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Império Ricardense erra no número de componentes, mas se destaca pela qualidade das alas e do samba, com valorização do folclore brasileiro

Por Juan Tavares

A escola da Zona Norte conseguiu tirar leite de pedra no último dia de desfile da Série Bronze. A Império teve dificuldades na evolução devido à pouca quantidade de componentes. Por mais que a escola não leve o título – elevando seu patamar para a Prata –, ela merece respeito por ter feito um Carnaval muito bonito, embora seja possível que a questão financeira tenha impactado o resultado da apresentação. No entanto, as alegorias, bateria, samba, mestre-sala e porta-bandeira foram maravilhosos; foi nítida a boa vontade das pessoas em fazer muito com pouco.

A menção à cultura indígena e ao folclore brasileiros levou mais do que samba para a Intendente, construiu uma ponte para outras formas de cultura – muitas vezes desconhecidas por parte da população – e, ao mesmo tempo, fez política, mesmo que de forma bastante sutil.

Comissão de Frente
A agremiação deu um show neste quesito. Os componentes principais fizeram uma coreografia que fazia alusão à cultura indígena. Além disso, dentro da própria comissão, havia três destaques fazendo uso de fantasias com a temática e tão sincronizados quanto os demais membros, que estavam mais simples, usando indumentária em um tom de azul médio para escuro.

Mestre-sala e porta-bandeira
O casal, também com as vestes que faziam referência à cultura indígena – com lâmpadas de LED acrescidas à peça – deu um show de simpatia, sincronia, dança e habilidade. A porta-bandeira se movimentava tal qual uma força gigante da natureza, enquanto o mestre-sala a conduzia com excelência pela avenida, fazendo um mix entre tempestade e bonança.

Harmonia
A agremiação não foi tão harmônica de modo geral, teve diversos buracos, como na ala das baianas e nas demais. Porém, pode-se afirmar que a escola fez uma apresentação muito boa, apesar de não ter um quórum suficiente de componentes para aprimorar o espetáculo. Foi notável o esforço para fazer muito com pouco.

Evolução
Mais uma vez, dentro das possibilidades e das limitações enfrentadas pela agremiação, a evolução se deu de forma razoável. Poderia ter sido melhor? Sim, com toda a certeza, mas deu para ver a empolgação dos componentes em tentar evoluir da melhor maneira possível, apesar dos percalços no caminho para ser promovida à Série Prata.

Samba
Os compositores Wagner Zanco, Fernando Sapê, Gonzaguinha, Jorginho Anhangá, Téo Dimirit e Gilsinho da Vila merecem parabéns e todo o reconhecimento possível pela maravilhosa composição. A colaboração, com toda a certeza, foi um verdadeiro sucesso; o divino provavelmente deu um empurrãozinho para a canção virar chiclete do início ao fim.
O refrão: “Inhá Jansen vem das trevas. Eita mulher má, sua carruagem solta fogo pelo ar. Olha a mula sem cabeça. Curupira e Pererê. O caldeirão da cuca vai ferver” tem tudo a ver com a harmonia da escola. Ademais, o folclore se mostrou relevante tanto na canção quanto nas fantasias e alegorias.

Outros destaques
As alegorias da Ricardense estavam lindas e congruentes com o enredo da escola. A bateria, junto com a rainha e as musas, estava impecável; se propuseram e cumpriram o objetivo de fazer o melhor possível na noite de sábado. A escolha do enredo “Era Uma Vez… Lendas e Folclores de Uma Terra Chamada Brasil”, que envolve a cultura do folclore brasileiro, foi marcante e muito necessária, não só para a agremiação, mas também para o país.

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