Bailando juntos desde a preparação para o carnaval de 2020, Diogo Jesus e Bruna Santos são o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Mocidade, e carregam a responsabilidade lutar por 40 pontos para a escola. Em entrevista ao CARNAVALESCO, eles falaram do entrosamento, a história e a preparação para o carnaval de 2024. Sobre o que representou o carnaval de 2023 para o casal, Diogo começou falando: “Superação, realização, amor e paixão ao pavilhão”.
“Como o Diogo falou, foi um ano de realização para a gente. Foi um ano bem difícil, tanto para mim quanto para o Diogo, porque a gente estava lá no dia da apuração e a gente estava bem triste, mas graças a Deus nós conseguimos trazer a nossa escola e foi um carnaval de realização, de esperança para um próximo carnaval e que esse ano seja um carnaval lindo”, Bruna disse, complementando: “E vai ser, porque a Mocidade está preparando um belo desfile”.
Com a confiança do torcedor da Mocidade depositada sobre eles, o casal está esperançoso para o desfile desse ano, onde a expectativa está alta.
“Para a gente acaba soando bem, porque a gente recebe essa pressão do lado positivo. A gente passa a trabalhar mais, porque, na verdade não é só um pavilhão, ali está estampado dores, amores… o amor da torcida independente dentro do pavilhão e para a gente essa expectativa que eles têm com a gente para a gente soa bem, a gente trabalha mais, a gente se dedica mais e reflete na dança. A gente entrega um bom trabalho”, contou Diogo.
Bruna complementa: “Foi como o Diogo falou, essa pressão a gente já sentia, na verdade, desde o nosso primeiro ano, que essa pressão tem tido. Só que agora é uma pressão boa, porque as pessoas confiam muito no nosso trabalho e a gente está trabalhando exatamente para isso, para ter um bom desempenho na avenida, juntamente ao nosso preparador físico, nosso fisioterapeuta, nossa coreógrafa, que a gente vem trabalhando todos juntos para fazer uma bela apresentação no dia do desfile”.
Sobre a fantasia a ser usada na Marquês de Sapucaí, o casal falou pouco: “É uma fantasia tradicional, ela é bem bonita, bem saborosa”, falou Bruna aos risos.
Sobre o quesito, o casal falou também o que pensa sobre a polêmica de ter ou não coreografia, de a bandeira ser mais curta ou não e a dança ser feita com mais vigor.
“A dança precisa ser dança, independente se muita ou pouca coreografia. Uma dança em si já tem um pouco de coreografia, a gente precisa contar uma história. A dança é uma coreografia, mesmo que livre ela precisa ser marcada, a gente precisa entregar um bom trabalho para o jurado, para o público, então, não pode ser de qualquer jeito. E, para isso, precisa ter uma marcação, uma coreografia. A gente mantém a tradição do casal de mestre-sala e porta-bandeira, mas tem que ter uma pitada ali do enredo, tem que ter um diferencial”, salientou Diogo.
“É exatamente isso. Toda vez que as pessoas entram nesse assunto de coreografia, se a coreografia está muito coreografada, como falam, mas como o Diogo disse, a dança do casal de mestre-sala e porta-bandeira ela tem a sua tradição, mas se a gente não entrar dentro do nosso enredo as coisas não… se não colocar uma pimentinha ali, se não colocar uma pimentinha ali na dança não arde”, Bruna continuou.
Perguntado sobre os sinais dados por Bruna, que pode ser uma das maiores porta-bandeiras da história, o mestre-sala concordou e elogiou.
“Claro! E para ela estar nesse nível eu fico muito feliz. Não tem como, ela que carrega o pavilhão, ela que domina o pavilhão. Eu estou para proteger, eu estou para cortejar, então eu fico muito feliz e quero sim que o público cada vez mais fique colocando ela no auge, porque ela precisa estar no auge, porque ela é a porta-bandeira dos sonhos e ela está vindo com muita garra, todos os anos crescendo e isso é muito bom. E o desempenho dela na Sapucaí é aguerrido como uma porta-bandeira ‘f…’”, analisou.
E Bruna complementou com a sua opinião sobre esses comentários sobre o seu futuro. “É difícil ouvir isso, porque eu tinha inspirações de grandes portas bandeiras, assim como ainda tenho. Eu sempre falo em minhas entrevistas que a minha inspiração sempre foi a Marcella (Marcella Alves, atualmente porta-bandeira do Salgueiro) e hoje em dia eu ver e escutar isso é muito bom, mas é claro eu cheguei onde eu cheguei graças a Mocidade, que me deu a oportunidade de assumir o pavilhão. Ao meu mestre-sala que com a experiência dele foi primordial, não tem como negar isso, esconder isso de ninguém. O Diogo já tinha uma carreira há muito mais tempo do que eu. Quando eu cheguei para somar com ele, na verdade, ele que somou comigo, porque ele tinha muita experiência, me ajudou muito. A coreógrafa também, a Vania (Vania Reis, Diretora Artística e coreógrafa da Mocidade), ela foi primordial nessa nossa parceria. A coreografia dela, o entendimento dela da dança também nos ajudou muito. Então eu fico muito feliz em chegar onde eu cheguei e onde as pessoas dizem que eu estou chegando, então muito obrigada a todos que falam isso e pode ter certeza que eu vou estar sempre trabalhando e batalhando para dar sempre o meu melhor”.
Ao fim, ambos falaram sobre a parceria que possuem na vida e na Mocidade. “Parceria de vida. Eu acho que uma parceria de casal de mestre-sala e porta-bandeira é uma parceria de vida. A gente tem muito companheirismo um com o outro, muito respeito. A gente sabe os momentos em que um ou outro precisa mais da amizade, do carinho e é isso”, Diogo respondeu.
“Como ele falou, a nossa parceria é uma parceria muito de união. Eu e o Diogo, é claro, como todo casal, tem briga, não é diferente na dança do casal de mestre-sala e porta-bandeira, mas eu e o Diogo a gente se entende muito, a gente tem muita conversa. E o Diogo ele é como se fosse um irmão para mim, ele me dá muitos conselhos e assim também como eu dou muitos conselhos para ele, então a gente é uma parceria, a gente pode dizer que é uma parceria de irmão”, finalizou Bruna.