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Grande Rio apresenta samba com assinaturas de Cláudio Russo e André Diniz sem medo de polêmicas

Depois da polêmica virada de mesa que manteve a Grande Rio no Grupo Especial em 2019 (o rebaixamento para a Série A só não veio por conta de uma decisão da maioria das escolas de samba do Especial) a tricolor de Duque de Caxias quer trazer à tona no Carnaval 2019 que errou, mas que não foi e nem será a única. A agremiação reformulou o seu elenco para esquecer de vez a colocação e apresentou pela primeira vez um samba-enredo encomendado e que leva as assinaturas de Cláudio Russo, André Diniz, Moacyr Luz, Gê Martins, Licinho Junior e Elias Bililico. Renato e Márcia Lage vão desenvolver o enredo “Quem nunca…? Que atire a primeira pedra”.

“A conversa com o Renato e a Márcia foi a melhor possível. Fiquei maravilhado porque são pessoas muito inteligentes e ainda deixaram a gente muito aberto para fazer o samba sem separação por setores. Só queriam a alma do enredo ali, foi muito fácil. Conhecemos o projeto e vimos os figurinos, que são lindos, porém acho que ainda não foi tão bem interpretado pelas pessoas”, avalia o compositor Cláudio Russo. Ele afirma que a disputa do samba no modelo vivido hoje não cabe mais e o reflexo são as encomendas de samba-enredo.

“As escolas precisam redimensionar tudo. As disputas de samba, o valor que se paga, o tamanho das fantasias… O carnaval precisa Olhar no espelho e perceber que está acabando”, André Diniz.

Responsável pelos grandes sambas da co-irmã Unidos de Vila Isabel nas duas últimas décadas, André Diniz revelou que pediu autorização para a azul e branca do bairro de Noel para se aventurar em Caxias.

“Acho que o carnaval precisa sentar no divã e rasgar as suas hipocrisias e o enredo da Grande Rio é ótimo pra isso. Não sei se a encomenda é a melhor solução, mas sei que a melhor solução não é uma disputa de R$ 120 mil com palcos que custam R$ 10 mil por semana, com muitas das vezes em disputas que são “fakes”, onde as escolas já organizam a parceria que vai ser a campeã e fazem um monte de gente gastar dinheiro numa disputa que já foi acertada antes. O carnaval está totalmente distanciado do povo do Brasil e principalmente no Rio de Janeiro. As escolas precisam redimensionar tudo. As disputas de samba, o valor que se paga, o tamanho das fantasias… O carnaval precisa olhar no espelho e perceber que está acabando”, disse André Diniz.

Patrono recebe busto e avisa: ‘estou vivo’

Afastado do pré-carnaval do ano passado para tratar de um câncer, o patrono Jayder Soares está de volta à casa, e recebeu busto em sua homenagem. A comunidade caxiense lotou a quadra para a festa de 30 anos de fundação da tricolor e que terminou com grande show de Zeca Pagodinho.

A escola preparou a quadra com decoração especial para a grande noite. Bolas decoravam todo o ambiente. O palco e o sistema de som ganharam amplitude maior para receber o evento. Trinta bolos decorados cada um com o nome de cada enredo que a escola desfilou em seus 30 carnavais completavam o ambiente.

O presidente da tricolor Milton Perácio discursou emocionado sobre como foi o processo de fundação da escola. Outro momento de grande emoção foram as lágrimas do novo intérprete oficial Evandro Malandro nos primeiros versos do samba-enredo do Carnaval 2019. Carnavalesca da escola, ao lado de Renato Lage, Márcia Lage apresentou um resumo de como foi o desfile, antes de cada samba apresentado pela escola. Isso tudo, com um telão gigante de LED no fundo do palco que apresentava fotos de desfiles da agremiação.

“Nós não conseguimos ainda o título que tanto sonhamos, mas conseguimos fazer tantas outras coisas, fizemos o homem voar na avenida, nós tentamos de tudo, fazemos de tudo para que a Grande Rio seja campeã na avenida. Neste ano mesmo nós encomendamos o samba, vamos inovar novamente no carnaval. Nós estamos tentando tudo para a Grande Rio ser campeã. É uma escola de sucesso”.

Deslumbrante, Juliana Paes segue como rainha de bateria

Juliana Paes no lançamento do samba da Grande Rio para o Carnaval 2019. Foto: Magaiver Fernandes

Juliana Paes escolheu um look vermelho cheio de transparência para ser reapresentada como rainha de bateria. Deslumbrante, a atriz também se mostrou confiante para o próximo carnaval. “Vamos para cima deles em 2019, com esse enredo irreverente, subversivo. Eu tenho certeza que a gente tem chance nesse campeonato. Eu estou muito feliz e empolgada. A festa é da escola, são 30 anos de Grande Rio, mas eu que me sinto presenteada. Eu recebo tanto carinho dessas pessoas em tão pouco tempo. É um prazer, uma delícia. Estou muito feliz de estar aqui por mais um ano, especialmente com este enredo. E, quando eu vi o samba pronto, achei a cara do povo brasileiro”, disse.

Casal Lage pronto para oferecer um grande espetáculo artístico

Um dos maiores carnavalescos da história, Renato Lage por pouco não levou a Grande Rio ao seu primeiro título em 2018. Até o problema com a última alegoria, a escola de Caxias vinha fazendo uma grande apresentação na Marquês de Sapucaí. Agora, o artista prepara um enredo diferente e que promete ter apelo popular.

“O enredo é irreverente, tem humor e ele é crítico, fala da falta de educação do brasileiro. A gente brinca com isso, dá um alerta, chama a atenção, ‘diz oh, não é por aí’. O enredo é popular também a gente fala de educação, mas não aquela coisa chapa branca que é bem complicada no país. Pegamos o viés da falta de educação do brasileiro. O samba é maravilhoso, faz a pessoa refletir, vestir a ‘carapuça’. Aconteceu o imponderável em 2018. Foi um pouco frustrante porque a gente sabia que tinha um trabalho bacana pra chegar ali nas cabeças. Mas por outro lado, eles confortaram muito a gente, o Jayder, as pessoas da escola e até da comunidade se sentiram muito felizes, honradas, grandiosas com o trabalho que foi feito. Que pena que isso aconteceu, mas ano que vem não vai acontecer, claro, e vamos chegar lá pra ‘chegar junto’ de novo”, prometeu Renato Lage.

Márcia Lage elogiou a administração da Grande Rio e a chegada dos coreógrafos Hélio e Beth Bejani.

“É uma maravilha trabalhar aqui, eles nos dão total apoio. São comprometidos e trabalhar com Hélio e a Beth Bejani é maravilhoso, é o ‘açúcar no café com leite’. É uma escola que tem se preparado pra fazer grandes carnavais. Vem desempenhando muito bem o papel dela. Agora que estamos aqui vemos a maneira séria como a escola trabalha, que tem comunidade, que leva muito a sério a participação na Avenida. Vamos falar em 2019 dos problemas dos brasileiros. A gente tem que parar com a mania de pensar que não somos responsáveis pelo que acontece no Brasil. A gente é protagonista dessa coisa toda. Se você tem uma corrupção lá em cima é porque de alguma forma a gente deixou isso acontecer. E a corrupção está também nas pequenas coisas diárias, como por exemplo, um gato de água. Se o cara faz, isso, quando chegar lá na política vai fazer também. A ideia é mostrar que a gente faz esse tipo de coisa todo dia”.

Diretor de carnaval retorna com o vice-campeonato no Tuiuti

Retornando à casa por onde desempenhou por três anos a função de diretor de harmonia, Thiago Monteiro está de volta à Caxias, agora como diretor de carnaval e empenhado em vencer.

“A primeira vez que ouvi o samba na quadra foi hoje, mas foi muito mais um show do que uma apresentação em si. A partir de terça-feira, data em que começam os ensaios de quadra, é que vou ver andamento, letra, o que está funcionando e o que não está funcionando. É claro que por ser encomendado, a letra está ok, mas eu preciso fazer o samba acontecer. Temos um mês até a nossa gravação. Hoje o samba me atende em enredo, em andamento melódico e no proposto para a bateria”, explica Thiago, que revelou a doação de todas 3.500 fantasias para comunidade. “A escola de samba só existe onde há comunidade”, finaliza.

Hélio e Beth Bejani com várias funções na Grande Rio

O casal de coreógrafos Hélio e Beth Bejani que nos últimos 11 carnavais deram expediente no Acadêmicos do Salgueiro desempenharão múltiplas funções na Grande Rio. Além da comissão de frente, eles cuidarão dos movimentos de componentes de alguns carros alegóricos. Ela ainda será responsável pela coreografia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira.

“Nós fomos super bem recebidos, e já deu para perceber que a escola é bem profissional, todos estão tratando com muito respeito o nosso trabalho. Um ponto positivo que eu posso destacar é voltar a trabalhar com o Renato e com a Márcia Lage. Nós vamos trabalhar buscando uma proximidade com o público, com alegria mesmo. A gente vai trabalhar com o que a gente já vinha fazendo com o Renato lá no Salgueiro e vamos trazer isso pra cá. É a nossa primeira troca de escola, tudo isso é uma novidade, mas todos estão nos deixando muito à vontade”, comentou Hélio Bejani.

Beth deixou escapar que a proposta da comissão de frente já foi apresentada e autorizada.

“A comissão com certeza vai ser irreverente. A gente adora trabalhar com enredos irreverentes, é o nosso ponto alto. A gente não pode falar muito mas as ideias já estão aprovadas, já estão desenvolvidas, e agora é colocar em prática. Sentimos logo de cara essa excelência na administração e na coordenação. Eles são uma família mesmo e a gente ficou muito feliz, a gente não esperava toda essa recepção, superou as nossas expectativas”.

Evandro Malandro fará sua estreia no Grupo Especial

Após cinco carnavais no carro de som da Grande Rio, o intérprete Evandro Malandro irá pela primeira vez ser a voz principal de uma escola do Grupo Especial. No último ano, ele foi a voz da Cubango, que fez um dos mais elogiados carnavais da Série A. O cantor também passou pela Renascer, quando dividiu os microfones com Diego Nicolau.

“Estou muito feliz de ser a voz nessa festa de 30 anos, porque é um ano muito importante para escola. Ela vem mostrar o que a Grande Rio sempre foi. Toda crítica que sofre será revertida em emoção na avenida. Minhas expectativas são as melhores possíveis. O convite para assumir o microfone principal veio de forma simples, e eu achei extraordinário. Eu tenho uma linha de trabalho um pouco diferente do Emerson Dias, que consegue passar aquela energia toda, aquela alegria, mas ele é mais explosivo, e eu tento passar isso com mais cadência, melodia, e casou bem com o trabalho de resgate dessa cadência que o mestre Fafá está fazendo com a bateria”.

Novidade no comando da bateria e no casal

Buscando alcançar notas maiores nos quesitos mestre-sala e porta-bandeira e bateria, a Grande Rio encontrou nos jovens e “pratas da casa”, a solução para o desafio do campeonato 2019. Taciana Couto é a nova porta-bandeira, com apenas 17 anos e Fabrício Machado, o popular Fafá, de apenas 27, assumiu a bateria Invocada. Mestre Odilon que comandou a bateria por 11 anos esteve na quadra e foi ovacionado.

“Estar à frente da Grande Rio, no ano de aniversário… já tentei conter a emoção, sentimento diferente. É a escola que eu me projetei, que eu amo, em que eu nasci e fui criado, e realmente é diferente estar aqui. O primeiro passo foi unir a bateria, trazer todo mundo pra gente, e o segundo passo foi acertar algumas coisas de ritmo, porque eu tenho um andamento mais pra trás do que a gente vinha usando, mais cadenciado, e com o Evandro foi um casamento perfeito, porque ele ele também gosta mais cadenciado. Uniu o útil ao agradável, e espero que no grande dia a gente possa fazer um ótimo trabalho”, explicou mestre Fafá.

Ficha ainda não caiu para porta-bandeira

Taciana Couto sabe da responsabilidade de assumir o posto de primeira porta-bandeira da Grande Rio. A jovem era a terceira e terá a missão de dançar ao lado do mestre-sala Daniel Werneck, que também é jovem.

“Eu fiquei sabendo que a Taciana seria minha parceira pela internet. Fiquei surpreso, porque eu sempre observei a dança da Taciana, e no final do ano passado eu disse para ela que um dia eu ainda a veria dançando como primeira da Grande Rio, mas jamais imaginava que seria agora, comigo, e acabou sendo. Ela é humilde, aceita opinião, crítica, e independente de eu estar há 4 anos aqui, aprendo com ela, ela aprende comigo. Estamos ensaiando muito, três dias por semana. Somos casal jovem de idade, mas o peso de carregar o pavilhão sempre vem independente da idade”, contou o mestre-sala.

“Ainda nem acredito, e acho que hoje que a ficha está caindo de verdade. É muita felicidade e gratidão, porque é uma honra defender minha escola do coração. O Daniel, por ter esses anos todos de avenida, ter passado também por outras escolas, ajuda demais, e tem uma amizade que sai da quadra da escola, e isso é muito importante. Na verdade, acho que todos os casais deveriam ter o prazer de ter essa troca, essa amizade. Isso faz diferença. Já estamos trabalhando no samba. Fizemos uma coreografia para esta noite de apresentação do nosso samba, e já estamos pensando na coreografia oficial”, revelou a porta-bandeira.

Por Geissa Evaristo, Daniela Safadi, Dandara Carmo e Yuri Neri. Fotos: Magaiver Fernandes

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