Um bom desfile da bateria “Tabajara do Samba” da Portela, sob comando de mestre Nilo Sérgio. Um ritmo autenticamente portelense foi produzido, com o ressoar único das caixas da Majestade do Samba ecoando por todo o cortejo. Bossas potentes e integradas ao enredo foram exibidas com precisão. Uma conjunção sonora de bastante equilíbrio foi exibida e com um andamento confortável.

Uma bateria portelense com sua tradicional afinação de surdos mais pesada foi percebida. Marcadores de primeira e segunda tocaram com firmeza e segurança. O peculiar balanço das terceiras da Portela impulsionou a parte de trás do ritmo. Complementando os médios, repiques coesos tocaram integrados a um naipe de caixas de guerra consistente, com sua genuína batida rufada ecoando pela pista.

Na cabeça da bateria, uma ala de cuícas de qualidade musical se exibiu junto de agogôs eficientes. Um naipe de chocalhos de excelente técnica tocou conectado a uma ala de tamborins de valor sonoro, que contribuiu com bom volume. Congas ainda ajudaram tanto em ritmo, quanto tendo participação luxuosa nas bossas com toques afros.

Bossas intimamente vinculadas ao belo samba-enredo da Águia de Oswaldo Cruz e Madureira foram exibidas. Com profundidade musical inquestionável, os arranjos eram pautados pelas variações melódicas e adequaram de forma magnífica o tema de vertente africana da maior campeã do carnaval à sonoridade da “Tabajara”. O leque de paradinhas, mesmo não sendo extenso, se mostrou cirúrgico, graças a pressão e a musicalidade alcançada. Nuances rítmicas foram notadas na caída da segunda da obra, assim como na entrada do refrão principal, demonstrando uma indiscutível versatilidade rítmica da bateria da Portela.

A exibição na primeira cabine (módulo duplo) foi muito boa, arrancando aplausos dos jurados e causando certa ovação popular. Já na segunda cabine, uma apresentação segura foi realizada, mas sem o mesmo impacto energético do primeiro módulo. No último módulo de jurado, uma apresentação potente foi realizada, para encerrar com o clima lá no alto o bom desfile da “Tabajara do Samba” da Portela, dirigida por mestre Nilo Sérgio.