InícioGrupo EspecialMorre Dona Neném, baluarte da Portela e viúva do compositor Manacéa

Morre Dona Neném, baluarte da Portela e viúva do compositor Manacéa

A Portela está de luto. Morreu, na madrugada desta segunda-feira, aos 95 anos, Yolanda de Almeida Andrade, a dona Neném, viúva do compositor Manacéa e baluarte da escola. Segundo familiares, a sambista estava com uma infecção urinária e faleceu em casa.

“Dona Neném era a maior referência viva feminina da Portela. Mesmo nem sempre fisicamente presente, tínhamos a certeza de sabermos que ela estava sempre ali, no alto daquela casa, olhando por todos nós e por nossa história. Por nós que sempre precisamos tanto dela”, lamentou o presidente Luis Carlos Magalhães.

Dona Neném era uma das integrantes mais antigas e admiradas da Portela. Conheceu o lendário Paulo da Portela e testemunhou a evolução a Azul e Branco de Madureira. Seu irmão, Lincoln, foi parceiro do fundador Paulo, violonista e membro da Velha Guarda Show da Portela.

Casou-se com Manacéa em 1951. Em seguida, nasceram os filhos Helo, Ana e Áurea Maria, que é pastora da Velha Guarda e membro do Conselho Deliberativo da escola.

A partir de 1970, dona Neném viu o quintal de sua casa, na Rua Dutra e Melo (atual Compositor Manacéa), em Oswaldo Cruz, transformar-se em um ponto de encontro dos bambas da Azul e Branco para ensaios, rodas de samba e gravações.

O sucesso da canção “Quantas Lágrimas”, gravada no primeiro disco da Velha Guarda, “Portela, Passado de Glória”, em 1970, e depois por Cristina Buarque, em 1974, trouxe reconhecimento ao grande compositor Manacéa, que iniciara sua história gloriosa na escola bem antes, ao vencer sambas-enredos na década de 1940.

Dona Neném também era muito admirada pelos dotes culinários e pela personalidade acolhedora. Estava sempre disposta a contribuir com depoimentos para livros e documentários sobre samba e carnaval. Foi, ainda, homenageada com um capítulo inteiro no livro “Batuque na Cozinha”, de Alexandre Medeiros, e no filme “O Mistério do Samba”, de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor. Teve importante participação, também, como quituteira no início da Feira das Yabás, após ser convidada por Marquinhos de Oswaldo Cruz.

No último mês de janeiro, dona Neném recebeu nova homenagem do Departamento Cultural da Portela durante a celebração do aniversário de um ano da lei municipal que criou o Perímetro Cultural de Oswaldo Cruz. Na ocasião, sua casa foi a última parada da comitiva que percorrera endereços importantes para a memória afetiva da Portela.

Em dezembro de 2019, a matriarca foi agraciada com a Medalha Pedro Ernesto, a maior honraria concedida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por iniciativa do vereador Tarcísio Motta, do PSOL.

A sambista esteve na quadra da Portela, pela última vez, em agosto do ano passado, quando participou de uma homenagem a Carlos Monte e João Baptista Vargens, biógrafos da Velha Guarda Show.

O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão e toda a diretoria da Portela lamentam profundamente o falecimento de dona Neném e se solidarizam com seus familiares e amigos.

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