Com uma linda comissão de frente e um excelente primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, a Acadêmicos de Niterói entrou na Marquês de Sapucaí para realizar seu primeiro ensaio técnico da história. O desfile, que durou 52 minutos, também foi marcado pela ousadia em colocar a bateria da agremiação à frente da escola e pelo canto moderado da comunidade. Com o enredo “O carnaval da Vitória”, Niterói será a sexta escola a desfilar no dia 17, pela Série Ouro do carnaval carioca. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO
- LEIA AQUI: ANÁLISE DA BATERIA NO ENSAIO TÉCNICO
“O ensaio é muito importante, ainda a escola tão recente, eu acho o balanço do ensaio maravilhoso. A comunidade esteve presente, vieram lá de Niterói para abrilhantar nosso trabalho aqui hoje. Coisas para melhorar sempre tem, temos aí poucos dias agora para aparar essas arestas que faltam, para no dia chegarmos bem e forte. Gostei da inovação da bateria que veio à frente da escola, funcionou bem e do povo de Niterói que abraçou nossa ideia e chegou junto hoje e vai chegar muito mais no desfile”, explicou Luiz Martins, diretor de carnaval.
Comissão de Frente
Com adereços brilhosos nos braços e na cabeça, a comissão de frente abriu o ensaio de forma imponente. Eles realizaram uma apresentação bem caprichada ao longo da Avenida, com uma coreografia bem ensaiada e muitas expressões corporais.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Fabrício Pires e Giovanna Justo realizaram uma bela apresentação nas cabines de jurados. O destaque foi a conexão entre os dois, com muito sorriso no rosto e toques sutis. Ambos soltos e aproveitando o samba, realizaram uma apresentação muito caprichada e rica em detalhes, brindando o público que acompanhava ao ensaio.
“A gente vai fazer um carnaval leve e alegre. Queremos entrar na avenida deixando os movimentos fluírem, aproveitando a espontaneidade da Giovanna. Para nós, é o que nosso quesito pede. Hoje conseguimos fazer tudo isso, sendo assim, gostei bastante. O ponto principal foi fazer o paralelo entre a dinâmica da dança e os movimentos da Giovanna. Agora é que vamos conferir o vídeo do ensaio para entender o que temos para acertar”, disse o mestre-sala.
“A princípio eu gostei de tudo. Eu amo nossa arte e adorei a alegria do Fabrício e a minha também. Acredito que um casal feliz é capaz de contagiar a avenida e nós estamos indo bem”, completou a porta-bandeira.
Harmonia
Por mais que a direção de carnaval da escola tenha realizado um ótimo trabalho, sempre incentivando que os componentes cantassem ao longo do ensaio, a escola não cantou o samba com tanta força. Destaque para as últimas alas, que cantavam pouco o samba-enredo de Niterói, pela posição da bateria e pela falta de equipamentos de som ao longo da Avenida. Entretanto, no refrão do samba, houve uma explosão em toda a escola, que ecoou forte o “Niterói” na Passarela do Samba. É um trecho que promete ficar nas cabeças.
“Foi tão gostoso. Escola cantando, bateria, carro de som. Eu estou muito feliz. É a minha primeira vez cantando no santuário nacional do samba. É uma honra muito grande, só felicidade. O mestre Demétrius é um querido. Eu vinha para cá todos os domingos na Amaral Peixoto com ele nos ensaios. Ele é um super profissional. O resultado está aí, vai ser melhor ainda no dia 17. Hoje eu vi a escola cantando, a escola chegou junto. Mas a gente sempre quer mais. Niterói está indo muito bem, o barracão está lindo. Nós vamos para as cabeças, com certeza”, afirmou o cantor.
Evolução
As alas desfilaram muito alegres por toda Sapucaí. Os setores da escola vieram fortes, sem buracos e apresentando um bom padrão de preenchimento da pista. Entretanto, o fator da bateria ir a frente da escola complicou as últimas alas, onde houve reclamações de componentes por não conseguirem escutar o samba e assim evoluir menos. Mesmo assim, conseguiram se adaptar e concluir um bom ensaio. Destaque para a ala 2, que dançou alegremente ao longo do Sambódromo.
Samba-Enredo
A equipe de som demonstrou um ótimo entrosamento com os ritmistas e, juntos, apresentaram uma melodia muito bem encaixada. Destaque do trabalho do mestre de bateria Demétrius Luiz e do intérprete estreante Danilo Cesar. No setor 10, os ritmistas realizaram uma bossa, onde se evidenciou ainda mais o ótimo entrosamento entre carro de som e bateria.
Outros destaques
A bateria da escola inovou e veio na frente do ensaio da agremiação, demonstrando ousadia. Todavia, talvez por conta da falta de costume com esse modelo de desfile, o padrão adotado pareceu causar um pouco de estranheza nas últimas alas. No desfile, com os equipamentos devidamente montados ao longo da Avenida, muito provavelmente isso não ocorrerá.
Destaque para a bossa acompanhada de uma coreografia, onde os ritmistas colocaram o instrumento para cima, realizando movimentos em direção ao público e julgadores – mais um ponto de inovação da escola.
Destaque também para a ausência do rei de bateria que, por motivos pessoais, não conseguiu comparecer ao ensaio. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o mestre Demétrius Luiz falou sobre a bateria que desfilará com 220 ritmistas.
“O ensaio foi muito produtivo. Deu para acertar algumas coisas e a bateria veio bem. A ideia de vir com a bateria na frente foi do carnavalesco juntamente com a comissão da escola, eu aceitei e fluiu bem. O resultado foi positivo. Sobre o rei de bateria, ele teve um compromisso e não pôde vir. São duas convenções – bossas – e essa da coreografia, que completam três”, disse o mestre de bateria.
Colaboraram Augusto Werneck, Cristiano Martins, Walter Farias e Raphael Lacerda