foi anunciada no palco, todo mundo vibrou, o que mostra que o nosso trabalho está sendo reconhecido. Na pista, o público vinha abaixo quando apresentávamos as bossas. Vamos continuar trabalhando firme para acertar alguns detalhes e concluir esse trabalho com uma grande apresentação em abril”, citou Gustavo.
“Na minha concepção, o evento de hoje é simbólico, para voltarmos a respirar um pouco de carnaval, depois de tanto tempo sem fazer o que a gente mais gosta. Acho que eventos como esse, que mobilizam todos os artistas e fortalecem a cultura do carnaval, deveriam acontecer com mais frequência. Se puder, viremos mais vezes para a Cidade do Samba para promover a nossa arte”, acrescentou Guilherme.
O samba-enredo foi muito cantado pelos componentes, e, principalmente, pelo público presente, muito mérito do trabalho realizado pela dupla Emerson Dias e Quinho com o carro de som salgueirense. “A expectativa do Salgueiro é pela disputa do título. O presidente deu uma liberdade muito grande pra gente no barracão. Ele foi capaz, com o trabalho dele, colocar tudo em prática do que o Alex pediu. Nosso alvo é o título, sempre. Ansiedade é a palavra para esses dois meses. Se tiver a receita pra controlar ela pode me dar. Salgueiro está pronto, escola e barracão. Ficamos quase dois meses sem ensaio, e quando voltamos, parecia que não tínhamos parado. Esse contato com o público é maneiro demais. A galera veio toda junta. Quando o Salgueiro entrou foi fora do comum, os próprios componentes se emocionaram”, disse Alexandre Couto, diretor de carnaval.
Referência no quesito, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei e Marcella Alves, conversou com o site CARNAVALESCO sobre o evento e a apresentação salgueirense.
“Sem demagogia e com todo respeito, mas se o desfile fosse hoje, nós já estaríamos preparados. Vamos intensificar os treinamentos, porque desfile tem dia e hora. A gente já chegou aqui emocionado, porque estaríamos no clima dos desfiles. Eu acho que esse evento vai vingar sim. Hoje foi o termômetro. Hoje vimos que o Carnaval pode acontecer, que ele não morreu, que as pessoas amam a festa. O Carnaval de 2022 vai ser um dos maiores que a Sapucaí já viu”, afirmou o mestre-sala.
“Esses dois meses vão fazer com que a gente se cobre ainda mais. Se a gente sabe que estaríamos prontos para desfilar amanhã, tenho certeza que dá pra ficar melhor ainda. No início, eu estava um pouco desanimada, porque pensei, ‘poxa, vai ter o evento, mas poderia ter o desfile’. Mas a energia que a gente recebeu dessa galera aqui hoje, compensou demais o momento que a gente está vivendo. Fez a gente ter um pouco mais de esperança e energia para abril quando vai chegar a nossa hora”, completou a porta-bandeira.
Participaram da cobertura: Alberto João, Allan Duffes, Gustavo Maia, Leonardo Damico, Lucas Santos e Rodrigo Madureira