728x90
InícioGrupo EspecialLeandro Vieira lança exposição 'Corpo Popular' no Rio, no Paço Imperial e...

Leandro Vieira lança exposição ‘Corpo Popular’ no Rio, no Paço Imperial e em um trem na Central do Brasil

Corpo popular é uma exposição multilinguagem, que debate a construção artística de fantasias de Leandro Vieira nos 10 desfiles que criou para o carnaval carioca, enfatizando quem as faz (os trabalhadores dos barracões) e quem as veste (os componentes das escolas de samba). Com curadoria de Daniela Name, produção executiva da Museo e idealização da Caju, o projeto venceu o edital FOCA da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e recebeu o apoio institucional da Supervia, da Riotur e da Imperatriz Leopoldinense.

evento leandro2
Foto: Divulgação

A mostra, que será cercada por diversas atividades complementares, acontece simultaneamente em dois lugares do Rio de Janeiro: no Paço Imperial e um trem transformado em galeria, parado na plataforma 13 da Central do Brasil, e que abrirá as portas para o público em seis sábados de dezembro e janeiro. No Paço, a inauguração acontece no dia 2 de dezembro, sábado, das 14h às 18h; na Central, na semana seguinte, 9 de dezembro, com conversa com o artista e a curadora, às 11h, e visitação durante todo o dia.

“Conceber visualidade através de uma produção artística que é têxtil, pictórica e resulta num ornamento transformado em vestuário de caráter fantasioso que será performado em desfile, tornou-se não apenas a minha produção artística mais significativa, como também, uma marca que registra meu trânsito visual com os territórios, os anseios e os corpos periféricos que dialogam com a minha experiência suburbana”, diz Leandro. “Assim, a exposição investiga esse processo que é particular, mas também coletivo, ampliando-o para um olhar minucioso que lança luz nas experiências corporais de homens e mulheres no estado pleno de suas performances carnavalescas. Enquanto exibe as minúcias criativas do vestuário fantasioso que produzo como experiência artística, a mostra reflete sobre a participação de outros corpos na elaboração de uma experiência que atinge a plenitude a partir da incorporação ficcional possibilitada pelo traje criado”.

Para a curadoria de Corpo popular, criar módulos distintos no Paço e na Central do Brasil é uma forma de democratizar o acesso ao projeto, além de lembrar a importância histórica e contemporânea do trem para os cortejos. As escolas de samba amadureceram como uma organização social e cultural em comunidades que margeiam a linha férrea. Além disso, os trabalhadores dos barracões, parceiros dos carnavalescos nas execuções de fantasia, são majoritariamente usuários do trem, meio de transporte muito importante para assegurar a circulação de componentes nos dias de folia.

evento leandro

Outro ponto importante do projeto, segundo Daniela Name, é o desejo de mostrar o carnaval como uma espécie de museu em trânsito.

“Corpo popular trata a obra de Leandro Vieira como um vetor para debater a fantasia de carnaval como uma modalidade artística que está em diálogo com uma coletividade de saberes na execução no barracão e também com outras linguagens, como a pintura, a escultura, o desenho e, é claro, a performance de canto e dança dos foliões”, explica a curadora. “A obra de Leandro é importante catalisadora desse debate. Ele sempre esteve atento à importância da fantasia e, apesar de ter apenas 10 desfiles no carnaval carioca, já deu contribuições muito relevantes a essa linguagem. Além da relação com trabalhadores e foliões e com o trem, a mostra procura enfatizar a fantasia como uma reunião de imagens que tanto estão em trânsito no desfile, que tem uma duração no tempo e no espaço, quando são um trânsito no corpo dos componentes. Quando um artista como Leandro desenha uma imagem ou se apropria de outras que lhe são afetivas para criar uma fantasia, transforma o corpo em movimento do folião na galeria de arte onde aquelas imagens podem experimentar, de modo efêmero, o seu apogeu. Um artista do carnaval atento às possibilidades da fantasia pode transformar cada folião em uma galeria de arte viva, que pulsa, se mexe e respira, e que tem sua existência delimitada no tempo do desfile e no espaço da passarela”.

Módulos debatem quem veste e quem faz fantasia

No Paço, a mostra se dedica ao folião, a quem veste a fantasia. São apresentadas duas instalações, uma videoinstalação, fotos, projetos para fantasia em técnicas distintas (aquarela, hidrocor, nanquim e outras), paletas têxteis, fac-símiles, fotografias, uma maquete e a reprodução em grandes dimensões de um croqui inédito para o desfile da Imperatriz Leopoldinense em 2024, batizado de Com a sorte virada pra lua segundo o Testamento da Cigana Esmeralda.

Na Central do Brasil, o Estúdio Sauá, que assina a expografia de Corpo popular em seus dois módulos, bolou uma ocupação capaz de ser montada e desmontada no início e no fim de cada sábado da mostra em cartaz. O vagão-galeria na Plataforma 13 é dedicado aos trabalhadores e artífices dos barracões, parceiros de Leandro na realização dos figurinos que o artista imagina. Serão apresentados depoimentos de costureiras, aderecistas e da assistente do carnavalesco; um “vocabulário visual” de Leandro; uma fotogaleria comentada de seus 10 desfiles no Rio; um segundo croqui inédito para o carnaval 2024; e uma versão em menor escala de Corpo em desfile.

Atividades paralelas

Corpo popular conta ainda com um conjunto de ativações. No Paço, vão acontecer dois debates. No dia 9 de dezembro, às 15h, Leandro Vieira e Daniela Name conversam com a historiadora Raquel Barreto, presente nas curadorias das mostras sobre Heitor dos Prazeres e Carolina Maria de Jesus. No dia 6 de janeiro, às 15h, a equipe do projeto celebra o Dia de Reis com o público recebendo a rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira, Evelyn Bastos, e a costureira da ala das baianas na equipe de Leandro, Sirley Martins, para um debate.

No trem-galeria da Central, Penha Maria Lima, integrante da equipe de barracão de Leandro, oferece duas oficinas de adereços para o público jovem e adulto, nos dias 16 de dezembro e 13 de janeiro, sempre às 15h e com inscrições prévias e gratuitas divulgadas pelas redes sociais do projeto e seus realizadores. Uma terceira oficina de Penha acontece no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, no Centro, em data a ser confirmada.

Corpo popular vai gerar um hotsite (www.corpopoular.com.br) com a catalogação virtual do projeto e tem uma rede dedicada no Instagram (@corpopopular).

PAÇO IMPERIAL
Inauguração: dia 2 de dezembro, sábado, das 14h às 18h
Visitação: de 3 de dezembro a 25 de fevereiro, das 12h às 18h, de 3as feiras aos domingos.
Praça XV de novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Entrada gratuita

Trem-galeria na Central do Brasil
Inauguração: dia 9 de dezembro, sábado, às 11h com conversa com artista e curadora
Trem na Plataforma 13 da Central
Visitação: sempre aos sábados
9 e 16 de dezembro de 2023
6, 13, 20 e 27 de janeiro de 2024
Das 9h às 18h
Praça Cristiano Ottoni, s/n Centro – Rio de Janeiro – RJ
Acesso pelas roletas de passageiros da Supervia

- ads-

Caminho do bi! Perfeita, Viradouro mantém nível altíssimo em todos os quesitos

Por Lucas Santos (Colaboraram Luiz Gustavo, Freddy Ferreira, Allan Duffes, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira) A...

Irretocável! Em ensaio de gala, Imperatriz pulsa, mostra força e técnica dos quesitos

Por Luiz Gustavo (Colaboraram Lucas Santos, Freddy Ferreira, Allan Duffes, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira) Se...

Grande Rio encanta a Sapucaí, dá show de técnica e faz ensaio para brigar forte pelo título do carnaval

Por Allan Duffes (Colaboraram Lucas Santos, Freddy Fereira, Luiz Gustavo, Guibsom Romão, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio, Matheus Vinícius e Rhyan de Meira) A...