Por Luiz Gustavo
Sétima escola a desfilar neste sábado de carnaval, a Mocidade Unida do Santa Marta fez um agradável desfile com um bonito conjunto de Fantasias. Com o enredo “Cangaceiras, muié de resistência e coragem, nem o cansaço assustou, quando o sertão virou mar, o morro da Santa sambou”, a escola de Botafogo também apresentou um casal bastante entrosado e uma bateria afiada. Cerca de 782 componentes vieram na agremiação que encerrou seu desfile em 38 minutos.
Comissão de frente
A comissão é formada por seis mulheres representando cangaceiras, e outras seis mulheres como representantes atuais da cultura da favela e do funk. Na terceira cabine o boné de uma das integrantes caiu durante a apresentação. Nas demais cabines o desempenho da comissão foi muito bom, com o ponto alto sendo a troca de parte dos figurinos entre os grupos de cangaceiras e funkeiras.
Mestre sala e porta bandeira
Tchetchelo e Ericka Duarte mostraram um excelente entrosamento e uma apresentação contagiante em todos os módulos, ambos com um persistente sorriso no rosto.
Enredo
O enredo foi contado iniciando pela forma como as mulheres nordestinos dos anos 30 viviam para os homens, que tinham todo o protagonismo de heróis e lutas. No setor seguinte é contada a história de Maria Bonita que abre o precedente pra outras mulheres fazerem parte de bandos. No setor final chegam as mulheres do morro Santa Marta, de forte influência nordestina. O enredo foi bem dividido e retratado de forma clara em suas alegorias e fantasias.
Samba
O samba teve um bom desempenho, bem cantado pelo intérprete Digão e impulsionado por uma bateria de mestre Caliquinho inspirada nas bossas que levantaram o público e não deixaram o samba amornar.
Fantasias/Alegorias
Santa Marta teve um conjunto caprichado de fantasias, com muita criatividade, como na ala “o fim do cangaço” onde os componentes tinham suas cabeças escondidas pelo tecido, representando a decapitação do bando de Lampião. Em alegorias a escola não manteve o mesmo capricho, porém passou sem maiores senões de acabamento e concepção.
Evolução/harmonia
A evolução da escola de Botafogo foi correta, porém travada em alguns momentos, o que fez a escola apressar o passo no último módulo. A harmonia cresceu muito a partir da metade do desfile, com alas cantando forte o samba, não só em seus refrãos. A comunicação com o público obtida pela sua bateria também puxou o canto para cima.