Atravessar a Sapucaí homenageando uma baluarte do Brasil já é emocionante, quando essa baluarte é também da sua escola, a emoção transborda e haja concentração. Os componentes da Mangueira contaram ao site CARNAVALESCO a emoção de homenagear Alcione em vida e a relação de cada um com sua obra.
A voz de diversas canções de amor que emociona o Brasil há décadas, Alcione é uma unanimidade artística, todos conhecem ou, ao menos, sabem cantarolar um refrão da Marrom. Com os componentes do desfile da Mangueira, não é diferente.
Para a Cristiane Tuti, que está estreando na Sapucaí e tem ‘Meu Ébano” como música favorita da Alcione, a emoção de pisar na Sapucaí pela primeira vez e homenageando a cantora, é dobrada:
“Eu sou paraense, sou nordista, moro no Rio de Janeiro há 23 anos, mas é a primeira vez que eu vou desfilar na Sapucaí. Então a emoção é dobrada, estando com a Marrom e na Sapucaí pela primeira vez, eu espero que eu seja pé quente para ela. Estou com a expectativa 100%, extremamente nervosa, mas a escola está muito bonita, está muito alegre. E homenagear a Marrom é sempre muito especial. Então eu espero que realmente a gente venha com o pé quente e a gente leve esse título junto com a Marrom para a Mangueira”.
A Elma Prudencio quase desistiu de desfilar este ano, mas quando descobriu que a Alcione seria enredo, ela logo se rematriculou na ala e veio desfilar.
“Ah, eu amo a Alcione. Eu amo todas as músicas dela. Eu vivo ouvindo a Alcione. Eu ia desistir, não ia desfilar esse ano. Mas quando falou da homenagem a Alcione, eu decidi imediatamente renovar a matrícula e estar aqui hoje. Estou com muita expectativa para a vitória da escola, porque as escolas que passaram ontem, só duas que achei que desfilou direitinho. Então eu acho que a Mangueira vai ganhar com a Alcione, a minha loba, minha música favorita dela”, disse a doméstica de 65 anos.
“Estar aqui hoje, com esse enredo, é tudo de bom, porque a Alcione é um ícone dentro da nossa escola, é uma força maior, é uma mulher empoderada, e isso nos faz refletir, que não é cor, mas sim atitude. Então a minha expectativa é a melhor possível, já que estamos aqui para isso, defender não somente a verde e rosa, mas a pessoa que é a Alcione, ou seja, a gente vai homenagear alguém que já nos homenageia há muito tempo. É uma retribuição”, disse a comerciária Eliane Nascimento, de 61 anos, que tem “A Loba” como música favorita da cantora homenageada.
Para o componente do abre-alas, Glauco Mendes, de 30 anos, estar presente nesta homenagem em vida para a Alcione é um misto de sensações.
“Nesse exato momento, o meu coração não sabe se pula, se para, se grita, se chora, é uma emoção tremenda. A Mangueira é uma escola de tradição, uma escola onde eu tenho família, uma escola onde eu tenho amigos, parentes, irmãos, uma escola que me acolheu. Eu sou mega fã da Mangueira e falar da Alcione é brabo. Não tem aquele que não chore com a Alcione, já chorei muito ouvindo “Uma Nova Paixão”, disse o profissional do samba.