O carnaval perdeu neste domingo um dos maiores carnavalescos da história. Max Lopes, conhecido por ser o mago das cores, de 85 anos, faleceu vítima de um câncer. O artista estava internado no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, em Maricá, com um quadro de insuficiência múltipla dos órgãos, em decorrência de um câncer de próstata avançado, e não resistiu. O velório acontece nesta segunda-feira, no Parque da Colina, em Niterói.
No Grupo Especial, ele foi campeão pela Mangueira em 1984 (Yes, Nós Temos Braguinha) e em 2002 (“Brasil com “Z” é pra cabra da peste, Brasil com “S” é nação do Nordeste”) e ainda pela Imperatriz em 1989 (Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós). Max Lopes também foi campeão do Grupo de Acesso em 1990 pela Viradouro com o enredo “Só vale o escrito”.
A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) se pronunciou sobre a perda do artista tricampeão do Grupo Especial. “O Carnaval se despede hoje do “Mago das Cores”, Max Lopes, o primeiro carnavalesco campeão do Sambódromo no grupo principal, que emprestou o talento para brilhar por diversas escolas de samba. A Liesa envia os mais profundos sentimentos aos familiares”.
Campeão pela Imperatriz em 2023, o carnavalesco Leandro Vieira fez um publicação sobre o falecimento de Max Lopes: “Triste com a notícia da morte do Max Lopes. Seu nome é um sinônimo de excelência artística e de refinada produção estética carnavalesca. Perdemos um dos arquitetos visuais da folia brasileira. Artista genial de tantas escolas e desfiles. Inspiração de todos nós. Descansa, mestre”.
Trajetória no carnaval
Max Lopes iniciou na década de 1970 trabalhando no Salgueiro, inclusive, como um dos parceiros de trabalho de Fernando Pamplona. O primeiro desfile e que já ficou na história veio em 1976, pela Unidos de Lucas, com o enredo “Mar Baiano em Noite de Gala”.
Com o enredo “Yes, Nós Temos Braguinha”, em 1984, na Mangueira, Max Lopes conquistou seu primeiro título no Grupo Especial. Além do caneco, ele faturou com a Verde e Rosa a conquista de ser super-campeão, já que a Portela também venceu no mesmo ano. O segundo título na escola veio em 2002 com o enreo “Brazil com ‘Z’ é pra Cabra da Peste, Brasil com ‘S’ é a Nação do Nordeste”. Ainda trabalhando na Verde e Rosa, o carnavalesco fez o enredo “Os Dez Mandamentos: O Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade”.
Na Imperatriz Leopoldinense, o “Mago das Cores” ganhou o carnaval de 1989 com o inesquecível “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós!”. O fato curioso é que Max venceu Joãosinho Trinta, que estava na Beija-Flor de Nilópolis, e que levou para Avenida “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”.
Max Lopes também fez história na Viradouro. Primeiro, quando apresentou o enredo “Bravo, Bravíssimo – Dercy, o Retrato de um Povo” em 1991. No ano de 1992 levou para Sapucaí “E a Mágia da Sorte Chegou!”. Infelizmente, o desfile ficou marcado pela última alegoria que pegou foto e comprometeu o espetáculo.
Max Lopes também trabalhou na Grande Rio. Em Caxias, o artista fez o enredo Prestes, O Cavaleiro da Esperança” em 1998. Fez também em 1999 o enredo “Ei, Ei, Ei, Chateau é Nosso Rei”. Ele passou também pela Vila Isabel, Porto da Pedra, Santa Cruz, Ilha, Estácio, São Clemente, além dos Gaviões da Fiel, em São Paulo.
Homenagens
A Imperatriz Leopoldinense, escola em que Max Lopes foi campeão em 1989, fez uma publicação sobre o falecimento do artista. “Anunciamos, com muita tristeza, o falecimento do carnavalesco Max Lopes. Max iniciou sua trajetória na Imperatriz em 1977, com o enredo “Viagens Fantástica às Terras de Ibirapitanga” e foi campeão, em 1989, com o enredo ‘Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós’. Todos os Leopoldinenses lhe agradecem por toda dedicação ao nosso pavilhão. A Diretoria da Rainha de Ramos deseja muita força aos familiares e amigos. Que seja feita uma passagem de muita luz”, escreveu a escola em uma primeira postagem.
A Estação Primeira de Mangueira também se pronunciou: “O único carnavalesco SuperCampeão A Estação Primeira de Mangueira, em nome da presidenta Guanayra Firmino, lamenta o falecimento do carnavalesco Max Lopes. Obrigada, Mago. Sua história será reverenciada e lembrada pra sempre, a Mangueira jamais te esquecerá”.
Veja a publicação da Viradouro. “A Viradouro lamenta profundamente o falecimento do carnavalesco Max Lopes. Max teve três passagens pela Viradouro, desenvolvendo os Carnavais de 1990, 1991, 1992, 1993, 2013 e 2016. Fica o legado de um artista único do nosso Carnaval. Descanse em paz”.
Publicação da Porto da Pedra: “É tristeza que recebemos a notícia de Max Lopes nos deixou. Max fez história no carnaval, deixando sua marca em grandes agremiações da nossa folia. Em 2009, foi o responsável pelo desfile do nosso Tigre. Nossos sentimentos aos familiares, amigos e fãs de seu trabalho”.
Paraíso do Tuiuti: “Hoje o mundo do samba perdeu um dos seus mais expoentes artistas: faleceu o carnavalesco Max Lopes. Max, certamente, vai deixar saudades. Sua memória e legado estarão para sempre na história do Carnaval. Obrigado por tudo e descanse em paz, mestre”.
Carnavalesco Marcus Ferreira, da Mocidade: “Perdemos nosso querido Max Lopes. Mago das cores, das volumetrias, da excelente utilização de cores por setor, que poucos artistas conceberam. Descanse em paz”.
Vila Isabel: “A Unidos de Vila Isabel manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do carnavalesco Max Lopes, o nosso mago das cores”.