Um ensaio técnico muito bom da bateria da Unidos da Ponte, sob o comando de mestre Branco Ribeiro. Destaque para o equilíbrio presente entre as peças, assim como a boa fluência entre os mais diversos naipes, permitida pela afinação de surdos extremamente diferenciada.
Uma bateria “Ritmo Meritiense” que se exibiu com uma afinação de surdos acima da média. Os marcadores de primeira e segunda foram precisos e firmes durante o cortejo. O balanço dos surdos de terceira esteve consistente, dando bom molho aos graves. Já nos naipes médios, repiques coesos tocaram de modo integrado à caixas de guerra sólidas e ressonantes.
Na cabeça da bateria da Ponte, um naipe de tamborins de alta qualidade técnica executou uma convenção rítmica que pontuava de maneira eficiente as nuances melódicas do belo samba-enredo da escola de São João de Meriti. Uma ala de chocalhos correta ajudou no complemento da sonoridade das peças leves, junto de cuícas sólidas e agogôs funcionais.
Bossas com uma musicalidade irrepreensível foram executadas de maneira funcional, por todos os naipes. Culturalmente é possível dizer que houve um bom gosto musical que garantiu uma sonoridade plenamente vinculada a baianidade, presente no enredo sobre o Dendê. A criação conceitual diferenciada ajudou a driblar a questão de apresentar um ritmo mais próximo da vertente africana, sem deixar de produzir um ritmo de nítido destaque. Menção honrosa para os surdos, que estiveram impecáveis nos arranjos.
A bateria “Ritmo Meritiense” da Unidos da Ponte fez um grande ensaio técnico, comandada por mestre Branco Ribeiro. Êxito musical absoluto do conceito criativo de bossas escolhido, dando ênfase mais a baianidade que a questão afro, posssibilitando uma sonoridade de amplo destaque. Um ritmo que se pautou pelo equilíbrio musical e a boa fluência entre as mais diversas peças.