O diretor executivo da Imperatriz Leopoldinense, João Drumond, conversou com o site CARNAVALESCO, e comentou as mudanças na disputa de samba da escola para o Carnaval 2025. Segundo ele, a direção fez alterações pretendendo combater a ideia de que o investimento financeiro de uma parceria é o principal determinante do sucesso na competição. Ele ressaltou que na Imperatriz, a diretoria está mais preocupada com o desempenho do samba no palco e seu potencial na avenida do que com o número de pessoas na quadra torcendo por ele.

joao drumond imperatriz
Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

“Fizemos um conjunto de mudanças. Acho que a questão da torcida é uma reclamação recorrente que eu escuto dos compositores, que gastam horrores de dinheiro. Pouco interessa se o cara trouxe 500, se o cara trouxe 100, se o cara trouxe 10. Eu acho que é um dinheiro muito mal gasto pelas parceiras. Alguns compositores vivos que fizerem, possivelmente, o maior samba da história da Imperatriz, que é ‘Liberdade Liberdade’, em 1989, e no ano passado não puderam compor, porque não tinham condições, não acharam parceiros para bancar o samba deles. Esse ano eu fico feliz que eles vão poder disputar na Imperatriz, se vão ganhar ou não, é outra discussão, mas o compositor tem que ter o direito de expor a arte dele num palco de uma escola de samba”.

Para João Drumond, é um desperdício de dinheiro vincular a disputa de samba ao investimento financeiro de uma parceria, pois talento e qualidade não devem estar atrelados a questões financeiras.

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“Eu acho que o primeiro que é um dinheiro muito mal gasto. Posso falar que a Imperatriz não está preocupada com quantas pessoas têm na quadra torcendo para o samba, está preocupada com o que o samba está desempenhando no palco e o que ele pode vir a desempenhar na avenida. Não existe uma disputa condicionada ao investimento financeiro. Talento não está atrelado a questões financeiras, o cara não precisa ter dinheiro para ser talentoso, muito pelo contrário, acho que é um pouco, a gente vê tanta gente talentosa, enfim, sem condições de disputar samba hoje. Não vou ser hipócrita de dizer que não podemos bancar um regime capitalista num mundo que nós vivemos que é capitalista, mas acho que a disputa não pode estar pautada em cima do capital, tem que estar pautada em cima da qualidade do samba. É isso que a Imperatriz está tentando fazer e eu acho que vai dar muito certo”, desabafou João.

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