Com a proposta de resumir o enredo de 2023, a comissão de frente da Imperatriz, coreografada por Marcelo Misailidis, apresentava, de forma circense, a jornada de Lampião do momento da sua morte até ele ser rejeitado no Inferno e expulso do Céu. O título era “Pelos cantos do sertão” e trazia um elemento alegórico com lençóis estampados com xilogravuras que eram puxados e revelavam novos cenários. Em sua estreia, Misailidis participou do time campeão da Imperatriz. Ele classificou essa vitória como histórica.
“É uma alegria enorme participar desse momento histórico junto com a Imperatriz Leopoldinense, chegar e já retomar esse título. Eu, que cheguei no carnaval para competir com a Imperatriz, hoje eu estou estreando e ajudando junto com todo esse time maravilhoso a colocar, novamente, a Imperatriz no estrelato”, declarou o coreógrafo.
A comissão conquistou dos jurados duas notas 10 e duas 9,9. Apesar da perda de um décimo, Marcelo avalia a comissão positivamente.
“[A minha avaliação] É a melhor possível! Independente de qualquer coisa, de pequeno resultado negativo aqui e acolá, as notas 10 foram fundamentais para manter o título. A gente não pode pensar no que perdeu. Tem que pensar no que ganhou. Tem que pensar no que dá certo. Temos que parar de pensar que tudo tem que ser exuberante em absoluto. Eu não tenho nada o que explicar, o meu trabalho se explica por si só”, argumentou.
Diante dos 9,9 tirados, o coreógrafo acredita que não guarda mágoa. Ele confia no trabalho que foi feito e acredita que o objetivo com a escola foi alcançado.
“Eu fiz o meu trabalho e a escola entendeu, todos entenderam. É uma nota muito subjetiva. Eu não quero guardar mágoa de nada e nem de ninguém. O jurado deve ter tentado fazer o seu melhor e deve ter considerado que esse meu trabalho de algum modo não antigiu os objetivos que ele ou ela esperava. O que interessa é que a comissão se comunicou com o enredo e com a escola e ajudou no todo. Carnaval é feito de coletivo, não de individual”, expôs Marcelo Misailidis.
O coreógrafo acredita que o título seja o resultado do reconhecimento do trabalho desenvolvido pela agremiação e renova votos com o carnavalesco Leandro Vieira.
“Um título é sempre um reconhecimento, é um incentivo. Embora as pessoas me considerem um veterano, ainda sou um veterano que propõe coisas interessantes para o Carnaval. Estou renovado na dupla com Leandro Vieira, que é um cara de um talento absoluto e super-jovem, e acho que a gente se completa”, refletiu Marcelo.