A bateria da Lins Imperial abriu a primeira noite de ensaios técnicos para o Carnaval 2023 com um desempenho regular. Embora a levada valente do ritmo tenha impulsionado a animada obra, algumas imprecisões e oscilações pontuais foram notadas, tendo tempo hábil suficiente para eventuais correções até o desfile oficial.
Buscando dar versatilidade ao ritmo, mestre Átila optou por realizar uma subida de três quase que de forma constante, com um arranjo musical um pouco mais elaborado sendo amparado pelo bom balanço das terceiras, além de se aproveitar das nuances melódicas do belo e aguerrido samba enredo da escola do bairro do Lins de Vasconcelos.
Como forma de fechar a bateria no refrão do meio, por vezes, a escolha musical foi aproveitar a unidade sonora de tapas consecutivos envolvendo todos os naipes: um, depois dois (o popular e tradicional Tum, Tum-Tum!).
A bossa da segunda do samba possui concepção musical complexa. O arranjo musical foi executado com um pequeno trecho fazendo alusão musical ao Xaxado. A paradinha é marcada pela narrativa musical extensa (longa), intercalada com outra bossa, que dura até o fim do refrão principal. Nessa paradinha os ritmistas se abaixam para um solo dos timbales durante uma passada inteira do refrão de baixo. O desafio é retomar o ritmo e alguns ajustes técnicos pontuais ainda podem ser realizados para simplificar e deixar a paradinha mais funcional.
O naipe de tamborim teve o maior destaque musical entre as peças leves. Uma primeira fila consistente de cuícas e agogôs em duas filas, também contribuíram na musicalidade da cabeça da bateria (parte da frente). Já os chocalhos exibiram um trabalho com margem potencial para eventuais melhorias, sendo possível evoluir até o Carnaval.
Já na cozinha (parte de trás) da bateria da Lins Imperial, o destaque musical ficou a cargo dos surdos de terceira que deram balanço ao ritmo e foram fundamentais nas paradinhas, enquanto caixas e repiques ajudaram a preencher a sonoridade.