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Homenageada no enredo, ‘Não Existe Mais Quente’ dá show em último ensaio de rua da Mocidade

'Ogãs' da Verde e Branca de Padre Miguel mostraram garra e o ritmo que só a Mocidade tem. Quem também fez bonito foi o carro de som de Wander Pires com suas vozes de apoio cantando o festejado samba que manteve se bem mais uma vez em relação ao canto da comunidade

A Praça Guilherme da Silveira foi “areretizada” pela última nesta terça- antes do carnaval, quando a Mocidade realizou seu último treino em preparação para o desfile de 2022. A bateria comandada por mestre Dudu, ambos citados no enredo, foi o grande destaque da noite com bossas e coreografia. Os “ogãs” da Verde e Branca de Padre Miguel mostraram garra e o ritmo que só a Mocidade tem. Quem também fez bonito foi o carro de som de Wander Pires com suas vozes de apoio cantando o festejado samba que manteve se bem mais uma vez em relação ao canto da comunidade. Os coreógrafos Saulo e Jorge da comissão de frente também estiveram presentes com sua equipe de bailarinos que empolgaram a torcida dos Independentes de Padre Miguel que acompanhavam em massa nos arredores da Rua Coronel Tamarindo. Já a evolução da escola, que havia apresentado problemas no ensaio técnico, parece ter sido corrigida ao não se notar falhas durante a cerca de 1h20 de ensaio.

Uma das grandes estrelas da noite, mestre Dudu avaliou o ensaio e a preparação como positivos e mostrou ainda estar mordido pelas notas do último carnaval com vontade de dar uma resposta a todo o mundo do samba.

“Eu já estou preparado desde que o carnaval ia ser em fevereiro na verdade. Eu sou o tipo de mestre que trabalha em cima de erros para poder acertar. Todos nós sabemos que a nossa bateria no último desfile foi garfada, eu não tive erros neste desfile, e agora eu vou provar que a nossa bateria é realmente a Não Existe Mais Quente. Agora é esperar o nosso desfile e entregar nas mãos de Deus, esperar e fazer um belo carnaval, e que venha tudo dez”.

Samba

O samba terminou a preparação para o carnaval como começou, aclamado e festejado como um dos melhores, se não o melhor, da safra deste ano. A composição de Carlinhos Brown, Diego Nicolau e Cia foi iniciada no ensaio desta noite de novo com a primeira passada só com o agogô de duas bocas e os timbales acompanhando as vozes e as cordas, dando efeito até mais espiritual para a obra e explodindo na segunda passada quando a bateria de mestre Dudu entrava. Wander Pires está com o samba moldado ao seu jeito para cantar e ajudar a impulsionar a comunidade com cacos e com vocalizações dentro da melodia, realizados de uma forma não exagerada. Também foi importante mais uma vez observar o trabalho do carro de som com as vozes femininas de apoio com mais ganho que as masculinas, uma estratégia da Mocidade para valorizar o samba.

“O meu carro de som, minha ala musical, eu sou apaixonado por essa ala. O André, meu diretor musical, montou essa ala de acordo com tudo que eu precisava. Ele sabe que eu sou uma pessoa exigente, gosto de tentar atingir a perfeição, e de desafios. Três meninas, que são maravilhosas cantando, Débora, Milena e Viviane, são três tipos de vocês diferentes. Se você perceber a levada desse samba é uma levada feminina, e elas estão fazendo isso. A gente está deixando a voz delas um pouco mais na frente, e a masculina um pouco mais atrás, prevalecendo a feminina, e minha voz, claro como intérprete”, esclareceu Wander Pires.

Harmonia

O canto da escola segue muito bom em um samba que mais uma vez tem a cara da Mocidade e que é valorizado pela sintonia com a bateria de Mestre Dudu, falando do padroeiro e da própria história da Verde e Branca de Padre Miguel, dessa forma, foi fácil cair na boca dos independentes. Desde as primeiras alas que vinham logo atrás da comissão de frente e do casal, o canto era muito forte e se intensificava em trechos como “Quem é de Oxóssi, é de São Sebastião”, ou no “Arerê” e refrão principal completo, e também nos versos que começavam com o “Oh Juremê, Oh Juremá”. Mas, no geral, não se viu ninguém enrolando, ou só movendo os lábios para fingir. A comunidade estava cantando a obra de forma completa.

“O canto, eu sou suspeito de falar porque essa é a minha função, é fazer a escola cantar, o público cantar, o coração Mocidade cantar. O canto da escola foi maravilhoso, foi lindo, a Mocidade está com o samba na ponta da língua, o povo está com o samba na ponta da língua. E tem a bateria, o Dudu tem vindo bem todos os anos, mas esse ano ele está abusando, ele está brincando, parabéns Não Existe Mais Quente”, avaliou o intérprete Wander Pires.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal da Mocidade, como de praxe, veio no verde da escola, com Bruna Santos portando um cinto brilhante dourado e Diogo Jesus, em um terno completo. Já antes do início do ensaio, ainda no esquenta, a dupla já arrancava aplausos do público realizando um pouco de uma coreografia mais usada para quadra. Depois, durante o treino já com o samba para 2022, o que se pode perceber foi um casal bastante aguerrido, com movimentos intensos e introduzindo um pouco de coreografia em alguns trechos da letra do samba, como em “todo ogã da Mocidade é cria de mestre André”, em que ajoelhava apontando para o pavilhão. Na “flecha certeira” faziam o movimento do arco e flecha, e no “quem rege meu Orí”, apontavam para a cabeça. Importante destacar que a dupla também arranjava fôlego para cantar a obra em diversos momentos.

Bateria

Uma das grandes homenageadas no desfile de 2022, a “Não Existe Mais Quente” foi aclamada na Praça Guilherme da Silveira desde o início ainda no aquecimento. O trabalho focado em valorizar a métrica do samba, trouxe bossas mais dentro da melodia da obra, principalmente em alguns trechos como “Oh Juremê, Oh Juremá”. Também aconteceram paradinhas como no verso “Quem é de Oxóssi, é de São Sebastião, em que os instrumentos secavam completamente, e o canto da comunidade era valorizado.

“”A gente está há muito tempo ensaiando a bateria, e eu sempre comento que a gente está fazendo um trabalho um pouco diferenciado agora trabalhando as bossas em cima de melodia, para que tenham uma leitura melhor da nossa bateria, os jurados. A proposta é essa”, explicou mestre Dudu.

A ala de chocalhos executou uma coreografia saindo da formação da bateria, indo um pouco mais a frente e tendo a participação da rainha Giovana Angélica que veio de dourado. Em outra coreografia, desta vez realizada por toda a bateria, os ritmistas paravam de tocar os instrumentos e viravam para o público dos dois lados da pista. Também ao fazer o “Arerê Komorodé” estendiam os braços para o alto.

“O trabalho foi feito não somente nas paradinhas e bossas, mas também trabalho feito em casa, limpando um pouco mais as nossas bossas, aquele trabalho ‘naipeado’, de colocar cada naipe tocando em um dia diferente e isso resultou em um trabalho muito bom, como foi feito lá no ensaio técnico”, completou o comandante.

Um único momento de susto na passagem da Não Existe Mais Quente aconteceu quando por alguns problemas do carro de som, a bateria perdeu um pouco da referência e quase se desencontrou do samba, mas os diretores agiram rápido dando a marcação para os ritmistas e mantendo o andamento do samba dentro do que se estava cantando. O problema do carro foi bem pontual e resolvido rapidamente.

Evolução

Problemática no último ensaio técnico, quando a escola evoluiu de forma acelerada no início e no final da passagem pela Sapucaí, e com a formação de buracos, no ensaio iniciado na Praça Guilherme da Silveira em direção a quadra tradicional da Mocidade, a agremiação evoluiu de forma compacta, não apresentando grande espaços, com um deslocamento fluído, sem grandes pausas e sem correrias. Os “harmonias” a todo momento se comunicavam, focados e foram simuladas todas as apresentações nos módulos de julgadores. Destaque para a evolução das alas, algumas com bastões iluminados e uma em especial, uma teatralização que acontecia logo depois da alegoria de número 3, com um componente fantasiado de papa, e a alas que vinha logo depois com velas na mão com iluminação elétrica e fazendo coreografia. Para o diretor de carnaval Marquinho Marino, os problemas do ensaio técnico foram corrigidos para este último treino na rua e para o desfile, é claro.

“O ensaio foi muito proveitoso para acertar todas as questões, falhas do ensaio técnico e dar mais confiança a diretores e componentes. Estamos tão condicionados a esse tipo de trabalho, que a ansiedade é o menor dos problemas. O importante é aproveitar esses dias para aprimorar as coisas e ir mais forte ainda para a disputa. Estamos fortes, mas com pé no chão e humildade”.

Outros destaques

Antes do ensaio o vice-presidente Luiz Claudio Ribeiro reuniu representantes dos quesitos como Wander, Dudu, Marino, Capoeira, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, coreógrafos da comissão de frente, ao lado do carro de som, e agradeceu a toda escola pelo empenho durante a pandemia e durante os momentos de dificuldade imposta por ela. O esquenta contou com o samba de 1976 que falava sobre Mãe Menininha do Gantois, e com o tradicional “Vira Virou” de 1990. O “castorzinho”, mascote da Mocidade, roubou a cena, marcando presença, esbanjando simpatia, e sendo bastante disputado por crianças e adultos para fotos.

Com o enredo “Batuque ao Caçador”, a Mocidade Independente de Padre Miguel será a terceira agremiação a desfilar na segunda noite do Grupo Especial.

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