O professor, pesquisador e comentarista de carnaval, Luiz Antônio Simas, defendeu os enredos do Grupo Especial do Rio de Janeiro para o Carnaval 2025. Em publicação no X, antigo Twitter, ele citou os enredos afro para os desfiles do ano que vem. Escolas que vão apresentar enredos com temática afro em 25: Viradouro, Imperatriz, Salgueiro, Portela, Mangueira, Beija-Flor, Tuiuti, Unidos da Tijuca e Unidos de Padre Miguel.

Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

“Sou absolutamente contra quem aponta uma onda de enredos afros como uniformização, carnaval monotemático ou coisas do tipo. Ao contrário: vejo pluralidade e diversidade nos temas afro-brasileiros.

Laíla, Milton Nascimento, Yá Nassô, Xica Manicongo, a jurema de Reis Malunguinho, os ritos de fechamento de corpos, a cultura bantu, Logunedé e um itan de Oxalá são a mesma coisa onde? Tem muita, mas muita, diferença aí.

Essa crítica me lembra o equívoco dos que veem a África e as culturas dela oriundas como unidade, quando o que há é um mosaico de histórias, personagens, mitos, filosofias, culturas, tecnologias de extrema riqueza e sofisticação.

É ótimo que surjam enredos futuristas, brincalhões, sacanas, inusitados… Ótimo! Mas é fundamental que o Brasil oficial seja escovado a contrapelo. E tem muita, mas muita coisa, pra ser contada, lembrada, festejada, carnavalizada, das culturas não brancas brasileiras.

Dá pra fazer mais 100 anos de enredos diversos, plurais, que bebam em fontes afro-indígenas. E quanto mais eles sejam concebidos, pensados e realizados por artistas e intelectuais afro-indígenas ou comprometidos com as histórias que a História não conta, melhor”.