Com o enorme desafio de cantar em forma de samba-enredo o sucesso de Gonzaguinha “O que é, o que é?” como hino imperiano para 2019, a dupla Leléu e Anderson Paz foi o ponto alto do ensaio técnico do Império Serrano na noite deste sábado, na Marquês de Sapucaí. Mostrando bastante entrosamento e interpretando a obra com muita correção, a dupla de cantores oficiais da Verde e Branca mostrou estar afinada para abrir o carnaval do Grupo Especial no domingo que vem, dia 3 de março.
O samba, que sofreu bastante crítica pela adaptação, mostrou-se valente e foi bem cantado pela comunidade imperiana. Esse ponto, aliás, merece destaque: o chão do Império continua forte, em clara demonstração de que, mesmo ainda precisando de alguns ajustes, pode render positivamente para o dia do desfile oficial.
Comissão de frente
Coreografados por Claudia Motta, os integrantes da comissão do Império arrancaram aplausos do público presente na Sapucaí. Contando com duas crianças entre os componentes do quesito, a coreografia apresentada foi com base na letra da música de Gonzaguinha, com bastante teatralização e movimentos bem coordenados durante as apresentações.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Reizinho de Madureira teve desempenho regular na noite de treino na Sapucaí. Durante as apresentações em frente as cabines de jurados, a dupla Diogo e Verônica mostrou estar entrando em sintonia, mas apresentou certa insegurança na sincronia. Pequenos ajustes no desenvolvimento da dança do casal podem ser feitos para a busca do 10 no dia do desfile oficial.
“Foi um ensaio bastante prazeroso, a gente se divertiu. É o nosso primeiro ano juntos e já deu pra pegar o ritmo um do outro, a técnica dela junto com a minha ajudou bastante. Verônica já é veterana e em 2020 eu vou completar 10 anos vindo de primeiro mestre-sala à frente de uma escola. Pra mim tá sendo bastante prazeroso dançar com a Verônica. Hoje foi excepcional. Posso destacar aqui uma nota 10 sem demagogia, e agora é acertar alguns detalhes mínimos para domingo”, comentou o mestre-sala.
“Toda vez que eu piso na avenida para mim é sempre muito emocionante. A gente hoje aproveita para colocar um pouco de emoção e aproveita também para fazer um pouco do que a gente vai apresentar no dia. Eu me emocionei muito durante esse desfile, esse samba mexeu muito comigo. Esse ano está sendo muito especial pra mim porque nasceu minha filha e certamente esse ano vai ficar marcado na minha vida. A nossa fantasia vai representar a emoção”, completou a porta-bandeira.
Harmonia
A música de Gonzaguinha é de total conhecimento público e não seria diferente com o componente do Império Serrano. Mesmo podendo apresentar melhora em algumas alas, o canto foi satisfatório, provando mais uma vez a força da comunidade imperiana, mesmo em momentos de adversidade e críticas. Quem tem um chão como o Império Serrano tem muito motivo para se orgulhar e isso foi, mais uma vez, comprovado na Avenida.
“Império Serrano é a cereja do bolo. A música é antológica. Popular brasileira e foi transformada em samba-enredo. O Império Serrano vai dar um baile na Avenida e isso foi provado hoje”, afirmou Anderson Paz.
Samba
Alvo de muitas críticas no pré-carnaval pela adaptação da canção de Gonzaguinha, o samba do Império Serrano funcionou durante o ensaio técnico na Marquês de Sapucaí. Muito bem interpretada pela dupla de cantores oficiais da agremiação, Leléu e Anderson Paz, a obra teve rendimento bem satisfatório, mostrando que pode ser um ponto positivo para o desfile oficial, contribuindo inclusive com um maior apelo popular de quem estiver assistindo a apresentação do Império no dia 3.
“O andamento do samba foi bacana. O mestre Gilmar tem a bateria na mão. Acho que o samba teve uma boa resposta das arquibancadas e a escola cantou bastante. Isso é consequência dos ensaios que a gente tem feito. Muita gente está falando as coisas sem saber. Eu acho importante a opinião de cada um, mas sobretudo eles devem respeitar o pavilhão da Império Serrano, que é uma escola gloriosa. O Império não é qualquer uma, tem que respeitar! E o trabalho foi muito bem feito hoje, e o andamento foi legal. O ensaio técnico é a última “alinhavada” para nós podermos definir o que será feito no dia”, contou Leléu.
Bateria
Com um andamento mais cadenciado, a bateria jogou com a escola e contribui positivamente para o ensaio da Verde e Branca da Serrinha. Com breques que convidavam o componente e o público a cantar, a Sinfônica de Mestre Gilmar contagiou os presentes.
“Sinceramente, eu não sei o que as pessoas que estão aqui e os críticos acharam da bateria do Império. Mas, a melhor coisa é a sensação que a gente da bateria do Império está tendo hoje: dever cumprido. Tudo que nós ensaiamos, nós fizemos perfeitamente bem. Eu estou completamente encantado com todos os meus guerreiros, ritmistas da Sinfônica do Samba. Eu tenho muito que agradecer a estes ritmistas. Um trabalho que ao longo destes anos foi difícil, foi árduo. Vocês viram aqui hoje, passamos alegres e brincando. Respeito todos os meus amigos, todas as baterias, mas isso aí é bateria Sinfônica do Samba. É essa potência que vocês viram”, explicou mestre Gilmar.
Evolução
Certamente o quesito que precisa ter uma maior atenção da agremiação da Serrinha, dentre aqueles possíveis de serem avaliados em ensaio técnico. A escola apresentou algumas oscilações de andamento e espaçamentos entre alas que precisam ser ajustados até o dia do desfile oficial. Perda de décimos importantes neste quesito podem ser fundamentais para os objetivos do Império Serrano no carnaval 2019.
A Verde e Branca da Serrinha fechou o seu treino na Sapucaí com 66 minutos. Com o enredo “O que é, o que é?”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Menezes, o Império Serrano será a primeira escola a desfilar no domingo de carnaval, no Sambódromo carioca.
Por Antonio Junior, Dandara Carmo, Juliana Cardoso, Lucas Santos, Danilo Freitas. Fotos: Magaiver Fernandes