A décima sexta ala da Unidos da Ponte a passar pela Sapucaí nesta quarta (20) foi a dos Romeiros – Peregrinos da Fé. As fantasias foram idealizadas e criadas por Rodrigo Marques e Guilherme Diniz, carnavalescos trazidos de volta para 2022 pelo trabalho realizado em 2019 com a volta da escola para a Sapucaí, tinham como objetivo representar a
devoção dos fiéis à Irmã Dulce.
A palavra Romeiro tem sua origem dos peregrinos que vão à Aparecida do Norte, Roma e a outras cidades que são conhecidas como santuários. Pessoas que dedicam, principalmente os feriados católicos, a sua devoção ou alguma promessa
que deve ser paga aos santos. Os romeiros saem em carros enfeitados, carruagens, em cavalos ou a pé e durante todo trajeto, vão fazendo festa e pregando a fé.
Em entrevista para o site CARNAVALESCO, Arlete Soares, além de devota de Dulce, também é devota de São Francisco de Assis, comentou sobre as promessas que são feitas e sua importância para a fé religiosa.
“A minha fé com a fantasia que eu estou carregando, tem tudo a ver. Tenho depressão e o açúcar está alto, comprei o terço da Santa para pedir que ela me ajudasse e, com isso agora meu açúcar está instável. Então, mais do ninguém
posso dizer o quanto as promessas e essa devoção à ela é justa e necessária.”
Irmã Dulce é a primeira Santa Brasileira e carrega consigo diversos seguidores e fiéis até os dias atuais. Por ser de Salvador, Dulce ganhou destaque, inicialmente em território baiano, e ficou ainda mais conhecida ao cuidar e ajudar qualquer pessoa que cruzasse seu caminho, principalmente, as que estavam doentes. Jussara Novaes, que é nascida e criada no mesmo bairro da Ponte, em entrevista ao Carnavalesco, destacou sobre o que representa, principalmente, para as mulheres.
“A Dulce foi uma mulher, além de tudo que ela representa, ela também mostra a força feminina, nos dá ainda mais garra. Com essa situação difícil que nós passamos recentemente, com a fé, nós conseguimos superar e estamos aqui hoje”.
O samba-enredo que conta com partes que destacam as boas intenções de Irmã Dulce, como por exemplo “Fez da bondade, tua peregrinação”, consegue explicar porque a santa brasileira possuía tantos fiéis. Assim como Dulce foi importante para a expandir a fé católica.
“A irmã Dulce sempre teve um coração puro, sempre buscando atender os mais necessitados. Principalmente no Nordeste, achei muito importante trazê-la à Sapucaí, já que é a primeira Santa brasileira”, destacou Sônia Soares.
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