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Opinião: Chegou a vez dele! Gabriel David mexeu no jogo do carnaval, plantou novidades e colheu frutos para o futuro

Jovem será aclamado presidente da Liga na sexta-feira; Equipe terá entre os diretores, Evelyn Bastos, primeira mulher e preta na direção da Liesa, além de João Drumond

A semana do feriadão de São Jorge marca também uma nova era na Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), através da eleição presidencial, que aclamará na próxima sexta-feira o jovem empresário Gabriel David. O vice será Pedro Guimarães. Além deles, o corpo diretivo terá duas jovens novidades: Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira, que deverá ser diretora cultural ou social, e João Drumond, diretor executivo da Imperatriz, que será o diretor financeiro da Liesa. Sinal do tempos! Que bom!

Evelyn Bastos é a primeira mulher e preta na direção da Liesa. É motivo de orgulho para todos nós. Evelyn representa tudo o que queremos para nossa sociedade. É competente, estuda, sempre quer aprender mais e caminha para ser uma grande gestora da nossa folia. O principal é o DNA de sambista. Evelyn marca também a entrada das mulheres no meio machista dos diretores da Liga. É mais um sinal de mudança!

O Gabrielzinho, como é chamado por muitos que vivem o carnaval o ano inteiro, do clã David, atingiu a maturidade no meio dos leões carnavalescos. Colecionou pancadas, algumas merecidas, outras injustas, e teve a capacidade de atiçar o mundo das escolas de samba. Um garoto, menos de 30 anos, rico, branco e que navega no mundo das celebridades, mudou sua rotina, mostrando para toda “Avenida do Samba”, que do DNA David saiu mais um cara disposto a abraçar o carnaval e lutar por dias melhores.

Em uma gestão, no marketing da Liesa, Gabriel não descansou. Trouxe verbas polpudas. Antes criticado, virou idolatrado por presidentes. Não se iludiu. Sabe que presidente de escola quando ouve que terá verba muda rapidamente de opinião. Gabriel revolucionou com a transmissão dos ensaios técnicos. Botou o dedo na comercialização dos ingressos, mudou a “cara” comercial dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Enfrentou desafios, errou, o que é normal para um jovem, e não ousou interferir no “sagrado carnavalesco”, ou seja, a parte técnica dos desfiles. Soube delegar e aos poucos montou sua equipe. Aliás, é preciso trabalhar cada vez mais cedo o próximo carnaval. Fundamental ter encontro sobre os nove quesitos, textos de avaliação dos jurados, treinamentos ao longo do ano e uma divulgação muito maior do que é julgado na Avenida.

Agora, o desafio de Gabriel David é muito maior. O “inimigo” é outro. O telefone e o zap vão vibrar o tempo inteiro. A cobrança, sem dúvida, será gigantesca, tem que ser. Sentará na cadeira número 1 do carnaval. Medo? Duvido que ela tenha. Soberba? Espero que não. Comandar o carnaval do Grupo Especial é saber dialogar, acima de tudo, com o chão de fábrica, com quem vive intensamente todos os momentos nos 365 dias do ano. Esses que são os verdadeiros artistas do carnaval. Merecem e precisam de valorização. O tempo de ouvirmos: “escola de samba não paga”, “carnaval é lazer e não trabalho”, “e quer dinheiro?, vai trabalhar”, ficou lá no passado. Na verdade, eu espero que realmente tenha ficado, embora, ainda cheguem informações de compromissos não honrados, muitas vezes, por pessoas que não entendem nada de gestão e estão no comando de suas escolas, sabe-se lá por qual motivo.

Gabriel tem em casa o porto seguro. Sabe que chegou no topo, principalmente, por ser filho de Anísio Abraão David. Nunca escondeu isso. Vi de perto a paixão e respeito de pai para filho e do filho para o pai. Confesso que fiquei surpreso. O mais velho identificou virtudes no mais novo e o filho entende que o pai é soberano na folia.

O caminho é da gestão. Não tem mais volta. Desde a chegada de Marcelinho Calil, na Viradouro, o carnaval conheceu um novo modelo. O amadorismo perdeu de vez espaço. Títulos são importantes, mas alguns são conquistados muito antes da apresentação na Sapucaí. Chegam com respeito aos profissionais, pagamento em dia, responsabilidade com a verba, e a excelência artística e de valorização do que é realmente importante, que são os enredos, suas narrativas e as defesas dos quesitos de julgamento. Importante ressaltar: encontro em Marcelinho Calil também totais condições e merecimento de no futuro ser presidente da Liga.

Após um período de trevas estamos vendo novas lideranças. Os “herdeiros” abraçaram suas comunidades. Estão trazendo frescor para cabeças que merecem respeito, mas que já não conseguiam mais atingir o que pede o mundo moderno. É o ciclo da vida.

Fato é que o fim de abril concretiza a revolução esperada por quem vive o carnaval o ano inteiro. Obviamente, é bom estarmos atentos e preparados para os dias de sol, mas também para momentos de trovoadas e temporais. Os abutres seguem vivos e prontos para o bote.

Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

Posso garantir que a posição editorial do CARNAVALESCO será de confiança na nova gestão. Nunca de olhos fechados. Porém, não esperem NUNCA uma cobertura de quanto pior, melhor. Sabemos nossa missão e acreditamos sempre em dias melhores. A imprensa especializada está preocupada e abandonada. Muitos craques já desistiram. Vamos ver o que acontecerá e como será essa nova gestão.

Por fim, Gabriel David é a sua hora. Mergulhe ainda mais fundo. O mandato de três anos é pouco, mas é fundamental para a virada de chave. Ouse, crie e ouça. Não esqueça dos pilares da construção dos desfiles das escolas de samba. Fuja sempre da “mosca azul”. Brilhe, sim. O sucesso é para ser celebrado. Os sambistas acreditam que “está clareando”, trabalhe incansavelmente para que os sonhos virem realidade. O filho da Beija-Flor receberá a missão de conduzir os filhos de Ismael Silva, Djalma Sabiá, Joãosinho Trinta, Laíla, Paulo da Portela, Cartola e tantos outros. Boa sorte! Evoé!

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