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Julgadores apontam ‘falta de clareza na roterização do enredo’ da Mocidade

A Mocidade Independente de Padre Miguel foi a primeira escola a desfilar na segunda, 12 de fevereiro. A escola buscou resgatar a sensualidade do brasileiro com o enredo sobre o caju, a fruta tropical que costuma vir do Ceará e adoça bocas pelo país. Em suas notas e justificativas os julgadores apontaram que  o enredo foi “desenvolvido de forma desproporcional, com falha na roteirização do enredo e pela dificuldade de compreensão do significado de algumas fantasias”.

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O jurado Johnny Soares deu a nota 9,7 com a justificativa: “Concepção: Retira se 1 décimo pelo fato de o enredo ter sido desenvolvido de forma desproporcional, com os primeiros setores explorando mitos indígenas e fatos reais (e curiosos) relativos ao Caju, enquanto os últimos setores tentam promover metáforas – algumas vezes díspares e ‘forçadas’, comprometendo o interesse e o entendimento. A narrativa, dessa forma, sustentada por ganchos sem uma real conexão nos 4° e 5° setores acaba perdendo a força e o seu caráter inusitado. (4,9). Realização: Retira-se 1 décimo devido a uma falha na roteirização do enredo, no subtema ‘Povos Tremembés’ é explorado no setor 3 (Caju-Rei) nas alas 11,12,13 e 14, que exemplificam a lenda do surgimento do Caju-Rei. Contudo, a primeira citação aos ‘Povos Tremembés’ ocorre no setor 2 (Anarcadium Occidentale) na musa 1 e na ala 5. Esse distanciamento de elementos iconográficos que, de certo modo, se debruçam sobre um mesmo universo simbólico, semântico, estético e conceitual (indígenas da etnia Tremembé) causa estranheza e prejudica a coesão e encadeamento da narrativa. Afinal, os dois setores acabam explorando o mesmo universo de signos e significados (simbologia indígena de um mesmo povo), fazendo mais sentido se estivessem juntos no mesmo setor. Retira-se ainda 1 décimo pela dificuldade de materialização na avenida do significado da ala 12 (Guerreiros Mulungu e Muçambê). Embora o livro Abre-Alas defenda que a concepção de tal figurino é baseado ‘no humor, na ironia, na acidez histórico satírica’, a leitura plástico -visual da fantasia – no meio de outras alas (11, 13,14) sem caráter anedótico e ricas em signos indígenas – não ajudou a reconhecer de forma clara tais guerreiros (4,8). Observação: Elogia-se a criatividade e a ousadia da comissão de frente em levar participantes para além do espaço da Avenida, invadindo a arquibancada com uso perfeito da iluminação. Parabéns”.

A jurada Carolina Vieira Thomaz deu a nota 9,8 com a justificativa: “Concepção: Mesmo entendendo a metáfora da árvore com o polvo, a hiperexploraçao da temática marinha e falta de um cajueiro no 3° setor (Caju-Rei) dificulta muito, digo, a compreensão deste. (-0.1). Realização: A leitura de cinema, de circo ou temática circense e de xilogravura passa quase despercebidas nas alas 16 (“cinecajuínaína”), 17 (“circaju”) e 18 (“xilocajugeavura”), respectivamente. Essa falta de representatividades afia ainda
a alegoria 04 (“Bloco…) sendo necessário o uso de letreiros (-0, 1)”.

O jurado Artur Nunes Gomes deu a nota 9,7 com a justificativa: “Concepção: 4,8. Desconta-se 0,1 pela falta de clareza no recorte utilizado para contar o enredo que, no geral, parece homenagear mais o movimento tropicalista que o fruto tema do enredo. A profusão de símbolos tropicalisas ao longo do cortejo, depois de ser bem explorado no 1°. setor, acaba confundindo o entendimento da narrativa, fazendo com que o contexto ganhe mais relevância que o tema apresentado. Desconta-se 0,1 pela dificuldade do entendimento da narrativa no quarto setor, pela exagerada ampliação figurativa do argumento apresentado. Por exemplo, não se consegue apreender, com clareza, as aproximacões feitas entre o fruto protagonista se consegue apreender, com clareza, as aproximações feitas entre o fruto protagonista do enredo e alguns elementos, com o circo
(ala 17), o café (ala 19) e a cafetina (ala 20). Realização: 4.9. Desconta-se 0.1 pela dificuldade de compreensão do significado de algumas fantasias. Na ala 06, os signos
apresentados não permitem identificar com clareza a representação dos invasores portugeses, franceses e holandeses. Na ala 07 revela-se incoerente a representação des “olhos do avó Tamandaré”, que simboliza as entidades protetoras dos povos imaginários, pois a cor apresentada não se distancia da representação do olho claro de invasor externo. Na ala 17, a iconografia apresentada não permite associar o caju ao universo circense que pretendia retratar”.

O jurado Marcelo Figueira deu a nota 9,7 com a justificativa: “Concepção: Penalizou-e a escola em 2 décimos por apresentar desconexão lógica entre os 3 primeiros setores e os setores 4 e 5. Os setores 1, 2 e 3 apresentam coesão que se perde a partir do setor 4, tornando a história pouco crível ao relacionar de forma não convincente o tema central “caju” com outros como cinema, circo, xilogravura , café, biroscas e até cafetinas. A situação se estende no setor 5 quando frases descontextualizadas de letras de músicas como “Cajuína”, de Caetano Veloso, são utilizadas para tentar afirmar a existência de uma brasilidade baseada em significações abstratas do “caju”. Tudo isso faz parecer que o tema
central não foi profícuo pra criação de um argumento fracionado em 5 setores (-0.2). Realização: a escola foi penalizada em 1 décimo por dificuldade de leitura do enredo por meio das iconografias adotadas para a representação das alas 03 e 04 (passaram muito compactadas, dificultando a visualização para diferenciá-las pois eram quase idênticas e de mesma cor); 12,17,19 e 23. (-0,1) Total: (-0.3)”.

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